PT e governo defendem eleições gerais caso Congresso aprove impeachment


Manobra surgiria por meio de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) com base na coleta de assinaturas de apoio

Por Ricardo Galhardo

O PT e o governo planejam fazer uma grande campanha nacional de coleta de assinaturas em apoio a uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) caso o Congresso aprove o impeachment da presidente Dilma Rousseff. A ideia, que até agora era cogitada apenas em conversas reservadas, passou a ser defendida abertamente pelos estrategistas próximos à Dilma.  "Se o impeachment de fato for decretado, passar pelo Senado, nós vamos defender eleições gerais porque não reconhecemos no vice-presidente condições morais e jurídicas para vir a presidir o Brasil. O caminho para isso é apresentar uma PEC com amplo apoio popular, recolher milhões de assinaturas. Eu vou defender isso dentro do PT e acredito que o PT vai defender também. Nós vamos conviver com um golpe? Não. Assim como não convivemos com a ditadura", disse o deputado Wadih Damous (PT-RJ), um dos principais articuladores da reação anti-impeachment.

Wadih Damous (PT-RJ) é um dos principais articuladores da reação anti-impeachment Foto: Divulgação

A tese é corroborada por ministros palacianos e ganha cada vez mais adeptos entre os aliados de Dilma. Na quarta-feira, em conversa com jornalistas, a presidente admitiu "respeitar" uma proposta alternativa que passe pelo voto popular.

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As poucas divergências são quanto ao momento em que a campanha deve ser deflagrada. Alguns petistas defendem que seja logo depois da votação na Câmara, em caso de derrota do governo. Eles apostam que o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), vai "esfriar" a disputa quando o impeachment chegar em suas mãos e retardar o ritmo do processo, o quedaria tempo para a mobilização pela coleta de assinaturas. Aliados de Dilma se fiam em pesquisas de opinião que mostram aversão a Temer igual ou maior do que à presidente por parte da população e acreditam que não seria impossível, com ajuda dos movimentos sociais ligados ao partido, coletar milhões de assinaturas em poucas semanas para pressionar o Congresso a aprovara PEC.

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No Palácio do Planalto e entre a aliados de Dilma a ideia tem sido chamada de "contra-golpe", uma espécie de revanche contra Temer, que virou alvo de fúria entre petistas que prometem desestabilizar um eventual governo do vice. 

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"Se o impeachment for admitido aqui acho muito difícil que o doutor Michel Temer tenha condições de governar porque obviamente terá se tratado de um golpe. Ele da nossa parte não merecerá o tratamento de presidente, ele é um usurpador, um conspirador, um traidor", disse Damous. 

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Na conversa com jornalistas Dilma acusou Temer se "se associar" politicamente ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), réu na Operação Lava Jato, para derrubar o governo. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sugeriu a interlocutores que preferia ver o país nas mãos do PSDB, em uma derrota eleitoral do PT, do que entregue ao grupo do vice. Damous acusou Temer de oferecer o fim da Lava Jato em troca de votos pelo impeachment. 

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"O doutor Temer hoje não conseguiria se eleger vereador. Mais cedo ou mais tarde vai virar alvo da Lava Jato. Aliás ele tem conseguido virar votos aqui na Câmara, isso eu sei, dizendo que se eleger acaba com a Lava Jato", disse o deputado.

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O vice-presidente foi procurado por meio de sua assessoria para comentar a acusação mas não respondeu.

Câmara inicia discussão do processo de impeachment

1 | 18

Deputados gritam 'não vai ter golpe' e 'fora Dilma' ao entrarem no plenário da Câmara

Foto: Dida Sampaio|Estadão
2 | 18

Cunha

Foto: DANIEL TEIXEIRA/ESTADAO
3 | 18

Deputados aguardam abertura do plenário

Foto: DIDA SAMPAIO/ESTADÃO
4 | 18

Oradores

Foto: DANIEL TEIXEIRA/ESTADÃO
5 | 18

Plenário

Foto: Andre Dusek/ Estadão
6 | 18

Pualo Maluf no plenário

Foto: DIDA SAMPAIO /ESTADÃO
7 | 18

Migueal Reale Jr.

