Pablo Marçal: comunidade que remunerava apoiadores no Discord passa por faxina de mensagens


Administradores dizem que “nenhuma mensagem foi excluída”; aplicativo sediava competições para pagar usuários que compartilhassem conteúdo do ex-coach e virou alvo da Justiça Eleitoral; procurada, campanha do candidato não se manifestou

Por Guilherme Caetano

BRASÍLIA - Alvo de uma decisão da Justiça Eleitoral, a comunidade no Discord por meio da qual apoiadores de Pablo Marçal, candidato à Prefeitura de São Paulo pelo PRTB, eram remunerados em premiações de viralização dos vídeos do coach passou por uma exclusão de mensagens nos últimos dias.

Na sexta-feira, 23, o juiz Antonio Maria Patiño Zorz, da 1ª Zona Eleitoral, concedeu uma liminar suspendendo temporariamente os perfis ligados a Marçal em plataformais digitais usadas para monetização, entre elas o Discord. O objetivo é impedir que haja a remuneração a pessoas que divulguem conteúdo do candidato, o que contraria a legislação eleitoral.

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Peça-chave da “indústria de cortes” montada pelo candidato para turbinar sua audiência, a comunidade “Cortes do Marçal” é administrada por Jefferson Zantut e Gabriel Galhardo, funcionários de uma das empresas do ex-coach, a PLX Digital. Por meio desse espaço eram organizadas as competições para remunerar os usuários que conquistassem o maior número de visualizações compartilhando trechos de vídeos de Marçal.

O Estadão procurou a campanha de Marçal para comentar o assunto, mas não teve resposta. Já Galhardo reagiu com emojis de risada e disse que “tem que verificar melhor”. Já Zantut respondeu que “nenhuma mensagem foi excluída, verifiquem melhor isso aí (risos)”.

O candidato do PRTB à Prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal Foto: Werther Santana/Estadão
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Numa entrevista ao programa Ticaracaticast, em março deste ano, Marçal afirmou que remunerava os usuários que participavam dessas competições no aplicativo: “Eu pago duzentos paus toda semana. Eu não impulsiono, eu ensino os caras a cortar, você pode fazer dez mil por mês, vinte, tem moleque fazendo quatrocentos mil com meus cortes. Você entra no Discord, aí lá dentro tem a instrução para você participar”, disse ele.

O candidato vem conseguindo nos últimos anos multiplicar sua audiência nas redes sociais prometendo ganhos financeiros aos apoiadores. As premiações, que chegavam a R$ 10 mil ao campeão do mês e totalizaram R$ 57 mil em maio, fora os pagamentos diários, vinham atraindo cada vez mais participantes. A comunidade, que tinha 93,8 mil membros em junho, hoje alcançou 148,5 mil.

Nos últimos dias, após a campanha de Tabata Amaral (PSB) entrar com uma representação junto ao Ministério Público Eleitoral pedindo a suspensão do registro de candidatura do candidato do PRTB pelo esquema montado para ganhar engajamento por meio de pagamentos aos fãs, Zantut apagou os chats contendo mensagens a respeito de quais contas foram remuneradas.

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Na competição que durou de 22 de abril até 22 de maio deste ano, por exemplo, as maiores premiações foram anunciadas para as contas @identidadedesucesso, @codigosdopablo, @evolutionmilionaria, @takesdopmarcal e @metaversomilionario. Os dez primeiros colocados naquele torneio geraram 238,7 milhões de visualizações em 30 dias, de acordo com a organização. Hoje não é possível mais conferir esses dados, pois as mensagens foram apagadas, mas o Estadão as registrou.

Já outra competição, promovida entre 24 de junho e 7 de julho, como mostrou o site Aos Fatos, colocava como critério que os participantes usassem as hashtags #prefeitomarçal e #cariani nos vídeos publicados. Amigo de Marçal, Renato Cariani é um influenciador fitness que virou réu no começo do ano por suspeita de tráfico de drogas e lavagem de dinheiro. A organização informou ter distribuído ao menos R$ 20 mil em premiação.

