Prisão de Milton Ribeiro: quem são os pastores alvo da operação da PF


Pastores Arilton Moura e Gilmar dos Santos atuavam em ‘gabinete paralelo’ no MEC

Por Redação
Atualização:

Com acesso privilegiado ao governo Jair Bolsonaro, mas sem ocuparem cargos na máquina pública, os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura passaram a atuar informalmente em nome do Ministério da Educação (MEC) durante a gestão do ex-ministro Milton Ribeiro, preso preventivamente nesta quarta-feira, 22 pela manhã pela Polícia Federal. A influência dos pastores e a existência do ‘gabinete paralelo’ no MEC foi revelada pelo ‘Estadão’.

Batizada ‘Acesso Pago’, a ofensiva apura a prática de tráfico de influência e corrupção para a liberação de recursos públicos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação.

No gabinete paralelo formado por pastores no Ministério da Educação, a dupla Gilmar Santos e Arilton Moura comandava a agenda do ministro e intermediava destinação de verbas e as direcionava para aliados políticos.

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Depois de falar que "colocaria a cara no fogo" pelo ex-ministro da Educação,presidente Jair Bolsonaro afirma que prisão é sinal de que ele não interfere na PF

Como o Estadão mostrou em março, os encontros no MEC entre a dupla de pastores com prefeitos resultaram em pagamentos e empenhos (reserva de valores) de R$ 9,7 milhões dias ou semanas após promoverem as agendas. Ao menos 10 prefeitos confirmaram ter sido abordados pelos pastores.

Arilton Moura chegou a ser acusado de pedir pagamentos em dinheiro e até em ouro em troca da liberação de recursos para escolas e creches, conforme denúncia do prefeito de Luís Domingues (MA), Gilberto Braga (PSDB). Segundo o prefeito, o pastor Arilton Moura solicitou R$ 15 mil antecipados para protocolar demandas da prefeitura e mais um quilo de ouro após a liberação dos recursos.

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Embora pela Constituição o Brasil seja um Estado Laico, a atuação dos pastores também envolvia compra de Bíblias pelo Ministério da Educação, a serem distribuídas nos municípios visitados pelo ex-ministro Milton Ribeiro. Houve inclusive a distribuição de bíblias comentadas pelo pastor Gilmar Santos, em evento com o ex-ministro na cidade de Nova Odessa, interior de São Paulo. Santos é também o dono da editora Cristo para Todos, que produz os livros.

Gilmar Santos

Gilmar dos Santos é líder do Ministério Cristo para Todos, um ramo da Assembleia de Deus, com sede em Goiânia. O ministro Ribeiro já pregou no templo, durante culto denominado Ceia Geral. A igreja dele é de pequeno porte se comparada a outros braços da Assembleia de Deus com atuação nacional. Além de Goiás, está presente em Estados como Maranhão, Mato Grosso, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Gilmar dos Santos diz ter mais de 40 anos como pastor. Santos também é presidente da Convenção Nacional de Igrejas e Ministros de Assembleias de Deus no Brasil Cristo para Todos.

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Gilmar Santos em evento em Brasília, em 2020. Foto: Divulgação

Santos se notabilizou no meio evangélico como um pregador conhecido por frequentar diversas igrejas, para além do meio “assembleiano”. Apesar da amizade pública e do acesso diferenciado ao ministro Milton Ribeiro, o vínculo deles com o governo Bolsonaro é anterior à chegada de Ribeiro à Esplanada dos Ministérios.

Quem abriu as portas do governo a ele e seu braço direito, Arilton Moura -também investigado na operação-, foi o deputado João Campos (Republicanos-GO), pastor da Assembleia de Deus Ministério Vila Nova, ligado à convenção de Madureira, conforme informações de integrantes da bancada evangélica.

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Arilton Moura

Braço direito de Gilmar dos Santos, Moura atua como assessor de Assuntos Políticos da Convenção Nacional de Igrejas e Ministros de Assembleias de Deus no Brasil Cristo para Todos.

