Bolsonaristas desmontam acampamentos pelo País após ordem de Moraes e ações da PM


Na maioria dos casos, autoridades estaduais conseguem negociar saídas pacíficas e cumprir prazo de 24 horas dado por ministro do Supremo Tribunal Federal

Por Carlos Eduardo Cherem, Camila Costa da Cunha, Regina Bochicchio e João Victor Paiva
Atualização:

Acampamentos bolsonaristas foram desmobilizados ao longo desta segunda, 9, em todo o País em cumprimento à ordem dada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Nas capitais, barracas foram desmontadas após intervenção de policiais militares que agiram conforme determinado por governos estaduais e municipais. Não houve registros de confrontos, mas alguns golpistas tentaram resistir em Belo Horizonte, Recife e Florianópolis.

Pela manhã, uma mulher de cabelos grisalhos balançava a bandeira do Brasil e pedia intervenção militar e divina em frente ao comando do Exército, na Avenida Raja Gabaglia, no bairro Gutierrez, em Belo Horizonte. “Deus nos ajuda, nos ajuda. Temos de fazer a intervenção”, gritava a mulher para os veículos que passavam no local.

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Quatro pessoas seguem pedindo intervenção militar em frente ao comando do Exército em Belo Horizonte. Foto: Carlos Eduardo Cheren Foto: Carlos Eduardo Cherem

Posicionada no canteiro central da via durante quase todo o dia, a mulher foi interpelada por policiais militares, mas negou-se a se identificar. Exaltada, xingou os agentes, pediu socorro a quem passava pela via - dizendo que estava sendo agredida - e, após insistência da PM, afirmou que seu nome era “Maria Lula da Silva”.

Apesar dos recorrentes desacatos, ela não foi detida, mas encaminhada à UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Oeste, próxima do local. Depois de se negar a sair do canteiro central, ela afirmou que estava passando mal e pediu ajuda. Os policiais a socorrem e fizeram com que ela se comprometesse em seguida a comparecer a uma audiência no Juizado Especial Criminal de Belo Horizonte. Segundo a PM, toda a ação foi gravada. Outros sete golpistas foram identificados.

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O acampamento em Belo Horizonte foi montado logo após a vitória democrática do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na sexta-feira, 6, a Prefeitura de Belo Horizonte já havia retirado a estrutura composta por barracas, carros de som, móveis e utensílios para refeições. A ação se deu antes das invasões em Brasília e foi motivada por agressões feitas pelo grupo a jornalistas.

Florianópolis

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Em Florianópolis, o cenário de resistência se manteve até o meio da tarde. A reportagem do Estadão esteve no local e foi hostilizada por golpistas que não aceitavam ser fotografados em área pública. Por volta das 16h30, policiais militares forçaram os participantes a desocupar a calçada em frente ao 63º Batalhão de Infantaria, no bairro do Estreito, parte continental de Florianópolis, e levar seus pertences.

Bolsonaristas seguem acampados em frente a quartel de Florianópolis e prometem resistir à ordem de desocupação. Foto: Camila Costa da Cunha/Estadão Foto: Camila Costa da Cunha

O atual governador, Jorginho Mello (PL), que deu sustentação ao governo Jair Bolsonaro ao longo dos últimos quatro anos, reuniu-se com o comandante-geral da Polícia Militar nesta manhã e determinou a “preservação da ordem pública, em respeito às leis constitucionais e às medidas recentemente editadas de nível federal.”

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A desocupação se deu de forma pacífica. Mesmo contrariados - os mais exaltados gritavam palavras de ordem e ainda pediam “socorro” às Forças Armadas - os bolsonaristas cumpriram a ordem dos policiais. A prefeitura retirou posteriormente os banheiros químicos que ficavam à disposição do grupo e limpou por completo a via e a calçada. A PM também conseguiu desmontar o acampamento que havia em Joinville.

Recife

O prefeito de Recife, João Campos (PSB-PE), informou pelas redes sociais que havia colocado os serviços municipais à disposição da governadora Raquel Lyra (PSDB) logo pela manhã, mas o desmonte demorou mais na capital pernambucana. Apenas no início da noite um caminhão de mudança chegou ao Comando Militar do Nordeste (CMNE), na BR-232.