Esse tipo de evento serve para impulsionar o conteúdo criado por Marçal. A partir do momento da inscrição no torneio, os participantes têm acesso a um banco de vídeos do ex-coach previamente disponibilizado pelos organizadores para serem distribuídos pelas redes sociais. Os usuários que conseguiram o maior número de visualizações vencem

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Regulamento de torneio também foi apagado

Até dias atrás, a aba “Competição” da comunidade “Cortes do Marçal”, que tratava do evento onde os usuários competiam por dinheiro, trazia canais sobre o regulamento do torneio, valor das premiações e resultados diários e mensais com identificação dos participantes vencedores, mas todos eles desapareceram.

A premiação diária considerava os três primeiros vídeos com mais visualizações, em qualquer uma das três redes sociais válidas (YouTube, TikTok e Instagram). No chat para responder às dúvidas mais frequentes, os organizadores explicavam como ganhar dinheiro com os cortes: “Participando da competição, você pode ganhar as premiações! E através da monetização de suas redes sociais, na qual, deverá ser o seu maior foco. Pois pode virar uma renda passiva ao decorrer do tempo” (sic).

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O conteúdo disponibilizado tem tanto vídeos sobre Marçal quanto chacota a adversários eleitorais e recados ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), com quem o empresário passou a viver um cabo de guerra esta semana. O alvo principal dos vídeos tem sido o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL), a quem Marçal acusa de consumir cocaína, sem nenhuma comprovação.

Uma comunidade vinculada ao “Cortes do Marçal” e administrada por Galhardo, a HypeX passou a publicar o resultado das competições que eram promovidas no chat original. Nos últimos dias, no entanto, essa comunidade também sofreu uma limpeza geral, e todo o conteúdo foi removido. A última competição promovida pela HypeX esteve ativa de 30 de julho a 18 de agosto, já com a campanha eleitoral em andamento, mas o foco do evento era promover Marcos Paulo, amigo e sócio de Marçal.

BRASÍLIA - Alvo de uma decisão da Justiça Eleitoral, a comunidade no Discord por meio da qual apoiadores de Pablo Marçal, candidato à Prefeitura de São Paulo pelo PRTB, eram remunerados em premiações de viralização dos vídeos do coach passou por uma exclusão de mensagens nos últimos dias.

Na sexta-feira, 23, o juiz Antonio Maria Patiño Zorz, da 1ª Zona Eleitoral, concedeu uma liminar suspendendo temporariamente os perfis ligados a Marçal em plataformais digitais usadas para monetização, entre elas o Discord. O objetivo é impedir que haja a remuneração a pessoas que divulguem conteúdo do candidato, o que contraria a legislação eleitoral.

Peça-chave da “indústria de cortes” montada pelo candidato para turbinar sua audiência, a comunidade “Cortes do Marçal” é administrada por Jefferson Zantut e Gabriel Galhardo, funcionários de uma das empresas do ex-coach, a PLX Digital. Por meio desse espaço eram organizadas as competições para remunerar os usuários que conquistassem o maior número de visualizações compartilhando trechos de vídeos de Marçal.

O Estadão procurou a campanha de Marçal para comentar o assunto, mas não teve resposta. Já Galhardo reagiu com emojis de risada e disse que “tem que verificar melhor”. Já Zantut respondeu que “nenhuma mensagem foi excluída, verifiquem melhor isso aí (risos)”.

O candidato do PRTB à Prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal Foto: Werther Santana/Estadão

Numa entrevista ao programa Ticaracaticast, em março deste ano, Marçal afirmou que remunerava os usuários que participavam dessas competições no aplicativo: “Eu pago duzentos paus toda semana. Eu não impulsiono, eu ensino os caras a cortar, você pode fazer dez mil por mês, vinte, tem moleque fazendo quatrocentos mil com meus cortes. Você entra no Discord, aí lá dentro tem a instrução para você participar”, disse ele.

