PSB desfilia Camilo Cristófaro após fala racista, e vereador posta vídeo com auxiliares negros; veja


Diretório estadual da sigla em São Paulo aceita pedido feito pelo próprio vereador em abril

Por Adriana Ferraz
Atualização:

O diretório estadual do PSB desfiliou o vereador Camilo Cristófaro da legenda nesta quarta, 4, após a repercussão de uma fala racista dita por ele durante reunião da CPI dos Aplicativos na Câmara Municipal de São Paulo. A decisão foi tomada pelo presidente estadual da sigla, Jonas Donizette, e será informada ao Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP).

Sem saber que seu áudio estava aberto durante a sessão, que ocorria de forma híbrida, o parlamentar comentou: “Olha só, lavando a calçada, isso é coisa de preto”. Em seguida, a vereadora Luana Alves (PSOL), que é negra, pediu que a reunião fosse suspensa e, depois, ao confirmar que a frase havia sido dita por Camilo, informou que faria uma representação formal à Corregedoria da Casa.

Donizette classificou a fala como “grave” e disse que racismo é uma prática condenável pelo PSB, que, segundo ele, tem uma “negritude” muito forte. “Como o processo de expulsão exige um determinado trâmite legal, às vezes demorado, optei por despachar o ofício apresentado pelo próprio vereador no qual ele cita o artigo que trata de desfiliação ”, afirmou.

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Camilo Cristófaro (dir.) durante sessão da CPI dos Aplicativos na Câmara Municipal. Foto: Richard Lourenço / Rede Câmara

O ofício em questão foi enviado por Camilo ao PSB no dia 28 de abril. Nele, o vereador pede seu “imediato desligamento do diretório municipal de estadual do PSB” e cita o artigo 17, inciso sexto da Constituição Federal, o mesmo que trata de desfiliação partidária. “Diante desse pedido anterior ao fato, resolvi despachar e resolver assim de forma mais rápida”, afirmou.

Diante da repercussão do caso e da possibilidade de ter de enfrentar processo interno, Camilo convocou funcionários negros de seu gabinete para intercederem por ele. Em vídeo publicado na tarde desta quarta, em suas redes sociais, quatro assessores afirmam que o vereador não é negro e que ajuda diversas comunidades de São Paulo. “Se ele fosse racista não estaria trabalhando com ele há cinco anos”, disse um funcionário identificado como Serginho.

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Ao Estadão, Camilo Cristófaro afirmou que a desfiliação tem a sua “anuência” e negou ser racista. “Fiz o pedido em 28 de abril”, confirma. Assim como declara no vídeo, o parlamentar disse à reportagem que sua fala foi “infeliz” e ocorreu em um “contexto infeliz”. “70% dos meus funcionários são afros e em cargos de chefia”, completou.

Segundo o Estadão apurou, Camilo estava descontente no PSB desde que a deputada federal Tabata Amaral assumiu a executiva municipal do partido, no início de abril. Crítico de Lula e do PT, a aliança nacional firmada pela sigla em torno da candidatura do ex-presidente Lula à Presidência se tornou um impasse para o parlamentar continuar na sigla.

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Em nota, o presidente da Câmara, vereador Milton Leite (União Brasil) repudiou o fato e afirmou que vê com “indignação imensa mais uma denúncia de episódio racista dentro da Câmara de Vereadores de São Paulo, local democrático, livre e que acolhe a todos”.

Leite, que é negro, disse ainda “lutar com todas as forças contra o racismo, crime que insiste em ser cometido dentro de uma Casa de Leis e fora dela também”. Do plenário, afirmou ainda que o ocorrido está sendo apurado e será encaminhado para a Corregedoria do Parlamento paulistano. “Que o corregedor dê celeridade ao processo. O desfecho cabe aos seus membros da Corregedoria. Não dá para aceitar mais isso”, disse Leite.

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Cristófaro acumula representações na Corregedoria - foram dez, desde 2017. Em setembro de 2019, por exemplo, o vereador foi acusado em um outro caso de racismo. No plenário da Câmara Municipal, ele chamou o vereador Fernando Holiday (Novo) de “macaco de auditório”. Na época, Holiday disse ao Estadão que se sentiu “revoltado” ao ouvir as falas. Cristófaro se defendeu dizendo que a “macaco de auditório” é uma “expressão popular”.

