Padre Júlio Lancellotti diz que Alexandre de Moraes ofereceu ajuda contra CPI das ONGs


Ministro teria ligado ao padre na noite desta quinta-feira, 4, e prometido se inteirar do caso com o presidente da Câmara Municipal de São Paulo, Milton Leite

Por Samuel Lima
Atualização:

O padre Júlio Lancellotti, que coordena a Pastoral Povo da Rua da Arquidiocese de São Paulo e atende a população em situação de rua na cidade, disse nesta sexta-feira, 5, que recebeu uma ligação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes para prestar “apoio e solidariedade” em meio à proposta de criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigá-lo na Câmara Municipal de São Paulo.

“Ontem (quinta), à noite, o ministro Alexandre de Moraes me ligou, e fiquei muito sensibilizado”, declarou o padre em entrevista ao canal de televisão CNN Brasil. Segundo ele, o magistrado estaria se inteirando do caso. “Ele diz que está juntando todas as informações e, para isso, também ia conversar com o presidente da Câmara (vereador Milton Leite, do União Brasil). Disse que manifestava apoio e solidariedade e, naquilo que fosse necessário, que nós o acionássemos.”

Ministro Alexandre de Moraes cumprimenta padre Júlio Lancellotti em evento no Palácio do Planalto, em dezembro; ao fundo, o vice-presidente Geraldo Alckmin Foto: Foto: Ricardo Stuckert / PR
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Ele reiterou a informação em conversa com o Estadão. “Ele me ligou dizendo que estava se apropriando de todas as informações, que manifestava apoio e que qualquer situação que fosse necessária era para acioná-lo”, declarou o religioso.

A reportagem entrou em contato com o gabinete de Moraes para confirmar a ligação e entender como se daria essa atuação, mas não recebeu resposta até a publicação desta reportagem. Em junho de 2022, o ministro visitou a Paróquia de São Miguel Arcanjo, onde atua o padre, e recebeu uma escultura de presente que representava “Jesus morador de rua”. Moraes também foi o responsável por exigir um plano para a Política Nacional para a População em Situação de Rua no ano passado, decisão considerada “histórica” pelo padre.

Em dezembro, Lancellotti e Moraes fizeram parte do lançamento do Plano Nacional Ruas Visíveis, no Palácio do Planalto. Na ocasião, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou a regulamentação da Lei que leva o nome do padre e proíbe as prefeituras de instalarem pedras, pinos, estacas e grades em áreas públicas para impedir que pessoas em situações de rua se abriguem em pontes, viadutos ou praças. Moraes foi saudado pelo público do evento com gritos de “Xandão” e “sem anistia”.

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Na mesma entrevista para a CNN nesta sexta-feira, o padre Júlio Lancellotti rebateu a proposta de investigação da “máfia da miséria”, termo cunhado pelo autor do requerimento, Rubinho Nunes (União Brasil), ao pedir a abertura de uma CPI para analisar o trabalho de organizações não governamentais (ONGs) que recebem dinheiro público para atender dependentes químicos na Cracolândia. “Eu acho que máfia da miséria é quem abandona o povo, não ter remédio nas Unidades Básicas de Saúde e nas UPAs, ter tanta gente com o Cad suspenso e bloqueado. Máfia da miséria é o povo ter que dormir na rua”, declarou ele.

O padre ressaltou que sobrevive de recursos da Arquidiocese de SP e de doações enviadas à Paróquia São Miguel Arcanjo, no bairro da Mooca. Ele critica o “crescimento exponencial” da população em situação de rua na capital paulista e avalia que parte dos ataques que sofre derivam de interesses do mercado imobiliário. “Querem me atingir não porque sou um padre velho, mas porque estou junto daqueles que incomodam e que são rejeitados. Há componentes políticos e ideológicos, mas há sobretudo o ódio aos pobres”.

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O pedido de abertura da CPI não cita diretamente o nome de Júlio Lancellotti, nem das entidades que seriam objeto de investigação. Em entrevistas, no entanto, Rubinho Nunes acusou a Craco Resiste e o Centro Social Nossa Senhora do Bom Parto, conhecido como Bompar, de executarem uma política de redução de danos com dinheiro público que “explora os dependentes químicos do centro da capital” sem retirá-los do vício. Ele também declarou que o padre seria um dos principais alvos caso o colegiado fosse instalado. Nas redes sociais, a Craco Resiste disse que não é uma ONG e sim um projeto de militância que atua na região da Cracolândia para reduzir danos a partir de vínculos criados por atividades culturais e de lazer, e chamou a ação de “ataque desonesto” contra o seu trabalho. O Bompar não se manifestou até o momento.

Segundo Lancellotti, ele deve se reunir com o prefeito Ricardo Nunes (MDB) na próxima semana para tratar do assunto. Diversos parlamentares da base aliada de Nunes apoiaram a CPI, incluindo o líder do governo na Câmara, Fábio Riva (PSDB). O prefeito alega ter tido conhecimento da proposta de CPI somente através da imprensa e entrou em contato com Lancellotti e com o arcebispo de São Paulo, Dom Odilo Scherer, a fim de tranquilizá-los.