O candidato vem conseguindo nos últimos anos multiplicar sua audiência nas redes sociais prometendo ganhos financeiros aos apoiadores. As premiações, que chegavam a R$ 10 mil ao campeão do mês e totalizaram R$ 57 mil em maio, fora os pagamentos diários, vinham atraindo cada vez mais participantes. A comunidade, que tinha 93,8 mil membros em junho, hoje alcançou 148,5 mil.

Nos últimos dias, após a campanha de Tabata Amaral (PSB) entrar com uma representação junto ao Ministério Público Eleitoral pedindo a suspensão do registro de candidatura do candidato do PRTB pelo esquema montado para ganhar engajamento por meio de pagamentos aos fãs, Zantut apagou os chats contendo mensagens a respeito de quais contas foram remuneradas.

Na competição que durou de 22 de abril até 22 de maio deste ano, por exemplo, as maiores premiações foram anunciadas para as contas @identidadedesucesso, @codigosdopablo, @evolutionmilionaria, @takesdopmarcal e @metaversomilionario. Os dez primeiros colocados naquele torneio geraram 238,7 milhões de visualizações em 30 dias, de acordo com a organização. Hoje não é possível mais conferir esses dados, pois as mensagens foram apagadas, mas o Estadão as registrou.

Já outra competição, promovida entre 24 de junho e 7 de julho, como mostrou o site Aos Fatos, colocava como critério que os participantes usassem as hashtags #prefeitomarçal e #cariani nos vídeos publicados. Amigo de Marçal, Renato Cariani é um influenciador fitness que virou réu no começo do ano por suspeita de tráfico de drogas e lavagem de dinheiro. A organização informou ter distribuído ao menos R$ 20 mil em premiação.

Esse tipo de evento serve para impulsionar o conteúdo criado por Marçal. A partir do momento da inscrição no torneio, os participantes têm acesso a um banco de vídeos do ex-coach previamente disponibilizado pelos organizadores para serem distribuídos pelas redes sociais. Os usuários que conseguiram o maior número de visualizações vencem

Regulamento de torneio também foi apagado

Até dias atrás, a aba “Competição” da comunidade “Cortes do Marçal”, que tratava do evento onde os usuários competiam por dinheiro, trazia canais sobre o regulamento do torneio, valor das premiações e resultados diários e mensais com identificação dos participantes vencedores, mas todos eles desapareceram.

A premiação diária considerava os três primeiros vídeos com mais visualizações, em qualquer uma das três redes sociais válidas (YouTube, TikTok e Instagram). No chat para responder às dúvidas mais frequentes, os organizadores explicavam como ganhar dinheiro com os cortes: “Participando da competição, você pode ganhar as premiações! E através da monetização de suas redes sociais, na qual, deverá ser o seu maior foco. Pois pode virar uma renda passiva ao decorrer do tempo” (sic).

O conteúdo disponibilizado tem tanto vídeos sobre Marçal quanto chacota a adversários eleitorais e recados ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), com quem o empresário passou a viver um cabo de guerra esta semana. O alvo principal dos vídeos tem sido o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL), a quem Marçal acusa de consumir cocaína, sem nenhuma comprovação.

Uma comunidade vinculada ao “Cortes do Marçal” e administrada por Galhardo, a HypeX passou a publicar o resultado das competições que eram promovidas no chat original. Nos últimos dias, no entanto, essa comunidade também sofreu uma limpeza geral, e todo o conteúdo foi removido. A última competição promovida pela HypeX esteve ativa de 30 de julho a 18 de agosto, já com a campanha eleitoral em andamento, mas o foco do evento era promover Marcos Paulo, amigo e sócio de Marçal.

BRASÍLIA - Alvo de uma decisão da Justiça Eleitoral, a comunidade no Discord por meio da qual apoiadores de Pablo Marçal, candidato à Prefeitura de São Paulo pelo PRTB, eram remunerados em premiações de viralização dos vídeos do coach passou por uma exclusão de mensagens nos últimos dias.

Na sexta-feira, 23, o juiz Antonio Maria Patiño Zorz, da 1ª Zona Eleitoral, concedeu uma liminar suspendendo temporariamente os perfis ligados a Marçal em plataformais digitais usadas para monetização, entre elas o Discord. O objetivo é impedir que haja a remuneração a pessoas que divulguem conteúdo do candidato, o que contraria a legislação eleitoral.

