Oposição e ruralistas comemoram PL do Marco Temporal, e aliados do governo apostam no Senado e STF


Próximo ponto de preocupação de ambientalistas e agronegócio é a votação da constitucionalidade do projeto no Supremo Tribunal Federal, em 7 de junho

Por Isabella Alonso Panho
Atualização:

A aprovação do Projeto de Lei do Marco Temporal impôs uma derrota ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com o apoio da base na Câmara, e levou a oposição a comemorar o revés sofrido pelo petista. Aliados do governo, entre lamentos, agora apostam no Senado e no Supremo Tribunal Federal (STF) para reverter o fracasso do governo.

A proposta que delimita até 1988, ano de promulgação da Constituição, a demarcação de terras indígenas recebeu o aval de 283 deputados, dos quais 98 de partidos com espaço na Esplanada dos Ministérios. Foram 155 votos contrários e uma abstenção.

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O presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), recebeu nesta terça-feira, 30, a ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara. Ao lado da deputada Célia Xakriabá (PSOL-MG), Guajajara tentou animar os apoiadores de Lula: “A proposta agora vai para o Senado, e vamos aguardar ainda a votação do marco temporal no STF”, disse ela. Já Célia tentou minimizar a votação na Câmara: “Não nos sentimos derrotados”.

Um recado, porém, chegou à Corte com uma semana de antecedência. Antes da votação, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), enviou sinais para o Judiciário: “O fato é que o Supremo vai julgar no dia 7 (de Junho), e este Congresso precisa demonstrar que está tratando a matéria com responsabilidade”, afirmou à Agência Câmara. Assim que o julgamento foi posto em pauta, a Câmara, com apoio da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) e aliados de Jair Bolsonaro (PL), correu para se antecipar aos ministros.

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O presidente da FPA, deputado Pedro Lupion (PP-PR), comemorou: “O projeto vai deixar claras as condicionantes da demarcação das terras indígenas, deixar clara a questão do marco temporal, fazer com que o direito de propriedade e a segurança jurídica imperem no nosso País”, disse. Em um rede social, ele publicou o momento em que Lira anuncia o resultado.

Entidades do agronegócio cobram prudência do Supremo. “Essa votação fez justiça tanto para indígenas quanto para a população. Esperamos que o STF enxergue que está sendo feita justiça social”, disse o vice-presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado de Mato Grosso (Aprosoja), Lucas Beber. Para ele, o marco temporal respeita a Constituição porque não proíbe novas demarcações, mas somente estabelece um novo critério.

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Paulo Sérgio Aguiar, vice-presidente da Associação Brasileira de Produtores de Algodão (Abrapa), espera que os ministros entendam a mensagem dada pelo Congresso. “É uma sinalização da visão do Parlamento, que representa a população como um todo. Acredito que isso vá ajudar na tomada de decisão do STF”, disse Aguiar.

Ex-ministra de Agricultura de Bolsonaro, a senadora Tereza Cristina (PP-MS) disse que o marco temporal proporciona “paz no campo”. “É importante que o Congresso cumpra seu papel de legislar sobre temas relevantes, que tragam justiça e paz na terra, tanto para indígenas quanto para produtores rurais”, afirmou, em uma rede social.

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Expectativa no Senado

A Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) prevê novas articulações no Senado. “Nossa resistência e estratégia contra o PL 490 segue no Senado. A defesa da Constituição será feita pelo STF, que precisa julgar contra o marco temporal”, afirmou a entidade. Se o Supremo decidir pela total inconstitucionalidade do tema, a votação da Câmara pode ser anulada.

Outra ministra que foi derrotada na Câmara é Marina Silva, da pasta do Meio Ambiente e Mudança do Clima. Ela se referiu à votação como “uma injustiça inaceitável contra os povos indígenas brasileiros”. Por meio de rede social, ela disse reiterar o “compromisso de luta e trabalho para que sejam assegurados os direitos constitucionais de todos os brasileiros e brasileiras”.

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Líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (Sem partido-AP) disse que foi firmado um compromisso de apreciar o PL “com profundidade” no Senado, em resposta ao regime de urgência que a Câmara aprovou para tramitação do projeto. “No Senado, não teremos atropelo! O tema será tratado com a prudência necessária e com o devido respeito”, disse o senador.

