Os partidos de oposição decidem hoje, em reunião marcada para as 15 horas, na Câmara, quando os deputados e senadores de esquerda formalizarão o pedido de criação da CPI da Corrupção. A idéia inicial era solicitar a abertura do processo de investigação ainda hoje, mas os oposicionistas preferem rediscutir o assunto para verificar se não seria melhor garantir novos votos que poderão surgir após a acareação entre os senadores Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), José Roberto Arruda (sem partido-DF) e a ex-diretora do Prodasen Regina Borges. Na reunião, os líderes de esquerda discutirão o rito de criação da chamada CPI da Corrupção, farão uma recontagem do número de assinaturas e tentarão definir o melhor momento para formalizar o pedido de investigação das denúncias de irregularidades. "Se tivermos número, entregamos hoje", disse o líder do bloco de oposição no Senado, José Eduardo Dutra (PT-SE). O líder do PT na Câmara, deputado Walter Pinheiro (BA), admite, porém, que talvez seja melhor deixar para depois. "Podemos esperar o resultado da acareação e deixar para mais tarde", observou. Segundo o deputado Miro Teixeira (RJ), líder do PDT, "a orientação é apresentar o pedido já". Pelos cálculos da oposição, conquistadas 185 assinaturas - 14 a mais do que o exigido pelo regimento interno da Câmara - não haverá margem para o governo frear a instalação da CPI. Até agora, diz um parlamentar da esquerda, já estão contabilizados 180 nomes e a expectativa é de que a lista engorde mais um pouco esta semana. Ontem, por exemplo, o deputado Luiz Antônio Fleury (PTB-SP) anunciou que assinará o pedido de instalação da CPI. Observação - O Planalto continua observando os passos da oposição antes de tomar novas medidas. "Vamos esperar o requerimento; agora está na mão da oposição", avisou o líder do governo na Câmara, deputado Arnaldo Madeira (PSDB-SP). A única coisa certa é que o governo continuará insistindo na tese da inconstitucionalidade do requerimento, que pede a investigação de dezenas de denúncias. "Varal não tem respaldo na Constituição", argumentou Madeira. Leia também: Jader veta acordo do PMDB com ACM e Arruda PF vai investigar aliado político de senador Conselho ainda discute regras de acareação Cúpula do PFL definirá estratégia logo após sessão
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