PT enfrenta dificuldades nas eleições no Grande ABC apesar de Lula no Planalto


Pesquisas indicam que candidatos petistas disputam a liderança da corrida eleitoral em apenas duas cidades da região, que foi reduto do partido por anos. Nesses municípios, os postulantes também lideram o índice de rejeição.

Por Adriana Victorino e Bianca Gomes

Em fevereiro deste ano, durante o evento de filiação da ex-prefeita Marta Suplicy ao PT, Lula fez uma provocação a seus colegas de partido ao lembrar que o PT já esteve no controle das principais cidades do Grande ABC, mas hoje só administra Mauá e Diadema. “A gente governava praticamente 22 milhões de brasileiros com a capital [paulista]. E nós perdemos todas [as prefeituras]”, disse o presidente, em tom de reprimenda. “O que aconteceu conosco? Onde foi o erro? Em que momento a gente não fez a lição de casa?”, acrescentou o presidente, fazendo um apelo para que o partido reflita sobre suas derrotas.

A eleição municipal de 2020 foi uma das mais traumáticas para o PT: pela primeira vez desde a redemocratização, o partido não conseguiu eleger nenhum prefeito em capitais. Além disso, perdeu espaço em importantes prefeituras pelo País e registrou a sua pior votação em São Paulo, onde Jilmar Tatto encerrou a corrida eleitoral com apenas 8,6% dos votos válidos. Este ano, à frente da Presidência da República, o partido espera recuperar espaço nos Executivos Municipais, em especial, no Grande ABC, histórico bastião petista. A menos de 40 dias para o primeiro turno, porém, o cenário eleitoral na região não é promissor para o partido.

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Região do ABC Paulista foi reduto eleitoral do Partido dos Trabalhadores por anos. Foto: Wilton Junior/WILTON JUNIOR/ ESTADÃO

Dos sete municípios que formam o Grande ABC, o PT comanda atualmente apenas dois — Mauá (Marcelo Oliveira) e Diadema (Filippi). E nas pesquisas eleitorais, disputa a liderança apenas nessas cidades, onde os candidatos aparecem empatados tecnicamente com outros postulantes. Nesses municípios, os postulantes também lideram o índice de rejeição.

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As mudanças demográficas e socioeconômicas nesses municípios explicam a dificuldade da sigla em reconquistar espaço na região. Segundo Claudio Couto, cientista político e professor da FGV-EAESP, o PT permanece voltado para o diálogo com as classes de baixa renda e operária, sem ajustar seu discurso às transformações ocorridas nessas áreas.

“Essas regiões passaram por um processo de certa desindustrialização ou expansão de outros âmbitos de atividade econômica. Assim, essas cidades mudaram em relação ao que eram nas décadas de 70 e 80, quando o PT estava em seu auge, e até mesmo ao longo de boa parte dos anos 90″, ressaltou o professor.

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Um levantamento da subseção do Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos) do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC mostra ainda que o número de filiações sindicais na região do ABC caiu quase pela metade no período, passando de 176.817 em 1990 para 96.926 até julho deste ano.

O cenário pessimista nas eleições deste ano se estende à Grande São Paulo, principal aglomeração urbana da América do Sul, formada por 39 municípios: lá, o PT não aparece na liderança das pesquisas em nenhuma cidade. No auge do governo Lula, em 2012, a sigla conseguiu eleger prefeitos para quase um terço (12) das prefeituras da região, mas ficou com apenas um na eleição seguinte, de 2016, ano em que a ex-presidente Dilma Rousseff sofreu impeachment.

Candidatos petistas aguardam presença de Lula

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A figura do presidente Lula segue como o pilar da estratégia petista para recuperar as prefeituras do Grande ABC. Em julho, o presidente esteve em Diadema para visitar as obras do primeiro Centro Educacional Unificado (CEU) da cidade e, dias depois, marcou presença na convenção do PT em São Bernardo do Campo (SP), onde o partido tem como candidato o deputado estadual Luiz Fernando.

Como mostrou a Coluna do Estadão, os candidatos às Prefeituras do ABC Paulista esperam pela presença de Lula em suas agendas de campanha. Mas sem a garantia de que o líder comparecerá, e com pouco tempo de televisão à disposição, os postulantes têm apostado em inserções de falas antigas do presidente nas rádios, enquanto aguardam na “fila” pela aparição do petista em suas cidades.

