PP aprova agenda de princípios com viés de centro-direita após ala aderir ao governo Lula


Presidente da legenda, Ciro Nogueira fala em “fechar questão” quando temas se chocarem com linha central de atuação produzida sob coordenação de Tereza Cristina

Por Ricardo Corrêa
Atualização:

Uma semana depois de parte de sua bancada aderir ao governo com a entrada de André Fufuca (MA) no Ministério do Esporte, o comando do PP aprovou uma agenda central que, na prática, pode dificultar o apoio a diversas votações de interesse do Executivo. Produzido sob a coordenação da senadora Tereza Cristina (MS), que é cotada até como candidata a presidente em 2026, o documento elenca uma série de princípios que o partido considera “inegociáveis” ou “cláusulas pétreas” e que, segundo ela, “nortearão as ações e políticas” da legenda.

Embora haja pontos que se coadunam com o discurso do governo, como a defesa do desenvolvimento econômico sustentável, com estabilidade financeira caminhando ao lado de justiça social e redução da pobreza, há reiterações da sigla na centro-direita, com princípios contra o aumento de impostos, em defesa da liberdade econômica, e indicações contra o aborto, por exemplo.

Senadora Tereza Cristina comandou discussões do PP para criação de uma agenda central de princípios "inegociáveis" da legenda Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados
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Nas redes sociais, o presidente da sigla, Ciro Nogueira (PI), exaltou a resolução e publicou uma foto de água e óleo, que não se misturam. A publicação se dá no momento em que outro líder da legenda, o presidente da Câmara, Arthur Lira (AL), se aproxima cada vez mais do governo ao patrocinar a entrada de parte da bancada na base do Executivo. Na postagem, Ciro Nogueira afirma o partido pode inclusive fechar questão nas convicções centrais expostas no documento, o que abriria espaço para punição a membros do PP que votassem com o governo em alguns desses temas sem a concordância da legenda. “São a nossa essência, o que nos fazem sermos o que somos. A nossa identidade para dizer, em última instância: água e óleo não se misturam! Em nossas convicções centrais, fecharemos até questão. Seremos uma só voz”, resumiu.

Ciro Nogueira, um ex-aliado de Lula que tornou-se ministro da Casa Civil de Jair Bolsonaro (PL), tem sido um dos principais críticos da aproximação do PP com o governo. Ele faz críticas quase diárias a Lula e à gestão petista nas redes e teria desaconselhado André Fufuca a assumir o Ministério do Esporte, como disse o próprio ministro em entrevista recente ao Estadão.

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Entre os 11 pontos, o PP começa destacando o “respeito à Constituição Federal e à segurança jurídica”. “Aspiramos a um Brasil onde as regras são claras, justas e consistentemente aplicadas, assegurando a cada brasileiro a convicção de que seus direitos, garantidos pela nossa Carta Magna, serão respeitados e protegidos”, afirma o partido.

No segundo tópico, o PP trata da defesa de “políticas fiscais equilibradas” e “contra o aumento de impostos”. A postura da legenda vem no momento em que o governo quer aprovar no Congresso medidas que permitam o aumento da arrecadação, de modo a zerar o déficit em 2024, como prevê o novo arcabouço fiscal. Entre essas medidas estão, por exemplo, propostas para tributar investidores de fundos offshore, fora do país, e exclusivos, chamados de fundos dos “super-ricos”, o que enfrenta resistência na Câmara.

“Ademais, deixamos claro que somos contra o aumento de impostos no Brasil e não aceitaremos retrocessos, por exemplo com a tentativa de retorno da contribuição sindical compulsória”, diz o PP, fazendo referência ao recente debate no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a cobrança de taxa sindical, que tem adeptos no governo.

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O PP também finca o pé na defesa da liberdade econômica e dos direitos de propriedade. “Almejamos uma nação onde empreendedores, livres de entraves burocráticos, possam dedicar-se plenamente à inovação e à geração de negócios transformadores”. Quanto ao respeito à propriedade privada, a sigla aponta o objetivo do Estado de “proteger propriedades, combater invasões e assegurar os direitos dos legítimos proprietários”.

O PP, que já viu no passado membros da legenda envolvidos em acusação de aparelhamento e corrupção em estatais em governos petistas, aponta defender a eficiência no gasto pública com gestão profissional das empresas que pertencem ao Estado. “Enxergamos um futuro onde as empresas estatais são regidas por mérito e competência, alinhadas à uma gestão transparente e voltada para resultados”, afirma a sigla no documento, complementando que “esta abordagem elimina o espaço para práticas corruptas, indicações políticas e desperdício de dinheiro público”.