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Segundo a Polícia Rodoviária Federal eram cerca de 30 os bolsonaristas que resistiam. Por volta das 18h, três senhoras saíram da frente do quartel com alguns pertences. Disseram que estavam indo embora, mas “por enquanto”. A reportagem acompanhou a desmontagem de todas as barracas - as menores foram levadas pelo grupo, que fez uma última oração e em seguida deixou o local criticando o Exército.

Caminhão de mudança recolhe pertences de bolsonaristas que acampavam em frente a quartel em Recife. Foto: João Victor Paiva/Estadão Foto: João Victor Paiva/Estadão
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Salvador

Em Salvador, as forças de segurança conseguiram desmontar as barracas por volta das 16h sem confronto, segundo informou a Polícia Militar. Apesar do desmonte da estrutura, parte do grupo, cerca de 20 pessoas, resiste em deixar as proximidades do Quartel General da 6ª Região, mais conhecido como Quartel da Mouraria.

Negociadores do Bope tentam convencer os radicais a deixarem a área. O governo vai cumprir o prazo de 24 horas determinado pelo STF. Segundo apurou o Estadão, a orientação é a de que a força seja usada somente em último caso, ou seja, se os bolsonaristas insistirem em permanecer no local após o prazo legal para a desocupação da área pública.

Policiais militares de Salvador desocupam acampamento bolsonarista montado perto de quartel. Foto: Alberto Maraux/SSP Foto: Alberto Maraux/SSP

O governo baiano também cumpriu a ordem judicial nos municípios de Feira de Santana e Alagoinhas, ambos também registravam concentração de golpistas nas proximidades de quartéis do Exército.

Rio e SP

Um dia após ataques de bolsonaristas aos prédios dos Três Poderes em Brasília, golpistas começaram, por iniciativa própria, a desocupar na manhã desta segunda-feira, 9, o acampamento que mantinham em frente ao Comando Militar do Leste (CML), no centro do Rio de Janeiro. A desocupação ocorreu após o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), ordenar “desocupação e dissolução total” dos acampamentos em até 24 horas.

Cerca de 50 manifestantes começaram a retirar barracas, toldos e pallets usados no acampamento por volta das 13h. A desocupação ocorre sem a presença da Polícia Militar e da Guarda Municipal. No início da manhã, um fotógrafo da Agência Futura, a serviço do jornal Folha de S.Paulo, foi agredido por um participante do grupo. Ele foi cercado e ameaçado pelos bolsonaristas.

Já na capital paulista, a Polícia Militar desmontou o acampamento de bolsonaristas em frente ao Comando Militar do Sudeste, em São Paulo, na tarde desta segunda-feira, 9. A dissolução do foco ocorreu sem o uso da força, embora um jornalista tenha sido agredido. Por volta das 13h30, apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro guardavam seus pertences em carros e caminhonetes para abandonar o local. Era o começo do fim do acampamento.

Mais cedo, o secretário de Segurança de São Paulo, Guilherme Derrite, afirmou que o Estado tentaria dissolver os acampamentos utilizando o “diálogo” e, apenas se necessário, fazendo uso escalonado da força. A orientação por uma abordagem “pacífica” partiu do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), ex-ministro de Bolsonaro.

No início da noite, a SSP informou que os 34 acampamentos montados no Estado estavam desmontados.

Cuiabá

Bolsonaristas que acampavam em frente à 13ª Brigada de Infantaria Motorizada, em Cuiabá, deixaram o local nesta segunda-feira, por volta das 17h. Os extremistas, que pediam por uma intervenção militar, estavam no local, às margens da Avenida Historiador Rubens de Mendonça, desde a derrota de Jair Bolsonaro (PL) para Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em outubro.

