Palavrões, plano de golpe e ministros enquadrados: veja 10 trechos do vídeo da reunião de Bolsonaro


Supremo Tribunal Federal tornou pública a gravação de uma reunião ministerial em 5 de julho de 2022, pouco antes das eleições daquele ano; vídeo faz parte de inquérito da PF

Por Julia Affonso e Tácio Lorran
Atualização:

BRASÍLIA - A íntegra da reunião ministerial de 5 de julho de 2022 revela que o então presidente Jair Bolsonaro (PL) disparou contra o Supremo Tribunal Federal (STF), contra a integridade das eleições e pediu contundência a seus auxiliares diante das eleições que se avizinhavam. Em pouco mais de 1 hora e 30 minutos de reunião, em meio a uma série de palavrões, Bolsonaro reclamou do setor de Inteligência e afirmou que uma pesquisa eleitoral refletia os números que estavam “dentro dos computadores” do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

A gravação tornada pública pelo STF também mostra falas inflamadas de generais e ministros do governo Bolsonaro. Em uma delas, o general Augusto Heleno (ex-ministro chefe do Gabinete de Segurança Institucional) sugeriu “montar um sistema para acompanhar os dois lados”, incluindo o então candidato e presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva.

“O problema todo disso é se vazar”, afirmou Heleno. “Não tem VAR nas eleições. Não vai ter revisão do VAR. Então, o que tiver que ser feito, tem que ser feito antes das eleições. Se tiver que dar soco na mesa é antes das eleições. Se tiver que virar a mesa é antes das eleições.”

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A Polícia Federal investiga Bolsonaro e ex-integrantes de seu governo por tentativa de golpe de Estado, abolição do estado democrático de direito e ataques virtuais a opositores e instituições. A ação autorizada pelo ministro do STF Alexandre de Moraes mira a atuação de militares, como os generais Walter Braga Netto (ex-ministro da Defesa e da Casa Civil e candidato a vice na chapa de Bolsonaro), Augusto Heleno, Marco Antônio Freire Gomes (ex-comandante do Exército), Almir Garnier Santos (ex-comandante da Marinha) e Paulo Sérgio Nogueira (ex-ministro da Defesa).

Confira os 10 principais trechos da reunião de Bolsonaro

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1. Ministros precisam repetir discurso de Bolsonaro

Durante a reunião, Bolsonaro afirmou que não podia esperar 2023 ou 2024 para agir e exigiu que seus auxiliares replicassem seu discurso eleitoral. Segundo o ex-presidente, caso os ministros não fizessem o que desejava, ele não ia “querer papo” com os auxiliares.

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2. Reclamação sobre o Supremo

Alvo de Bolsonaro durante os 4 anos de governo, o Supremo também foi citado na reunião. O ex-presidente disse que a Corte era “um poder à parte” e “muitas vezes” decidia “fora das 4 linhas”.

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3. Cadeira de presidente é cagada

Durante a reunião, Bolsonaro afirmou que conquistar a cadeira de presidente da República, em 2018, era uma “cagada”. O ex-presidente se descreveu como um “deputado de baixo clero, escrotizado dentro da Câmara, sacaneado, gozado”.

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4. Inteligência está “coçando o saco”

Pouco mais de 2 anos depois de reclamar da Inteligência do governo, Bolsonaro voltou a mirar o setor. Segundo o ex-presidente, as Forças Armadas e a Agência Nacional de Inteligência (Abin) não haviam produzido um relatório sobre um caso que ele gostaria.

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5. Pesquisas refletem computadores do TSE

Bolsonaro disse que acreditava que Lula ganharia a cadeira presidencial em 2022 e que uma pesquisa eleitoral estaria refletindo “números que estão dentro dos computadores do TSE”.

6. “Vamos esperar o quê”, disse Bolsonaro a ministros

Em determinado momento da reunião, Bolsonaro cobrou uma ação firme de seus ministros. “Vamos esperar o quê? Todo mundo vai se f****.”

7. Ministros precisam ser mais contundentes

Bolsonaro também afirmou que ele teria de tomar providências e alegou que as supostas fraudes nas urnas eletrônicas não atingiram só a disputa para presidente da República, mas também as do Senado e de governadores. “A guerra de papel e caneta, a gente não vai ganhar essa guerra. A gente tem que ser mais contundente, como eu vou começar a ser com os embaixadores”, esbravejou.

