BRASÍLIA – Primo dos filhos do presidente Jair Bolsonaro, Leonardo Rodrigues de Jesus, o Léo Índio, pediu nesta quinta-feira, 15, exoneração do cargo de assessor parlamentar do senador Chico Rodrigues (DEM-RR), alvo de uma operação da Polícia Federal na quarta-feira, 14. Foram encontrados R$ 33.150,00 na cueca do então vice-líder do governo e outros R$ 10 mil e US$ 6 mil em um cofre
Léo Índio foi orientado por aliados do governo a deixar a função de assessor de Chico Rodrigues. O movimento faz parte da estratégia de blindar o presidente Bolsonaro no caso. A Presidência da República dispensou o senador do cargo na manhã desta quinta.
A interlocutores, Léo demonstrou preocupação com a repercussão do episódio e fez consultas sobre como proceder, se deveria ou não esperar a conclusão da investigação. Foi aconselhado a se antecipar e se desvincular de Chico Rodrigues. Nesta tarde, o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou o afastamento do senador. A decisão, no entanto, precisa ser validada por uma votação do Senado.
Chico Rodrigues, que por 20 anos foi colega de Câmara de Bolsonaro, deu emprego a Léo Índio em seu gabinete no Senado em abril de 2019. Léo é filho da irmã de Rogéria Nantes, que é mãe do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos).
Durante a campanha presidencial, ele era figura constante em vídeos gravados por Bolsonaro em casa, na Barra da Tijuca, no Rio. No início do governo, Léo Índio era presença constante no Palácio do Planalto, onde esteve 58 vezes nos primeiros 45 dias de gestão Bolsonaro.
A pedido de Carlos Bolsonaro, de quem era muito próximo e chegou a morar no Rio, Léo foi indicado para assumir um cargo no governo, mas na época o então ministro da Secretaria de Governo, Carlos Alberto dos Santos Cruz, atuou para impedir a nomeação. Léo Índio então ganhou o cargo de confiança no Senado com um salário de R$ 22 mil.