Embalados pelas ações violentas em Brasília no domingo, extremistas realizaram atos de terrorismo durante toda a tarde do domingo e madrugada da segunda-feira em diferentes regiões de Mato Grosso. Por volta das 13h30 de domingo, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) informou que havia pontos de bloqueio total na BR-163 no Estado: em Sinop, Sorriso, Matupá e Guarantã do Norte, em uma ação orquestrada. Além de ameaças com armas, os terroristas em Mato Grosso tocaram fogo numa ponte que liga os municípios de Sorriso e Lucas do Rio Verde.

Acampamentos bolsonaristas foram desmobilizados ao longo desta segunda, 9, em todo o País em cumprimento à ordem dada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Nas capitais, barracas foram desmontadas após intervenção de policiais militares que agiram conforme determinado por governos estaduais e municipais. Não houve registros de confrontos, mas alguns golpistas tentaram resistir em Belo Horizonte, Recife e Florianópolis.

Pela manhã, uma mulher de cabelos grisalhos balançava a bandeira do Brasil e pedia intervenção militar e divina em frente ao comando do Exército, na Avenida Raja Gabaglia, no bairro Gutierrez, em Belo Horizonte. “Deus nos ajuda, nos ajuda. Temos de fazer a intervenção”, gritava a mulher para os veículos que passavam no local.

Quatro pessoas seguem pedindo intervenção militar em frente ao comando do Exército em Belo Horizonte. Foto: Carlos Eduardo Cheren Foto: Carlos Eduardo Cherem

Posicionada no canteiro central da via durante quase todo o dia, a mulher foi interpelada por policiais militares, mas negou-se a se identificar. Exaltada, xingou os agentes, pediu socorro a quem passava pela via - dizendo que estava sendo agredida - e, após insistência da PM, afirmou que seu nome era “Maria Lula da Silva”.

Apesar dos recorrentes desacatos, ela não foi detida, mas encaminhada à UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Oeste, próxima do local. Depois de se negar a sair do canteiro central, ela afirmou que estava passando mal e pediu ajuda. Os policiais a socorrem e fizeram com que ela se comprometesse em seguida a comparecer a uma audiência no Juizado Especial Criminal de Belo Horizonte. Segundo a PM, toda a ação foi gravada. Outros sete golpistas foram identificados.

O acampamento em Belo Horizonte foi montado logo após a vitória democrática do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na sexta-feira, 6, a Prefeitura de Belo Horizonte já havia retirado a estrutura composta por barracas, carros de som, móveis e utensílios para refeições. A ação se deu antes das invasões em Brasília e foi motivada por agressões feitas pelo grupo a jornalistas.

Florianópolis

Em Florianópolis, o cenário de resistência se manteve até o meio da tarde. A reportagem do Estadão esteve no local e foi hostilizada por golpistas que não aceitavam ser fotografados em área pública. Por volta das 16h30, policiais militares forçaram os participantes a desocupar a calçada em frente ao 63º Batalhão de Infantaria, no bairro do Estreito, parte continental de Florianópolis, e levar seus pertences.

Bolsonaristas seguem acampados em frente a quartel de Florianópolis e prometem resistir à ordem de desocupação. Foto: Camila Costa da Cunha/Estadão Foto: Camila Costa da Cunha

O atual governador, Jorginho Mello (PL), que deu sustentação ao governo Jair Bolsonaro ao longo dos últimos quatro anos, reuniu-se com o comandante-geral da Polícia Militar nesta manhã e determinou a “preservação da ordem pública, em respeito às leis constitucionais e às medidas recentemente editadas de nível federal.”

A desocupação se deu de forma pacífica. Mesmo contrariados - os mais exaltados gritavam palavras de ordem e ainda pediam “socorro” às Forças Armadas - os bolsonaristas cumpriram a ordem dos policiais. A prefeitura retirou posteriormente os banheiros químicos que ficavam à disposição do grupo e limpou por completo a via e a calçada. A PM também conseguiu desmontar o acampamento que havia em Joinville.

Recife

O prefeito de Recife, João Campos (PSB-PE), informou pelas redes sociais que havia colocado os serviços municipais à disposição da governadora Raquel Lyra (PSDB) logo pela manhã, mas o desmonte demorou mais na capital pernambucana. Apenas no início da noite um caminhão de mudança chegou ao Comando Militar do Nordeste (CMNE), na BR-232.