8. Rosário pergunta se reunião estava sendo gravada, e Bolsonaro e Braga Netto negam

O então ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Wagner Rosário, indicou ser necessário uma junção das Forças Armadas, da CGU e da Polícia Federal para ‘fiscalizar’ as urnas eletrônicas. Ele mesmo interrompe a sua fala e pergunta se a reunião está sendo gravada. Bolsonaro e Braga Netto negam. “Só mandei gravar a minha fala”, acrescenta o presidente. O encontro estava sendo gravado, no entanto, e cerca de um ano e meio depois está sendo usado como prova da Operação Tempus Veritatis, que investiga a tentativa de golpe no País.

9. Ministro da Defesa vê TSE como inimigo e diz trabalhar para reeleger Bolsonaro

Chefe do Ministério da Defesa à época das reuniões, o general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira afirmou, em sua fala, que a comissão eleitoral do TSE era para “inglês ver”. Ele também disse que se sentia na linha de contato com o inimigo e afirmou estar realizando reuniões quase que semanais com os comandantes das Forças Armadas para reeleger Bolsonaro.

10. Heleno diz que é necessário agir contra determinadas instituições e pessoas

O general Augusto Heleno, então chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), disse que vai montar um sistema com a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para monitorar os “dois lados”, mas teme que isso vaze. Bolsonaro, então, o interrompe e pede para que o assunto seja tratado em particular com ele. Heleno acolhe o pedido e, em seguida, diz que é preciso agir antes das eleições. “Nós vamos ter que agir. Agir contra determinadas instituições e contra determinadas pessoas.

BRASÍLIA - A íntegra da reunião ministerial de 5 de julho de 2022 revela que o então presidente Jair Bolsonaro (PL) disparou contra o Supremo Tribunal Federal (STF), contra a integridade das eleições e pediu contundência a seus auxiliares diante das eleições que se avizinhavam. Em pouco mais de 1 hora e 30 minutos de reunião, em meio a uma série de palavrões, Bolsonaro reclamou do setor de Inteligência e afirmou que uma pesquisa eleitoral refletia os números que estavam “dentro dos computadores” do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

A gravação tornada pública pelo STF também mostra falas inflamadas de generais e ministros do governo Bolsonaro. Em uma delas, o general Augusto Heleno (ex-ministro chefe do Gabinete de Segurança Institucional) sugeriu “montar um sistema para acompanhar os dois lados”, incluindo o então candidato e presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva.

“O problema todo disso é se vazar”, afirmou Heleno. “Não tem VAR nas eleições. Não vai ter revisão do VAR. Então, o que tiver que ser feito, tem que ser feito antes das eleições. Se tiver que dar soco na mesa é antes das eleições. Se tiver que virar a mesa é antes das eleições.”

A Polícia Federal investiga Bolsonaro e ex-integrantes de seu governo por tentativa de golpe de Estado, abolição do estado democrático de direito e ataques virtuais a opositores e instituições. A ação autorizada pelo ministro do STF Alexandre de Moraes mira a atuação de militares, como os generais Walter Braga Netto (ex-ministro da Defesa e da Casa Civil e candidato a vice na chapa de Bolsonaro), Augusto Heleno, Marco Antônio Freire Gomes (ex-comandante do Exército), Almir Garnier Santos (ex-comandante da Marinha) e Paulo Sérgio Nogueira (ex-ministro da Defesa).

Confira os 10 principais trechos da reunião de Bolsonaro

1. Ministros precisam repetir discurso de Bolsonaro

Durante a reunião, Bolsonaro afirmou que não podia esperar 2023 ou 2024 para agir e exigiu que seus auxiliares replicassem seu discurso eleitoral. Segundo o ex-presidente, caso os ministros não fizessem o que desejava, ele não ia “querer papo” com os auxiliares.

2. Reclamação sobre o Supremo

Alvo de Bolsonaro durante os 4 anos de governo, o Supremo também foi citado na reunião. O ex-presidente disse que a Corte era “um poder à parte” e “muitas vezes” decidia “fora das 4 linhas”.