O presidente do senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), se reuniu com a ministra Sonia Guajajara e parlamentares contrários ao PL 490 antes da votação na Câmara dos Deputados Foto: Reprodução/Twitter/@randolfeap

A aprovação do Projeto de Lei do Marco Temporal impôs uma derrota ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com o apoio da base na Câmara, e levou a oposição a comemorar o revés sofrido pelo petista. Aliados do governo, entre lamentos, agora apostam no Senado e no Supremo Tribunal Federal (STF) para reverter o fracasso do governo.

A proposta que delimita até 1988, ano de promulgação da Constituição, a demarcação de terras indígenas recebeu o aval de 283 deputados, dos quais 98 de partidos com espaço na Esplanada dos Ministérios. Foram 155 votos contrários e uma abstenção.

O presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), recebeu nesta terça-feira, 30, a ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara. Ao lado da deputada Célia Xakriabá (PSOL-MG), Guajajara tentou animar os apoiadores de Lula: “A proposta agora vai para o Senado, e vamos aguardar ainda a votação do marco temporal no STF”, disse ela. Já Célia tentou minimizar a votação na Câmara: “Não nos sentimos derrotados”.

Um recado, porém, chegou à Corte com uma semana de antecedência. Antes da votação, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), enviou sinais para o Judiciário: “O fato é que o Supremo vai julgar no dia 7 (de Junho), e este Congresso precisa demonstrar que está tratando a matéria com responsabilidade”, afirmou à Agência Câmara. Assim que o julgamento foi posto em pauta, a Câmara, com apoio da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) e aliados de Jair Bolsonaro (PL), correu para se antecipar aos ministros.

O presidente da FPA, deputado Pedro Lupion (PP-PR), comemorou: “O projeto vai deixar claras as condicionantes da demarcação das terras indígenas, deixar clara a questão do marco temporal, fazer com que o direito de propriedade e a segurança jurídica imperem no nosso País”, disse. Em um rede social, ele publicou o momento em que Lira anuncia o resultado.

Entidades do agronegócio cobram prudência do Supremo. “Essa votação fez justiça tanto para indígenas quanto para a população. Esperamos que o STF enxergue que está sendo feita justiça social”, disse o vice-presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado de Mato Grosso (Aprosoja), Lucas Beber. Para ele, o marco temporal respeita a Constituição porque não proíbe novas demarcações, mas somente estabelece um novo critério.

Paulo Sérgio Aguiar, vice-presidente da Associação Brasileira de Produtores de Algodão (Abrapa), espera que os ministros entendam a mensagem dada pelo Congresso. “É uma sinalização da visão do Parlamento, que representa a população como um todo. Acredito que isso vá ajudar na tomada de decisão do STF”, disse Aguiar.

Ex-ministra de Agricultura de Bolsonaro, a senadora Tereza Cristina (PP-MS) disse que o marco temporal proporciona “paz no campo”. “É importante que o Congresso cumpra seu papel de legislar sobre temas relevantes, que tragam justiça e paz na terra, tanto para indígenas quanto para produtores rurais”, afirmou, em uma rede social.

Expectativa no Senado

A Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) prevê novas articulações no Senado. “Nossa resistência e estratégia contra o PL 490 segue no Senado. A defesa da Constituição será feita pelo STF, que precisa julgar contra o marco temporal”, afirmou a entidade. Se o Supremo decidir pela total inconstitucionalidade do tema, a votação da Câmara pode ser anulada.

Outra ministra que foi derrotada na Câmara é Marina Silva, da pasta do Meio Ambiente e Mudança do Clima. Ela se referiu à votação como “uma injustiça inaceitável contra os povos indígenas brasileiros”. Por meio de rede social, ela disse reiterar o “compromisso de luta e trabalho para que sejam assegurados os direitos constitucionais de todos os brasileiros e brasileiras”.

Líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (Sem partido-AP) disse que foi firmado um compromisso de apreciar o PL “com profundidade” no Senado, em resposta ao regime de urgência que a Câmara aprovou para tramitação do projeto. “No Senado, não teremos atropelo! O tema será tratado com a prudência necessária e com o devido respeito”, disse o senador.