São Bernardo do Campo é um dos lugares onde o PT tem enfrentado dificuldades nas eleições deste ano. No último levantamento da Paraná Pesquisas, realizado em setembro, o deputado federal Alex Manente (Cidadania) lidera com 27,9% na pesquisa estimulada, seguido por Marcelo Lima (Podemos), com 22,6% das intenções de voto. Flávia Morando (União Brasil), sobrinha do atual prefeito Orlando Morando (PSDB), aparece com 18%, enquanto o petista Luiz Fernando registra 17,3%. O levantamento ouviu 800 eleitores entre os dias 02 e 05 de setembro. O grau de confiança é de 95%, e a margem de erro é de 3,5 pontos percentuais para mais ou para menos.

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Berço político do PT, São Bernardo do Campo é uma cidade simbólica para Lula. Foi lá que o presidente construiu sua base eleitoral em meio ao movimento sindicalista e também onde se entregou à Polícia Federal em 2018, após passar dois dias na sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. Até hoje Lula mantém seu local de votação no município. O último prefeito petista foi Luiz Marinho, atual ministro do Trabalho, que deixou o comando da cidade em 2016, quando Orlando Morando (PSDB) rompeu a hegemonia do PT na região.

Em Santo André, o partido lançou Bete Siraque (PT) como candidata a prefeita e Bruno Daniel (Psol), irmão do ex-prefeito Celso Daniel, assassinado em 2002, como vice na chapa. A chapa aposta na associação com o presidente Lula e no trabalho do governo federal na cidade para conquistar o eleitorado.

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Nas eleições de 2022, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) receberam a maioria dos votos da população andreense. O mais recente levantamento da Paraná Pesquisas mostra que Siraque enfrenta uma considerável rejeição: 35,5% dos eleitores não votariam nele de jeito nenhum.

Nas intenções de voto, a petista soma 13,4% da preferência do eleitorado, enquanto Eduardo Leite (PSB) aparece com 12,10% e Gilvan (PSDB), 40,4%. A pesquisa ouviu 710 eleitores entre 09 e 12 de setembro, e a margem de erro é de 3,8 pontos percentuais para mais ou para menos. O nível de confiança é de 95%.

O atual vice-prefeito, Luiz Zacarias (PL), que também pontuou 13,4% na pesquisa, adotou a polarização do pleito como estratégia. Zacarias acreditava que seria um sucessor natural do atual mandatário Paulo Serra (PSDB), presidente estadual da sigla tucana que optou por lançar Gilvan na disputa.

Em sabatina do UOL, Zacarias afirmou que os adversários temem que ele use o nome do ex-presidente na disputa. “Se eu trouxer o Bolsonaro para a cidade ou fizer qualquer coisa próximo do Bolsonaro, com certeza eles vão ter problemas sérios nas eleições.”

Em Rio Grande da Serra, o PT não disputará as eleições majoritárias.

Em fevereiro deste ano, durante o evento de filiação da ex-prefeita Marta Suplicy ao PT, Lula fez uma provocação a seus colegas de partido ao lembrar que o PT já esteve no controle das principais cidades do Grande ABC, mas hoje só administra Mauá e Diadema. “A gente governava praticamente 22 milhões de brasileiros com a capital [paulista]. E nós perdemos todas [as prefeituras]”, disse o presidente, em tom de reprimenda. “O que aconteceu conosco? Onde foi o erro? Em que momento a gente não fez a lição de casa?”, acrescentou o presidente, fazendo um apelo para que o partido reflita sobre suas derrotas.

A eleição municipal de 2020 foi uma das mais traumáticas para o PT: pela primeira vez desde a redemocratização, o partido não conseguiu eleger nenhum prefeito em capitais. Além disso, perdeu espaço em importantes prefeituras pelo País e registrou a sua pior votação em São Paulo, onde Jilmar Tatto encerrou a corrida eleitoral com apenas 8,6% dos votos válidos. Este ano, à frente da Presidência da República, o partido espera recuperar espaço nos Executivos Municipais, em especial, no Grande ABC, histórico bastião petista. A menos de 40 dias para o primeiro turno, porém, o cenário eleitoral na região não é promissor para o partido.

