PT convoca apoiadores para ato contra Bolsonaro, mas governo Lula não embarca em manifestação


Cúpula do governo federal teme que manifestação deste sábado, 23, que também vai relembrar os 60 anos da ditadura militar, possa impactar relação do Planalto com as Forças Armadas

Por Gabriel de Sousa

BRASÍLIA – O Partido dos Trabalhadores (PT) convocou apoiadores da sigla para participar dos atos de rua que vão pedir a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e relembrar os 60 anos da ditadura militar neste sábado, 23. As manifestações não terão a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e dos seus ministros, receosos de que a presença em uma manifestação com esse teor piore a relação do Palácio do Planalto com as Forças Armadas.

Luiz Inácio Lula da Silva, presidente da República Foto: Wilton Junior/Estadão

As manifestações devem ocorrer em 19 cidades, sendo 16 capitais brasileiras e duas cidades da Europa – Lisboa, em Portugal, e Barcelona, na Espanha. Conforme mostrou o Estadão no mês passado, o principal ponto de encontro dos manifestantes será Salvador (BA), onde a presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), estará acompanhada do governador baiano, Jerônimo Rodrigues (PT), e do líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA).

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De acordo com lideranças de partidos da base governista ouvidas pelo Estadão, a ausência do presidente e dos ministros nas manifestações leva em consideração a postura adotada por Lula de não se posicionar sobre os 60 anos da ditadura militar, que começou em 1964 e teve fim em 1985. O período foi marcado por desaparecimento de adversários políticos e terminou com os militares anistiados.

No mês passado, Lula afirmou que não quer ficar “remoendo o passado” e que está mais preocupado com o 8 de Janeiro do que com o golpe de 1964. Em uma reunião com auxiliares no início deste mês, o petista também proibiu que os chefes das pastas se posicionem publicamente sobre o golpe. Segundo Lula, a decisão busca evitar que a data convulsione o ambiente político do País.

O Planalto também receia que a presença da cúpula do governo sinalize uma resposta ao ato convocado por Bolsonaro na Avenida Paulista, em 25 de fevereiro. O ex-presidente reuniu centenas de milhares de apoiadores e minimizou as provas obtidas pela PF no inquérito que apura a tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022, além de pedir anistia aos presos pelo ataque aos prédios dos Três Podere.

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O governo federal enfrenta uma queda dos índices de aprovação, atestada pelos principais institutos de pesquisa do País. Segundo lideranças partidárias, o atual cenário pode fazer com que uma convocação do presidente para as manifestações não cause tanto efeito na mobilização, o que o enfraqueceria nas discussões sobre a sua popularidade ante a de Bolsonaro.

Em nota oficial, publicada no site do PT e enviada para diretórios estaduais e municipais da sigla, o partido convidou filiados e apoiadores para ir às ruas para defender as pautas da “defesa da democracia” e a exigência da “punição daqueles que atentaram contra o Estado Democrático de Direito”, sem citar o nome de Bolsonaro.

Nota publicada no site do PT convoca apoiadores para ir às ruas pedir a prisão dos investigados por tentativa de golpe de Estado Foto: Reprodução/PT
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Na convocação oficial, o líder do PT na Câmara, deputado Odair Cunha (MG), afirmou que os atos deste sábado vão unir “movimentos sociais e trabalhadores do campo e da cidade” para pedir a prisão dos envolvidos na tentativa de golpe de Estado. “Vamos reagir e exigir a punição daqueles e daquelas que atentaram contra o Estado Democrático de Direito”, disse o parlamentar.

As manifestações são organizadas pelos movimentos de esquerda Frente Povo Sem Medo (FPSM) e Frente Brasil Popular, que reúnem entidades de esquerda e são ligados ao PT e outros partidos da base de Lula como o PSOL e o PCdoB.

Ao Estadão, lideranças de movimentos sociais que vão participar dos atos criticaram a decisão do governo de não participar do evento. Segundo os representantes das entidades, a ausência de Lula pode prejudicar a mobilização dos apoiadores.

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“É inegável que a presença de Lula em qualquer ato aumenta a capacidade de mobilização, mas, na nossa avaliação, a convocatória dos atos de amanhã (sábado) já mostrou força”, disse Rud Rafael, coordenador-geral do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST).

Veja os locais dos atos da esquerda contra Bolsonaro

  • Barcelona (Espanha) – Calle Rocafort, 242 – 14h (horário local)
  • Belém (PA) – Escadinha do Cais – 9h
  • Belo Horizone (MG) – Praça Afonso Arinos – 9h
  • Boa Vista (RR) – Praça Germano Sampaio – 17h
  • Brasília (DF) – Praça Zumbi dos Palmares – 16h
  • Campo Grande (MS) – Praça do Rádio – 9h
  • Curitiba (PR) – Praça Santos Andrade até a Praça Boca Maldita – 9h
  • Fortaleza (CE) – Praça do Ferreira – 8h30
  • João Pessoa (PB) – Praça da Lagoa – 15h
  • Lisboa (Portugal) – Praça Luís de Camões – 10h30 (horário local)
  • Maceió (AL) – Calçadão do Comércio – 9h
  • Osasco – Osasco Plaza Shopping – 13h
  • São Paulo – Largo do São Francisco – 15h
  • Porto Alegre (RS) – Largo Glênio Peres – 15h
  • Porto Velho (RO) – Praça Marechal Rondon – 17h30
  • Salvador (BA) – Largo do Pelourinho – 15h
  • Recife (PE) – Praça do Derby – 10h
  • São Luís (MA) – Solar Maria Firmina – 9h30
  • Vitória (ES) – Praça Vermelha – 9h