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O partido também defende o que chama de “privatizações estratégicas” em alguns setores, sem apontar, porém, quais seriam as empresas e áreas que poderiam passar por essa desestatização.

Arthur Lira, uma das principais lideranças do PP, tem sido peça-chave para aproximação de ala da legenda com o governo Lula, como se deu com a indicação de André Fufuca ao Ministério do Esporte Foto: Wilton Junior/Estadão

Em um dos pontos que mais se choca com o discurso de grupos de esquerda que sustentam o governo e que defendem a possibilidade de ampliar as hipóteses para o aborto legal, o PP faz uma defesa da “valorização da vida desde sua concepção até a terceira idade”, apontando que seria um pilar fundamental para moldar uma sociedade mais cuidadosa e respeitosa”. “Enfatizamos que todas as vidas possuem valor inestimável, e este princípio abrange desde os não nascidos até mulheres grávidas, famílias e idosos”.

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O PP também reserva um capítulo especial para tratar da segurança pública, do combate às drogas e da corrupção. “Buscamos um Brasil onde o consumo de substâncias nocivas seja vigorosamente combatido, protegendo nossos jovens e famílias dos impactos negativos do vício”, diz a legenda, enfatizando políticas preventivas, como educação, incentivo ao esporte e geração de oportunidades, além de serviços de saúde mental em apoio aos dependentes.

O documento traz, por outro lado, pautas mais convergentes com o discurso de membros do governo, como a ampliação de investimento e valorização de profissionais da saúde, com fortalecimento do SUS, investimento em infraestrutura e desenvolvimento sustentável, com proteção ao meio ambiente, valorização da cultura e do turismo brasileiros e um arcabouço de medidas de proteção social para redução da pobreza.

Veja a íntegra do documento aprovado pela Executiva Nacional do PP:

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Uma semana depois de parte de sua bancada aderir ao governo com a entrada de André Fufuca (MA) no Ministério do Esporte, o comando do PP aprovou uma agenda central que, na prática, pode dificultar o apoio a diversas votações de interesse do Executivo. Produzido sob a coordenação da senadora Tereza Cristina (MS), que é cotada até como candidata a presidente em 2026, o documento elenca uma série de princípios que o partido considera “inegociáveis” ou “cláusulas pétreas” e que, segundo ela, “nortearão as ações e políticas” da legenda.

Embora haja pontos que se coadunam com o discurso do governo, como a defesa do desenvolvimento econômico sustentável, com estabilidade financeira caminhando ao lado de justiça social e redução da pobreza, há reiterações da sigla na centro-direita, com princípios contra o aumento de impostos, em defesa da liberdade econômica, e indicações contra o aborto, por exemplo.

Senadora Tereza Cristina comandou discussões do PP para criação de uma agenda central de princípios "inegociáveis" da legenda Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados

Nas redes sociais, o presidente da sigla, Ciro Nogueira (PI), exaltou a resolução e publicou uma foto de água e óleo, que não se misturam. A publicação se dá no momento em que outro líder da legenda, o presidente da Câmara, Arthur Lira (AL), se aproxima cada vez mais do governo ao patrocinar a entrada de parte da bancada na base do Executivo. Na postagem, Ciro Nogueira afirma o partido pode inclusive fechar questão nas convicções centrais expostas no documento, o que abriria espaço para punição a membros do PP que votassem com o governo em alguns desses temas sem a concordância da legenda. “São a nossa essência, o que nos fazem sermos o que somos. A nossa identidade para dizer, em última instância: água e óleo não se misturam! Em nossas convicções centrais, fecharemos até questão. Seremos uma só voz”, resumiu.

Ciro Nogueira, um ex-aliado de Lula que tornou-se ministro da Casa Civil de Jair Bolsonaro (PL), tem sido um dos principais críticos da aproximação do PP com o governo. Ele faz críticas quase diárias a Lula e à gestão petista nas redes e teria desaconselhado André Fufuca a assumir o Ministério do Esporte, como disse o próprio ministro em entrevista recente ao Estadão.

