Operação contra espionagem ilegal no governo Bolsonaro põe foco em Ramagem, ex-diretor da Abin


Deputado federal diz que as diligências só foram possíveis graças ao ‘início de trabalhos de austeridade’ promovidos durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL)

Por Rayanderson Guerra
Atualização:

RIO – A Operação Última Milha deflagrada nesta sexta-feira, 20, pela Polícia Federal (PF) para apurar um esquema de espionagem na Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) coloca o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-diretor do órgão, no centro das atenções do escândalo de monitoramento de políticos, jornalistas, advogados, ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e adversários do governo do ex-chefe do Executivo.

Aliado fiel do clã Bolsonaro, Ramagem esteve à frente do Abin durante o período em que os servidores presos teriam utilizado a estrutura estatal para localizar os alvos da espionagem, entre julho de 2019 e abril de 2022. A operação desta sexta-feira prendeu dois servidores da Agência Brasileira de Inteligência que usaram indevidamente o sistema de geolocalização de celulares do órgão para coerção: Rodrigo Colli e Eduardo Arthur Yzycky.

As ordens foram expedidas pelo ministro Alexandre de Moraes, que determinou ainda o afastamento de cinco servidores da Abin, entre eles, dois diretores atuais do órgão. Na casa de um deles, Paulo Maurício, a PF apreendeu US$ 171.800,00 em espécie durante as diligências cumpridas na manhã desta sexta. A sede da Abin também foi alvo de buscas.

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Apreensão de dinheiro realizada na Operação Última Milha Foto: Polícia Federal

Pressionado pela operação da PF desta sexta, Ramagem diz que as diligências só foram possíveis graças ao “início de trabalhos de austeridade” promovidos durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Em nota publicada nas redes sociais, Ramagem diz que o objeto da operação desta sexta, a ferramenta de monitoramento FirstMile, foi adquirido em 2018, antes do governo Bolsonaro, mas que ao assumir a gestão da Abin determinou uma auditoria interna e encaminhou o contrato do sistema de espionagem para a corregedoria interna da agência. Ele não nega a ação dos servidores.

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“Esse sistema objeto da operação de hoje na Abin foi adquirido em 2018, antes do governo Bolsonaro. Quando assumimos a Abin, em 2019, promovemos auditoria formal de todos os contratos. O referido sistema não faz interceptação, mas demonstrava fazer localização. Mesmo tendo passado por prova de conceito técnico e parecer favorável da AGU para aquisição (2018), nossa gestão resolveu encaminhar à corregedoria para instaurar correição. A operação de hoje só foi possível com esse início de trabalho de austeridade promovido na nossa gestão (governo Bolsonaro). Rogamos que as investigações prossigam atinentes a fatos, fundamentos e provas, não se levando por falsas narrativas e especulações”, escreveu.

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O caso desta sexta-feira mira supostos crimes de invasão de dispositivo informático alheio, organização criminosa e interceptação de comunicações telefônicas, de informática ou telemática sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados em lei.

Segundo a PF, o grupo sob suspeita teria usado o sistema da Abin – um “software intrusivo na infraestrutura crítica de telefonia brasileira” – para rastrear celulares “reiteradas vezes”. Os crimes teriam sido praticados sob o governo Jair Bolsonaro. À época, o órgão era comandado por Alexandre Ramagem.

Ramagem é aliado de longa data do clã Bolsonaro

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Ex-delegado da Polícia Federal, Ramagem ganhou a confiança do clã da Zona Oeste do Rio de Janeiro antes mesmo da eleição de 2018. Foi designado para cuidar da segurança do então presidenciável após o atentado à faca em Juiz de Fora, em 6 de setembro de 2018. E teve ascensão rápida no novo governo.

Chegou a ser nomeado superintendente da Polícia Federal (PF) no Ceará, em fevereiro de 2019, mas foi deslocado para um cargo de assessor especial do então ministro da Secretaria de Governo, general Santos Cruz. Em julho, foi para a Abin. Bolsonaro quis nomeá-lo diretor-geral da PF. O presidente queria ter, segundo o então ex-ministro Sérgio Moro, alguém com quem pudesse “interagir” e que lhe fornecesse relatórios de inteligência.

Ainda na gestão de Ramagem, a agência de inteligência teria atrapalhado investigações envolvendo Jair Renan Bolsonaro, filho “04″ de Bolsonaro. Um agente da PF admitiu que recebeu a orientação de “levantar informações sobre uma operação que tinha Jair Renan como alvo para prevenir ‘riscos à imagem’ de Bolsonaro”. À época, a PF afirmou em um relatório que Abin teve um papel de “interferência nas investigações”.