Segundo a Polícia Rodoviária Federal eram cerca de 30 os bolsonaristas que resistiam. Por volta das 18h, três senhoras saíram da frente do quartel com alguns pertences. Disseram que estavam indo embora, mas “por enquanto”. A reportagem acompanhou a desmontagem de todas as barracas - as menores foram levadas pelo grupo, que fez uma última oração e em seguida deixou o local criticando o Exército.

Caminhão de mudança recolhe pertences de bolsonaristas que acampavam em frente a quartel em Recife. Foto: João Victor Paiva/Estadão Foto: João Victor Paiva/Estadão

Salvador

Em Salvador, as forças de segurança conseguiram desmontar as barracas por volta das 16h sem confronto, segundo informou a Polícia Militar. Apesar do desmonte da estrutura, parte do grupo, cerca de 20 pessoas, resiste em deixar as proximidades do Quartel General da 6ª Região, mais conhecido como Quartel da Mouraria.

Negociadores do Bope tentam convencer os radicais a deixarem a área. O governo vai cumprir o prazo de 24 horas determinado pelo STF. Segundo apurou o Estadão, a orientação é a de que a força seja usada somente em último caso, ou seja, se os bolsonaristas insistirem em permanecer no local após o prazo legal para a desocupação da área pública.

Policiais militares de Salvador desocupam acampamento bolsonarista montado perto de quartel. Foto: Alberto Maraux/SSP Foto: Alberto Maraux/SSP

O governo baiano também cumpriu a ordem judicial nos municípios de Feira de Santana e Alagoinhas, ambos também registravam concentração de golpistas nas proximidades de quartéis do Exército.

Rio e SP

Um dia após ataques de bolsonaristas aos prédios dos Três Poderes em Brasília, golpistas começaram, por iniciativa própria, a desocupar na manhã desta segunda-feira, 9, o acampamento que mantinham em frente ao Comando Militar do Leste (CML), no centro do Rio de Janeiro. A desocupação ocorreu após o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), ordenar “desocupação e dissolução total” dos acampamentos em até 24 horas.

Cerca de 50 manifestantes começaram a retirar barracas, toldos e pallets usados no acampamento por volta das 13h. A desocupação ocorre sem a presença da Polícia Militar e da Guarda Municipal. No início da manhã, um fotógrafo da Agência Futura, a serviço do jornal Folha de S.Paulo, foi agredido por um participante do grupo. Ele foi cercado e ameaçado pelos bolsonaristas.

Já na capital paulista, a Polícia Militar desmontou o acampamento de bolsonaristas em frente ao Comando Militar do Sudeste, em São Paulo, na tarde desta segunda-feira, 9. A dissolução do foco ocorreu sem o uso da força, embora um jornalista tenha sido agredido. Por volta das 13h30, apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro guardavam seus pertences em carros e caminhonetes para abandonar o local. Era o começo do fim do acampamento.

Mais cedo, o secretário de Segurança de São Paulo, Guilherme Derrite, afirmou que o Estado tentaria dissolver os acampamentos utilizando o “diálogo” e, apenas se necessário, fazendo uso escalonado da força. A orientação por uma abordagem “pacífica” partiu do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), ex-ministro de Bolsonaro.

No início da noite, a SSP informou que os 34 acampamentos montados no Estado estavam desmontados.

Cuiabá

Bolsonaristas que acampavam em frente à 13ª Brigada de Infantaria Motorizada, em Cuiabá, deixaram o local nesta segunda-feira, por volta das 17h. Os extremistas, que pediam por uma intervenção militar, estavam no local, às margens da Avenida Historiador Rubens de Mendonça, desde a derrota de Jair Bolsonaro (PL) para Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em outubro.

Embalados pelas ações violentas em Brasília no domingo, extremistas realizaram atos de terrorismo durante toda a tarde do domingo e madrugada da segunda-feira em diferentes regiões de Mato Grosso. Por volta das 13h30 de domingo, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) informou que havia pontos de bloqueio total na BR-163 no Estado: em Sinop, Sorriso, Matupá e Guarantã do Norte, em uma ação orquestrada. Além de ameaças com armas, os terroristas em Mato Grosso tocaram fogo numa ponte que liga os municípios de Sorriso e Lucas do Rio Verde.

