Professor, defensor da paz e paulista raiz: Haddad, Tarcísio e Garcia apresentam jingles sertanejos


Campanhas dos principais pré-candidatos ao governo de São Paulo escolhem o mesmo ritmo com foco no eleitorado jovem e na disputa por votos no interior

Por Gustavo Queiroz e Pedro Venceslau

Os três candidatos mais bem colocados na disputa ao governo de São Paulo - Fernando Haddad (PT), Tarcísio de Freitas (Republicanos) e Rodrigo Garcia (PSDB) - escolheram o sertanejo como ritmo principal para construir os jingles e clipes que serão usados por eles até a eleição. A avaliação entre as campanhas é que o formato pode atrair também o eleitorado do interior, como forma de criar uma identificação para além da questão programática.

Os pré-candidatos ao governo, Fernando Haddad (PT). Tarcísio de Freitas (Republicanos) e Rodrigo Garcia (PSDB). Foto: Alex Silva e Gabriela Biló/Estadão

O jingle lançado pelo PSDB, por exemplo, apresenta o governador Rodrigo Garcia como um “paulista raiz”, termo bastante usado por sua campanha para destacar sua origem paulista e o conhecimento que diz ter sobre as demandas do Estado - o tucano comandou diversas pastas nos governos de Geraldo Alckmin (PSB) e João Doria (PSDB), de quem foi vice até março deste ano.

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No clipe, Garcia surge em seu Fusca 1969 em viagens pelo interior e litoral e se coloca como um político que faz e une, em referência indireta à polarização nacional entre o atual presidente, Jair Bolsonaro (PL), e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). “Não é direita nem esquerda, é para frente que eu vou”, diz o refrão.

A música que será usada pela campanha de Haddad transita entre estilos de sertanejo e traz um trecho de rap. O foco do conteúdo, que ainda não teve um clipe oficial divulgado, é apresentar a experiência de gestão do ex-prefeito da capital e reforçar sua relação com Lula. Para isso, o jingle abusa de termos muito usados pelas campanhas do ex-presidente, como “mudança” e “coragem”. “Eu quero Haddad aê, eu quero Lula lá, Haddad pronto para São Paulo.”

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Já um dos materiais da campanha de Tarcísio destaca o fato de o candidato ter nascido no Rio de Janeiro. O ex-ministro da Infraestrutura de Bolsonaro foi alvo de pedidos de inquéritos para apurar eventuais irregularidades no registro de seu domicílio eleitoral. Ele transferiu seu título neste ano e declarou endereço em São José dos Campos, onde afirma ter familiares, com foco em concorrer ao governo de São Paulo. A Justiça Eleitoral rejeitou a ação. Adversários ainda criticam o fato de ele não ser paulista.

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Jingle da campanha traz trajetória de ex-ministro em ritmo sertanejo

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“Nasci no Rio de lá sai menino. Minha família que me deu minha bagagem. Deu valores, fé e Deus para essa viagem”, diz a música. O clipe menciona ainda ações de Tarcísio enquanto ministro de “Sul ao Norte” e diz que agora é vez de ver “São Paulo caminhando”. O jingle também utiliza elementos campanha de Jair Bolsonaro (PL) à Presidência, como “família” e “Deus”, e destaca a passagem de Tarcísio pelo Exército. Um segundo vídeo de Tarcísio com uso do sertanejo ainda não foi divulgado.

Segundo o cientista político e especialista em comunicação política da UFPR Emerson Urizzi Cervi os candidatos identificam o perfil do eleitorado qual estão mais distantes e usam o jingle para tentar se aproximar. “Os jingles têm uma função que é gerar proximidade entre candidato e eleitor. Sempre é algo muito bem testado em grupos focais e com outros meios. Outra função do jingle é gerar efeitos emocionais, mais isso se dá mais para o fim das campanhas”, argumenta.

Para Cervi, a escolha pelo sertanejo não se reflete exclusivamente no eleitorado do interior, já que as regiões metropolitanas do Estado também consomem esse estilo musical.