Região do ABC Paulista foi reduto eleitoral do Partido dos Trabalhadores por anos. Foto: Wilton Junior/WILTON JUNIOR/ ESTADÃO

Dos sete municípios que formam o Grande ABC, o PT comanda atualmente apenas dois — Mauá (Marcelo Oliveira) e Diadema (Filippi). E nas pesquisas eleitorais, disputa a liderança apenas nessas cidades, onde os candidatos aparecem empatados tecnicamente com outros postulantes. Nesses municípios, os postulantes também lideram o índice de rejeição.

As mudanças demográficas e socioeconômicas nesses municípios explicam a dificuldade da sigla em reconquistar espaço na região. Segundo Claudio Couto, cientista político e professor da FGV-EAESP, o PT permanece voltado para o diálogo com as classes de baixa renda e operária, sem ajustar seu discurso às transformações ocorridas nessas áreas.

“Essas regiões passaram por um processo de certa desindustrialização ou expansão de outros âmbitos de atividade econômica. Assim, essas cidades mudaram em relação ao que eram nas décadas de 70 e 80, quando o PT estava em seu auge, e até mesmo ao longo de boa parte dos anos 90″, ressaltou o professor.

Um levantamento da subseção do Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos) do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC mostra ainda que o número de filiações sindicais na região do ABC caiu quase pela metade no período, passando de 176.817 em 1990 para 96.926 até julho deste ano.

O cenário pessimista nas eleições deste ano se estende à Grande São Paulo, principal aglomeração urbana da América do Sul, formada por 39 municípios: lá, o PT não aparece na liderança das pesquisas em nenhuma cidade. No auge do governo Lula, em 2012, a sigla conseguiu eleger prefeitos para quase um terço (12) das prefeituras da região, mas ficou com apenas um na eleição seguinte, de 2016, ano em que a ex-presidente Dilma Rousseff sofreu impeachment.

Candidatos petistas aguardam presença de Lula

A figura do presidente Lula segue como o pilar da estratégia petista para recuperar as prefeituras do Grande ABC. Em julho, o presidente esteve em Diadema para visitar as obras do primeiro Centro Educacional Unificado (CEU) da cidade e, dias depois, marcou presença na convenção do PT em São Bernardo do Campo (SP), onde o partido tem como candidato o deputado estadual Luiz Fernando.

Como mostrou a Coluna do Estadão, os candidatos às Prefeituras do ABC Paulista esperam pela presença de Lula em suas agendas de campanha. Mas sem a garantia de que o líder comparecerá, e com pouco tempo de televisão à disposição, os postulantes têm apostado em inserções de falas antigas do presidente nas rádios, enquanto aguardam na “fila” pela aparição do petista em suas cidades.

São Bernardo do Campo é um dos lugares onde o PT tem enfrentado dificuldades nas eleições deste ano. No último levantamento da Paraná Pesquisas, realizado em setembro, o deputado federal Alex Manente (Cidadania) lidera com 27,9% na pesquisa estimulada, seguido por Marcelo Lima (Podemos), com 22,6% das intenções de voto. Flávia Morando (União Brasil), sobrinha do atual prefeito Orlando Morando (PSDB), aparece com 18%, enquanto o petista Luiz Fernando registra 17,3%. O levantamento ouviu 800 eleitores entre os dias 02 e 05 de setembro. O grau de confiança é de 95%, e a margem de erro é de 3,5 pontos percentuais para mais ou para menos.

Berço político do PT, São Bernardo do Campo é uma cidade simbólica para Lula. Foi lá que o presidente construiu sua base eleitoral em meio ao movimento sindicalista e também onde se entregou à Polícia Federal em 2018, após passar dois dias na sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. Até hoje Lula mantém seu local de votação no município. O último prefeito petista foi Luiz Marinho, atual ministro do Trabalho, que deixou o comando da cidade em 2016, quando Orlando Morando (PSDB) rompeu a hegemonia do PT na região.