O diretório estadual do PSB desfiliou o vereador Camilo Cristófaro da legenda nesta quarta, 4, após a repercussão de uma fala racista dita por ele durante reunião da CPI dos Aplicativos na Câmara Municipal de São Paulo. A decisão foi tomada pelo presidente estadual da sigla, Jonas Donizette, e será informada ao Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP).

Sem saber que seu áudio estava aberto durante a sessão, que ocorria de forma híbrida, o parlamentar comentou: “Olha só, lavando a calçada, isso é coisa de preto”. Em seguida, a vereadora Luana Alves (PSOL), que é negra, pediu que a reunião fosse suspensa e, depois, ao confirmar que a frase havia sido dita por Camilo, informou que faria uma representação formal à Corregedoria da Casa.

Donizette classificou a fala como “grave” e disse que racismo é uma prática condenável pelo PSB, que, segundo ele, tem uma “negritude” muito forte. “Como o processo de expulsão exige um determinado trâmite legal, às vezes demorado, optei por despachar o ofício apresentado pelo próprio vereador no qual ele cita o artigo que trata de desfiliação ”, afirmou.

Camilo Cristófaro (dir.) durante sessão da CPI dos Aplicativos na Câmara Municipal. Foto: Richard Lourenço / Rede Câmara

O ofício em questão foi enviado por Camilo ao PSB no dia 28 de abril. Nele, o vereador pede seu “imediato desligamento do diretório municipal de estadual do PSB” e cita o artigo 17, inciso sexto da Constituição Federal, o mesmo que trata de desfiliação partidária. “Diante desse pedido anterior ao fato, resolvi despachar e resolver assim de forma mais rápida”, afirmou.

Diante da repercussão do caso e da possibilidade de ter de enfrentar processo interno, Camilo convocou funcionários negros de seu gabinete para intercederem por ele. Em vídeo publicado na tarde desta quarta, em suas redes sociais, quatro assessores afirmam que o vereador não é negro e que ajuda diversas comunidades de São Paulo. “Se ele fosse racista não estaria trabalhando com ele há cinco anos”, disse um funcionário identificado como Serginho.

Ao Estadão, Camilo Cristófaro afirmou que a desfiliação tem a sua “anuência” e negou ser racista. “Fiz o pedido em 28 de abril”, confirma. Assim como declara no vídeo, o parlamentar disse à reportagem que sua fala foi “infeliz” e ocorreu em um “contexto infeliz”. “70% dos meus funcionários são afros e em cargos de chefia”, completou.

Segundo o Estadão apurou, Camilo estava descontente no PSB desde que a deputada federal Tabata Amaral assumiu a executiva municipal do partido, no início de abril. Crítico de Lula e do PT, a aliança nacional firmada pela sigla em torno da candidatura do ex-presidente Lula à Presidência se tornou um impasse para o parlamentar continuar na sigla.

Em nota, o presidente da Câmara, vereador Milton Leite (União Brasil) repudiou o fato e afirmou que vê com “indignação imensa mais uma denúncia de episódio racista dentro da Câmara de Vereadores de São Paulo, local democrático, livre e que acolhe a todos”.

Leite, que é negro, disse ainda “lutar com todas as forças contra o racismo, crime que insiste em ser cometido dentro de uma Casa de Leis e fora dela também”. Do plenário, afirmou ainda que o ocorrido está sendo apurado e será encaminhado para a Corregedoria do Parlamento paulistano. “Que o corregedor dê celeridade ao processo. O desfecho cabe aos seus membros da Corregedoria. Não dá para aceitar mais isso”, disse Leite.

Cristófaro acumula representações na Corregedoria - foram dez, desde 2017. Em setembro de 2019, por exemplo, o vereador foi acusado em um outro caso de racismo. No plenário da Câmara Municipal, ele chamou o vereador Fernando Holiday (Novo) de “macaco de auditório”. Na época, Holiday disse ao Estadão que se sentiu “revoltado” ao ouvir as falas. Cristófaro se defendeu dizendo que a “macaco de auditório” é uma “expressão popular”.