Entre os 11 pontos, o PP começa destacando o “respeito à Constituição Federal e à segurança jurídica”. “Aspiramos a um Brasil onde as regras são claras, justas e consistentemente aplicadas, assegurando a cada brasileiro a convicção de que seus direitos, garantidos pela nossa Carta Magna, serão respeitados e protegidos”, afirma o partido.

No segundo tópico, o PP trata da defesa de “políticas fiscais equilibradas” e “contra o aumento de impostos”. A postura da legenda vem no momento em que o governo quer aprovar no Congresso medidas que permitam o aumento da arrecadação, de modo a zerar o déficit em 2024, como prevê o novo arcabouço fiscal. Entre essas medidas estão, por exemplo, propostas para tributar investidores de fundos offshore, fora do país, e exclusivos, chamados de fundos dos “super-ricos”, o que enfrenta resistência na Câmara.

“Ademais, deixamos claro que somos contra o aumento de impostos no Brasil e não aceitaremos retrocessos, por exemplo com a tentativa de retorno da contribuição sindical compulsória”, diz o PP, fazendo referência ao recente debate no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a cobrança de taxa sindical, que tem adeptos no governo.

O PP também finca o pé na defesa da liberdade econômica e dos direitos de propriedade. “Almejamos uma nação onde empreendedores, livres de entraves burocráticos, possam dedicar-se plenamente à inovação e à geração de negócios transformadores”. Quanto ao respeito à propriedade privada, a sigla aponta o objetivo do Estado de “proteger propriedades, combater invasões e assegurar os direitos dos legítimos proprietários”.

O PP, que já viu no passado membros da legenda envolvidos em acusação de aparelhamento e corrupção em estatais em governos petistas, aponta defender a eficiência no gasto pública com gestão profissional das empresas que pertencem ao Estado. “Enxergamos um futuro onde as empresas estatais são regidas por mérito e competência, alinhadas à uma gestão transparente e voltada para resultados”, afirma a sigla no documento, complementando que “esta abordagem elimina o espaço para práticas corruptas, indicações políticas e desperdício de dinheiro público”.

O partido também defende o que chama de “privatizações estratégicas” em alguns setores, sem apontar, porém, quais seriam as empresas e áreas que poderiam passar por essa desestatização.

Arthur Lira, uma das principais lideranças do PP, tem sido peça-chave para aproximação de ala da legenda com o governo Lula, como se deu com a indicação de André Fufuca ao Ministério do Esporte Foto: Wilton Junior/Estadão

Em um dos pontos que mais se choca com o discurso de grupos de esquerda que sustentam o governo e que defendem a possibilidade de ampliar as hipóteses para o aborto legal, o PP faz uma defesa da “valorização da vida desde sua concepção até a terceira idade”, apontando que seria um pilar fundamental para moldar uma sociedade mais cuidadosa e respeitosa”. “Enfatizamos que todas as vidas possuem valor inestimável, e este princípio abrange desde os não nascidos até mulheres grávidas, famílias e idosos”.

O PP também reserva um capítulo especial para tratar da segurança pública, do combate às drogas e da corrupção. “Buscamos um Brasil onde o consumo de substâncias nocivas seja vigorosamente combatido, protegendo nossos jovens e famílias dos impactos negativos do vício”, diz a legenda, enfatizando políticas preventivas, como educação, incentivo ao esporte e geração de oportunidades, além de serviços de saúde mental em apoio aos dependentes.

O documento traz, por outro lado, pautas mais convergentes com o discurso de membros do governo, como a ampliação de investimento e valorização de profissionais da saúde, com fortalecimento do SUS, investimento em infraestrutura e desenvolvimento sustentável, com proteção ao meio ambiente, valorização da cultura e do turismo brasileiros e um arcabouço de medidas de proteção social para redução da pobreza.

Veja a íntegra do documento aprovado pela Executiva Nacional do PP:

Uma semana depois de parte de sua bancada aderir ao governo com a entrada de André Fufuca (MA) no Ministério do Esporte, o comando do PP aprovou uma agenda central que, na prática, pode dificultar o apoio a diversas votações de interesse do Executivo. Produzido sob a coordenação da senadora Tereza Cristina (MS), que é cotada até como candidata a presidente em 2026, o documento elenca uma série de princípios que o partido considera “inegociáveis” ou “cláusulas pétreas” e que, segundo ela, “nortearão as ações e políticas” da legenda.