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Interior

O cientista político Rafael Cortez aponta que materiais de campanha com foco no interior são resultado de um histórico de disputa pelo voto dessa parcela da população. Segundo ele, a polarização entre a esquerda e o PSDB em São Paulo deram o tom da disputa no Estado até 2018, que agora se rompe. “Essa é uma mudança importante para 2022, porque o equilíbrio do PSDB não existe mais. O partido perdeu essa monopólio (do interior)”, defende.

Como mostra a ferramenta Geografia do Voto, do Estadão, a disputa ao Palácio dos Bandeirantes em 2018 ainda refletia um predomínio dos tucanos no interior. Com exceção de alguns municípios no sudeste e oeste, Doria venceu Márcio França (PSB) em quase todo o Estado no primeiro turno. Já o candidato do PT, Luiz Marinho, recebeu mais votos que Doria em apenas 17 cidades.

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(O interior) acaba tendo uma importância particular por conta disso. Do lado da centro-direita e direita tem uma divisão e, do lado da esquerda é o calcanhar de aquiles dessas candidaturas sistemáticas que o PT e outros partidos de esquerda lançaram. Não é por acaso que tem um esforço importante nessa eleição”, completa.

Cortez afirma que a disputa atual se reflete em um esforço do PT de trazer novos elementos políticos, como a figura de Alckmin para a campanha. Já Tarcísio deve apostar em mostrar identidade com o Estado, dado seu histórico político, e Garcia vai procurar materializar os ganhos de seu governo.

Os três candidatos mais bem colocados na disputa ao governo de São Paulo - Fernando Haddad (PT), Tarcísio de Freitas (Republicanos) e Rodrigo Garcia (PSDB) - escolheram o sertanejo como ritmo principal para construir os jingles e clipes que serão usados por eles até a eleição. A avaliação entre as campanhas é que o formato pode atrair também o eleitorado do interior, como forma de criar uma identificação para além da questão programática.

Os pré-candidatos ao governo, Fernando Haddad (PT). Tarcísio de Freitas (Republicanos) e Rodrigo Garcia (PSDB). Foto: Alex Silva e Gabriela Biló/Estadão

O jingle lançado pelo PSDB, por exemplo, apresenta o governador Rodrigo Garcia como um “paulista raiz”, termo bastante usado por sua campanha para destacar sua origem paulista e o conhecimento que diz ter sobre as demandas do Estado - o tucano comandou diversas pastas nos governos de Geraldo Alckmin (PSB) e João Doria (PSDB), de quem foi vice até março deste ano.

No clipe, Garcia surge em seu Fusca 1969 em viagens pelo interior e litoral e se coloca como um político que faz e une, em referência indireta à polarização nacional entre o atual presidente, Jair Bolsonaro (PL), e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). “Não é direita nem esquerda, é para frente que eu vou”, diz o refrão.

A música que será usada pela campanha de Haddad transita entre estilos de sertanejo e traz um trecho de rap. O foco do conteúdo, que ainda não teve um clipe oficial divulgado, é apresentar a experiência de gestão do ex-prefeito da capital e reforçar sua relação com Lula. Para isso, o jingle abusa de termos muito usados pelas campanhas do ex-presidente, como “mudança” e “coragem”. “Eu quero Haddad aê, eu quero Lula lá, Haddad pronto para São Paulo.”

Já um dos materiais da campanha de Tarcísio destaca o fato de o candidato ter nascido no Rio de Janeiro. O ex-ministro da Infraestrutura de Bolsonaro foi alvo de pedidos de inquéritos para apurar eventuais irregularidades no registro de seu domicílio eleitoral. Ele transferiu seu título neste ano e declarou endereço em São José dos Campos, onde afirma ter familiares, com foco em concorrer ao governo de São Paulo. A Justiça Eleitoral rejeitou a ação. Adversários ainda criticam o fato de ele não ser paulista.

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Jingle da campanha traz trajetória de ex-ministro em ritmo sertanejo

“Nasci no Rio de lá sai menino. Minha família que me deu minha bagagem. Deu valores, fé e Deus para essa viagem”, diz a música. O clipe menciona ainda ações de Tarcísio enquanto ministro de “Sul ao Norte” e diz que agora é vez de ver “São Paulo caminhando”. O jingle também utiliza elementos campanha de Jair Bolsonaro (PL) à Presidência, como “família” e “Deus”, e destaca a passagem de Tarcísio pelo Exército. Um segundo vídeo de Tarcísio com uso do sertanejo ainda não foi divulgado.