Foto: DIDA SAMPAIO/ESTADÃO
8 | 18

Miguel Reale: pedaladas foram recurso usado para esconder situação do Tesouro

Foto: Dida Sampaio|Estadão
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Cardozo

Foto: DIDA SAMPAIO/ESTADÃO
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Cardozo

Foto: DIDA SAMPAIO/ESTADÃO
11 | 18

Sessão na Câmara

Foto: DIDA SAMPAIO/ESTADÃO
12 | 18

PMDB traz discursos duros contra a presidente em sessão do impeachment

Foto: Dida Sampaio|Estadão
13 | 18

José Guimarães (PT-CE)

Foto: Câmara dos Deputados
14 | 18

Paulo Teixeira

Foto: DANIEL TEIXEIRA /ESTADÃO
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Benedita Silva

Foto: Daniel Teixeira/ Estadão
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Câmara dos Deputados

Foto: ANDRE DUSEK/ESTADÃO
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Câmara

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Câmara dos Deputados

Foto: DIDA SAMPAIO/ESTADÃO

O PT e o governo planejam fazer uma grande campanha nacional de coleta de assinaturas em apoio a uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) caso o Congresso aprove o impeachment da presidente Dilma Rousseff. A ideia, que até agora era cogitada apenas em conversas reservadas, passou a ser defendida abertamente pelos estrategistas próximos à Dilma.  "Se o impeachment de fato for decretado, passar pelo Senado, nós vamos defender eleições gerais porque não reconhecemos no vice-presidente condições morais e jurídicas para vir a presidir o Brasil. O caminho para isso é apresentar uma PEC com amplo apoio popular, recolher milhões de assinaturas. Eu vou defender isso dentro do PT e acredito que o PT vai defender também. Nós vamos conviver com um golpe? Não. Assim como não convivemos com a ditadura", disse o deputado Wadih Damous (PT-RJ), um dos principais articuladores da reação anti-impeachment.

Wadih Damous (PT-RJ) é um dos principais articuladores da reação anti-impeachment Foto: Divulgação

A tese é corroborada por ministros palacianos e ganha cada vez mais adeptos entre os aliados de Dilma. Na quarta-feira, em conversa com jornalistas, a presidente admitiu "respeitar" uma proposta alternativa que passe pelo voto popular.

As poucas divergências são quanto ao momento em que a campanha deve ser deflagrada. Alguns petistas defendem que seja logo depois da votação na Câmara, em caso de derrota do governo. Eles apostam que o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), vai "esfriar" a disputa quando o impeachment chegar em suas mãos e retardar o ritmo do processo, o quedaria tempo para a mobilização pela coleta de assinaturas. Aliados de Dilma se fiam em pesquisas de opinião que mostram aversão a Temer igual ou maior do que à presidente por parte da população e acreditam que não seria impossível, com ajuda dos movimentos sociais ligados ao partido, coletar milhões de assinaturas em poucas semanas para pressionar o Congresso a aprovara PEC.

No Palácio do Planalto e entre a aliados de Dilma a ideia tem sido chamada de "contra-golpe", uma espécie de revanche contra Temer, que virou alvo de fúria entre petistas que prometem desestabilizar um eventual governo do vice. 

"Se o impeachment for admitido aqui acho muito difícil que o doutor Michel Temer tenha condições de governar porque obviamente terá se tratado de um golpe. Ele da nossa parte não merecerá o tratamento de presidente, ele é um usurpador, um conspirador, um traidor", disse Damous. 

Na conversa com jornalistas Dilma acusou Temer se "se associar" politicamente ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), réu na Operação Lava Jato, para derrubar o governo. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sugeriu a interlocutores que preferia ver o país nas mãos do PSDB, em uma derrota eleitoral do PT, do que entregue ao grupo do vice. Damous acusou Temer de oferecer o fim da Lava Jato em troca de votos pelo impeachment. 

"O doutor Temer hoje não conseguiria se eleger vereador. Mais cedo ou mais tarde vai virar alvo da Lava Jato. Aliás ele tem conseguido virar votos aqui na Câmara, isso eu sei, dizendo que se eleger acaba com a Lava Jato", disse o deputado.

