PT não elege prefeito em municípios mais dependentes do Bolsa Família


Partidos de centro dominam regiões com maior dependência do programa social que é vitrine do governo Lula; para analista, números desmistificam o ‘mantra’ de voto automático dos beneficiários em siglas de esquerda

Por Bianca Gomes
Atualização:

O PT não conseguiu eleger prefeitos em nenhum dos 17 municípios brasileiros onde mais de 40% da população depende do Bolsa Família. Nessas cidades, concentradas principalmente nas regiões Norte e Nordeste do País, partidos de centro como MDB, União Brasil e PSD saíram vitoriosos nas eleições municipais deste ano.

Os dados, obtidos com exclusividade pelo Estadão, foram levantados pelo cientista político Murilo Medeiros, da Universidade de Brasília (UnB). Ele cruzou os resultados eleitorais dos municípios com as informações sobre os locais mais dependentes do Bolsa Família e do auxílio emergencial, utilizando o balanço mais recente do governo federal, de 2020.

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Beneficiários exibem cartões do Bolsa Família. Foto: Agência Brasil (20/10/2010)

O MDB se destaca como o partido com o maior número de prefeituras entre esses municípios, governando quatro das 17 cidades: Campos Verdes (GO), Jacareacanga (PA), Japi (RN) e Mulungu do Morro (BA). Em seguida, União Brasil, PSD e Avante aparecem com três prefeituras cada. Todos os municípios são de pequeno porte, e mais da metade (10) tem menos de 10 mil habitantes.

“Nesse grupo de cidades, a fotografia eleitoral reflete o quadro nacional: predomínio dos partidos de centro, como MDB, União Brasil e PSD, e ínfima representação dos partidos de esquerda”, explica Medeiros. No cenário nacional, o PSD, partido liderado pelo secretário de Governo de São Paulo, Gilberto Kassab, foi o mais vitorioso nas eleições municipais, elegendo 878 prefeitos já no primeiro turno. O MDB ficou em segundo lugar, com 847 prefeitos eleitos nessa primeira etapa.

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Severiano Melo (RN) é o município brasileiro com o maior percentual de beneficiários do Bolsa Família: 76,72% da população é dependente do programa. A cidade também foi a que mais recebeu auxílio emergencial. O prefeito eleito foi Jacinto Carvalho, do União Brasil, que recebeu 54,89% dos votos válidos.

Enquanto o partido do presidente Lula não conquistou nenhuma prefeitura, o PL de Jair Bolsonaro levou a melhor em dois municípios com alta dependência do Bolsa Família: Serrano do Maranhão (MA) e Luís Domingues (MA).

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Segundo o levantamento, a esquerda governará apenas um dos 17 municípios mais dependentes do programa de transferência de renda, que é uma das principais vitrines do governo Lula. A única prefeitura conquistada foi a de Cumaru (PE), com Zeneide Medeiros, do PSB, partido do vice-presidente Geraldo Alckmin.

“Os números desmistificam o mantra de que a população dependente de programas sociais direciona o voto, de forma automática, para partidos de esquerda. Não há transferência automática de votos para o campo progressista. Pelo contrário, o centro-conservador é o catalisador de votos nesse conjunto de cidades”, afirma Murilo Medeiros.

Para o cientista político, a despeito do impacto dos programas sociais nesse grupo de cidades, o retrato eleitoral revela uma dificuldade das legendas de esquerda em se firmar junto a esse eleitorado, especialmente na agenda de valores e do empreendedorismo.

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“O assistencialismo, por si só, não basta. Há um anseio por alternativas de emprego e renda, em sair da dependência do Estado”, reforça Medeiros.

O PT teve um desempenho abaixo das expectativas em 2024. Em entrevista à rádio O Povo/CBN de Fortaleza, o presidente Lula reconheceu a necessidade de rediscutir o papel do PT na disputa pelos Executivos municipais e disse ainda que o partido aumentou seu número de prefeitos e vereadores, mas já governou São Paulo, Porto Alegre e outras capitais importantes.

O PT não conseguiu eleger prefeitos em nenhum dos 17 municípios brasileiros onde mais de 40% da população depende do Bolsa Família. Nessas cidades, concentradas principalmente nas regiões Norte e Nordeste do País, partidos de centro como MDB, União Brasil e PSD saíram vitoriosos nas eleições municipais deste ano.

Os dados, obtidos com exclusividade pelo Estadão, foram levantados pelo cientista político Murilo Medeiros, da Universidade de Brasília (UnB). Ele cruzou os resultados eleitorais dos municípios com as informações sobre os locais mais dependentes do Bolsa Família e do auxílio emergencial, utilizando o balanço mais recente do governo federal, de 2020.

Beneficiários exibem cartões do Bolsa Família. Foto: Agência Brasil (20/10/2010)

O MDB se destaca como o partido com o maior número de prefeituras entre esses municípios, governando quatro das 17 cidades: Campos Verdes (GO), Jacareacanga (PA), Japi (RN) e Mulungu do Morro (BA). Em seguida, União Brasil, PSD e Avante aparecem com três prefeituras cada. Todos os municípios são de pequeno porte, e mais da metade (10) tem menos de 10 mil habitantes.

“Nesse grupo de cidades, a fotografia eleitoral reflete o quadro nacional: predomínio dos partidos de centro, como MDB, União Brasil e PSD, e ínfima representação dos partidos de esquerda”, explica Medeiros. No cenário nacional, o PSD, partido liderado pelo secretário de Governo de São Paulo, Gilberto Kassab, foi o mais vitorioso nas eleições municipais, elegendo 878 prefeitos já no primeiro turno. O MDB ficou em segundo lugar, com 847 prefeitos eleitos nessa primeira etapa.