O presidente do senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), se reuniu com a ministra Sonia Guajajara e parlamentares contrários ao PL 490 antes da votação na Câmara dos Deputados Foto: Reprodução/Twitter/@randolfeap

A aprovação do Projeto de Lei do Marco Temporal impôs uma derrota ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com o apoio da base na Câmara, e levou a oposição a comemorar o revés sofrido pelo petista. Aliados do governo, entre lamentos, agora apostam no Senado e no Supremo Tribunal Federal (STF) para reverter o fracasso do governo.

A proposta que delimita até 1988, ano de promulgação da Constituição, a demarcação de terras indígenas recebeu o aval de 283 deputados, dos quais 98 de partidos com espaço na Esplanada dos Ministérios. Foram 155 votos contrários e uma abstenção.

O presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), recebeu nesta terça-feira, 30, a ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara. Ao lado da deputada Célia Xakriabá (PSOL-MG), Guajajara tentou animar os apoiadores de Lula: “A proposta agora vai para o Senado, e vamos aguardar ainda a votação do marco temporal no STF”, disse ela. Já Célia tentou minimizar a votação na Câmara: “Não nos sentimos derrotados”.

Um recado, porém, chegou à Corte com uma semana de antecedência. Antes da votação, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), enviou sinais para o Judiciário: “O fato é que o Supremo vai julgar no dia 7 (de Junho), e este Congresso precisa demonstrar que está tratando a matéria com responsabilidade”, afirmou à Agência Câmara. Assim que o julgamento foi posto em pauta, a Câmara, com apoio da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) e aliados de Jair Bolsonaro (PL), correu para se antecipar aos ministros.

O presidente da FPA, deputado Pedro Lupion (PP-PR), comemorou: “O projeto vai deixar claras as condicionantes da demarcação das terras indígenas, deixar clara a questão do marco temporal, fazer com que o direito de propriedade e a segurança jurídica imperem no nosso País”, disse. Em um rede social, ele publicou o momento em que Lira anuncia o resultado.

Entidades do agronegócio cobram prudência do Supremo. “Essa votação fez justiça tanto para indígenas quanto para a população. Esperamos que o STF enxergue que está sendo feita justiça social”, disse o vice-presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado de Mato Grosso (Aprosoja), Lucas Beber. Para ele, o marco temporal respeita a Constituição porque não proíbe novas demarcações, mas somente estabelece um novo critério.

Paulo Sérgio Aguiar, vice-presidente da Associação Brasileira de Produtores de Algodão (Abrapa), espera que os ministros entendam a mensagem dada pelo Congresso. “É uma sinalização da visão do Parlamento, que representa a população como um todo. Acredito que isso vá ajudar na tomada de decisão do STF”, disse Aguiar.

Ex-ministra de Agricultura de Bolsonaro, a senadora Tereza Cristina (PP-MS) disse que o marco temporal proporciona “paz no campo”. “É importante que o Congresso cumpra seu papel de legislar sobre temas relevantes, que tragam justiça e paz na terra, tanto para indígenas quanto para produtores rurais”, afirmou, em uma rede social.

Expectativa no Senado

A Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) prevê novas articulações no Senado. “Nossa resistência e estratégia contra o PL 490 segue no Senado. A defesa da Constituição será feita pelo STF, que precisa julgar contra o marco temporal”, afirmou a entidade. Se o Supremo decidir pela total inconstitucionalidade do tema, a votação da Câmara pode ser anulada.

Outra ministra que foi derrotada na Câmara é Marina Silva, da pasta do Meio Ambiente e Mudança do Clima. Ela se referiu à votação como “uma injustiça inaceitável contra os povos indígenas brasileiros”. Por meio de rede social, ela disse reiterar o “compromisso de luta e trabalho para que sejam assegurados os direitos constitucionais de todos os brasileiros e brasileiras”.

Líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (Sem partido-AP) disse que foi firmado um compromisso de apreciar o PL “com profundidade” no Senado, em resposta ao regime de urgência que a Câmara aprovou para tramitação do projeto. “No Senado, não teremos atropelo! O tema será tratado com a prudência necessária e com o devido respeito”, disse o senador.

