PSDB e DEM dão fôlego a Temer até a decisão do STF


Líderes dos partidos, pilares da base aliada do atual governo, devem esperar julgamento sobre inquérito para decidir se mantêm ou retiram apoio

Por Vera Rosa

BRASÍLIA – As cúpulas do PSDB e do DEM resolveram dar mais um prazo para Michel Temer e agora aguardam o julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o pedido de suspensão do inquérito contra o presidente, na quarta-feira, para decidir se mantêm ou retiram o apoio ao governo. Nos bastidores, os dois partidos já avaliam uma saída alternativa para a crise política, com a construção de um nome de consenso para substituir Temer, caso a situação fique insustentável e haja eleição indireta.

O presidente Michel Temer recebeu os ministros Eliseu Padilha e Moreira Franco no Palácio do Jaburu neste domingo, 21. Foto: Dida Sampaio/Estadão

O problema é que ainda não há acordo sobre quem seria o “salvador” da Pátria. O presidente do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), havia marcado uma reunião para este domingo, 21, em Brasília, com dirigentes e líderes de seu partido e também do DEM e do PPS para discutir a agonia de Temer após a delação da JBS. Ministros entraram em campo, porém, para pedir que o encontro fosse adiado.

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O receio do Palácio do Planalto era de que o encontro passasse a ideia de desembarque do PSDB e do DEM, hoje os pilares da coalizão governista, depois do PMDB. Dirigentes tucanos asseguraram a Temer que não tomarão decisão precipitada, mas admitiram que a pressão de suas bases, principalmente da ala jovem, para o desembarque é muito forte.

A direção do PSDB do Rio divulgou nota no domingo pedindo a renúncia ou o impeachment de Temer e a saída dos quatro ministros tucanos do governo. A seção fluminense do partido, porém, só tem um deputado federal – Otávio Leite, presidente da legenda no Estado – e nenhum senador.

“Qualquer solução fora da Constituição não seria solução, e sim um problema. O Brasil pede que todos os fatos sejam apurados com rigor”, disse o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin – um dos pré-candidatos do PSDB ao Planalto, em vídeo postado nas redes sociais. “O PSDB está ouvindo as bases e a decisão sobre permanecer ou não no governo será tomada pela Executiva Nacional, em conjunto com as bancadas e os governadores”, emendou o deputado Sílvio Torres (PSDB-SP), secretário-geral da legenda.

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Cereja do bolo

Ao Estado, o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, disse não ter informações sobre ameaça de debandada no PSDB e no DEM. “Os dois partidos estão firmes e fortes na base do governo”, afirmou ele. “Nós conclamamos os aliados para que a gente continue acelerando as reformas. A cereja do bolo é a Previdência e tem de ser perseguida, mas, se não chegar, paciência. Ficará para a próxima gestão”, resumiu o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), que no domingo foi atrás de vários aliados para pedir apoio ao presidente.

O PSB e o PPS aprovaram a saída da equipe de Temer, mas nem todos os cargos foram devolvidos. Roberto Freire (PPS), por exemplo, deixou o Ministério da Cultura, mas o titular da Defesa, Raul Jungmann, que também é filiado ao partido, continua no posto. No PSB, o ministro de Minas e Energia, Fernando Filho, é outro que permanece.

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As conversas sobre a possível substituição de Temer estão sendo feitas com muita cautela. Se Temer renunciar, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), assume por 30 dias. Depois desse prazo é realizada uma eleição indireta.

Dirigentes do DEM dizem que, se esse quadro se concretizar, os parlamentares não aprovarão nenhum nome fora do Congresso para disputar a vaga. “O maior eleitor, na eleição indireta, chama-se Rodrigo Maia”, disse um integrante da cúpula do partido. “Resta saber se terá condições de ser”, emendou, numa referência às investigações da Lava Jato contra ele.

Queda da Bastilha

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Uma ala do PSDB prega o nome do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e outra, a do próprio Tasso. Fiador das reformas da Previdência e da lei trabalhista, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, também é citado para o posto, mas enfrenta resistências na própria base aliada. A presidente do Supremo, Cármen Lúcia, e o ex-ministro da Defesa Nelson Jobim são outros mencionados para a cadeira de Temer.

Em conversas reservadas, dirigentes do PSDB e também do DEM dizem que todas as articulações têm sido feitas com muito cuidado para não melindrar o PMDB. “Queremos evitar que a queda da Bastilha tenha a identidade de A ou B”, afirmou um dirigente tucano. “O quadro é muito grave e estamos avaliando se Temer vai se sustentar. Se não for, precisamos definir as regras e deixar que o PMDB forme sua convicção. Não podemos atropelar o PMDB.”