Severiano Melo (RN) é o município brasileiro com o maior percentual de beneficiários do Bolsa Família: 76,72% da população é dependente do programa. A cidade também foi a que mais recebeu auxílio emergencial. O prefeito eleito foi Jacinto Carvalho, do União Brasil, que recebeu 54,89% dos votos válidos.

Enquanto o partido do presidente Lula não conquistou nenhuma prefeitura, o PL de Jair Bolsonaro levou a melhor em dois municípios com alta dependência do Bolsa Família: Serrano do Maranhão (MA) e Luís Domingues (MA).

Segundo o levantamento, a esquerda governará apenas um dos 17 municípios mais dependentes do programa de transferência de renda, que é uma das principais vitrines do governo Lula. A única prefeitura conquistada foi a de Cumaru (PE), com Zeneide Medeiros, do PSB, partido do vice-presidente Geraldo Alckmin.

“Os números desmistificam o mantra de que a população dependente de programas sociais direciona o voto, de forma automática, para partidos de esquerda. Não há transferência automática de votos para o campo progressista. Pelo contrário, o centro-conservador é o catalisador de votos nesse conjunto de cidades”, afirma Murilo Medeiros.

Para o cientista político, a despeito do impacto dos programas sociais nesse grupo de cidades, o retrato eleitoral revela uma dificuldade das legendas de esquerda em se firmar junto a esse eleitorado, especialmente na agenda de valores e do empreendedorismo.

“O assistencialismo, por si só, não basta. Há um anseio por alternativas de emprego e renda, em sair da dependência do Estado”, reforça Medeiros.

O PT teve um desempenho abaixo das expectativas em 2024. Em entrevista à rádio O Povo/CBN de Fortaleza, o presidente Lula reconheceu a necessidade de rediscutir o papel do PT na disputa pelos Executivos municipais e disse ainda que o partido aumentou seu número de prefeitos e vereadores, mas já governou São Paulo, Porto Alegre e outras capitais importantes.

O PT não conseguiu eleger prefeitos em nenhum dos 17 municípios brasileiros onde mais de 40% da população depende do Bolsa Família. Nessas cidades, concentradas principalmente nas regiões Norte e Nordeste do País, partidos de centro como MDB, União Brasil e PSD saíram vitoriosos nas eleições municipais deste ano.

Os dados, obtidos com exclusividade pelo Estadão, foram levantados pelo cientista político Murilo Medeiros, da Universidade de Brasília (UnB). Ele cruzou os resultados eleitorais dos municípios com as informações sobre os locais mais dependentes do Bolsa Família e do auxílio emergencial, utilizando o balanço mais recente do governo federal, de 2020.

Beneficiários exibem cartões do Bolsa Família. Foto: Agência Brasil (20/10/2010)

O MDB se destaca como o partido com o maior número de prefeituras entre esses municípios, governando quatro das 17 cidades: Campos Verdes (GO), Jacareacanga (PA), Japi (RN) e Mulungu do Morro (BA). Em seguida, União Brasil, PSD e Avante aparecem com três prefeituras cada. Todos os municípios são de pequeno porte, e mais da metade (10) tem menos de 10 mil habitantes.

“Nesse grupo de cidades, a fotografia eleitoral reflete o quadro nacional: predomínio dos partidos de centro, como MDB, União Brasil e PSD, e ínfima representação dos partidos de esquerda”, explica Medeiros. No cenário nacional, o PSD, partido liderado pelo secretário de Governo de São Paulo, Gilberto Kassab, foi o mais vitorioso nas eleições municipais, elegendo 878 prefeitos já no primeiro turno. O MDB ficou em segundo lugar, com 847 prefeitos eleitos nessa primeira etapa.

Severiano Melo (RN) é o município brasileiro com o maior percentual de beneficiários do Bolsa Família: 76,72% da população é dependente do programa. A cidade também foi a que mais recebeu auxílio emergencial. O prefeito eleito foi Jacinto Carvalho, do União Brasil, que recebeu 54,89% dos votos válidos.

Enquanto o partido do presidente Lula não conquistou nenhuma prefeitura, o PL de Jair Bolsonaro levou a melhor em dois municípios com alta dependência do Bolsa Família: Serrano do Maranhão (MA) e Luís Domingues (MA).

Segundo o levantamento, a esquerda governará apenas um dos 17 municípios mais dependentes do programa de transferência de renda, que é uma das principais vitrines do governo Lula. A única prefeitura conquistada foi a de Cumaru (PE), com Zeneide Medeiros, do PSB, partido do vice-presidente Geraldo Alckmin.

“Os números desmistificam o mantra de que a população dependente de programas sociais direciona o voto, de forma automática, para partidos de esquerda. Não há transferência automática de votos para o campo progressista. Pelo contrário, o centro-conservador é o catalisador de votos nesse conjunto de cidades”, afirma Murilo Medeiros.

Para o cientista político, a despeito do impacto dos programas sociais nesse grupo de cidades, o retrato eleitoral revela uma dificuldade das legendas de esquerda em se firmar junto a esse eleitorado, especialmente na agenda de valores e do empreendedorismo.

“O assistencialismo, por si só, não basta. Há um anseio por alternativas de emprego e renda, em sair da dependência do Estado”, reforça Medeiros.

O PT teve um desempenho abaixo das expectativas em 2024. Em entrevista à rádio O Povo/CBN de Fortaleza, o presidente Lula reconheceu a necessidade de rediscutir o papel do PT na disputa pelos Executivos municipais e disse ainda que o partido aumentou seu número de prefeitos e vereadores, mas já governou São Paulo, Porto Alegre e outras capitais importantes.

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