O PT no Rio Grande do Sul anunciou nesta segunda-feira, 23, o ex-governador gaúcho e ex-ministro Olívio Dutra como pré-candidato ao Senado no Estado. Aos 81 anos e um dos fundadores da sigla no RS, Olívio estava nos bastidores da esquerda nacional desde 2014, quando tentou a mesma vaga e foi derrotado pelo atual senador Lasier Martins (Podemos) ‒ oficializado neste domingo, 25, como candidato à reeleição. Outro concorrente à vaga é o vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos), que teve a candidatura formalizada pela sigla no último sábado, 23, em convenção em Porto Alegre.
A corrida pela cadeira gaúcha aberta no Senado tem outros nomes fortes da política estadual, como o da ex-senadora Ana Amélia Lemos (PSD), que foi colega de Lasier como comentarista de política na RBS TV, emissora afiliada da TV Globo. O MDB ainda deve lançar o ex-governador e ex-prefeito de Caxias do Sul José Ivo Sartori, que em 2018 perdeu a disputa pelo governo do Estado para Eduardo Leite (PSDB) no segundo turno. Pelo PSDB, o provável nome a entrar na lista de candidatos ao Senado é o do ex-prefeito de Porto Alegre Nelson Marchezan Junior.
Também são pré-candidatos, até o momento, a vereadora porto-alegrense Comandante Nádia Gerhard (Progressistas), tenente-coronel da Brigada Militar (a PM gaúcha), e o vereador Roberto Robaina (PSOL), além do ex-vice-governador Vicente Bogo (PSB). A ex-deputada Manuela D’Ávila (PCdoB) chegou a ser cogitada na disputa, mas decidiu não concorrer.
Quem é Olívio Dutra
O nome de Olívio Dutra (PT) como pré-candidato ao Senado foi confirmado pela deputada federal Maria do Rosário (PT-RS) em publicação no Twitter nesta segunda-feira, 25, e pelo diretório estadual do partido. Ela foi ministra dos Direitos Humanos no primeiro governo da ex-presidente Dilma Rousseff. Ele foi titular do Ministério das Cidades no primeiro mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pré-candidato da sigla ao Palácio do Planalto. “Que orgulho de poder novamente caminhar ao teu lado”, escreveu a deputada na manhã desta segunda, sobre Olívio.
Nascido na região das Missões, no Noroeste do RS, o ex-governador ficou viúvo no final de maio, quando a ex-primeira-dama Judite Dutra morreu em decorrência de complicações de diabetes. Eles foram casados por 54 anos e militaram juntos contra a ditadura militar. Olívio chegou a ser preso por participar de uma greve do funcionalismo público como dirigente do Sindicato dos Bancários de Porto Alegre, em 1979. Dona Judite, como ficou conhecida, era professora estadual e integrante do Cpers-Sindicato e Olívio, formado em Letras, trabalhava no Banrisul (Banco do Estado do Rio Grande do Sul).
A candidatura de Mourão
O general da reserva Antonio Hamilton Mourão (Republicanos), natural de Porto Alegre (RS), decidiu concorrer ao Senado pelo RS em fevereiro. Aos 68 anos, ele tem viajado ao Estado com frequência para agendas de pré-campanha e eventos militares. O vice-presidente foi Comandante Militar do Sul de 2014 a 2016 e está na reserva do Exército desde 2018. Antes de ser vice na chapa de Jair Bolsonaro (PL), ele também passou pela presidência do Clube Militar e, na época, defendeu em entrevistas uma intervenção militar no Brasil.
Mesmo afastado de Bolsonaro, Mourão é próximo do deputado e ex-ministro Onyx Lorenzoni (PL), que teve a candidatura a governador do Estado oficializada no sábado e conta com o apoio do presidente da República. Onyx e Eduardo Leite (PSDB) são os dois primeiros colocados nas pesquisas eleitorais para o Palácio Piratini. Leite renunciou ao governo gaúcho em março e tentou concorrer à Presidência, mas desistiu da disputa nacional após perder as prévias tucanas para o ex-governador paulista João Doria.