O candidato à Prefeitura de São Paulo do PRTB, Pablo Marçal, publicou vídeos em seu perfil do X, antigo Twitter, no domingo, 1º de setembro, após a suspensão da rede social no Brasil pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes na última sexta, 30. As publicações, no entanto, foram deletadas pelo ex-coach logo depois que o Estadão questionou a assessoria do empresário se ele teria usado uma VPN (virtual private network) para contornar o bloqueio da plataforma no País.
Um dos vídeos publicados pelo influenciador no X mostrava o candidato ao lado do cantor Felipe Araújo, dizendo seu slogan de campanha: “faz o M”. Em outra publicação, Marçal aparece dançando em uma festa em um show do sertanejo Gusttavo Lima que aconteceu neste sábado, 31, em Goiânia.
Durante a apresentação, o músico mandou um abraço para Pablo, a quem ele chamou de “meu companheiro”. “A prefeitura é sua. Se não ganhar, é rolo”, disse Gusttavo. Os dois vídeos ainda estão disponíveis no Instagram do candidato, e foram publicados na mesma data.
A equipe de Marçal disse ao Estadão, quando questionada se ele teria feito uso de VPN para tweetar, que o aplicativo “ainda não tinha caído” para o postulante e que ele não teria usado a ferramenta para manter o acesso à rede social. Na mesma decisão que ordenou a suspensão do X, Moraes determinou multa diária de R$ 50 mil para pessoas e empresas que utilizarem redes privadas virtuais, as VPNs, para burlar o bloqueio e acessar a rede social.
A VPN, sigla em inglês para Virtual Private Network, é uma ferramenta que permite o acesso a redes privadas por meio de uma conexão criptografada entre dois dispositivos conectados à internet. A ferramenta torna possível simular que o usuário está utilizando a internet a partir de outro país e, dessa forma, acessar sites que estão bloqueados no território onde ele está fisicamente.
Em entrevista ao Roda Viva, da TV Cultura, na noite desta segunda, 2, Marçal afirmou não ter medo de enfrentar o ministro do STF: “Qualquer exagero que tiver da parte dele, que ele responda por tudo.” Sobre a suspensão do X no País, o candidato disse que “o Brasil inteiro está sentindo o que eu estou sentido”. Na avaliação do empresário, a Corte está num momento muito “político”. Ele evitou, no entanto, críticas mais duras aos magistrados. “Já estou arrumando problema com governador do Estado, prefeito de São Paulo, presidente da República. Vou arrumar problema com STF?”, questionou.