Em Santo André, o partido lançou Bete Siraque (PT) como candidata a prefeita e Bruno Daniel (Psol), irmão do ex-prefeito Celso Daniel, assassinado em 2002, como vice na chapa. A chapa aposta na associação com o presidente Lula e no trabalho do governo federal na cidade para conquistar o eleitorado.

Nas eleições de 2022, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) receberam a maioria dos votos da população andreense. O mais recente levantamento da Paraná Pesquisas mostra que Siraque enfrenta uma considerável rejeição: 35,5% dos eleitores não votariam nele de jeito nenhum.

Nas intenções de voto, a petista soma 13,4% da preferência do eleitorado, enquanto Eduardo Leite (PSB) aparece com 12,10% e Gilvan (PSDB), 40,4%. A pesquisa ouviu 710 eleitores entre 09 e 12 de setembro, e a margem de erro é de 3,8 pontos percentuais para mais ou para menos. O nível de confiança é de 95%.

O atual vice-prefeito, Luiz Zacarias (PL), que também pontuou 13,4% na pesquisa, adotou a polarização do pleito como estratégia. Zacarias acreditava que seria um sucessor natural do atual mandatário Paulo Serra (PSDB), presidente estadual da sigla tucana que optou por lançar Gilvan na disputa.

Em sabatina do UOL, Zacarias afirmou que os adversários temem que ele use o nome do ex-presidente na disputa. “Se eu trouxer o Bolsonaro para a cidade ou fizer qualquer coisa próximo do Bolsonaro, com certeza eles vão ter problemas sérios nas eleições.”

Em Rio Grande da Serra, o PT não disputará as eleições majoritárias.

Em fevereiro deste ano, durante o evento de filiação da ex-prefeita Marta Suplicy ao PT, Lula fez uma provocação a seus colegas de partido ao lembrar que o PT já esteve no controle das principais cidades do Grande ABC, mas hoje só administra Mauá e Diadema. “A gente governava praticamente 22 milhões de brasileiros com a capital [paulista]. E nós perdemos todas [as prefeituras]”, disse o presidente, em tom de reprimenda. “O que aconteceu conosco? Onde foi o erro? Em que momento a gente não fez a lição de casa?”, acrescentou o presidente, fazendo um apelo para que o partido reflita sobre suas derrotas.

A eleição municipal de 2020 foi uma das mais traumáticas para o PT: pela primeira vez desde a redemocratização, o partido não conseguiu eleger nenhum prefeito em capitais. Além disso, perdeu espaço em importantes prefeituras pelo País e registrou a sua pior votação em São Paulo, onde Jilmar Tatto encerrou a corrida eleitoral com apenas 8,6% dos votos válidos. Este ano, à frente da Presidência da República, o partido espera recuperar espaço nos Executivos Municipais, em especial, no Grande ABC, histórico bastião petista. A menos de 40 dias para o primeiro turno, porém, o cenário eleitoral na região não é promissor para o partido.

Região do ABC Paulista foi reduto eleitoral do Partido dos Trabalhadores por anos. Foto: Wilton Junior/WILTON JUNIOR/ ESTADÃO

Dos sete municípios que formam o Grande ABC, o PT comanda atualmente apenas dois — Mauá (Marcelo Oliveira) e Diadema (Filippi). E nas pesquisas eleitorais, disputa a liderança apenas nessas cidades, onde os candidatos aparecem empatados tecnicamente com outros postulantes. Nesses municípios, os postulantes também lideram o índice de rejeição.

As mudanças demográficas e socioeconômicas nesses municípios explicam a dificuldade da sigla em reconquistar espaço na região. Segundo Claudio Couto, cientista político e professor da FGV-EAESP, o PT permanece voltado para o diálogo com as classes de baixa renda e operária, sem ajustar seu discurso às transformações ocorridas nessas áreas.

“Essas regiões passaram por um processo de certa desindustrialização ou expansão de outros âmbitos de atividade econômica. Assim, essas cidades mudaram em relação ao que eram nas décadas de 70 e 80, quando o PT estava em seu auge, e até mesmo ao longo de boa parte dos anos 90″, ressaltou o professor.

Um levantamento da subseção do Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos) do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC mostra ainda que o número de filiações sindicais na região do ABC caiu quase pela metade no período, passando de 176.817 em 1990 para 96.926 até julho deste ano.