Acampamentos bolsonaristas foram desmobilizados ao longo desta segunda, 9, em todo o País em cumprimento à ordem dada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Nas capitais, barracas foram desmontadas após intervenção de policiais militares que agiram conforme determinado por governos estaduais e municipais. Não houve registros de confrontos, mas alguns golpistas tentaram resistir em Belo Horizonte, Recife e Florianópolis.

Pela manhã, uma mulher de cabelos grisalhos balançava a bandeira do Brasil e pedia intervenção militar e divina em frente ao comando do Exército, na Avenida Raja Gabaglia, no bairro Gutierrez, em Belo Horizonte. “Deus nos ajuda, nos ajuda. Temos de fazer a intervenção”, gritava a mulher para os veículos que passavam no local.

Quatro pessoas seguem pedindo intervenção militar em frente ao comando do Exército em Belo Horizonte. Foto: Carlos Eduardo Cheren Foto: Carlos Eduardo Cherem

Posicionada no canteiro central da via durante quase todo o dia, a mulher foi interpelada por policiais militares, mas negou-se a se identificar. Exaltada, xingou os agentes, pediu socorro a quem passava pela via - dizendo que estava sendo agredida - e, após insistência da PM, afirmou que seu nome era “Maria Lula da Silva”.

Apesar dos recorrentes desacatos, ela não foi detida, mas encaminhada à UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Oeste, próxima do local. Depois de se negar a sair do canteiro central, ela afirmou que estava passando mal e pediu ajuda. Os policiais a socorrem e fizeram com que ela se comprometesse em seguida a comparecer a uma audiência no Juizado Especial Criminal de Belo Horizonte. Segundo a PM, toda a ação foi gravada. Outros sete golpistas foram identificados.

O acampamento em Belo Horizonte foi montado logo após a vitória democrática do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na sexta-feira, 6, a Prefeitura de Belo Horizonte já havia retirado a estrutura composta por barracas, carros de som, móveis e utensílios para refeições. A ação se deu antes das invasões em Brasília e foi motivada por agressões feitas pelo grupo a jornalistas.

Florianópolis

Em Florianópolis, o cenário de resistência se manteve até o meio da tarde. A reportagem do Estadão esteve no local e foi hostilizada por golpistas que não aceitavam ser fotografados em área pública. Por volta das 16h30, policiais militares forçaram os participantes a desocupar a calçada em frente ao 63º Batalhão de Infantaria, no bairro do Estreito, parte continental de Florianópolis, e levar seus pertences.

Bolsonaristas seguem acampados em frente a quartel de Florianópolis e prometem resistir à ordem de desocupação. Foto: Camila Costa da Cunha/Estadão Foto: Camila Costa da Cunha

O atual governador, Jorginho Mello (PL), que deu sustentação ao governo Jair Bolsonaro ao longo dos últimos quatro anos, reuniu-se com o comandante-geral da Polícia Militar nesta manhã e determinou a “preservação da ordem pública, em respeito às leis constitucionais e às medidas recentemente editadas de nível federal.”

A desocupação se deu de forma pacífica. Mesmo contrariados - os mais exaltados gritavam palavras de ordem e ainda pediam “socorro” às Forças Armadas - os bolsonaristas cumpriram a ordem dos policiais. A prefeitura retirou posteriormente os banheiros químicos que ficavam à disposição do grupo e limpou por completo a via e a calçada. A PM também conseguiu desmontar o acampamento que havia em Joinville.

Recife

O prefeito de Recife, João Campos (PSB-PE), informou pelas redes sociais que havia colocado os serviços municipais à disposição da governadora Raquel Lyra (PSDB) logo pela manhã, mas o desmonte demorou mais na capital pernambucana. Apenas no início da noite um caminhão de mudança chegou ao Comando Militar do Nordeste (CMNE), na BR-232.

