BRASÍLIA - O ministro da Justiça, Flávio Dino, mandou um recado para extremistas e apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro que não aceitam o resultado das eleições e até apoiam as ações que resultaram na invasão e depredação dos prédios do Palácio do Planalto, Congresso e Supremo Tribunal Federal no domingo, 8. Dino disse que os descontentes têm que esperar a próxima eleição.
“Pelo amor de Deus, acabou a eleição de 2022, entendam definitivamente isto. Haverá uma nova eleição daqui a quatro anos. Nós, os vencedores de 2022, se perdermos em 2026, vamos respeitar democraticamente o resultado”.
Numa tentativa de reforçar o apoio do governo federal às corporações policiais que atuam em Brasília, o ministro da Justiça organizou nesta sexta-feira, 13, uma cerimônia de homenagem aos agentes que atuaram na repressão aos atos de vandalismo na Praça dos Três Poderes no domingo, 8. Apesar de a atuação da Polícia Militar, da Secretaria de Segurança do Distrito Federal e até mesmo de militares estar sob investigação, Dino disse que a intervenção federal nas polícias de Brasília não foi uma ação contra as polícias.
Segundo ele, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deseja um País em paz, mas ponderou que isso não significa “se curvar a uma lógica do vale-tudo”. “Não queremos um País conflagrado. O presidente Lula deseja um País em paz. Mas paz não significa se curvar a uma lógica do vale-tudo, não significa aceitar a lógica do mais forte”, declarou o ministro.
Dino defendeu que as investigações contra os golpistas que participaram da invasão dos prédios e contra os financiadores e organizadores dos atos precisam ser levadas adiante não por vingança, mas porque a “lei manda”. “Esses mesmos terroristas agora querem deixar regiões brasileiras sem energia elétrica”, emendou. Dino estava acompanhado do diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, e do interventor federal na segurança pública do DF, Ricardo Cappelli.
Durante a cerimônia, Dino ergueu um exemplar da Constituição que foi roubado durante a invasão do prédio do STF e disse que vai devolvê-lo à presidente da Corte, ministra Rosa Weber.