RIO – A Operação Última Milha deflagrada nesta sexta-feira, 20, pela Polícia Federal (PF) para apurar um esquema de espionagem na Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) coloca o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-diretor do órgão, no centro das atenções do escândalo de monitoramento de políticos, jornalistas, advogados, ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e adversários do governo do ex-chefe do Executivo.

Aliado fiel do clã Bolsonaro, Ramagem esteve à frente do Abin durante o período em que os servidores presos teriam utilizado a estrutura estatal para localizar os alvos da espionagem, entre julho de 2019 e abril de 2022. A operação desta sexta-feira prendeu dois servidores da Agência Brasileira de Inteligência que usaram indevidamente o sistema de geolocalização de celulares do órgão para coerção: Rodrigo Colli e Eduardo Arthur Yzycky.

As ordens foram expedidas pelo ministro Alexandre de Moraes, que determinou ainda o afastamento de cinco servidores da Abin, entre eles, dois diretores atuais do órgão. Na casa de um deles, Paulo Maurício, a PF apreendeu US$ 171.800,00 em espécie durante as diligências cumpridas na manhã desta sexta. A sede da Abin também foi alvo de buscas.

Apreensão de dinheiro realizada na Operação Última Milha Foto: Polícia Federal

Pressionado pela operação da PF desta sexta, Ramagem diz que as diligências só foram possíveis graças ao “início de trabalhos de austeridade” promovidos durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Em nota publicada nas redes sociais, Ramagem diz que o objeto da operação desta sexta, a ferramenta de monitoramento FirstMile, foi adquirido em 2018, antes do governo Bolsonaro, mas que ao assumir a gestão da Abin determinou uma auditoria interna e encaminhou o contrato do sistema de espionagem para a corregedoria interna da agência. Ele não nega a ação dos servidores.

“Esse sistema objeto da operação de hoje na Abin foi adquirido em 2018, antes do governo Bolsonaro. Quando assumimos a Abin, em 2019, promovemos auditoria formal de todos os contratos. O referido sistema não faz interceptação, mas demonstrava fazer localização. Mesmo tendo passado por prova de conceito técnico e parecer favorável da AGU para aquisição (2018), nossa gestão resolveu encaminhar à corregedoria para instaurar correição. A operação de hoje só foi possível com esse início de trabalho de austeridade promovido na nossa gestão (governo Bolsonaro). Rogamos que as investigações prossigam atinentes a fatos, fundamentos e provas, não se levando por falsas narrativas e especulações”, escreveu.

O caso desta sexta-feira mira supostos crimes de invasão de dispositivo informático alheio, organização criminosa e interceptação de comunicações telefônicas, de informática ou telemática sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados em lei.

Segundo a PF, o grupo sob suspeita teria usado o sistema da Abin – um “software intrusivo na infraestrutura crítica de telefonia brasileira” – para rastrear celulares “reiteradas vezes”. Os crimes teriam sido praticados sob o governo Jair Bolsonaro. À época, o órgão era comandado por Alexandre Ramagem.

Ramagem é aliado de longa data do clã Bolsonaro

Ex-delegado da Polícia Federal, Ramagem ganhou a confiança do clã da Zona Oeste do Rio de Janeiro antes mesmo da eleição de 2018. Foi designado para cuidar da segurança do então presidenciável após o atentado à faca em Juiz de Fora, em 6 de setembro de 2018. E teve ascensão rápida no novo governo.

Chegou a ser nomeado superintendente da Polícia Federal (PF) no Ceará, em fevereiro de 2019, mas foi deslocado para um cargo de assessor especial do então ministro da Secretaria de Governo, general Santos Cruz. Em julho, foi para a Abin. Bolsonaro quis nomeá-lo diretor-geral da PF. O presidente queria ter, segundo o então ex-ministro Sérgio Moro, alguém com quem pudesse “interagir” e que lhe fornecesse relatórios de inteligência.

Ainda na gestão de Ramagem, a agência de inteligência teria atrapalhado investigações envolvendo Jair Renan Bolsonaro, filho “04″ de Bolsonaro. Um agente da PF admitiu que recebeu a orientação de “levantar informações sobre uma operação que tinha Jair Renan como alvo para prevenir ‘riscos à imagem’ de Bolsonaro”. À época, a PF afirmou em um relatório que Abin teve um papel de “interferência nas investigações”.

