Líderes de partidos de oposição afirmaram ontem que o governo os traiu ao anunciar o pacote de aumento de impostos para compensar a perda de arrecadação com o fim da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). Os oposicionistas prometem endurecer e liderar uma ?batalha campal? para impedir a aprovação da proposta orçamentária deste ano, prevista para ser votada em fevereiro, quando o Congresso voltará do recesso. ?Nos sentimos traídos?, resumiu o líder do DEM no Senado, José Agripino Maia (RN), momentos depois do anúncio do aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e da Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL) do setor financeiro. ?Me sinto traído. Houve rompimento do acordo feito com a oposição?, concordou o do PSDB, Arthur Virgilio (AM). Em dezembro, quando a CPMF foi derrubada no Senado, a oposição aceitou aprovar a Desvinculação de Recursos da União (DRU) desde que o governo se comprometesse a não aumentar a carga tributária para compensar o fim da CPMF. ?É um governo com sua habitual gulodice fiscal. Isso vai encarecer a produção?, reclamou Agripino. ?O governo não chamou ninguém para conversar. É mentira que precisa de dinheiro para compensar a CPMF?, criticou Virgílio. ?Queremos corte de gastos e não aumento de impostos. Não vamos compactuar com aumento de carga tributária.? Os aliados comemoraram. ?Foram medidas equilibradas?, disse o líder do PSB no Senado, Renato Casagrande (ES). ?É um mal menor?, resumiu o do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN). ?O aumento atinge o setor financeiro, que foi o mais beneficiado nos últimos anos. O governo apertou o cinto onde tinha de apertar.? As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.