O diretório estadual do PSB desfiliou o vereador Camilo Cristófaro da legenda nesta quarta, 4, após a repercussão de uma fala racista dita por ele durante reunião da CPI dos Aplicativos na Câmara Municipal de São Paulo. A decisão foi tomada pelo presidente estadual da sigla, Jonas Donizette, e será informada ao Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP).

Sem saber que seu áudio estava aberto durante a sessão, que ocorria de forma híbrida, o parlamentar comentou: “Olha só, lavando a calçada, isso é coisa de preto”. Em seguida, a vereadora Luana Alves (PSOL), que é negra, pediu que a reunião fosse suspensa e, depois, ao confirmar que a frase havia sido dita por Camilo, informou que faria uma representação formal à Corregedoria da Casa.

Donizette classificou a fala como “grave” e disse que racismo é uma prática condenável pelo PSB, que, segundo ele, tem uma “negritude” muito forte. “Como o processo de expulsão exige um determinado trâmite legal, às vezes demorado, optei por despachar o ofício apresentado pelo próprio vereador no qual ele cita o artigo que trata de desfiliação ”, afirmou.

Camilo Cristófaro (dir.) durante sessão da CPI dos Aplicativos na Câmara Municipal. Foto: Richard Lourenço / Rede Câmara

O ofício em questão foi enviado por Camilo ao PSB no dia 28 de abril. Nele, o vereador pede seu “imediato desligamento do diretório municipal de estadual do PSB” e cita o artigo 17, inciso sexto da Constituição Federal, o mesmo que trata de desfiliação partidária. “Diante desse pedido anterior ao fato, resolvi despachar e resolver assim de forma mais rápida”, afirmou.

Diante da repercussão do caso e da possibilidade de ter de enfrentar processo interno, Camilo convocou funcionários negros de seu gabinete para intercederem por ele. Em vídeo publicado na tarde desta quarta, em suas redes sociais, quatro assessores afirmam que o vereador não é negro e que ajuda diversas comunidades de São Paulo. “Se ele fosse racista não estaria trabalhando com ele há cinco anos”, disse um funcionário identificado como Serginho.

Ao Estadão, Camilo Cristófaro afirmou que a desfiliação tem a sua “anuência” e negou ser racista. “Fiz o pedido em 28 de abril”, confirma. Assim como declara no vídeo, o parlamentar disse à reportagem que sua fala foi “infeliz” e ocorreu em um “contexto infeliz”. “70% dos meus funcionários são afros e em cargos de chefia”, completou.

Segundo o Estadão apurou, Camilo estava descontente no PSB desde que a deputada federal Tabata Amaral assumiu a executiva municipal do partido, no início de abril. Crítico de Lula e do PT, a aliança nacional firmada pela sigla em torno da candidatura do ex-presidente Lula à Presidência se tornou um impasse para o parlamentar continuar na sigla.

Em nota, o presidente da Câmara, vereador Milton Leite (União Brasil) repudiou o fato e afirmou que vê com “indignação imensa mais uma denúncia de episódio racista dentro da Câmara de Vereadores de São Paulo, local democrático, livre e que acolhe a todos”.

Leite, que é negro, disse ainda “lutar com todas as forças contra o racismo, crime que insiste em ser cometido dentro de uma Casa de Leis e fora dela também”. Do plenário, afirmou ainda que o ocorrido está sendo apurado e será encaminhado para a Corregedoria do Parlamento paulistano. “Que o corregedor dê celeridade ao processo. O desfecho cabe aos seus membros da Corregedoria. Não dá para aceitar mais isso”, disse Leite.

Cristófaro acumula representações na Corregedoria - foram dez, desde 2017. Em setembro de 2019, por exemplo, o vereador foi acusado em um outro caso de racismo. No plenário da Câmara Municipal, ele chamou o vereador Fernando Holiday (Novo) de “macaco de auditório”. Na época, Holiday disse ao Estadão que se sentiu “revoltado” ao ouvir as falas. Cristófaro se defendeu dizendo que a “macaco de auditório” é uma “expressão popular”.

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