Embora haja pontos que se coadunam com o discurso do governo, como a defesa do desenvolvimento econômico sustentável, com estabilidade financeira caminhando ao lado de justiça social e redução da pobreza, há reiterações da sigla na centro-direita, com princípios contra o aumento de impostos, em defesa da liberdade econômica, e indicações contra o aborto, por exemplo.

Senadora Tereza Cristina comandou discussões do PP para criação de uma agenda central de princípios "inegociáveis" da legenda Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados

Nas redes sociais, o presidente da sigla, Ciro Nogueira (PI), exaltou a resolução e publicou uma foto de água e óleo, que não se misturam. A publicação se dá no momento em que outro líder da legenda, o presidente da Câmara, Arthur Lira (AL), se aproxima cada vez mais do governo ao patrocinar a entrada de parte da bancada na base do Executivo. Na postagem, Ciro Nogueira afirma o partido pode inclusive fechar questão nas convicções centrais expostas no documento, o que abriria espaço para punição a membros do PP que votassem com o governo em alguns desses temas sem a concordância da legenda. “São a nossa essência, o que nos fazem sermos o que somos. A nossa identidade para dizer, em última instância: água e óleo não se misturam! Em nossas convicções centrais, fecharemos até questão. Seremos uma só voz”, resumiu.

Ciro Nogueira, um ex-aliado de Lula que tornou-se ministro da Casa Civil de Jair Bolsonaro (PL), tem sido um dos principais críticos da aproximação do PP com o governo. Ele faz críticas quase diárias a Lula e à gestão petista nas redes e teria desaconselhado André Fufuca a assumir o Ministério do Esporte, como disse o próprio ministro em entrevista recente ao Estadão.

Entre os 11 pontos, o PP começa destacando o “respeito à Constituição Federal e à segurança jurídica”. “Aspiramos a um Brasil onde as regras são claras, justas e consistentemente aplicadas, assegurando a cada brasileiro a convicção de que seus direitos, garantidos pela nossa Carta Magna, serão respeitados e protegidos”, afirma o partido.

No segundo tópico, o PP trata da defesa de “políticas fiscais equilibradas” e “contra o aumento de impostos”. A postura da legenda vem no momento em que o governo quer aprovar no Congresso medidas que permitam o aumento da arrecadação, de modo a zerar o déficit em 2024, como prevê o novo arcabouço fiscal. Entre essas medidas estão, por exemplo, propostas para tributar investidores de fundos offshore, fora do país, e exclusivos, chamados de fundos dos “super-ricos”, o que enfrenta resistência na Câmara.

“Ademais, deixamos claro que somos contra o aumento de impostos no Brasil e não aceitaremos retrocessos, por exemplo com a tentativa de retorno da contribuição sindical compulsória”, diz o PP, fazendo referência ao recente debate no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a cobrança de taxa sindical, que tem adeptos no governo.

O PP também finca o pé na defesa da liberdade econômica e dos direitos de propriedade. “Almejamos uma nação onde empreendedores, livres de entraves burocráticos, possam dedicar-se plenamente à inovação e à geração de negócios transformadores”. Quanto ao respeito à propriedade privada, a sigla aponta o objetivo do Estado de “proteger propriedades, combater invasões e assegurar os direitos dos legítimos proprietários”.

O PP, que já viu no passado membros da legenda envolvidos em acusação de aparelhamento e corrupção em estatais em governos petistas, aponta defender a eficiência no gasto pública com gestão profissional das empresas que pertencem ao Estado. “Enxergamos um futuro onde as empresas estatais são regidas por mérito e competência, alinhadas à uma gestão transparente e voltada para resultados”, afirma a sigla no documento, complementando que “esta abordagem elimina o espaço para práticas corruptas, indicações políticas e desperdício de dinheiro público”.

O partido também defende o que chama de “privatizações estratégicas” em alguns setores, sem apontar, porém, quais seriam as empresas e áreas que poderiam passar por essa desestatização.

Arthur Lira, uma das principais lideranças do PP, tem sido peça-chave para aproximação de ala da legenda com o governo Lula, como se deu com a indicação de André Fufuca ao Ministério do Esporte Foto: Wilton Junior/Estadão

Em um dos pontos que mais se choca com o discurso de grupos de esquerda que sustentam o governo e que defendem a possibilidade de ampliar as hipóteses para o aborto legal, o PP faz uma defesa da “valorização da vida desde sua concepção até a terceira idade”, apontando que seria um pilar fundamental para moldar uma sociedade mais cuidadosa e respeitosa”. “Enfatizamos que todas as vidas possuem valor inestimável, e este princípio abrange desde os não nascidos até mulheres grávidas, famílias e idosos”.