Segundo o cientista político e especialista em comunicação política da UFPR Emerson Urizzi Cervi os candidatos identificam o perfil do eleitorado qual estão mais distantes e usam o jingle para tentar se aproximar. “Os jingles têm uma função que é gerar proximidade entre candidato e eleitor. Sempre é algo muito bem testado em grupos focais e com outros meios. Outra função do jingle é gerar efeitos emocionais, mais isso se dá mais para o fim das campanhas”, argumenta.

Para Cervi, a escolha pelo sertanejo não se reflete exclusivamente no eleitorado do interior, já que as regiões metropolitanas do Estado também consomem esse estilo musical.

Interior

O cientista político Rafael Cortez aponta que materiais de campanha com foco no interior são resultado de um histórico de disputa pelo voto dessa parcela da população. Segundo ele, a polarização entre a esquerda e o PSDB em São Paulo deram o tom da disputa no Estado até 2018, que agora se rompe. “Essa é uma mudança importante para 2022, porque o equilíbrio do PSDB não existe mais. O partido perdeu essa monopólio (do interior)”, defende.

Como mostra a ferramenta Geografia do Voto, do Estadão, a disputa ao Palácio dos Bandeirantes em 2018 ainda refletia um predomínio dos tucanos no interior. Com exceção de alguns municípios no sudeste e oeste, Doria venceu Márcio França (PSB) em quase todo o Estado no primeiro turno. Já o candidato do PT, Luiz Marinho, recebeu mais votos que Doria em apenas 17 cidades.

(O interior) acaba tendo uma importância particular por conta disso. Do lado da centro-direita e direita tem uma divisão e, do lado da esquerda é o calcanhar de aquiles dessas candidaturas sistemáticas que o PT e outros partidos de esquerda lançaram. Não é por acaso que tem um esforço importante nessa eleição”, completa.

Cortez afirma que a disputa atual se reflete em um esforço do PT de trazer novos elementos políticos, como a figura de Alckmin para a campanha. Já Tarcísio deve apostar em mostrar identidade com o Estado, dado seu histórico político, e Garcia vai procurar materializar os ganhos de seu governo.

Os três candidatos mais bem colocados na disputa ao governo de São Paulo - Fernando Haddad (PT), Tarcísio de Freitas (Republicanos) e Rodrigo Garcia (PSDB) - escolheram o sertanejo como ritmo principal para construir os jingles e clipes que serão usados por eles até a eleição. A avaliação entre as campanhas é que o formato pode atrair também o eleitorado do interior, como forma de criar uma identificação para além da questão programática.

Os pré-candidatos ao governo, Fernando Haddad (PT). Tarcísio de Freitas (Republicanos) e Rodrigo Garcia (PSDB). Foto: Alex Silva e Gabriela Biló/Estadão

O jingle lançado pelo PSDB, por exemplo, apresenta o governador Rodrigo Garcia como um “paulista raiz”, termo bastante usado por sua campanha para destacar sua origem paulista e o conhecimento que diz ter sobre as demandas do Estado - o tucano comandou diversas pastas nos governos de Geraldo Alckmin (PSB) e João Doria (PSDB), de quem foi vice até março deste ano.

No clipe, Garcia surge em seu Fusca 1969 em viagens pelo interior e litoral e se coloca como um político que faz e une, em referência indireta à polarização nacional entre o atual presidente, Jair Bolsonaro (PL), e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). “Não é direita nem esquerda, é para frente que eu vou”, diz o refrão.

A música que será usada pela campanha de Haddad transita entre estilos de sertanejo e traz um trecho de rap. O foco do conteúdo, que ainda não teve um clipe oficial divulgado, é apresentar a experiência de gestão do ex-prefeito da capital e reforçar sua relação com Lula. Para isso, o jingle abusa de termos muito usados pelas campanhas do ex-presidente, como “mudança” e “coragem”. “Eu quero Haddad aê, eu quero Lula lá, Haddad pronto para São Paulo.”

