ENVIADO ESPECIAL A LONDRES - O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse nesta quarta-feira, 19, em Londres, que o protesto da oposição ontem no Congresso para pressioná-lo a instalar a CPMI do 8 de janeiro foi “desproporcional” e que o adiamento da sessão foi algo “corriqueiro”.
Parlamentares de oposição puxaram palavras de ordem e marcaram presença massiva na reunião de líderes do Congresso na tarde de terça-feira, 18, para reclamar de mais um adiamento.
“A CPI é um direito da minoria. Não cabe a mim decidir. Se forem cumpridos os requisitos - número de assinaturas, fato determinado e orçamento previsto - cabe aos líderes tomar essa decisão. Essa é a jurisprudência do STF no caso da CPI da Covid”, disse Pacheco em conversa com jornalistas durante um coquetel na Embaixada do Brasil em Londres organizado pelo Lide, que realiza um seminário com empresários e autoridades nos próximos dias. O senador abre o evento de dois dias nesta quinta-feira, 20, com palestra sobre o tema “Oportunidades do Brasil no Reino Unido e na União Europeia”.
Parte da programação terá transmissão ao vivo nos canais do Estadão; a partir das 5h30 desta quinta (horário de Brasília), quatro governadores são aguardados para discutir “Fatores de desenvolvimento econômico e social do Brasil: Perspectivas de ambiente de negócio e confiança de investidores”: Renato Casagrande (ES), Helder Barbalho (PA), Ronaldo Caiado (GO) e Cláudio Castro (RJ). O presidente da Febraban, Isaac Sydney, e o ex-ministro Dyogo Oliveira são aguardados no mesmo debate.
Outro convidado do evento, o senador Davi Alcolumbre (UB-AP) foi contundente ao rejeitar a instalação do colegiado. “Não é momento de CPI”, disse o senador e ex-presidente do Senado.
Pacheco também comentou a divulgação de imagens do circuito interno de câmeras de segurança do Palácio do Planalto que mostram trechos da atuação do ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Gonçalves Dias, durante os ataques extremistas de 8 de janeiro.
As gravações mostram o ministro, antigo colaborador do esquema de segurança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, circulando nos corredores do edifício, abrindo portas e indicando rotas de saída pela escada a alguns dos invasores. “Não vi as imagens, mas, se houve leniência, o tratamento deve ser de ato criminoso. Seja quem for que contribuiu deve responder por isso”, disse Pacheco.
Arcabouço
O presidente do Senado prevê que o projeto de arcabouço fiscal enviado pelo ministro Fernando Haddad vai tramitar com celeridade no Senado e deve ir a plenário dentro de 20 ou 30 dias. “Acho uma previsão muito boa da Câmara dos Deputados e pretendemos ter essa mesma celeridade. Entendemos a importância desse projeto para o Brasil, o senso de responsabilidade e certa urgência, e vamos entregar isso para a sociedade brasileira. Acredito que entre vinte e trinta dias chega ao plenário do Senado e, quem sabe, ainda no decorrer de maio, possamos fazer também a aprovação no Senado Federal”, afirmou.
*O repórter Pedro Venceslau viajou a convite do Lide