O padre Júlio Lancellotti, que coordena a Pastoral Povo da Rua da Arquidiocese de São Paulo e atende a população em situação de rua na cidade, disse nesta sexta-feira, 5, que recebeu uma ligação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes para prestar “apoio e solidariedade” em meio à proposta de criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigá-lo na Câmara Municipal de São Paulo.

“Ontem (quinta), à noite, o ministro Alexandre de Moraes me ligou, e fiquei muito sensibilizado”, declarou o padre em entrevista ao canal de televisão CNN Brasil. Segundo ele, o magistrado estaria se inteirando do caso. “Ele diz que está juntando todas as informações e, para isso, também ia conversar com o presidente da Câmara (vereador Milton Leite, do União Brasil). Disse que manifestava apoio e solidariedade e, naquilo que fosse necessário, que nós o acionássemos.”

Ministro Alexandre de Moraes cumprimenta padre Júlio Lancellotti em evento no Palácio do Planalto, em dezembro; ao fundo, o vice-presidente Geraldo Alckmin Foto: Foto: Ricardo Stuckert / PR

Ele reiterou a informação em conversa com o Estadão. “Ele me ligou dizendo que estava se apropriando de todas as informações, que manifestava apoio e que qualquer situação que fosse necessária era para acioná-lo”, declarou o religioso.

A reportagem entrou em contato com o gabinete de Moraes para confirmar a ligação e entender como se daria essa atuação, mas não recebeu resposta até a publicação desta reportagem. Em junho de 2022, o ministro visitou a Paróquia de São Miguel Arcanjo, onde atua o padre, e recebeu uma escultura de presente que representava “Jesus morador de rua”. Moraes também foi o responsável por exigir um plano para a Política Nacional para a População em Situação de Rua no ano passado, decisão considerada “histórica” pelo padre.

Em dezembro, Lancellotti e Moraes fizeram parte do lançamento do Plano Nacional Ruas Visíveis, no Palácio do Planalto. Na ocasião, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou a regulamentação da Lei que leva o nome do padre e proíbe as prefeituras de instalarem pedras, pinos, estacas e grades em áreas públicas para impedir que pessoas em situações de rua se abriguem em pontes, viadutos ou praças. Moraes foi saudado pelo público do evento com gritos de “Xandão” e “sem anistia”.

Na mesma entrevista para a CNN nesta sexta-feira, o padre Júlio Lancellotti rebateu a proposta de investigação da “máfia da miséria”, termo cunhado pelo autor do requerimento, Rubinho Nunes (União Brasil), ao pedir a abertura de uma CPI para analisar o trabalho de organizações não governamentais (ONGs) que recebem dinheiro público para atender dependentes químicos na Cracolândia. “Eu acho que máfia da miséria é quem abandona o povo, não ter remédio nas Unidades Básicas de Saúde e nas UPAs, ter tanta gente com o Cad suspenso e bloqueado. Máfia da miséria é o povo ter que dormir na rua”, declarou ele.

O padre ressaltou que sobrevive de recursos da Arquidiocese de SP e de doações enviadas à Paróquia São Miguel Arcanjo, no bairro da Mooca. Ele critica o “crescimento exponencial” da população em situação de rua na capital paulista e avalia que parte dos ataques que sofre derivam de interesses do mercado imobiliário. “Querem me atingir não porque sou um padre velho, mas porque estou junto daqueles que incomodam e que são rejeitados. Há componentes políticos e ideológicos, mas há sobretudo o ódio aos pobres”.

O pedido de abertura da CPI não cita diretamente o nome de Júlio Lancellotti, nem das entidades que seriam objeto de investigação. Em entrevistas, no entanto, Rubinho Nunes acusou a Craco Resiste e o Centro Social Nossa Senhora do Bom Parto, conhecido como Bompar, de executarem uma política de redução de danos com dinheiro público que “explora os dependentes químicos do centro da capital” sem retirá-los do vício. Ele também declarou que o padre seria um dos principais alvos caso o colegiado fosse instalado. Nas redes sociais, a Craco Resiste disse que não é uma ONG e sim um projeto de militância que atua na região da Cracolândia para reduzir danos a partir de vínculos criados por atividades culturais e de lazer, e chamou a ação de “ataque desonesto” contra o seu trabalho. O Bompar não se manifestou até o momento.

Segundo Lancellotti, ele deve se reunir com o prefeito Ricardo Nunes (MDB) na próxima semana para tratar do assunto. Diversos parlamentares da base aliada de Nunes apoiaram a CPI, incluindo o líder do governo na Câmara, Fábio Riva (PSDB). O prefeito alega ter tido conhecimento da proposta de CPI somente através da imprensa e entrou em contato com Lancellotti e com o arcebispo de São Paulo, Dom Odilo Scherer, a fim de tranquilizá-los.