Bolsonaro em encontro com os pastores Arilton Moura (à esquerda na foto) e Gilmar dos Santos (à direita, ao lado do ministro Luiz Eduardo Ramos). Foto: Marcos Correa/PR Foto: Foto: Marcos Correa/PR
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Moura é apresentado, em registros oficiais do governo, com o cargo de secretário nacional da entidade. Em 2018, ocupou o cargo de secretário extraordinário para Integração de Ações Comunitárias, no governo Simão Jatene, no Pará.

Galeria de fotos: A atuação de pastores com Milton Ribeiro no MEC

1 | 9

Bíblia editada na gestão de Milton Ribeiro

Foto: Estadão
2 | 9

Bolsonaro, Milton Ribeiro e pastores em evento

Foto: Catarina Chaves/MEC
3 | 9

Pastores Gilmar e Arilton

Foto: Divulgação
4 | 9

Bolsonaro com pastores

Foto: Marcos Correa/PR
5 | 9

Milton Ribeiro e Gilmar Santos

Foto: Reprodução/Instagram Milton Ribeiro
6 | 9

Jantar com garimpeiro

Foto: Instagram/@juniorgarimpeirocn/Divulgação
7 | 9

Fevereiro de 2022

Foto: Valdenio Vieira/PR
8 | 9

Evento em 2020

Foto: Carolina Antunes/PR
9 | 9

Reunião do MEC com prefeitos

Foto: Reprodução Instagram Milton Ribeiro

Com acesso privilegiado ao governo Jair Bolsonaro, mas sem ocuparem cargos na máquina pública, os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura passaram a atuar informalmente em nome do Ministério da Educação (MEC) durante a gestão do ex-ministro Milton Ribeiro, preso preventivamente nesta quarta-feira, 22 pela manhã pela Polícia Federal. A influência dos pastores e a existência do ‘gabinete paralelo’ no MEC foi revelada pelo ‘Estadão’.

Batizada ‘Acesso Pago’, a ofensiva apura a prática de tráfico de influência e corrupção para a liberação de recursos públicos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação.

No gabinete paralelo formado por pastores no Ministério da Educação, a dupla Gilmar Santos e Arilton Moura comandava a agenda do ministro e intermediava destinação de verbas e as direcionava para aliados políticos.

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Depois de falar que "colocaria a cara no fogo" pelo ex-ministro da Educação,presidente Jair Bolsonaro afirma que prisão é sinal de que ele não interfere na PF

Como o Estadão mostrou em março, os encontros no MEC entre a dupla de pastores com prefeitos resultaram em pagamentos e empenhos (reserva de valores) de R$ 9,7 milhões dias ou semanas após promoverem as agendas. Ao menos 10 prefeitos confirmaram ter sido abordados pelos pastores.

Arilton Moura chegou a ser acusado de pedir pagamentos em dinheiro e até em ouro em troca da liberação de recursos para escolas e creches, conforme denúncia do prefeito de Luís Domingues (MA), Gilberto Braga (PSDB). Segundo o prefeito, o pastor Arilton Moura solicitou R$ 15 mil antecipados para protocolar demandas da prefeitura e mais um quilo de ouro após a liberação dos recursos.

Embora pela Constituição o Brasil seja um Estado Laico, a atuação dos pastores também envolvia compra de Bíblias pelo Ministério da Educação, a serem distribuídas nos municípios visitados pelo ex-ministro Milton Ribeiro. Houve inclusive a distribuição de bíblias comentadas pelo pastor Gilmar Santos, em evento com o ex-ministro na cidade de Nova Odessa, interior de São Paulo. Santos é também o dono da editora Cristo para Todos, que produz os livros.