O vice-presidente foi procurado por meio de sua assessoria para comentar a acusação mas não respondeu.

Câmara inicia discussão do processo de impeachment

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Deputados gritam 'não vai ter golpe' e 'fora Dilma' ao entrarem no plenário da Câmara

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Cunha

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Deputados aguardam abertura do plenário

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Migueal Reale Jr.

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Miguel Reale: pedaladas foram recurso usado para esconder situação do Tesouro

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Cardozo

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Cardozo

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PMDB traz discursos duros contra a presidente em sessão do impeachment

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Benedita Silva

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Câmara dos Deputados

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Câmara dos Deputados

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O PT e o governo planejam fazer uma grande campanha nacional de coleta de assinaturas em apoio a uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) caso o Congresso aprove o impeachment da presidente Dilma Rousseff. A ideia, que até agora era cogitada apenas em conversas reservadas, passou a ser defendida abertamente pelos estrategistas próximos à Dilma.  "Se o impeachment de fato for decretado, passar pelo Senado, nós vamos defender eleições gerais porque não reconhecemos no vice-presidente condições morais e jurídicas para vir a presidir o Brasil. O caminho para isso é apresentar uma PEC com amplo apoio popular, recolher milhões de assinaturas. Eu vou defender isso dentro do PT e acredito que o PT vai defender também. Nós vamos conviver com um golpe? Não. Assim como não convivemos com a ditadura", disse o deputado Wadih Damous (PT-RJ), um dos principais articuladores da reação anti-impeachment.

Wadih Damous (PT-RJ) é um dos principais articuladores da reação anti-impeachment Foto: Divulgação

A tese é corroborada por ministros palacianos e ganha cada vez mais adeptos entre os aliados de Dilma. Na quarta-feira, em conversa com jornalistas, a presidente admitiu "respeitar" uma proposta alternativa que passe pelo voto popular.

As poucas divergências são quanto ao momento em que a campanha deve ser deflagrada. Alguns petistas defendem que seja logo depois da votação na Câmara, em caso de derrota do governo. Eles apostam que o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), vai "esfriar" a disputa quando o impeachment chegar em suas mãos e retardar o ritmo do processo, o quedaria tempo para a mobilização pela coleta de assinaturas. Aliados de Dilma se fiam em pesquisas de opinião que mostram aversão a Temer igual ou maior do que à presidente por parte da população e acreditam que não seria impossível, com ajuda dos movimentos sociais ligados ao partido, coletar milhões de assinaturas em poucas semanas para pressionar o Congresso a aprovara PEC.

No Palácio do Planalto e entre a aliados de Dilma a ideia tem sido chamada de "contra-golpe", uma espécie de revanche contra Temer, que virou alvo de fúria entre petistas que prometem desestabilizar um eventual governo do vice. 

"Se o impeachment for admitido aqui acho muito difícil que o doutor Michel Temer tenha condições de governar porque obviamente terá se tratado de um golpe. Ele da nossa parte não merecerá o tratamento de presidente, ele é um usurpador, um conspirador, um traidor", disse Damous. 

Na conversa com jornalistas Dilma acusou Temer se "se associar" politicamente ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), réu na Operação Lava Jato, para derrubar o governo. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sugeriu a interlocutores que preferia ver o país nas mãos do PSDB, em uma derrota eleitoral do PT, do que entregue ao grupo do vice. Damous acusou Temer de oferecer o fim da Lava Jato em troca de votos pelo impeachment. 

"O doutor Temer hoje não conseguiria se eleger vereador. Mais cedo ou mais tarde vai virar alvo da Lava Jato. Aliás ele tem conseguido virar votos aqui na Câmara, isso eu sei, dizendo que se eleger acaba com a Lava Jato", disse o deputado.

O vice-presidente foi procurado por meio de sua assessoria para comentar a acusação mas não respondeu.

Câmara inicia discussão do processo de impeachment

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Deputados gritam 'não vai ter golpe' e 'fora Dilma' ao entrarem no plenário da Câmara

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Cunha

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Deputados aguardam abertura do plenário

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Cardozo

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Cardozo

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PMDB traz discursos duros contra a presidente em sessão do impeachment

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José Guimarães (PT-CE)

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