3. Cadeira de presidente é cagada

Durante a reunião, Bolsonaro afirmou que conquistar a cadeira de presidente da República, em 2018, era uma “cagada”. O ex-presidente se descreveu como um “deputado de baixo clero, escrotizado dentro da Câmara, sacaneado, gozado”.

4. Inteligência está “coçando o saco”

Pouco mais de 2 anos depois de reclamar da Inteligência do governo, Bolsonaro voltou a mirar o setor. Segundo o ex-presidente, as Forças Armadas e a Agência Nacional de Inteligência (Abin) não haviam produzido um relatório sobre um caso que ele gostaria.

5. Pesquisas refletem computadores do TSE

Bolsonaro disse que acreditava que Lula ganharia a cadeira presidencial em 2022 e que uma pesquisa eleitoral estaria refletindo “números que estão dentro dos computadores do TSE”.

6. “Vamos esperar o quê”, disse Bolsonaro a ministros

Em determinado momento da reunião, Bolsonaro cobrou uma ação firme de seus ministros. “Vamos esperar o quê? Todo mundo vai se f****.”

7. Ministros precisam ser mais contundentes

Bolsonaro também afirmou que ele teria de tomar providências e alegou que as supostas fraudes nas urnas eletrônicas não atingiram só a disputa para presidente da República, mas também as do Senado e de governadores. “A guerra de papel e caneta, a gente não vai ganhar essa guerra. A gente tem que ser mais contundente, como eu vou começar a ser com os embaixadores”, esbravejou.

8. Rosário pergunta se reunião estava sendo gravada, e Bolsonaro e Braga Netto negam

O então ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Wagner Rosário, indicou ser necessário uma junção das Forças Armadas, da CGU e da Polícia Federal para ‘fiscalizar’ as urnas eletrônicas. Ele mesmo interrompe a sua fala e pergunta se a reunião está sendo gravada. Bolsonaro e Braga Netto negam. “Só mandei gravar a minha fala”, acrescenta o presidente. O encontro estava sendo gravado, no entanto, e cerca de um ano e meio depois está sendo usado como prova da Operação Tempus Veritatis, que investiga a tentativa de golpe no País.

9. Ministro da Defesa vê TSE como inimigo e diz trabalhar para reeleger Bolsonaro

Chefe do Ministério da Defesa à época das reuniões, o general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira afirmou, em sua fala, que a comissão eleitoral do TSE era para “inglês ver”. Ele também disse que se sentia na linha de contato com o inimigo e afirmou estar realizando reuniões quase que semanais com os comandantes das Forças Armadas para reeleger Bolsonaro.

10. Heleno diz que é necessário agir contra determinadas instituições e pessoas

O general Augusto Heleno, então chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), disse que vai montar um sistema com a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para monitorar os “dois lados”, mas teme que isso vaze. Bolsonaro, então, o interrompe e pede para que o assunto seja tratado em particular com ele. Heleno acolhe o pedido e, em seguida, diz que é preciso agir antes das eleições. “Nós vamos ter que agir. Agir contra determinadas instituições e contra determinadas pessoas.

BRASÍLIA - A íntegra da reunião ministerial de 5 de julho de 2022 revela que o então presidente Jair Bolsonaro (PL) disparou contra o Supremo Tribunal Federal (STF), contra a integridade das eleições e pediu contundência a seus auxiliares diante das eleições que se avizinhavam. Em pouco mais de 1 hora e 30 minutos de reunião, em meio a uma série de palavrões, Bolsonaro reclamou do setor de Inteligência e afirmou que uma pesquisa eleitoral refletia os números que estavam “dentro dos computadores” do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

A gravação tornada pública pelo STF também mostra falas inflamadas de generais e ministros do governo Bolsonaro. Em uma delas, o general Augusto Heleno (ex-ministro chefe do Gabinete de Segurança Institucional) sugeriu “montar um sistema para acompanhar os dois lados”, incluindo o então candidato e presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva.

“O problema todo disso é se vazar”, afirmou Heleno. “Não tem VAR nas eleições. Não vai ter revisão do VAR. Então, o que tiver que ser feito, tem que ser feito antes das eleições. Se tiver que dar soco na mesa é antes das eleições. Se tiver que virar a mesa é antes das eleições.”