O presidente do senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), se reuniu com a ministra Sonia Guajajara e parlamentares contrários ao PL 490 antes da votação na Câmara dos Deputados Foto: Reprodução/Twitter/@randolfeap

A aprovação do Projeto de Lei do Marco Temporal impôs uma derrota ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com o apoio da base na Câmara, e levou a oposição a comemorar o revés sofrido pelo petista. Aliados do governo, entre lamentos, agora apostam no Senado e no Supremo Tribunal Federal (STF) para reverter o fracasso do governo.

A proposta que delimita até 1988, ano de promulgação da Constituição, a demarcação de terras indígenas recebeu o aval de 283 deputados, dos quais 98 de partidos com espaço na Esplanada dos Ministérios. Foram 155 votos contrários e uma abstenção.

O presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), recebeu nesta terça-feira, 30, a ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara. Ao lado da deputada Célia Xakriabá (PSOL-MG), Guajajara tentou animar os apoiadores de Lula: “A proposta agora vai para o Senado, e vamos aguardar ainda a votação do marco temporal no STF”, disse ela. Já Célia tentou minimizar a votação na Câmara: “Não nos sentimos derrotados”.

Um recado, porém, chegou à Corte com uma semana de antecedência. Antes da votação, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), enviou sinais para o Judiciário: “O fato é que o Supremo vai julgar no dia 7 (de Junho), e este Congresso precisa demonstrar que está tratando a matéria com responsabilidade”, afirmou à Agência Câmara. Assim que o julgamento foi posto em pauta, a Câmara, com apoio da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) e aliados de Jair Bolsonaro (PL), correu para se antecipar aos ministros.

O presidente da FPA, deputado Pedro Lupion (PP-PR), comemorou: “O projeto vai deixar claras as condicionantes da demarcação das terras indígenas, deixar clara a questão do marco temporal, fazer com que o direito de propriedade e a segurança jurídica imperem no nosso País”, disse. Em um rede social, ele publicou o momento em que Lira anuncia o resultado.

Entidades do agronegócio cobram prudência do Supremo. “Essa votação fez justiça tanto para indígenas quanto para a população. Esperamos que o STF enxergue que está sendo feita justiça social”, disse o vice-presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado de Mato Grosso (Aprosoja), Lucas Beber. Para ele, o marco temporal respeita a Constituição porque não proíbe novas demarcações, mas somente estabelece um novo critério.

Paulo Sérgio Aguiar, vice-presidente da Associação Brasileira de Produtores de Algodão (Abrapa), espera que os ministros entendam a mensagem dada pelo Congresso. “É uma sinalização da visão do Parlamento, que representa a população como um todo. Acredito que isso vá ajudar na tomada de decisão do STF”, disse Aguiar.

Ex-ministra de Agricultura de Bolsonaro, a senadora Tereza Cristina (PP-MS) disse que o marco temporal proporciona “paz no campo”. “É importante que o Congresso cumpra seu papel de legislar sobre temas relevantes, que tragam justiça e paz na terra, tanto para indígenas quanto para produtores rurais”, afirmou, em uma rede social.

Expectativa no Senado

A Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) prevê novas articulações no Senado. “Nossa resistência e estratégia contra o PL 490 segue no Senado. A defesa da Constituição será feita pelo STF, que precisa julgar contra o marco temporal”, afirmou a entidade. Se o Supremo decidir pela total inconstitucionalidade do tema, a votação da Câmara pode ser anulada.

Outra ministra que foi derrotada na Câmara é Marina Silva, da pasta do Meio Ambiente e Mudança do Clima. Ela se referiu à votação como “uma injustiça inaceitável contra os povos indígenas brasileiros”. Por meio de rede social, ela disse reiterar o “compromisso de luta e trabalho para que sejam assegurados os direitos constitucionais de todos os brasileiros e brasileiras”.

Líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (Sem partido-AP) disse que foi firmado um compromisso de apreciar o PL “com profundidade” no Senado, em resposta ao regime de urgência que a Câmara aprovou para tramitação do projeto. “No Senado, não teremos atropelo! O tema será tratado com a prudência necessária e com o devido respeito”, disse o senador.