Segundo a Polícia Rodoviária Federal eram cerca de 30 os bolsonaristas que resistiam. Por volta das 18h, três senhoras saíram da frente do quartel com alguns pertences. Disseram que estavam indo embora, mas “por enquanto”. A reportagem acompanhou a desmontagem de todas as barracas - as menores foram levadas pelo grupo, que fez uma última oração e em seguida deixou o local criticando o Exército.

Caminhão de mudança recolhe pertences de bolsonaristas que acampavam em frente a quartel em Recife. Foto: João Victor Paiva/Estadão Foto: João Victor Paiva/Estadão

Salvador

Em Salvador, as forças de segurança conseguiram desmontar as barracas por volta das 16h sem confronto, segundo informou a Polícia Militar. Apesar do desmonte da estrutura, parte do grupo, cerca de 20 pessoas, resiste em deixar as proximidades do Quartel General da 6ª Região, mais conhecido como Quartel da Mouraria.

Negociadores do Bope tentam convencer os radicais a deixarem a área. O governo vai cumprir o prazo de 24 horas determinado pelo STF. Segundo apurou o Estadão, a orientação é a de que a força seja usada somente em último caso, ou seja, se os bolsonaristas insistirem em permanecer no local após o prazo legal para a desocupação da área pública.

Policiais militares de Salvador desocupam acampamento bolsonarista montado perto de quartel. Foto: Alberto Maraux/SSP Foto: Alberto Maraux/SSP

O governo baiano também cumpriu a ordem judicial nos municípios de Feira de Santana e Alagoinhas, ambos também registravam concentração de golpistas nas proximidades de quartéis do Exército.

Rio e SP

Um dia após ataques de bolsonaristas aos prédios dos Três Poderes em Brasília, golpistas começaram, por iniciativa própria, a desocupar na manhã desta segunda-feira, 9, o acampamento que mantinham em frente ao Comando Militar do Leste (CML), no centro do Rio de Janeiro. A desocupação ocorreu após o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), ordenar “desocupação e dissolução total” dos acampamentos em até 24 horas.

Cerca de 50 manifestantes começaram a retirar barracas, toldos e pallets usados no acampamento por volta das 13h. A desocupação ocorre sem a presença da Polícia Militar e da Guarda Municipal. No início da manhã, um fotógrafo da Agência Futura, a serviço do jornal Folha de S.Paulo, foi agredido por um participante do grupo. Ele foi cercado e ameaçado pelos bolsonaristas.

Já na capital paulista, a Polícia Militar desmontou o acampamento de bolsonaristas em frente ao Comando Militar do Sudeste, em São Paulo, na tarde desta segunda-feira, 9. A dissolução do foco ocorreu sem o uso da força, embora um jornalista tenha sido agredido. Por volta das 13h30, apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro guardavam seus pertences em carros e caminhonetes para abandonar o local. Era o começo do fim do acampamento.

Mais cedo, o secretário de Segurança de São Paulo, Guilherme Derrite, afirmou que o Estado tentaria dissolver os acampamentos utilizando o “diálogo” e, apenas se necessário, fazendo uso escalonado da força. A orientação por uma abordagem “pacífica” partiu do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), ex-ministro de Bolsonaro.

No início da noite, a SSP informou que os 34 acampamentos montados no Estado estavam desmontados.

Cuiabá

Bolsonaristas que acampavam em frente à 13ª Brigada de Infantaria Motorizada, em Cuiabá, deixaram o local nesta segunda-feira, por volta das 17h. Os extremistas, que pediam por uma intervenção militar, estavam no local, às margens da Avenida Historiador Rubens de Mendonça, desde a derrota de Jair Bolsonaro (PL) para Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em outubro.

Embalados pelas ações violentas em Brasília no domingo, extremistas realizaram atos de terrorismo durante toda a tarde do domingo e madrugada da segunda-feira em diferentes regiões de Mato Grosso. Por volta das 13h30 de domingo, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) informou que havia pontos de bloqueio total na BR-163 no Estado: em Sinop, Sorriso, Matupá e Guarantã do Norte, em uma ação orquestrada. Além de ameaças com armas, os terroristas em Mato Grosso tocaram fogo numa ponte que liga os municípios de Sorriso e Lucas do Rio Verde.