RIO – A Operação Última Milha deflagrada nesta sexta-feira, 20, pela Polícia Federal (PF) para apurar um esquema de espionagem na Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) coloca o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-diretor do órgão, no centro das atenções do escândalo de monitoramento de políticos, jornalistas, advogados, ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e adversários do governo do ex-chefe do Executivo.

Aliado fiel do clã Bolsonaro, Ramagem esteve à frente do Abin durante o período em que os servidores presos teriam utilizado a estrutura estatal para localizar os alvos da espionagem, entre julho de 2019 e abril de 2022. A operação desta sexta-feira prendeu dois servidores da Agência Brasileira de Inteligência que usaram indevidamente o sistema de geolocalização de celulares do órgão para coerção: Rodrigo Colli e Eduardo Arthur Yzycky.

As ordens foram expedidas pelo ministro Alexandre de Moraes, que determinou ainda o afastamento de cinco servidores da Abin, entre eles, dois diretores atuais do órgão. Na casa de um deles, Paulo Maurício, a PF apreendeu US$ 171.800,00 em espécie durante as diligências cumpridas na manhã desta sexta. A sede da Abin também foi alvo de buscas.

Apreensão de dinheiro realizada na Operação Última Milha Foto: Polícia Federal

Pressionado pela operação da PF desta sexta, Ramagem diz que as diligências só foram possíveis graças ao “início de trabalhos de austeridade” promovidos durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Em nota publicada nas redes sociais, Ramagem diz que o objeto da operação desta sexta, a ferramenta de monitoramento FirstMile, foi adquirido em 2018, antes do governo Bolsonaro, mas que ao assumir a gestão da Abin determinou uma auditoria interna e encaminhou o contrato do sistema de espionagem para a corregedoria interna da agência. Ele não nega a ação dos servidores.

“Esse sistema objeto da operação de hoje na Abin foi adquirido em 2018, antes do governo Bolsonaro. Quando assumimos a Abin, em 2019, promovemos auditoria formal de todos os contratos. O referido sistema não faz interceptação, mas demonstrava fazer localização. Mesmo tendo passado por prova de conceito técnico e parecer favorável da AGU para aquisição (2018), nossa gestão resolveu encaminhar à corregedoria para instaurar correição. A operação de hoje só foi possível com esse início de trabalho de austeridade promovido na nossa gestão (governo Bolsonaro). Rogamos que as investigações prossigam atinentes a fatos, fundamentos e provas, não se levando por falsas narrativas e especulações”, escreveu.

O caso desta sexta-feira mira supostos crimes de invasão de dispositivo informático alheio, organização criminosa e interceptação de comunicações telefônicas, de informática ou telemática sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados em lei.

Segundo a PF, o grupo sob suspeita teria usado o sistema da Abin – um “software intrusivo na infraestrutura crítica de telefonia brasileira” – para rastrear celulares “reiteradas vezes”. Os crimes teriam sido praticados sob o governo Jair Bolsonaro. À época, o órgão era comandado por Alexandre Ramagem.

Ramagem é aliado de longa data do clã Bolsonaro

Ex-delegado da Polícia Federal, Ramagem ganhou a confiança do clã da Zona Oeste do Rio de Janeiro antes mesmo da eleição de 2018. Foi designado para cuidar da segurança do então presidenciável após o atentado à faca em Juiz de Fora, em 6 de setembro de 2018. E teve ascensão rápida no novo governo.

Chegou a ser nomeado superintendente da Polícia Federal (PF) no Ceará, em fevereiro de 2019, mas foi deslocado para um cargo de assessor especial do então ministro da Secretaria de Governo, general Santos Cruz. Em julho, foi para a Abin. Bolsonaro quis nomeá-lo diretor-geral da PF. O presidente queria ter, segundo o então ex-ministro Sérgio Moro, alguém com quem pudesse “interagir” e que lhe fornecesse relatórios de inteligência.

Ainda na gestão de Ramagem, a agência de inteligência teria atrapalhado investigações envolvendo Jair Renan Bolsonaro, filho “04″ de Bolsonaro. Um agente da PF admitiu que recebeu a orientação de “levantar informações sobre uma operação que tinha Jair Renan como alvo para prevenir ‘riscos à imagem’ de Bolsonaro”. À época, a PF afirmou em um relatório que Abin teve um papel de “interferência nas investigações”.

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