Presidente da Funai exonera coordenador de proteção a índios isolados


Nas últimas semanas, Marcelo Augusto Xavier da Silva, delegado da Polícia Federal apoiado pela bancada ruralista, deu ordem para que o comando de 15 coordenações de áreas do órgão seja trocado

Por André Borges
Atualização:

BRASÍLIA - O presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), Marcelo Augusto Xavier da Silva, publicou mais uma exoneração das coordenações da autarquia. Dessa vez, demitiu Bruno Pereira, que era coordenador-geral de Índios Isolados e de Recente Contato da Diretoria de Proteção Territorial da Funai.

Agente indigenista da Funai, Pereira é um dos principais especialistas do órgão e vinha liderando, nos últimos anos, todas as iniciativas de proteção aos povos isolados, principalmente aqueles que vivem na região do Vale do Javari, extremo oeste do Estado do Amazonas, onde se concentra o maior número de evidências de índios isolados em todo o mundo.

Sede da Funai em Brasília Foto: André Borges/Estadão
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Pereira foi comunicado de sua exoneração, sem qualquer tipo de argumentação técnica. A Funai não informou quem irá substitui-lo. Em abril, Bruno Pereira liderou uma das mais importantes expedições da Funai realizadas em terras de índios isolados na Amazônia. A missão ocorreu após mais de três anos de discussões, meses de planejamento, diálogo com indígenas na região e articulação com instituições governamentais. A equipe contava com 30 pessoas.

A missão, que teve o propósito de contatar um grupo de isolados que corria riscos de entrar em conflito com outra etnia que vive na região, foi concluída com êxito, sem nenhum tipo de combate.

A política de isolados que era defendida até agora na Funai se orienta pela proteção e distanciamento desses povos. Neste caso específico, porém, especialistas da fundação concluíram que era preciso fazer a dissolução de uma tensão entre os dois grupos que estavam em áreas próximas, garantindo a integridade física dos indígenas isolados Korubo do rio Coari e do povo Matis. Em 2014, esses dois povos entraram em conflito. A preocupação era que isso voltasse a ocorrer.

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Nas últimas semanas, o presidente da Funai, Marcelo Augusto Xavier da Silva, delegado da Polícia Federal apoiado pela bancada ruralista, deu ordem para que o comando das 15 coordenações de áreas da autarquia seja trocado. As exonerações já começaram e, em muitos casos, os coordenadores ficaram sabendo de suas demissões somente após publicação no Diário Oficial da União, como ocorreu com Haroldo Niemeyer Resende. Outros estão sendo avisados na véspera que, no dia seguinte, não estarão mais na coordenação da área.

Na semana passada, depois de ter enviado uma nota técnica à diretoria da Funai apontando situações de ingerências e pressão sobre servidores, o coordenador de desenvolvimento de pessoal do órgão, Haroldo Niemeyer Resende, também foi exonerado do cargo sem nenhum tipo de comunicação prévia.

A Funai afirma que as mudanças são previstas em lei e fazem parte da renovação no comando da autarquia. 

BRASÍLIA - O presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), Marcelo Augusto Xavier da Silva, publicou mais uma exoneração das coordenações da autarquia. Dessa vez, demitiu Bruno Pereira, que era coordenador-geral de Índios Isolados e de Recente Contato da Diretoria de Proteção Territorial da Funai.

Agente indigenista da Funai, Pereira é um dos principais especialistas do órgão e vinha liderando, nos últimos anos, todas as iniciativas de proteção aos povos isolados, principalmente aqueles que vivem na região do Vale do Javari, extremo oeste do Estado do Amazonas, onde se concentra o maior número de evidências de índios isolados em todo o mundo.

Sede da Funai em Brasília Foto: André Borges/Estadão

Pereira foi comunicado de sua exoneração, sem qualquer tipo de argumentação técnica. A Funai não informou quem irá substitui-lo. Em abril, Bruno Pereira liderou uma das mais importantes expedições da Funai realizadas em terras de índios isolados na Amazônia. A missão ocorreu após mais de três anos de discussões, meses de planejamento, diálogo com indígenas na região e articulação com instituições governamentais. A equipe contava com 30 pessoas.