Acampamentos bolsonaristas foram desmobilizados ao longo desta segunda, 9, em todo o País em cumprimento à ordem dada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Nas capitais, barracas foram desmontadas após intervenção de policiais militares que agiram conforme determinado por governos estaduais e municipais. Não houve registros de confrontos, mas alguns golpistas tentaram resistir em Belo Horizonte, Recife e Florianópolis.

Pela manhã, uma mulher de cabelos grisalhos balançava a bandeira do Brasil e pedia intervenção militar e divina em frente ao comando do Exército, na Avenida Raja Gabaglia, no bairro Gutierrez, em Belo Horizonte. “Deus nos ajuda, nos ajuda. Temos de fazer a intervenção”, gritava a mulher para os veículos que passavam no local.

Quatro pessoas seguem pedindo intervenção militar em frente ao comando do Exército em Belo Horizonte. Foto: Carlos Eduardo Cheren Foto: Carlos Eduardo Cherem

Posicionada no canteiro central da via durante quase todo o dia, a mulher foi interpelada por policiais militares, mas negou-se a se identificar. Exaltada, xingou os agentes, pediu socorro a quem passava pela via - dizendo que estava sendo agredida - e, após insistência da PM, afirmou que seu nome era “Maria Lula da Silva”.

Apesar dos recorrentes desacatos, ela não foi detida, mas encaminhada à UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Oeste, próxima do local. Depois de se negar a sair do canteiro central, ela afirmou que estava passando mal e pediu ajuda. Os policiais a socorrem e fizeram com que ela se comprometesse em seguida a comparecer a uma audiência no Juizado Especial Criminal de Belo Horizonte. Segundo a PM, toda a ação foi gravada. Outros sete golpistas foram identificados.

O acampamento em Belo Horizonte foi montado logo após a vitória democrática do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na sexta-feira, 6, a Prefeitura de Belo Horizonte já havia retirado a estrutura composta por barracas, carros de som, móveis e utensílios para refeições. A ação se deu antes das invasões em Brasília e foi motivada por agressões feitas pelo grupo a jornalistas.

Florianópolis

Em Florianópolis, o cenário de resistência se manteve até o meio da tarde. A reportagem do Estadão esteve no local e foi hostilizada por golpistas que não aceitavam ser fotografados em área pública. Por volta das 16h30, policiais militares forçaram os participantes a desocupar a calçada em frente ao 63º Batalhão de Infantaria, no bairro do Estreito, parte continental de Florianópolis, e levar seus pertences.

Bolsonaristas seguem acampados em frente a quartel de Florianópolis e prometem resistir à ordem de desocupação. Foto: Camila Costa da Cunha/Estadão Foto: Camila Costa da Cunha

O atual governador, Jorginho Mello (PL), que deu sustentação ao governo Jair Bolsonaro ao longo dos últimos quatro anos, reuniu-se com o comandante-geral da Polícia Militar nesta manhã e determinou a “preservação da ordem pública, em respeito às leis constitucionais e às medidas recentemente editadas de nível federal.”

A desocupação se deu de forma pacífica. Mesmo contrariados - os mais exaltados gritavam palavras de ordem e ainda pediam “socorro” às Forças Armadas - os bolsonaristas cumpriram a ordem dos policiais. A prefeitura retirou posteriormente os banheiros químicos que ficavam à disposição do grupo e limpou por completo a via e a calçada. A PM também conseguiu desmontar o acampamento que havia em Joinville.

Recife

O prefeito de Recife, João Campos (PSB-PE), informou pelas redes sociais que havia colocado os serviços municipais à disposição da governadora Raquel Lyra (PSDB) logo pela manhã, mas o desmonte demorou mais na capital pernambucana. Apenas no início da noite um caminhão de mudança chegou ao Comando Militar do Nordeste (CMNE), na BR-232.