A preocupação desses aliados é de que o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), se junte ao PT e ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na pregação por novas eleições diretas. Renan é hoje o principal crítico de Temer dentro da base de sustentação do governo.

BRASÍLIA – As cúpulas do PSDB e do DEM resolveram dar mais um prazo para Michel Temer e agora aguardam o julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o pedido de suspensão do inquérito contra o presidente, na quarta-feira, para decidir se mantêm ou retiram o apoio ao governo. Nos bastidores, os dois partidos já avaliam uma saída alternativa para a crise política, com a construção de um nome de consenso para substituir Temer, caso a situação fique insustentável e haja eleição indireta.

O presidente Michel Temer recebeu os ministros Eliseu Padilha e Moreira Franco no Palácio do Jaburu neste domingo, 21. Foto: Dida Sampaio/Estadão

O problema é que ainda não há acordo sobre quem seria o “salvador” da Pátria. O presidente do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), havia marcado uma reunião para este domingo, 21, em Brasília, com dirigentes e líderes de seu partido e também do DEM e do PPS para discutir a agonia de Temer após a delação da JBS. Ministros entraram em campo, porém, para pedir que o encontro fosse adiado.

O receio do Palácio do Planalto era de que o encontro passasse a ideia de desembarque do PSDB e do DEM, hoje os pilares da coalizão governista, depois do PMDB. Dirigentes tucanos asseguraram a Temer que não tomarão decisão precipitada, mas admitiram que a pressão de suas bases, principalmente da ala jovem, para o desembarque é muito forte.

A direção do PSDB do Rio divulgou nota no domingo pedindo a renúncia ou o impeachment de Temer e a saída dos quatro ministros tucanos do governo. A seção fluminense do partido, porém, só tem um deputado federal – Otávio Leite, presidente da legenda no Estado – e nenhum senador.

“Qualquer solução fora da Constituição não seria solução, e sim um problema. O Brasil pede que todos os fatos sejam apurados com rigor”, disse o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin – um dos pré-candidatos do PSDB ao Planalto, em vídeo postado nas redes sociais. “O PSDB está ouvindo as bases e a decisão sobre permanecer ou não no governo será tomada pela Executiva Nacional, em conjunto com as bancadas e os governadores”, emendou o deputado Sílvio Torres (PSDB-SP), secretário-geral da legenda.

Cereja do bolo

Ao Estado, o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, disse não ter informações sobre ameaça de debandada no PSDB e no DEM. “Os dois partidos estão firmes e fortes na base do governo”, afirmou ele. “Nós conclamamos os aliados para que a gente continue acelerando as reformas. A cereja do bolo é a Previdência e tem de ser perseguida, mas, se não chegar, paciência. Ficará para a próxima gestão”, resumiu o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), que no domingo foi atrás de vários aliados para pedir apoio ao presidente.

O PSB e o PPS aprovaram a saída da equipe de Temer, mas nem todos os cargos foram devolvidos. Roberto Freire (PPS), por exemplo, deixou o Ministério da Cultura, mas o titular da Defesa, Raul Jungmann, que também é filiado ao partido, continua no posto. No PSB, o ministro de Minas e Energia, Fernando Filho, é outro que permanece.

As conversas sobre a possível substituição de Temer estão sendo feitas com muita cautela. Se Temer renunciar, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), assume por 30 dias. Depois desse prazo é realizada uma eleição indireta.

Dirigentes do DEM dizem que, se esse quadro se concretizar, os parlamentares não aprovarão nenhum nome fora do Congresso para disputar a vaga. “O maior eleitor, na eleição indireta, chama-se Rodrigo Maia”, disse um integrante da cúpula do partido. “Resta saber se terá condições de ser”, emendou, numa referência às investigações da Lava Jato contra ele.

Queda da Bastilha

Uma ala do PSDB prega o nome do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e outra, a do próprio Tasso. Fiador das reformas da Previdência e da lei trabalhista, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, também é citado para o posto, mas enfrenta resistências na própria base aliada. A presidente do Supremo, Cármen Lúcia, e o ex-ministro da Defesa Nelson Jobim são outros mencionados para a cadeira de Temer.

Em conversas reservadas, dirigentes do PSDB e também do DEM dizem que todas as articulações têm sido feitas com muito cuidado para não melindrar o PMDB. “Queremos evitar que a queda da Bastilha tenha a identidade de A ou B”, afirmou um dirigente tucano. “O quadro é muito grave e estamos avaliando se Temer vai se sustentar. Se não for, precisamos definir as regras e deixar que o PMDB forme sua convicção. Não podemos atropelar o PMDB.”

A preocupação desses aliados é de que o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), se junte ao PT e ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na pregação por novas eleições diretas. Renan é hoje o principal crítico de Temer dentro da base de sustentação do governo.