A missão, que teve o propósito de contatar um grupo de isolados que corria riscos de entrar em conflito com outra etnia que vive na região, foi concluída com êxito, sem nenhum tipo de combate.

A política de isolados que era defendida até agora na Funai se orienta pela proteção e distanciamento desses povos. Neste caso específico, porém, especialistas da fundação concluíram que era preciso fazer a dissolução de uma tensão entre os dois grupos que estavam em áreas próximas, garantindo a integridade física dos indígenas isolados Korubo do rio Coari e do povo Matis. Em 2014, esses dois povos entraram em conflito. A preocupação era que isso voltasse a ocorrer.

Nas últimas semanas, o presidente da Funai, Marcelo Augusto Xavier da Silva, delegado da Polícia Federal apoiado pela bancada ruralista, deu ordem para que o comando das 15 coordenações de áreas da autarquia seja trocado. As exonerações já começaram e, em muitos casos, os coordenadores ficaram sabendo de suas demissões somente após publicação no Diário Oficial da União, como ocorreu com Haroldo Niemeyer Resende. Outros estão sendo avisados na véspera que, no dia seguinte, não estarão mais na coordenação da área.

Na semana passada, depois de ter enviado uma nota técnica à diretoria da Funai apontando situações de ingerências e pressão sobre servidores, o coordenador de desenvolvimento de pessoal do órgão, Haroldo Niemeyer Resende, também foi exonerado do cargo sem nenhum tipo de comunicação prévia.

A Funai afirma que as mudanças são previstas em lei e fazem parte da renovação no comando da autarquia. 

BRASÍLIA - O presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), Marcelo Augusto Xavier da Silva, publicou mais uma exoneração das coordenações da autarquia. Dessa vez, demitiu Bruno Pereira, que era coordenador-geral de Índios Isolados e de Recente Contato da Diretoria de Proteção Territorial da Funai.

Agente indigenista da Funai, Pereira é um dos principais especialistas do órgão e vinha liderando, nos últimos anos, todas as iniciativas de proteção aos povos isolados, principalmente aqueles que vivem na região do Vale do Javari, extremo oeste do Estado do Amazonas, onde se concentra o maior número de evidências de índios isolados em todo o mundo.

Sede da Funai em Brasília Foto: André Borges/Estadão

Pereira foi comunicado de sua exoneração, sem qualquer tipo de argumentação técnica. A Funai não informou quem irá substitui-lo. Em abril, Bruno Pereira liderou uma das mais importantes expedições da Funai realizadas em terras de índios isolados na Amazônia. A missão ocorreu após mais de três anos de discussões, meses de planejamento, diálogo com indígenas na região e articulação com instituições governamentais. A equipe contava com 30 pessoas.

A missão, que teve o propósito de contatar um grupo de isolados que corria riscos de entrar em conflito com outra etnia que vive na região, foi concluída com êxito, sem nenhum tipo de combate.

A política de isolados que era defendida até agora na Funai se orienta pela proteção e distanciamento desses povos. Neste caso específico, porém, especialistas da fundação concluíram que era preciso fazer a dissolução de uma tensão entre os dois grupos que estavam em áreas próximas, garantindo a integridade física dos indígenas isolados Korubo do rio Coari e do povo Matis. Em 2014, esses dois povos entraram em conflito. A preocupação era que isso voltasse a ocorrer.

Nas últimas semanas, o presidente da Funai, Marcelo Augusto Xavier da Silva, delegado da Polícia Federal apoiado pela bancada ruralista, deu ordem para que o comando das 15 coordenações de áreas da autarquia seja trocado. As exonerações já começaram e, em muitos casos, os coordenadores ficaram sabendo de suas demissões somente após publicação no Diário Oficial da União, como ocorreu com Haroldo Niemeyer Resende. Outros estão sendo avisados na véspera que, no dia seguinte, não estarão mais na coordenação da área.

Na semana passada, depois de ter enviado uma nota técnica à diretoria da Funai apontando situações de ingerências e pressão sobre servidores, o coordenador de desenvolvimento de pessoal do órgão, Haroldo Niemeyer Resende, também foi exonerado do cargo sem nenhum tipo de comunicação prévia.

A Funai afirma que as mudanças são previstas em lei e fazem parte da renovação no comando da autarquia. 

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