O PP também reserva um capítulo especial para tratar da segurança pública, do combate às drogas e da corrupção. “Buscamos um Brasil onde o consumo de substâncias nocivas seja vigorosamente combatido, protegendo nossos jovens e famílias dos impactos negativos do vício”, diz a legenda, enfatizando políticas preventivas, como educação, incentivo ao esporte e geração de oportunidades, além de serviços de saúde mental em apoio aos dependentes.

O documento traz, por outro lado, pautas mais convergentes com o discurso de membros do governo, como a ampliação de investimento e valorização de profissionais da saúde, com fortalecimento do SUS, investimento em infraestrutura e desenvolvimento sustentável, com proteção ao meio ambiente, valorização da cultura e do turismo brasileiros e um arcabouço de medidas de proteção social para redução da pobreza.

Veja a íntegra do documento aprovado pela Executiva Nacional do PP:

Uma semana depois de parte de sua bancada aderir ao governo com a entrada de André Fufuca (MA) no Ministério do Esporte, o comando do PP aprovou uma agenda central que, na prática, pode dificultar o apoio a diversas votações de interesse do Executivo. Produzido sob a coordenação da senadora Tereza Cristina (MS), que é cotada até como candidata a presidente em 2026, o documento elenca uma série de princípios que o partido considera “inegociáveis” ou “cláusulas pétreas” e que, segundo ela, “nortearão as ações e políticas” da legenda.

Embora haja pontos que se coadunam com o discurso do governo, como a defesa do desenvolvimento econômico sustentável, com estabilidade financeira caminhando ao lado de justiça social e redução da pobreza, há reiterações da sigla na centro-direita, com princípios contra o aumento de impostos, em defesa da liberdade econômica, e indicações contra o aborto, por exemplo.

Senadora Tereza Cristina comandou discussões do PP para criação de uma agenda central de princípios "inegociáveis" da legenda Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados

Nas redes sociais, o presidente da sigla, Ciro Nogueira (PI), exaltou a resolução e publicou uma foto de água e óleo, que não se misturam. A publicação se dá no momento em que outro líder da legenda, o presidente da Câmara, Arthur Lira (AL), se aproxima cada vez mais do governo ao patrocinar a entrada de parte da bancada na base do Executivo. Na postagem, Ciro Nogueira afirma o partido pode inclusive fechar questão nas convicções centrais expostas no documento, o que abriria espaço para punição a membros do PP que votassem com o governo em alguns desses temas sem a concordância da legenda. “São a nossa essência, o que nos fazem sermos o que somos. A nossa identidade para dizer, em última instância: água e óleo não se misturam! Em nossas convicções centrais, fecharemos até questão. Seremos uma só voz”, resumiu.

Ciro Nogueira, um ex-aliado de Lula que tornou-se ministro da Casa Civil de Jair Bolsonaro (PL), tem sido um dos principais críticos da aproximação do PP com o governo. Ele faz críticas quase diárias a Lula e à gestão petista nas redes e teria desaconselhado André Fufuca a assumir o Ministério do Esporte, como disse o próprio ministro em entrevista recente ao Estadão.

Entre os 11 pontos, o PP começa destacando o “respeito à Constituição Federal e à segurança jurídica”. “Aspiramos a um Brasil onde as regras são claras, justas e consistentemente aplicadas, assegurando a cada brasileiro a convicção de que seus direitos, garantidos pela nossa Carta Magna, serão respeitados e protegidos”, afirma o partido.

No segundo tópico, o PP trata da defesa de “políticas fiscais equilibradas” e “contra o aumento de impostos”. A postura da legenda vem no momento em que o governo quer aprovar no Congresso medidas que permitam o aumento da arrecadação, de modo a zerar o déficit em 2024, como prevê o novo arcabouço fiscal. Entre essas medidas estão, por exemplo, propostas para tributar investidores de fundos offshore, fora do país, e exclusivos, chamados de fundos dos “super-ricos”, o que enfrenta resistência na Câmara.

“Ademais, deixamos claro que somos contra o aumento de impostos no Brasil e não aceitaremos retrocessos, por exemplo com a tentativa de retorno da contribuição sindical compulsória”, diz o PP, fazendo referência ao recente debate no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a cobrança de taxa sindical, que tem adeptos no governo.