O cenário pessimista nas eleições deste ano se estende à Grande São Paulo, principal aglomeração urbana da América do Sul, formada por 39 municípios: lá, o PT não aparece na liderança das pesquisas em nenhuma cidade. No auge do governo Lula, em 2012, a sigla conseguiu eleger prefeitos para quase um terço (12) das prefeituras da região, mas ficou com apenas um na eleição seguinte, de 2016, ano em que a ex-presidente Dilma Rousseff sofreu impeachment.

Candidatos petistas aguardam presença de Lula

A figura do presidente Lula segue como o pilar da estratégia petista para recuperar as prefeituras do Grande ABC. Em julho, o presidente esteve em Diadema para visitar as obras do primeiro Centro Educacional Unificado (CEU) da cidade e, dias depois, marcou presença na convenção do PT em São Bernardo do Campo (SP), onde o partido tem como candidato o deputado estadual Luiz Fernando.

Como mostrou a Coluna do Estadão, os candidatos às Prefeituras do ABC Paulista esperam pela presença de Lula em suas agendas de campanha. Mas sem a garantia de que o líder comparecerá, e com pouco tempo de televisão à disposição, os postulantes têm apostado em inserções de falas antigas do presidente nas rádios, enquanto aguardam na “fila” pela aparição do petista em suas cidades.

São Bernardo do Campo é um dos lugares onde o PT tem enfrentado dificuldades nas eleições deste ano. No último levantamento da Paraná Pesquisas, realizado em setembro, o deputado federal Alex Manente (Cidadania) lidera com 27,9% na pesquisa estimulada, seguido por Marcelo Lima (Podemos), com 22,6% das intenções de voto. Flávia Morando (União Brasil), sobrinha do atual prefeito Orlando Morando (PSDB), aparece com 18%, enquanto o petista Luiz Fernando registra 17,3%. O levantamento ouviu 800 eleitores entre os dias 02 e 05 de setembro. O grau de confiança é de 95%, e a margem de erro é de 3,5 pontos percentuais para mais ou para menos.

Berço político do PT, São Bernardo do Campo é uma cidade simbólica para Lula. Foi lá que o presidente construiu sua base eleitoral em meio ao movimento sindicalista e também onde se entregou à Polícia Federal em 2018, após passar dois dias na sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. Até hoje Lula mantém seu local de votação no município. O último prefeito petista foi Luiz Marinho, atual ministro do Trabalho, que deixou o comando da cidade em 2016, quando Orlando Morando (PSDB) rompeu a hegemonia do PT na região.

Em Santo André, o partido lançou Bete Siraque (PT) como candidata a prefeita e Bruno Daniel (Psol), irmão do ex-prefeito Celso Daniel, assassinado em 2002, como vice na chapa. A chapa aposta na associação com o presidente Lula e no trabalho do governo federal na cidade para conquistar o eleitorado.

Nas eleições de 2022, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) receberam a maioria dos votos da população andreense. O mais recente levantamento da Paraná Pesquisas mostra que Siraque enfrenta uma considerável rejeição: 35,5% dos eleitores não votariam nele de jeito nenhum.

Nas intenções de voto, a petista soma 13,4% da preferência do eleitorado, enquanto Eduardo Leite (PSB) aparece com 12,10% e Gilvan (PSDB), 40,4%. A pesquisa ouviu 710 eleitores entre 09 e 12 de setembro, e a margem de erro é de 3,8 pontos percentuais para mais ou para menos. O nível de confiança é de 95%.

O atual vice-prefeito, Luiz Zacarias (PL), que também pontuou 13,4% na pesquisa, adotou a polarização do pleito como estratégia. Zacarias acreditava que seria um sucessor natural do atual mandatário Paulo Serra (PSDB), presidente estadual da sigla tucana que optou por lançar Gilvan na disputa.

Em sabatina do UOL, Zacarias afirmou que os adversários temem que ele use o nome do ex-presidente na disputa. “Se eu trouxer o Bolsonaro para a cidade ou fizer qualquer coisa próximo do Bolsonaro, com certeza eles vão ter problemas sérios nas eleições.”

Em Rio Grande da Serra, o PT não disputará as eleições majoritárias.

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