Gilmar Santos

Gilmar dos Santos é líder do Ministério Cristo para Todos, um ramo da Assembleia de Deus, com sede em Goiânia. O ministro Ribeiro já pregou no templo, durante culto denominado Ceia Geral. A igreja dele é de pequeno porte se comparada a outros braços da Assembleia de Deus com atuação nacional. Além de Goiás, está presente em Estados como Maranhão, Mato Grosso, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Gilmar dos Santos diz ter mais de 40 anos como pastor. Santos também é presidente da Convenção Nacional de Igrejas e Ministros de Assembleias de Deus no Brasil Cristo para Todos.

Gilmar Santos em evento em Brasília, em 2020. Foto: Divulgação

Santos se notabilizou no meio evangélico como um pregador conhecido por frequentar diversas igrejas, para além do meio “assembleiano”. Apesar da amizade pública e do acesso diferenciado ao ministro Milton Ribeiro, o vínculo deles com o governo Bolsonaro é anterior à chegada de Ribeiro à Esplanada dos Ministérios.

Quem abriu as portas do governo a ele e seu braço direito, Arilton Moura -também investigado na operação-, foi o deputado João Campos (Republicanos-GO), pastor da Assembleia de Deus Ministério Vila Nova, ligado à convenção de Madureira, conforme informações de integrantes da bancada evangélica.

Arilton Moura

Braço direito de Gilmar dos Santos, Moura atua como assessor de Assuntos Políticos da Convenção Nacional de Igrejas e Ministros de Assembleias de Deus no Brasil Cristo para Todos.

Bolsonaro em encontro com os pastores Arilton Moura (à esquerda na foto) e Gilmar dos Santos (à direita, ao lado do ministro Luiz Eduardo Ramos). Foto: Marcos Correa/PR Foto: Foto: Marcos Correa/PR

Moura é apresentado, em registros oficiais do governo, com o cargo de secretário nacional da entidade. Em 2018, ocupou o cargo de secretário extraordinário para Integração de Ações Comunitárias, no governo Simão Jatene, no Pará.

Galeria de fotos: A atuação de pastores com Milton Ribeiro no MEC

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Bíblia editada na gestão de Milton Ribeiro

Foto: Estadão
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Bolsonaro, Milton Ribeiro e pastores em evento

Foto: Catarina Chaves/MEC
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Pastores Gilmar e Arilton

Foto: Divulgação
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Bolsonaro com pastores

Foto: Marcos Correa/PR
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Milton Ribeiro e Gilmar Santos

Foto: Reprodução/Instagram Milton Ribeiro
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Jantar com garimpeiro

Foto: Instagram/@juniorgarimpeirocn/Divulgação
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Fevereiro de 2022

Foto: Valdenio Vieira/PR
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Evento em 2020

Foto: Carolina Antunes/PR
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Reunião do MEC com prefeitos

Foto: Reprodução Instagram Milton Ribeiro

Com acesso privilegiado ao governo Jair Bolsonaro, mas sem ocuparem cargos na máquina pública, os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura passaram a atuar informalmente em nome do Ministério da Educação (MEC) durante a gestão do ex-ministro Milton Ribeiro, preso preventivamente nesta quarta-feira, 22 pela manhã pela Polícia Federal. A influência dos pastores e a existência do ‘gabinete paralelo’ no MEC foi revelada pelo ‘Estadão’.

Batizada ‘Acesso Pago’, a ofensiva apura a prática de tráfico de influência e corrupção para a liberação de recursos públicos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação.

No gabinete paralelo formado por pastores no Ministério da Educação, a dupla Gilmar Santos e Arilton Moura comandava a agenda do ministro e intermediava destinação de verbas e as direcionava para aliados políticos.

Seu navegador não suporta esse video.

Depois de falar que "colocaria a cara no fogo" pelo ex-ministro da Educação,presidente Jair Bolsonaro afirma que prisão é sinal de que ele não interfere na PF

Como o Estadão mostrou em março, os encontros no MEC entre a dupla de pastores com prefeitos resultaram em pagamentos e empenhos (reserva de valores) de R$ 9,7 milhões dias ou semanas após promoverem as agendas. Ao menos 10 prefeitos confirmaram ter sido abordados pelos pastores.