O PP também finca o pé na defesa da liberdade econômica e dos direitos de propriedade. “Almejamos uma nação onde empreendedores, livres de entraves burocráticos, possam dedicar-se plenamente à inovação e à geração de negócios transformadores”. Quanto ao respeito à propriedade privada, a sigla aponta o objetivo do Estado de “proteger propriedades, combater invasões e assegurar os direitos dos legítimos proprietários”.

O PP, que já viu no passado membros da legenda envolvidos em acusação de aparelhamento e corrupção em estatais em governos petistas, aponta defender a eficiência no gasto pública com gestão profissional das empresas que pertencem ao Estado. “Enxergamos um futuro onde as empresas estatais são regidas por mérito e competência, alinhadas à uma gestão transparente e voltada para resultados”, afirma a sigla no documento, complementando que “esta abordagem elimina o espaço para práticas corruptas, indicações políticas e desperdício de dinheiro público”.

O partido também defende o que chama de “privatizações estratégicas” em alguns setores, sem apontar, porém, quais seriam as empresas e áreas que poderiam passar por essa desestatização.

Arthur Lira, uma das principais lideranças do PP, tem sido peça-chave para aproximação de ala da legenda com o governo Lula, como se deu com a indicação de André Fufuca ao Ministério do Esporte Foto: Wilton Junior/Estadão

Em um dos pontos que mais se choca com o discurso de grupos de esquerda que sustentam o governo e que defendem a possibilidade de ampliar as hipóteses para o aborto legal, o PP faz uma defesa da “valorização da vida desde sua concepção até a terceira idade”, apontando que seria um pilar fundamental para moldar uma sociedade mais cuidadosa e respeitosa”. “Enfatizamos que todas as vidas possuem valor inestimável, e este princípio abrange desde os não nascidos até mulheres grávidas, famílias e idosos”.

O PP também reserva um capítulo especial para tratar da segurança pública, do combate às drogas e da corrupção. “Buscamos um Brasil onde o consumo de substâncias nocivas seja vigorosamente combatido, protegendo nossos jovens e famílias dos impactos negativos do vício”, diz a legenda, enfatizando políticas preventivas, como educação, incentivo ao esporte e geração de oportunidades, além de serviços de saúde mental em apoio aos dependentes.

O documento traz, por outro lado, pautas mais convergentes com o discurso de membros do governo, como a ampliação de investimento e valorização de profissionais da saúde, com fortalecimento do SUS, investimento em infraestrutura e desenvolvimento sustentável, com proteção ao meio ambiente, valorização da cultura e do turismo brasileiros e um arcabouço de medidas de proteção social para redução da pobreza.

Veja a íntegra do documento aprovado pela Executiva Nacional do PP:

Uma semana depois de parte de sua bancada aderir ao governo com a entrada de André Fufuca (MA) no Ministério do Esporte, o comando do PP aprovou uma agenda central que, na prática, pode dificultar o apoio a diversas votações de interesse do Executivo. Produzido sob a coordenação da senadora Tereza Cristina (MS), que é cotada até como candidata a presidente em 2026, o documento elenca uma série de princípios que o partido considera “inegociáveis” ou “cláusulas pétreas” e que, segundo ela, “nortearão as ações e políticas” da legenda.

Embora haja pontos que se coadunam com o discurso do governo, como a defesa do desenvolvimento econômico sustentável, com estabilidade financeira caminhando ao lado de justiça social e redução da pobreza, há reiterações da sigla na centro-direita, com princípios contra o aumento de impostos, em defesa da liberdade econômica, e indicações contra o aborto, por exemplo.

Senadora Tereza Cristina comandou discussões do PP para criação de uma agenda central de princípios "inegociáveis" da legenda Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados

Nas redes sociais, o presidente da sigla, Ciro Nogueira (PI), exaltou a resolução e publicou uma foto de água e óleo, que não se misturam. A publicação se dá no momento em que outro líder da legenda, o presidente da Câmara, Arthur Lira (AL), se aproxima cada vez mais do governo ao patrocinar a entrada de parte da bancada na base do Executivo. Na postagem, Ciro Nogueira afirma o partido pode inclusive fechar questão nas convicções centrais expostas no documento, o que abriria espaço para punição a membros do PP que votassem com o governo em alguns desses temas sem a concordância da legenda. “São a nossa essência, o que nos fazem sermos o que somos. A nossa identidade para dizer, em última instância: água e óleo não se misturam! Em nossas convicções centrais, fecharemos até questão. Seremos uma só voz”, resumiu.