BRASÍLIA – As cúpulas do PSDB e do DEM resolveram dar mais um prazo para Michel Temer e agora aguardam o julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o pedido de suspensão do inquérito contra o presidente, na quarta-feira, para decidir se mantêm ou retiram o apoio ao governo. Nos bastidores, os dois partidos já avaliam uma saída alternativa para a crise política, com a construção de um nome de consenso para substituir Temer, caso a situação fique insustentável e haja eleição indireta.

O presidente Michel Temer recebeu os ministros Eliseu Padilha e Moreira Franco no Palácio do Jaburu neste domingo, 21. Foto: Dida Sampaio/Estadão

O problema é que ainda não há acordo sobre quem seria o “salvador” da Pátria. O presidente do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), havia marcado uma reunião para este domingo, 21, em Brasília, com dirigentes e líderes de seu partido e também do DEM e do PPS para discutir a agonia de Temer após a delação da JBS. Ministros entraram em campo, porém, para pedir que o encontro fosse adiado.

O receio do Palácio do Planalto era de que o encontro passasse a ideia de desembarque do PSDB e do DEM, hoje os pilares da coalizão governista, depois do PMDB. Dirigentes tucanos asseguraram a Temer que não tomarão decisão precipitada, mas admitiram que a pressão de suas bases, principalmente da ala jovem, para o desembarque é muito forte.

A direção do PSDB do Rio divulgou nota no domingo pedindo a renúncia ou o impeachment de Temer e a saída dos quatro ministros tucanos do governo. A seção fluminense do partido, porém, só tem um deputado federal – Otávio Leite, presidente da legenda no Estado – e nenhum senador.

“Qualquer solução fora da Constituição não seria solução, e sim um problema. O Brasil pede que todos os fatos sejam apurados com rigor”, disse o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin – um dos pré-candidatos do PSDB ao Planalto, em vídeo postado nas redes sociais. “O PSDB está ouvindo as bases e a decisão sobre permanecer ou não no governo será tomada pela Executiva Nacional, em conjunto com as bancadas e os governadores”, emendou o deputado Sílvio Torres (PSDB-SP), secretário-geral da legenda.

Cereja do bolo

Ao Estado, o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, disse não ter informações sobre ameaça de debandada no PSDB e no DEM. “Os dois partidos estão firmes e fortes na base do governo”, afirmou ele. “Nós conclamamos os aliados para que a gente continue acelerando as reformas. A cereja do bolo é a Previdência e tem de ser perseguida, mas, se não chegar, paciência. Ficará para a próxima gestão”, resumiu o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), que no domingo foi atrás de vários aliados para pedir apoio ao presidente.

O PSB e o PPS aprovaram a saída da equipe de Temer, mas nem todos os cargos foram devolvidos. Roberto Freire (PPS), por exemplo, deixou o Ministério da Cultura, mas o titular da Defesa, Raul Jungmann, que também é filiado ao partido, continua no posto. No PSB, o ministro de Minas e Energia, Fernando Filho, é outro que permanece.

As conversas sobre a possível substituição de Temer estão sendo feitas com muita cautela. Se Temer renunciar, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), assume por 30 dias. Depois desse prazo é realizada uma eleição indireta.

Dirigentes do DEM dizem que, se esse quadro se concretizar, os parlamentares não aprovarão nenhum nome fora do Congresso para disputar a vaga. “O maior eleitor, na eleição indireta, chama-se Rodrigo Maia”, disse um integrante da cúpula do partido. “Resta saber se terá condições de ser”, emendou, numa referência às investigações da Lava Jato contra ele.

Queda da Bastilha

Uma ala do PSDB prega o nome do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e outra, a do próprio Tasso. Fiador das reformas da Previdência e da lei trabalhista, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, também é citado para o posto, mas enfrenta resistências na própria base aliada. A presidente do Supremo, Cármen Lúcia, e o ex-ministro da Defesa Nelson Jobim são outros mencionados para a cadeira de Temer.

Em conversas reservadas, dirigentes do PSDB e também do DEM dizem que todas as articulações têm sido feitas com muito cuidado para não melindrar o PMDB. “Queremos evitar que a queda da Bastilha tenha a identidade de A ou B”, afirmou um dirigente tucano. “O quadro é muito grave e estamos avaliando se Temer vai se sustentar. Se não for, precisamos definir as regras e deixar que o PMDB forme sua convicção. Não podemos atropelar o PMDB.”

A preocupação desses aliados é de que o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), se junte ao PT e ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na pregação por novas eleições diretas. Renan é hoje o principal crítico de Temer dentro da base de sustentação do governo.

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