O presidente do senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), se reuniu com a ministra Sonia Guajajara e parlamentares contrários ao PL 490 antes da votação na Câmara dos Deputados Foto: Reprodução/Twitter/@randolfeap

A aprovação do Projeto de Lei do Marco Temporal impôs uma derrota ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com o apoio da base na Câmara, e levou a oposição a comemorar o revés sofrido pelo petista. Aliados do governo, entre lamentos, agora apostam no Senado e no Supremo Tribunal Federal (STF) para reverter o fracasso do governo.

A proposta que delimita até 1988, ano de promulgação da Constituição, a demarcação de terras indígenas recebeu o aval de 283 deputados, dos quais 98 de partidos com espaço na Esplanada dos Ministérios. Foram 155 votos contrários e uma abstenção.

O presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), recebeu nesta terça-feira, 30, a ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara. Ao lado da deputada Célia Xakriabá (PSOL-MG), Guajajara tentou animar os apoiadores de Lula: “A proposta agora vai para o Senado, e vamos aguardar ainda a votação do marco temporal no STF”, disse ela. Já Célia tentou minimizar a votação na Câmara: “Não nos sentimos derrotados”.

Um recado, porém, chegou à Corte com uma semana de antecedência. Antes da votação, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), enviou sinais para o Judiciário: “O fato é que o Supremo vai julgar no dia 7 (de Junho), e este Congresso precisa demonstrar que está tratando a matéria com responsabilidade”, afirmou à Agência Câmara. Assim que o julgamento foi posto em pauta, a Câmara, com apoio da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) e aliados de Jair Bolsonaro (PL), correu para se antecipar aos ministros.

O presidente da FPA, deputado Pedro Lupion (PP-PR), comemorou: “O projeto vai deixar claras as condicionantes da demarcação das terras indígenas, deixar clara a questão do marco temporal, fazer com que o direito de propriedade e a segurança jurídica imperem no nosso País”, disse. Em um rede social, ele publicou o momento em que Lira anuncia o resultado.

Entidades do agronegócio cobram prudência do Supremo. “Essa votação fez justiça tanto para indígenas quanto para a população. Esperamos que o STF enxergue que está sendo feita justiça social”, disse o vice-presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado de Mato Grosso (Aprosoja), Lucas Beber. Para ele, o marco temporal respeita a Constituição porque não proíbe novas demarcações, mas somente estabelece um novo critério.

Paulo Sérgio Aguiar, vice-presidente da Associação Brasileira de Produtores de Algodão (Abrapa), espera que os ministros entendam a mensagem dada pelo Congresso. “É uma sinalização da visão do Parlamento, que representa a população como um todo. Acredito que isso vá ajudar na tomada de decisão do STF”, disse Aguiar.

Ex-ministra de Agricultura de Bolsonaro, a senadora Tereza Cristina (PP-MS) disse que o marco temporal proporciona “paz no campo”. “É importante que o Congresso cumpra seu papel de legislar sobre temas relevantes, que tragam justiça e paz na terra, tanto para indígenas quanto para produtores rurais”, afirmou, em uma rede social.

Expectativa no Senado

A Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) prevê novas articulações no Senado. “Nossa resistência e estratégia contra o PL 490 segue no Senado. A defesa da Constituição será feita pelo STF, que precisa julgar contra o marco temporal”, afirmou a entidade. Se o Supremo decidir pela total inconstitucionalidade do tema, a votação da Câmara pode ser anulada.

Outra ministra que foi derrotada na Câmara é Marina Silva, da pasta do Meio Ambiente e Mudança do Clima. Ela se referiu à votação como “uma injustiça inaceitável contra os povos indígenas brasileiros”. Por meio de rede social, ela disse reiterar o “compromisso de luta e trabalho para que sejam assegurados os direitos constitucionais de todos os brasileiros e brasileiras”.

Líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (Sem partido-AP) disse que foi firmado um compromisso de apreciar o PL “com profundidade” no Senado, em resposta ao regime de urgência que a Câmara aprovou para tramitação do projeto. “No Senado, não teremos atropelo! O tema será tratado com a prudência necessária e com o devido respeito”, disse o senador.

O presidente do senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), se reuniu com a ministra Sonia Guajajara e parlamentares contrários ao PL 490 antes da votação na Câmara dos Deputados Foto: Reprodução/Twitter/@randolfeap

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