O prefeito de São Bernardo do Campo, Orlando Morando, anunciou nesta terça-feira, 17, sua saída do PSDB após quase duas décadas de filiação. Ele atribuiu a decisão a uma série de ações que, em sua visão, desrespeitaram os valores do partido e sua base partidária.
“Foi uma sequência de ingerências e ações ilegítimas que ferem profundamente os valores que sempre guiaram a trajetória política”, disse o prefeito à Folha de São Paulo. “Tais práticas representam não apenas um desrespeito aos membros que compõem a base partidária, mas também uma afronta à confiança do eleitorado e aos ideais que deveriam nortear o exercício da política e não para defesa de interesses pessoais”, declarou o prefeito.
Morando também criticou abertamente a postura das lideranças nacionais e estaduais do PSDB, destacando interferências administrativas que considera prejudiciais. Segundo ele, o governador Eduardo Leite, o deputado Aécio Neves (PSDB-MG) e o prefeito de Santo André Paulo Serra “expuseram práticas incompatíveis com os princípios da ética e da democracia.
“Tais práticas representam não apenas um desrespeito aos membros que compõem a base partidária, mas também uma afronta à confiança do eleitorado e aos ideais que deveriam nortear o exercício da política e não para defesa de interesses pessoais”, disse Morando.
O prefeito também lamentou a perda de relevância do PSDB no cenário político. “O PSDB deu uma contribuição enorme para o Brasil e para São Paulo. Mas os ideais de Fernando Henrique Cardoso, de Mário Covas, de Franco Montoro há muito se perderam”, afirmou.
A saída de Morando se soma a outras desfiliações recentes de nomes importantes, como Duarte Nogueira, prefeito de Ribeirão Preto. O PSDB, que já foi uma das maiores forças políticas do país, tem enfrentado dificuldades em manter sua base de apoio.
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Orlando Morando, que encerra seu segundo mandato como prefeito de São Bernardo, ainda não decidiu seu futuro político.
“O PSDB perdeu a sua essência, suas diretrizes, o diálogo com a sociedade. Virou um partido de cartório, que não respeita a militância”, criticou o prefeito, que afirmou que, por ora, ficará sem filiação partidária.
Em 2023, Morando entrou em uma briga interna no PSDB, acusando o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, de prolongar o mandato à frente da legenda de forma irregular. A denúncia foi incluída no processo em que ele já tentava anular a eleição de Leite na sigla. Posteriormente, a ação que determinava a anulação do mandato da Comissão Executiva Nacional do partido, presidida por Leite, e a realização de novas eleições, foi rejeitada.