Segundo a Polícia Rodoviária Federal eram cerca de 30 os bolsonaristas que resistiam. Por volta das 18h, três senhoras saíram da frente do quartel com alguns pertences. Disseram que estavam indo embora, mas “por enquanto”. A reportagem acompanhou a desmontagem de todas as barracas - as menores foram levadas pelo grupo, que fez uma última oração e em seguida deixou o local criticando o Exército.

Caminhão de mudança recolhe pertences de bolsonaristas que acampavam em frente a quartel em Recife. Foto: João Victor Paiva/Estadão Foto: João Victor Paiva/Estadão

Salvador

Em Salvador, as forças de segurança conseguiram desmontar as barracas por volta das 16h sem confronto, segundo informou a Polícia Militar. Apesar do desmonte da estrutura, parte do grupo, cerca de 20 pessoas, resiste em deixar as proximidades do Quartel General da 6ª Região, mais conhecido como Quartel da Mouraria.

Negociadores do Bope tentam convencer os radicais a deixarem a área. O governo vai cumprir o prazo de 24 horas determinado pelo STF. Segundo apurou o Estadão, a orientação é a de que a força seja usada somente em último caso, ou seja, se os bolsonaristas insistirem em permanecer no local após o prazo legal para a desocupação da área pública.

Policiais militares de Salvador desocupam acampamento bolsonarista montado perto de quartel. Foto: Alberto Maraux/SSP Foto: Alberto Maraux/SSP

O governo baiano também cumpriu a ordem judicial nos municípios de Feira de Santana e Alagoinhas, ambos também registravam concentração de golpistas nas proximidades de quartéis do Exército.

Rio e SP

Um dia após ataques de bolsonaristas aos prédios dos Três Poderes em Brasília, golpistas começaram, por iniciativa própria, a desocupar na manhã desta segunda-feira, 9, o acampamento que mantinham em frente ao Comando Militar do Leste (CML), no centro do Rio de Janeiro. A desocupação ocorreu após o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), ordenar “desocupação e dissolução total” dos acampamentos em até 24 horas.

Cerca de 50 manifestantes começaram a retirar barracas, toldos e pallets usados no acampamento por volta das 13h. A desocupação ocorre sem a presença da Polícia Militar e da Guarda Municipal. No início da manhã, um fotógrafo da Agência Futura, a serviço do jornal Folha de S.Paulo, foi agredido por um participante do grupo. Ele foi cercado e ameaçado pelos bolsonaristas.

Já na capital paulista, a Polícia Militar desmontou o acampamento de bolsonaristas em frente ao Comando Militar do Sudeste, em São Paulo, na tarde desta segunda-feira, 9. A dissolução do foco ocorreu sem o uso da força, embora um jornalista tenha sido agredido. Por volta das 13h30, apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro guardavam seus pertences em carros e caminhonetes para abandonar o local. Era o começo do fim do acampamento.

Mais cedo, o secretário de Segurança de São Paulo, Guilherme Derrite, afirmou que o Estado tentaria dissolver os acampamentos utilizando o “diálogo” e, apenas se necessário, fazendo uso escalonado da força. A orientação por uma abordagem “pacífica” partiu do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), ex-ministro de Bolsonaro.

No início da noite, a SSP informou que os 34 acampamentos montados no Estado estavam desmontados.

Cuiabá

Bolsonaristas que acampavam em frente à 13ª Brigada de Infantaria Motorizada, em Cuiabá, deixaram o local nesta segunda-feira, por volta das 17h. Os extremistas, que pediam por uma intervenção militar, estavam no local, às margens da Avenida Historiador Rubens de Mendonça, desde a derrota de Jair Bolsonaro (PL) para Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em outubro.

Embalados pelas ações violentas em Brasília no domingo, extremistas realizaram atos de terrorismo durante toda a tarde do domingo e madrugada da segunda-feira em diferentes regiões de Mato Grosso. Por volta das 13h30 de domingo, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) informou que havia pontos de bloqueio total na BR-163 no Estado: em Sinop, Sorriso, Matupá e Guarantã do Norte, em uma ação orquestrada. Além de ameaças com armas, os terroristas em Mato Grosso tocaram fogo numa ponte que liga os municípios de Sorriso e Lucas do Rio Verde.

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