O padre Júlio Lancellotti, que coordena a Pastoral Povo da Rua da Arquidiocese de São Paulo e atende a população em situação de rua na cidade, disse nesta sexta-feira, 5, que recebeu uma ligação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes para prestar “apoio e solidariedade” em meio à proposta de criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigá-lo na Câmara Municipal de São Paulo.

“Ontem (quinta), à noite, o ministro Alexandre de Moraes me ligou, e fiquei muito sensibilizado”, declarou o padre em entrevista ao canal de televisão CNN Brasil. Segundo ele, o magistrado estaria se inteirando do caso. “Ele diz que está juntando todas as informações e, para isso, também ia conversar com o presidente da Câmara (vereador Milton Leite, do União Brasil). Disse que manifestava apoio e solidariedade e, naquilo que fosse necessário, que nós o acionássemos.”

Ministro Alexandre de Moraes cumprimenta padre Júlio Lancellotti em evento no Palácio do Planalto, em dezembro; ao fundo, o vice-presidente Geraldo Alckmin Foto: Foto: Ricardo Stuckert / PR

Ele reiterou a informação em conversa com o Estadão. “Ele me ligou dizendo que estava se apropriando de todas as informações, que manifestava apoio e que qualquer situação que fosse necessária era para acioná-lo”, declarou o religioso.

A reportagem entrou em contato com o gabinete de Moraes para confirmar a ligação e entender como se daria essa atuação, mas não recebeu resposta até a publicação desta reportagem. Em junho de 2022, o ministro visitou a Paróquia de São Miguel Arcanjo, onde atua o padre, e recebeu uma escultura de presente que representava “Jesus morador de rua”. Moraes também foi o responsável por exigir um plano para a Política Nacional para a População em Situação de Rua no ano passado, decisão considerada “histórica” pelo padre.

Em dezembro, Lancellotti e Moraes fizeram parte do lançamento do Plano Nacional Ruas Visíveis, no Palácio do Planalto. Na ocasião, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou a regulamentação da Lei que leva o nome do padre e proíbe as prefeituras de instalarem pedras, pinos, estacas e grades em áreas públicas para impedir que pessoas em situações de rua se abriguem em pontes, viadutos ou praças. Moraes foi saudado pelo público do evento com gritos de “Xandão” e “sem anistia”.

Na mesma entrevista para a CNN nesta sexta-feira, o padre Júlio Lancellotti rebateu a proposta de investigação da “máfia da miséria”, termo cunhado pelo autor do requerimento, Rubinho Nunes (União Brasil), ao pedir a abertura de uma CPI para analisar o trabalho de organizações não governamentais (ONGs) que recebem dinheiro público para atender dependentes químicos na Cracolândia. “Eu acho que máfia da miséria é quem abandona o povo, não ter remédio nas Unidades Básicas de Saúde e nas UPAs, ter tanta gente com o Cad suspenso e bloqueado. Máfia da miséria é o povo ter que dormir na rua”, declarou ele.

O padre ressaltou que sobrevive de recursos da Arquidiocese de SP e de doações enviadas à Paróquia São Miguel Arcanjo, no bairro da Mooca. Ele critica o “crescimento exponencial” da população em situação de rua na capital paulista e avalia que parte dos ataques que sofre derivam de interesses do mercado imobiliário. “Querem me atingir não porque sou um padre velho, mas porque estou junto daqueles que incomodam e que são rejeitados. Há componentes políticos e ideológicos, mas há sobretudo o ódio aos pobres”.

O pedido de abertura da CPI não cita diretamente o nome de Júlio Lancellotti, nem das entidades que seriam objeto de investigação. Em entrevistas, no entanto, Rubinho Nunes acusou a Craco Resiste e o Centro Social Nossa Senhora do Bom Parto, conhecido como Bompar, de executarem uma política de redução de danos com dinheiro público que “explora os dependentes químicos do centro da capital” sem retirá-los do vício. Ele também declarou que o padre seria um dos principais alvos caso o colegiado fosse instalado. Nas redes sociais, a Craco Resiste disse que não é uma ONG e sim um projeto de militância que atua na região da Cracolândia para reduzir danos a partir de vínculos criados por atividades culturais e de lazer, e chamou a ação de “ataque desonesto” contra o seu trabalho. O Bompar não se manifestou até o momento.

Segundo Lancellotti, ele deve se reunir com o prefeito Ricardo Nunes (MDB) na próxima semana para tratar do assunto. Diversos parlamentares da base aliada de Nunes apoiaram a CPI, incluindo o líder do governo na Câmara, Fábio Riva (PSDB). O prefeito alega ter tido conhecimento da proposta de CPI somente através da imprensa e entrou em contato com Lancellotti e com o arcebispo de São Paulo, Dom Odilo Scherer, a fim de tranquilizá-los.

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