Ciro Nogueira, um ex-aliado de Lula que tornou-se ministro da Casa Civil de Jair Bolsonaro (PL), tem sido um dos principais críticos da aproximação do PP com o governo. Ele faz críticas quase diárias a Lula e à gestão petista nas redes e teria desaconselhado André Fufuca a assumir o Ministério do Esporte, como disse o próprio ministro em entrevista recente ao Estadão.

Entre os 11 pontos, o PP começa destacando o “respeito à Constituição Federal e à segurança jurídica”. “Aspiramos a um Brasil onde as regras são claras, justas e consistentemente aplicadas, assegurando a cada brasileiro a convicção de que seus direitos, garantidos pela nossa Carta Magna, serão respeitados e protegidos”, afirma o partido.

No segundo tópico, o PP trata da defesa de “políticas fiscais equilibradas” e “contra o aumento de impostos”. A postura da legenda vem no momento em que o governo quer aprovar no Congresso medidas que permitam o aumento da arrecadação, de modo a zerar o déficit em 2024, como prevê o novo arcabouço fiscal. Entre essas medidas estão, por exemplo, propostas para tributar investidores de fundos offshore, fora do país, e exclusivos, chamados de fundos dos “super-ricos”, o que enfrenta resistência na Câmara.

“Ademais, deixamos claro que somos contra o aumento de impostos no Brasil e não aceitaremos retrocessos, por exemplo com a tentativa de retorno da contribuição sindical compulsória”, diz o PP, fazendo referência ao recente debate no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a cobrança de taxa sindical, que tem adeptos no governo.

O PP também finca o pé na defesa da liberdade econômica e dos direitos de propriedade. “Almejamos uma nação onde empreendedores, livres de entraves burocráticos, possam dedicar-se plenamente à inovação e à geração de negócios transformadores”. Quanto ao respeito à propriedade privada, a sigla aponta o objetivo do Estado de “proteger propriedades, combater invasões e assegurar os direitos dos legítimos proprietários”.

O PP, que já viu no passado membros da legenda envolvidos em acusação de aparelhamento e corrupção em estatais em governos petistas, aponta defender a eficiência no gasto pública com gestão profissional das empresas que pertencem ao Estado. “Enxergamos um futuro onde as empresas estatais são regidas por mérito e competência, alinhadas à uma gestão transparente e voltada para resultados”, afirma a sigla no documento, complementando que “esta abordagem elimina o espaço para práticas corruptas, indicações políticas e desperdício de dinheiro público”.

O partido também defende o que chama de “privatizações estratégicas” em alguns setores, sem apontar, porém, quais seriam as empresas e áreas que poderiam passar por essa desestatização.

Arthur Lira, uma das principais lideranças do PP, tem sido peça-chave para aproximação de ala da legenda com o governo Lula, como se deu com a indicação de André Fufuca ao Ministério do Esporte Foto: Wilton Junior/Estadão

Em um dos pontos que mais se choca com o discurso de grupos de esquerda que sustentam o governo e que defendem a possibilidade de ampliar as hipóteses para o aborto legal, o PP faz uma defesa da “valorização da vida desde sua concepção até a terceira idade”, apontando que seria um pilar fundamental para moldar uma sociedade mais cuidadosa e respeitosa”. “Enfatizamos que todas as vidas possuem valor inestimável, e este princípio abrange desde os não nascidos até mulheres grávidas, famílias e idosos”.

O PP também reserva um capítulo especial para tratar da segurança pública, do combate às drogas e da corrupção. “Buscamos um Brasil onde o consumo de substâncias nocivas seja vigorosamente combatido, protegendo nossos jovens e famílias dos impactos negativos do vício”, diz a legenda, enfatizando políticas preventivas, como educação, incentivo ao esporte e geração de oportunidades, além de serviços de saúde mental em apoio aos dependentes.

O documento traz, por outro lado, pautas mais convergentes com o discurso de membros do governo, como a ampliação de investimento e valorização de profissionais da saúde, com fortalecimento do SUS, investimento em infraestrutura e desenvolvimento sustentável, com proteção ao meio ambiente, valorização da cultura e do turismo brasileiros e um arcabouço de medidas de proteção social para redução da pobreza.

Veja a íntegra do documento aprovado pela Executiva Nacional do PP:

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