Peça-chave da “indústria de cortes” montada pelo candidato para turbinar sua audiência, a comunidade “Cortes do Marçal” é administrada por Jefferson Zantut e Gabriel Galhardo, funcionários de uma das empresas do ex-coach, a PLX Digital. Por meio desse espaço eram organizadas as competições para remunerar os usuários que conquistassem o maior número de visualizações compartilhando trechos de vídeos de Marçal.

O Estadão procurou a campanha de Marçal para comentar o assunto, mas não teve resposta. Já Galhardo reagiu com emojis de risada e disse que “tem que verificar melhor”. Já Zantut respondeu que “nenhuma mensagem foi excluída, verifiquem melhor isso aí (risos)”.

O candidato do PRTB à Prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal Foto: Werther Santana/Estadão

Numa entrevista ao programa Ticaracaticast, em março deste ano, Marçal afirmou que remunerava os usuários que participavam dessas competições no aplicativo: “Eu pago duzentos paus toda semana. Eu não impulsiono, eu ensino os caras a cortar, você pode fazer dez mil por mês, vinte, tem moleque fazendo quatrocentos mil com meus cortes. Você entra no Discord, aí lá dentro tem a instrução para você participar”, disse ele.

O candidato vem conseguindo nos últimos anos multiplicar sua audiência nas redes sociais prometendo ganhos financeiros aos apoiadores. As premiações, que chegavam a R$ 10 mil ao campeão do mês e totalizaram R$ 57 mil em maio, fora os pagamentos diários, vinham atraindo cada vez mais participantes. A comunidade, que tinha 93,8 mil membros em junho, hoje alcançou 148,5 mil.

Nos últimos dias, após a campanha de Tabata Amaral (PSB) entrar com uma representação junto ao Ministério Público Eleitoral pedindo a suspensão do registro de candidatura do candidato do PRTB pelo esquema montado para ganhar engajamento por meio de pagamentos aos fãs, Zantut apagou os chats contendo mensagens a respeito de quais contas foram remuneradas.

Na competição que durou de 22 de abril até 22 de maio deste ano, por exemplo, as maiores premiações foram anunciadas para as contas @identidadedesucesso, @codigosdopablo, @evolutionmilionaria, @takesdopmarcal e @metaversomilionario. Os dez primeiros colocados naquele torneio geraram 238,7 milhões de visualizações em 30 dias, de acordo com a organização. Hoje não é possível mais conferir esses dados, pois as mensagens foram apagadas, mas o Estadão as registrou.

Já outra competição, promovida entre 24 de junho e 7 de julho, como mostrou o site Aos Fatos, colocava como critério que os participantes usassem as hashtags #prefeitomarçal e #cariani nos vídeos publicados. Amigo de Marçal, Renato Cariani é um influenciador fitness que virou réu no começo do ano por suspeita de tráfico de drogas e lavagem de dinheiro. A organização informou ter distribuído ao menos R$ 20 mil em premiação.

Esse tipo de evento serve para impulsionar o conteúdo criado por Marçal. A partir do momento da inscrição no torneio, os participantes têm acesso a um banco de vídeos do ex-coach previamente disponibilizado pelos organizadores para serem distribuídos pelas redes sociais. Os usuários que conseguiram o maior número de visualizações vencem

Regulamento de torneio também foi apagado

Até dias atrás, a aba “Competição” da comunidade “Cortes do Marçal”, que tratava do evento onde os usuários competiam por dinheiro, trazia canais sobre o regulamento do torneio, valor das premiações e resultados diários e mensais com identificação dos participantes vencedores, mas todos eles desapareceram.

A premiação diária considerava os três primeiros vídeos com mais visualizações, em qualquer uma das três redes sociais válidas (YouTube, TikTok e Instagram). No chat para responder às dúvidas mais frequentes, os organizadores explicavam como ganhar dinheiro com os cortes: “Participando da competição, você pode ganhar as premiações! E através da monetização de suas redes sociais, na qual, deverá ser o seu maior foco. Pois pode virar uma renda passiva ao decorrer do tempo” (sic).