Arilton Moura chegou a ser acusado de pedir pagamentos em dinheiro e até em ouro em troca da liberação de recursos para escolas e creches, conforme denúncia do prefeito de Luís Domingues (MA), Gilberto Braga (PSDB). Segundo o prefeito, o pastor Arilton Moura solicitou R$ 15 mil antecipados para protocolar demandas da prefeitura e mais um quilo de ouro após a liberação dos recursos.

Embora pela Constituição o Brasil seja um Estado Laico, a atuação dos pastores também envolvia compra de Bíblias pelo Ministério da Educação, a serem distribuídas nos municípios visitados pelo ex-ministro Milton Ribeiro. Houve inclusive a distribuição de bíblias comentadas pelo pastor Gilmar Santos, em evento com o ex-ministro na cidade de Nova Odessa, interior de São Paulo. Santos é também o dono da editora Cristo para Todos, que produz os livros.

Gilmar Santos

Gilmar dos Santos é líder do Ministério Cristo para Todos, um ramo da Assembleia de Deus, com sede em Goiânia. O ministro Ribeiro já pregou no templo, durante culto denominado Ceia Geral. A igreja dele é de pequeno porte se comparada a outros braços da Assembleia de Deus com atuação nacional. Além de Goiás, está presente em Estados como Maranhão, Mato Grosso, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Gilmar dos Santos diz ter mais de 40 anos como pastor. Santos também é presidente da Convenção Nacional de Igrejas e Ministros de Assembleias de Deus no Brasil Cristo para Todos.

Gilmar Santos em evento em Brasília, em 2020. Foto: Divulgação

Santos se notabilizou no meio evangélico como um pregador conhecido por frequentar diversas igrejas, para além do meio “assembleiano”. Apesar da amizade pública e do acesso diferenciado ao ministro Milton Ribeiro, o vínculo deles com o governo Bolsonaro é anterior à chegada de Ribeiro à Esplanada dos Ministérios.

Quem abriu as portas do governo a ele e seu braço direito, Arilton Moura -também investigado na operação-, foi o deputado João Campos (Republicanos-GO), pastor da Assembleia de Deus Ministério Vila Nova, ligado à convenção de Madureira, conforme informações de integrantes da bancada evangélica.

Arilton Moura

Braço direito de Gilmar dos Santos, Moura atua como assessor de Assuntos Políticos da Convenção Nacional de Igrejas e Ministros de Assembleias de Deus no Brasil Cristo para Todos.

Bolsonaro em encontro com os pastores Arilton Moura (à esquerda na foto) e Gilmar dos Santos (à direita, ao lado do ministro Luiz Eduardo Ramos). Foto: Marcos Correa/PR Foto: Foto: Marcos Correa/PR

Moura é apresentado, em registros oficiais do governo, com o cargo de secretário nacional da entidade. Em 2018, ocupou o cargo de secretário extraordinário para Integração de Ações Comunitárias, no governo Simão Jatene, no Pará.

Galeria de fotos: A atuação de pastores com Milton Ribeiro no MEC

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Bíblia editada na gestão de Milton Ribeiro

Foto: Estadão
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Bolsonaro, Milton Ribeiro e pastores em evento

Foto: Catarina Chaves/MEC
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Pastores Gilmar e Arilton

Foto: Divulgação
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Bolsonaro com pastores

Foto: Marcos Correa/PR
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Milton Ribeiro e Gilmar Santos

Foto: Reprodução/Instagram Milton Ribeiro
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Jantar com garimpeiro

Foto: Instagram/@juniorgarimpeirocn/Divulgação
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Fevereiro de 2022

Foto: Valdenio Vieira/PR
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Evento em 2020

Foto: Carolina Antunes/PR
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Reunião do MEC com prefeitos

Foto: Reprodução Instagram Milton Ribeiro

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