RIO E BRASÍLIA - O ex-presidente Jair Bolsonaro aproveitou o ato realizado na Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, neste domingo, 21, para um gesto de manifestação de apoio aos nomes que deverão ser os representantes do bolsonarismo nas eleições municipais, marcadas para outubro.
Após os discursos, Bolsonaro procedeu a um “desfile” de aliados no caminhão usado como palanque na manifestação marcada por reverências ao empresário Elon Musk e críticas ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O ex-presidente chamou aliados individualmente e posou para fotos com braços erguidos diante do público.
Na capital fluminense, o deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ) deve ser o candidato de Bolsonaro à prefeitura. Nas últimas pesquisas de intenção de voto, o ex-chefe da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) aparece em segundo lugar, mas ainda afastado de Eduardo Paes (PSD), candidato à reeleição. Ramagem não discursou.
Também ganharam a foto ao lado do ex-presidente alguns pré-candidatos do PL em cidades importantes, como Belo Horizonte (MG), com o deputado estadual Bruno Engler; Goiânia (GO), com o deputado federal Gustavo Gayer; Recife (PE), com o ex-ministro Gilson Machado; Belém (PA), com o deputado federal Éder Mauro; e Londrina (PR), com o deputado federal Filipe Barros.
O governador do Rio, Claudio Castro, também compareceu e teve o braço erguido por Bolsonaro ao final dos discursos. A presença dele era considerada por aliados uma espécie de teste sobre a adesão ao bolsonarismo. Na manifestação realizada em fevereiro na Avenida Paulista, Castro não compareceu alegando que tinha compromisso em Portugal.
Cláudio Castro não fez discurso, embora a organização tivesse oferecido a ele o espaço. O governador é alvo de ação movida pela Procuradoria Regional Eleitoral, que pede a cassação dele por abuso de poder político e econômico na disputa eleitoral de 2022. O processo está em tramitação na Justiça Eleitoral. A situação judicial e eleitoral de Castro pode vir a ser debatida nas Cortes superiores.
A ação é baseada no suposto uso de uma “folha de pagamento secreta” para beneficiar aliados com 27 mil cargos temporários na Fundação Centro Estadual de Estatísticas, Pesquisas e Formação de Servidores Públicos do Estado do Rio de Janeiro (Ceperj) e mais 18 mil na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). O caso foi revelado pelo UOL.
Pré-candidato a prefeito do Rio, Ramagem é alvo de uma investigação da Polícia Federal sobre espionagem ilegal contra políticos e outras autoridades que teriam sido praticadas no âmbito da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Ele comandou a agência no governo Bolsonaro. Em janeiro, o deputado foi alvo de mandado de busca e apreensão autorizado na Operação Vigilância Aproximada, um desdobramento da Operação Última Milha, de outubro passado.
A Polícia Militar do Rio de Janeiro informou que não divulgaria estimativa de pessoas presentes.