O conteúdo disponibilizado tem tanto vídeos sobre Marçal quanto chacota a adversários eleitorais e recados ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), com quem o empresário passou a viver um cabo de guerra esta semana. O alvo principal dos vídeos tem sido o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL), a quem Marçal acusa de consumir cocaína, sem nenhuma comprovação.

Uma comunidade vinculada ao “Cortes do Marçal” e administrada por Galhardo, a HypeX passou a publicar o resultado das competições que eram promovidas no chat original. Nos últimos dias, no entanto, essa comunidade também sofreu uma limpeza geral, e todo o conteúdo foi removido. A última competição promovida pela HypeX esteve ativa de 30 de julho a 18 de agosto, já com a campanha eleitoral em andamento, mas o foco do evento era promover Marcos Paulo, amigo e sócio de Marçal.

BRASÍLIA - Alvo de uma decisão da Justiça Eleitoral, a comunidade no Discord por meio da qual apoiadores de Pablo Marçal, candidato à Prefeitura de São Paulo pelo PRTB, eram remunerados em premiações de viralização dos vídeos do coach passou por uma exclusão de mensagens nos últimos dias.

Na sexta-feira, 23, o juiz Antonio Maria Patiño Zorz, da 1ª Zona Eleitoral, concedeu uma liminar suspendendo temporariamente os perfis ligados a Marçal em plataformais digitais usadas para monetização, entre elas o Discord. O objetivo é impedir que haja a remuneração a pessoas que divulguem conteúdo do candidato, o que contraria a legislação eleitoral.

Peça-chave da “indústria de cortes” montada pelo candidato para turbinar sua audiência, a comunidade “Cortes do Marçal” é administrada por Jefferson Zantut e Gabriel Galhardo, funcionários de uma das empresas do ex-coach, a PLX Digital. Por meio desse espaço eram organizadas as competições para remunerar os usuários que conquistassem o maior número de visualizações compartilhando trechos de vídeos de Marçal.

O Estadão procurou a campanha de Marçal para comentar o assunto, mas não teve resposta. Já Galhardo reagiu com emojis de risada e disse que “tem que verificar melhor”. Já Zantut respondeu que “nenhuma mensagem foi excluída, verifiquem melhor isso aí (risos)”.

O candidato do PRTB à Prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal Foto: Werther Santana/Estadão

Numa entrevista ao programa Ticaracaticast, em março deste ano, Marçal afirmou que remunerava os usuários que participavam dessas competições no aplicativo: “Eu pago duzentos paus toda semana. Eu não impulsiono, eu ensino os caras a cortar, você pode fazer dez mil por mês, vinte, tem moleque fazendo quatrocentos mil com meus cortes. Você entra no Discord, aí lá dentro tem a instrução para você participar”, disse ele.

O candidato vem conseguindo nos últimos anos multiplicar sua audiência nas redes sociais prometendo ganhos financeiros aos apoiadores. As premiações, que chegavam a R$ 10 mil ao campeão do mês e totalizaram R$ 57 mil em maio, fora os pagamentos diários, vinham atraindo cada vez mais participantes. A comunidade, que tinha 93,8 mil membros em junho, hoje alcançou 148,5 mil.

Nos últimos dias, após a campanha de Tabata Amaral (PSB) entrar com uma representação junto ao Ministério Público Eleitoral pedindo a suspensão do registro de candidatura do candidato do PRTB pelo esquema montado para ganhar engajamento por meio de pagamentos aos fãs, Zantut apagou os chats contendo mensagens a respeito de quais contas foram remuneradas.

Na competição que durou de 22 de abril até 22 de maio deste ano, por exemplo, as maiores premiações foram anunciadas para as contas @identidadedesucesso, @codigosdopablo, @evolutionmilionaria, @takesdopmarcal e @metaversomilionario. Os dez primeiros colocados naquele torneio geraram 238,7 milhões de visualizações em 30 dias, de acordo com a organização. Hoje não é possível mais conferir esses dados, pois as mensagens foram apagadas, mas o Estadão as registrou.