A Polícia Federal investiga Bolsonaro e ex-integrantes de seu governo por tentativa de golpe de Estado, abolição do estado democrático de direito e ataques virtuais a opositores e instituições. A ação autorizada pelo ministro do STF Alexandre de Moraes mira a atuação de militares, como os generais Walter Braga Netto (ex-ministro da Defesa e da Casa Civil e candidato a vice na chapa de Bolsonaro), Augusto Heleno, Marco Antônio Freire Gomes (ex-comandante do Exército), Almir Garnier Santos (ex-comandante da Marinha) e Paulo Sérgio Nogueira (ex-ministro da Defesa).

Confira os 10 principais trechos da reunião de Bolsonaro

1. Ministros precisam repetir discurso de Bolsonaro

Durante a reunião, Bolsonaro afirmou que não podia esperar 2023 ou 2024 para agir e exigiu que seus auxiliares replicassem seu discurso eleitoral. Segundo o ex-presidente, caso os ministros não fizessem o que desejava, ele não ia “querer papo” com os auxiliares.

2. Reclamação sobre o Supremo

Alvo de Bolsonaro durante os 4 anos de governo, o Supremo também foi citado na reunião. O ex-presidente disse que a Corte era “um poder à parte” e “muitas vezes” decidia “fora das 4 linhas”.

3. Cadeira de presidente é cagada

Durante a reunião, Bolsonaro afirmou que conquistar a cadeira de presidente da República, em 2018, era uma “cagada”. O ex-presidente se descreveu como um “deputado de baixo clero, escrotizado dentro da Câmara, sacaneado, gozado”.

4. Inteligência está “coçando o saco”

Pouco mais de 2 anos depois de reclamar da Inteligência do governo, Bolsonaro voltou a mirar o setor. Segundo o ex-presidente, as Forças Armadas e a Agência Nacional de Inteligência (Abin) não haviam produzido um relatório sobre um caso que ele gostaria.

5. Pesquisas refletem computadores do TSE

Bolsonaro disse que acreditava que Lula ganharia a cadeira presidencial em 2022 e que uma pesquisa eleitoral estaria refletindo “números que estão dentro dos computadores do TSE”.

6. “Vamos esperar o quê”, disse Bolsonaro a ministros

Em determinado momento da reunião, Bolsonaro cobrou uma ação firme de seus ministros. “Vamos esperar o quê? Todo mundo vai se f****.”

7. Ministros precisam ser mais contundentes

Bolsonaro também afirmou que ele teria de tomar providências e alegou que as supostas fraudes nas urnas eletrônicas não atingiram só a disputa para presidente da República, mas também as do Senado e de governadores. “A guerra de papel e caneta, a gente não vai ganhar essa guerra. A gente tem que ser mais contundente, como eu vou começar a ser com os embaixadores”, esbravejou.

8. Rosário pergunta se reunião estava sendo gravada, e Bolsonaro e Braga Netto negam

O então ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Wagner Rosário, indicou ser necessário uma junção das Forças Armadas, da CGU e da Polícia Federal para ‘fiscalizar’ as urnas eletrônicas. Ele mesmo interrompe a sua fala e pergunta se a reunião está sendo gravada. Bolsonaro e Braga Netto negam. “Só mandei gravar a minha fala”, acrescenta o presidente. O encontro estava sendo gravado, no entanto, e cerca de um ano e meio depois está sendo usado como prova da Operação Tempus Veritatis, que investiga a tentativa de golpe no País.

9. Ministro da Defesa vê TSE como inimigo e diz trabalhar para reeleger Bolsonaro

Chefe do Ministério da Defesa à época das reuniões, o general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira afirmou, em sua fala, que a comissão eleitoral do TSE era para “inglês ver”. Ele também disse que se sentia na linha de contato com o inimigo e afirmou estar realizando reuniões quase que semanais com os comandantes das Forças Armadas para reeleger Bolsonaro.

10. Heleno diz que é necessário agir contra determinadas instituições e pessoas

O general Augusto Heleno, então chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), disse que vai montar um sistema com a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para monitorar os “dois lados”, mas teme que isso vaze. Bolsonaro, então, o interrompe e pede para que o assunto seja tratado em particular com ele. Heleno acolhe o pedido e, em seguida, diz que é preciso agir antes das eleições. “Nós vamos ter que agir. Agir contra determinadas instituições e contra determinadas pessoas.

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