Já um dos materiais da campanha de Tarcísio destaca o fato de o candidato ter nascido no Rio de Janeiro. O ex-ministro da Infraestrutura de Bolsonaro foi alvo de pedidos de inquéritos para apurar eventuais irregularidades no registro de seu domicílio eleitoral. Ele transferiu seu título neste ano e declarou endereço em São José dos Campos, onde afirma ter familiares, com foco em concorrer ao governo de São Paulo. A Justiça Eleitoral rejeitou a ação. Adversários ainda criticam o fato de ele não ser paulista.

Seu navegador não suporta esse video.

Jingle da campanha traz trajetória de ex-ministro em ritmo sertanejo

“Nasci no Rio de lá sai menino. Minha família que me deu minha bagagem. Deu valores, fé e Deus para essa viagem”, diz a música. O clipe menciona ainda ações de Tarcísio enquanto ministro de “Sul ao Norte” e diz que agora é vez de ver “São Paulo caminhando”. O jingle também utiliza elementos campanha de Jair Bolsonaro (PL) à Presidência, como “família” e “Deus”, e destaca a passagem de Tarcísio pelo Exército. Um segundo vídeo de Tarcísio com uso do sertanejo ainda não foi divulgado.

Segundo o cientista político e especialista em comunicação política da UFPR Emerson Urizzi Cervi os candidatos identificam o perfil do eleitorado qual estão mais distantes e usam o jingle para tentar se aproximar. “Os jingles têm uma função que é gerar proximidade entre candidato e eleitor. Sempre é algo muito bem testado em grupos focais e com outros meios. Outra função do jingle é gerar efeitos emocionais, mais isso se dá mais para o fim das campanhas”, argumenta.

Para Cervi, a escolha pelo sertanejo não se reflete exclusivamente no eleitorado do interior, já que as regiões metropolitanas do Estado também consomem esse estilo musical.

Interior

O cientista político Rafael Cortez aponta que materiais de campanha com foco no interior são resultado de um histórico de disputa pelo voto dessa parcela da população. Segundo ele, a polarização entre a esquerda e o PSDB em São Paulo deram o tom da disputa no Estado até 2018, que agora se rompe. “Essa é uma mudança importante para 2022, porque o equilíbrio do PSDB não existe mais. O partido perdeu essa monopólio (do interior)”, defende.

Como mostra a ferramenta Geografia do Voto, do Estadão, a disputa ao Palácio dos Bandeirantes em 2018 ainda refletia um predomínio dos tucanos no interior. Com exceção de alguns municípios no sudeste e oeste, Doria venceu Márcio França (PSB) em quase todo o Estado no primeiro turno. Já o candidato do PT, Luiz Marinho, recebeu mais votos que Doria em apenas 17 cidades.

(O interior) acaba tendo uma importância particular por conta disso. Do lado da centro-direita e direita tem uma divisão e, do lado da esquerda é o calcanhar de aquiles dessas candidaturas sistemáticas que o PT e outros partidos de esquerda lançaram. Não é por acaso que tem um esforço importante nessa eleição”, completa.

Cortez afirma que a disputa atual se reflete em um esforço do PT de trazer novos elementos políticos, como a figura de Alckmin para a campanha. Já Tarcísio deve apostar em mostrar identidade com o Estado, dado seu histórico político, e Garcia vai procurar materializar os ganhos de seu governo.

Os três candidatos mais bem colocados na disputa ao governo de São Paulo - Fernando Haddad (PT), Tarcísio de Freitas (Republicanos) e Rodrigo Garcia (PSDB) - escolheram o sertanejo como ritmo principal para construir os jingles e clipes que serão usados por eles até a eleição. A avaliação entre as campanhas é que o formato pode atrair também o eleitorado do interior, como forma de criar uma identificação para além da questão programática.

Os pré-candidatos ao governo, Fernando Haddad (PT). Tarcísio de Freitas (Republicanos) e Rodrigo Garcia (PSDB). Foto: Alex Silva e Gabriela Biló/Estadão

O jingle lançado pelo PSDB, por exemplo, apresenta o governador Rodrigo Garcia como um “paulista raiz”, termo bastante usado por sua campanha para destacar sua origem paulista e o conhecimento que diz ter sobre as demandas do Estado - o tucano comandou diversas pastas nos governos de Geraldo Alckmin (PSB) e João Doria (PSDB), de quem foi vice até março deste ano.