Já outra competição, promovida entre 24 de junho e 7 de julho, como mostrou o site Aos Fatos, colocava como critério que os participantes usassem as hashtags #prefeitomarçal e #cariani nos vídeos publicados. Amigo de Marçal, Renato Cariani é um influenciador fitness que virou réu no começo do ano por suspeita de tráfico de drogas e lavagem de dinheiro. A organização informou ter distribuído ao menos R$ 20 mil em premiação.

Esse tipo de evento serve para impulsionar o conteúdo criado por Marçal. A partir do momento da inscrição no torneio, os participantes têm acesso a um banco de vídeos do ex-coach previamente disponibilizado pelos organizadores para serem distribuídos pelas redes sociais. Os usuários que conseguiram o maior número de visualizações vencem

Regulamento de torneio também foi apagado

Até dias atrás, a aba “Competição” da comunidade “Cortes do Marçal”, que tratava do evento onde os usuários competiam por dinheiro, trazia canais sobre o regulamento do torneio, valor das premiações e resultados diários e mensais com identificação dos participantes vencedores, mas todos eles desapareceram.

A premiação diária considerava os três primeiros vídeos com mais visualizações, em qualquer uma das três redes sociais válidas (YouTube, TikTok e Instagram). No chat para responder às dúvidas mais frequentes, os organizadores explicavam como ganhar dinheiro com os cortes: “Participando da competição, você pode ganhar as premiações! E através da monetização de suas redes sociais, na qual, deverá ser o seu maior foco. Pois pode virar uma renda passiva ao decorrer do tempo” (sic).

O conteúdo disponibilizado tem tanto vídeos sobre Marçal quanto chacota a adversários eleitorais e recados ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), com quem o empresário passou a viver um cabo de guerra esta semana. O alvo principal dos vídeos tem sido o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL), a quem Marçal acusa de consumir cocaína, sem nenhuma comprovação.

Uma comunidade vinculada ao “Cortes do Marçal” e administrada por Galhardo, a HypeX passou a publicar o resultado das competições que eram promovidas no chat original. Nos últimos dias, no entanto, essa comunidade também sofreu uma limpeza geral, e todo o conteúdo foi removido. A última competição promovida pela HypeX esteve ativa de 30 de julho a 18 de agosto, já com a campanha eleitoral em andamento, mas o foco do evento era promover Marcos Paulo, amigo e sócio de Marçal.

BRASÍLIA - Alvo de uma decisão da Justiça Eleitoral, a comunidade no Discord por meio da qual apoiadores de Pablo Marçal, candidato à Prefeitura de São Paulo pelo PRTB, eram remunerados em premiações de viralização dos vídeos do coach passou por uma exclusão de mensagens nos últimos dias.

Na sexta-feira, 23, o juiz Antonio Maria Patiño Zorz, da 1ª Zona Eleitoral, concedeu uma liminar suspendendo temporariamente os perfis ligados a Marçal em plataformais digitais usadas para monetização, entre elas o Discord. O objetivo é impedir que haja a remuneração a pessoas que divulguem conteúdo do candidato, o que contraria a legislação eleitoral.

Peça-chave da “indústria de cortes” montada pelo candidato para turbinar sua audiência, a comunidade “Cortes do Marçal” é administrada por Jefferson Zantut e Gabriel Galhardo, funcionários de uma das empresas do ex-coach, a PLX Digital. Por meio desse espaço eram organizadas as competições para remunerar os usuários que conquistassem o maior número de visualizações compartilhando trechos de vídeos de Marçal.

O Estadão procurou a campanha de Marçal para comentar o assunto, mas não teve resposta. Já Galhardo reagiu com emojis de risada e disse que “tem que verificar melhor”. Já Zantut respondeu que “nenhuma mensagem foi excluída, verifiquem melhor isso aí (risos)”.

O candidato do PRTB à Prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal Foto: Werther Santana/Estadão

Numa entrevista ao programa Ticaracaticast, em março deste ano, Marçal afirmou que remunerava os usuários que participavam dessas competições no aplicativo: “Eu pago duzentos paus toda semana. Eu não impulsiono, eu ensino os caras a cortar, você pode fazer dez mil por mês, vinte, tem moleque fazendo quatrocentos mil com meus cortes. Você entra no Discord, aí lá dentro tem a instrução para você participar”, disse ele.

O candidato vem conseguindo nos últimos anos multiplicar sua audiência nas redes sociais prometendo ganhos financeiros aos apoiadores. As premiações, que chegavam a R$ 10 mil ao campeão do mês e totalizaram R$ 57 mil em maio, fora os pagamentos diários, vinham atraindo cada vez mais participantes. A comunidade, que tinha 93,8 mil membros em junho, hoje alcançou 148,5 mil.

Nos últimos dias, após a campanha de Tabata Amaral (PSB) entrar com uma representação junto ao Ministério Público Eleitoral pedindo a suspensão do registro de candidatura do candidato do PRTB pelo esquema montado para ganhar engajamento por meio de pagamentos aos fãs, Zantut apagou os chats contendo mensagens a respeito de quais contas foram remuneradas.

Na competição que durou de 22 de abril até 22 de maio deste ano, por exemplo, as maiores premiações foram anunciadas para as contas @identidadedesucesso, @codigosdopablo, @evolutionmilionaria, @takesdopmarcal e @metaversomilionario. Os dez primeiros colocados naquele torneio geraram 238,7 milhões de visualizações em 30 dias, de acordo com a organização. Hoje não é possível mais conferir esses dados, pois as mensagens foram apagadas, mas o Estadão as registrou.

Já outra competição, promovida entre 24 de junho e 7 de julho, como mostrou o site Aos Fatos, colocava como critério que os participantes usassem as hashtags #prefeitomarçal e #cariani nos vídeos publicados. Amigo de Marçal, Renato Cariani é um influenciador fitness que virou réu no começo do ano por suspeita de tráfico de drogas e lavagem de dinheiro. A organização informou ter distribuído ao menos R$ 20 mil em premiação.

Esse tipo de evento serve para impulsionar o conteúdo criado por Marçal. A partir do momento da inscrição no torneio, os participantes têm acesso a um banco de vídeos do ex-coach previamente disponibilizado pelos organizadores para serem distribuídos pelas redes sociais. Os usuários que conseguiram o maior número de visualizações vencem

Regulamento de torneio também foi apagado

Até dias atrás, a aba “Competição” da comunidade “Cortes do Marçal”, que tratava do evento onde os usuários competiam por dinheiro, trazia canais sobre o regulamento do torneio, valor das premiações e resultados diários e mensais com identificação dos participantes vencedores, mas todos eles desapareceram.

A premiação diária considerava os três primeiros vídeos com mais visualizações, em qualquer uma das três redes sociais válidas (YouTube, TikTok e Instagram). No chat para responder às dúvidas mais frequentes, os organizadores explicavam como ganhar dinheiro com os cortes: “Participando da competição, você pode ganhar as premiações! E através da monetização de suas redes sociais, na qual, deverá ser o seu maior foco. Pois pode virar uma renda passiva ao decorrer do tempo” (sic).

O conteúdo disponibilizado tem tanto vídeos sobre Marçal quanto chacota a adversários eleitorais e recados ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), com quem o empresário passou a viver um cabo de guerra esta semana. O alvo principal dos vídeos tem sido o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL), a quem Marçal acusa de consumir cocaína, sem nenhuma comprovação.

Uma comunidade vinculada ao “Cortes do Marçal” e administrada por Galhardo, a HypeX passou a publicar o resultado das competições que eram promovidas no chat original. Nos últimos dias, no entanto, essa comunidade também sofreu uma limpeza geral, e todo o conteúdo foi removido. A última competição promovida pela HypeX esteve ativa de 30 de julho a 18 de agosto, já com a campanha eleitoral em andamento, mas o foco do evento era promover Marcos Paulo, amigo e sócio de Marçal.

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