No clipe, Garcia surge em seu Fusca 1969 em viagens pelo interior e litoral e se coloca como um político que faz e une, em referência indireta à polarização nacional entre o atual presidente, Jair Bolsonaro (PL), e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). “Não é direita nem esquerda, é para frente que eu vou”, diz o refrão.

A música que será usada pela campanha de Haddad transita entre estilos de sertanejo e traz um trecho de rap. O foco do conteúdo, que ainda não teve um clipe oficial divulgado, é apresentar a experiência de gestão do ex-prefeito da capital e reforçar sua relação com Lula. Para isso, o jingle abusa de termos muito usados pelas campanhas do ex-presidente, como “mudança” e “coragem”. “Eu quero Haddad aê, eu quero Lula lá, Haddad pronto para São Paulo.”

Já um dos materiais da campanha de Tarcísio destaca o fato de o candidato ter nascido no Rio de Janeiro. O ex-ministro da Infraestrutura de Bolsonaro foi alvo de pedidos de inquéritos para apurar eventuais irregularidades no registro de seu domicílio eleitoral. Ele transferiu seu título neste ano e declarou endereço em São José dos Campos, onde afirma ter familiares, com foco em concorrer ao governo de São Paulo. A Justiça Eleitoral rejeitou a ação. Adversários ainda criticam o fato de ele não ser paulista.

Seu navegador não suporta esse video.

Jingle da campanha traz trajetória de ex-ministro em ritmo sertanejo

“Nasci no Rio de lá sai menino. Minha família que me deu minha bagagem. Deu valores, fé e Deus para essa viagem”, diz a música. O clipe menciona ainda ações de Tarcísio enquanto ministro de “Sul ao Norte” e diz que agora é vez de ver “São Paulo caminhando”. O jingle também utiliza elementos campanha de Jair Bolsonaro (PL) à Presidência, como “família” e “Deus”, e destaca a passagem de Tarcísio pelo Exército. Um segundo vídeo de Tarcísio com uso do sertanejo ainda não foi divulgado.

Segundo o cientista político e especialista em comunicação política da UFPR Emerson Urizzi Cervi os candidatos identificam o perfil do eleitorado qual estão mais distantes e usam o jingle para tentar se aproximar. “Os jingles têm uma função que é gerar proximidade entre candidato e eleitor. Sempre é algo muito bem testado em grupos focais e com outros meios. Outra função do jingle é gerar efeitos emocionais, mais isso se dá mais para o fim das campanhas”, argumenta.

Para Cervi, a escolha pelo sertanejo não se reflete exclusivamente no eleitorado do interior, já que as regiões metropolitanas do Estado também consomem esse estilo musical.

Interior

O cientista político Rafael Cortez aponta que materiais de campanha com foco no interior são resultado de um histórico de disputa pelo voto dessa parcela da população. Segundo ele, a polarização entre a esquerda e o PSDB em São Paulo deram o tom da disputa no Estado até 2018, que agora se rompe. “Essa é uma mudança importante para 2022, porque o equilíbrio do PSDB não existe mais. O partido perdeu essa monopólio (do interior)”, defende.

Como mostra a ferramenta Geografia do Voto, do Estadão, a disputa ao Palácio dos Bandeirantes em 2018 ainda refletia um predomínio dos tucanos no interior. Com exceção de alguns municípios no sudeste e oeste, Doria venceu Márcio França (PSB) em quase todo o Estado no primeiro turno. Já o candidato do PT, Luiz Marinho, recebeu mais votos que Doria em apenas 17 cidades.

(O interior) acaba tendo uma importância particular por conta disso. Do lado da centro-direita e direita tem uma divisão e, do lado da esquerda é o calcanhar de aquiles dessas candidaturas sistemáticas que o PT e outros partidos de esquerda lançaram. Não é por acaso que tem um esforço importante nessa eleição”, completa.

Cortez afirma que a disputa atual se reflete em um esforço do PT de trazer novos elementos políticos, como a figura de Alckmin para a campanha. Já Tarcísio deve apostar em mostrar identidade com o Estado, dado seu histórico político, e Garcia vai procurar materializar os ganhos de seu governo.

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