BRASÍLIA – O Partido dos Trabalhadores (PT) convocou apoiadores da sigla para participar dos atos de rua que vão pedir a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e relembrar os 60 anos da ditadura militar neste sábado, 23. As manifestações não terão a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e dos seus ministros, receosos de que a presença em uma manifestação com esse teor piore a relação do Palácio do Planalto com as Forças Armadas.

Luiz Inácio Lula da Silva, presidente da República Foto: Wilton Junior/Estadão

As manifestações devem ocorrer em 19 cidades, sendo 16 capitais brasileiras e duas cidades da Europa – Lisboa, em Portugal, e Barcelona, na Espanha. Conforme mostrou o Estadão no mês passado, o principal ponto de encontro dos manifestantes será Salvador (BA), onde a presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), estará acompanhada do governador baiano, Jerônimo Rodrigues (PT), e do líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA).

De acordo com lideranças de partidos da base governista ouvidas pelo Estadão, a ausência do presidente e dos ministros nas manifestações leva em consideração a postura adotada por Lula de não se posicionar sobre os 60 anos da ditadura militar, que começou em 1964 e teve fim em 1985. O período foi marcado por desaparecimento de adversários políticos e terminou com os militares anistiados.

No mês passado, Lula afirmou que não quer ficar “remoendo o passado” e que está mais preocupado com o 8 de Janeiro do que com o golpe de 1964. Em uma reunião com auxiliares no início deste mês, o petista também proibiu que os chefes das pastas se posicionem publicamente sobre o golpe. Segundo Lula, a decisão busca evitar que a data convulsione o ambiente político do País.

O Planalto também receia que a presença da cúpula do governo sinalize uma resposta ao ato convocado por Bolsonaro na Avenida Paulista, em 25 de fevereiro. O ex-presidente reuniu centenas de milhares de apoiadores e minimizou as provas obtidas pela PF no inquérito que apura a tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022, além de pedir anistia aos presos pelo ataque aos prédios dos Três Podere.

O governo federal enfrenta uma queda dos índices de aprovação, atestada pelos principais institutos de pesquisa do País. Segundo lideranças partidárias, o atual cenário pode fazer com que uma convocação do presidente para as manifestações não cause tanto efeito na mobilização, o que o enfraqueceria nas discussões sobre a sua popularidade ante a de Bolsonaro.

Em nota oficial, publicada no site do PT e enviada para diretórios estaduais e municipais da sigla, o partido convidou filiados e apoiadores para ir às ruas para defender as pautas da “defesa da democracia” e a exigência da “punição daqueles que atentaram contra o Estado Democrático de Direito”, sem citar o nome de Bolsonaro.

Nota publicada no site do PT convoca apoiadores para ir às ruas pedir a prisão dos investigados por tentativa de golpe de Estado Foto: Reprodução/PT

Na convocação oficial, o líder do PT na Câmara, deputado Odair Cunha (MG), afirmou que os atos deste sábado vão unir “movimentos sociais e trabalhadores do campo e da cidade” para pedir a prisão dos envolvidos na tentativa de golpe de Estado. “Vamos reagir e exigir a punição daqueles e daquelas que atentaram contra o Estado Democrático de Direito”, disse o parlamentar.

As manifestações são organizadas pelos movimentos de esquerda Frente Povo Sem Medo (FPSM) e Frente Brasil Popular, que reúnem entidades de esquerda e são ligados ao PT e outros partidos da base de Lula como o PSOL e o PCdoB.

Ao Estadão, lideranças de movimentos sociais que vão participar dos atos criticaram a decisão do governo de não participar do evento. Segundo os representantes das entidades, a ausência de Lula pode prejudicar a mobilização dos apoiadores.

“É inegável que a presença de Lula em qualquer ato aumenta a capacidade de mobilização, mas, na nossa avaliação, a convocatória dos atos de amanhã (sábado) já mostrou força”, disse Rud Rafael, coordenador-geral do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST).

Veja os locais dos atos da esquerda contra Bolsonaro

  • Barcelona (Espanha) – Calle Rocafort, 242 – 14h (horário local)
  • Belém (PA) – Escadinha do Cais – 9h
  • Belo Horizone (MG) – Praça Afonso Arinos – 9h
  • Boa Vista (RR) – Praça Germano Sampaio – 17h
  • Brasília (DF) – Praça Zumbi dos Palmares – 16h
  • Campo Grande (MS) – Praça do Rádio – 9h
  • Curitiba (PR) – Praça Santos Andrade até a Praça Boca Maldita – 9h
  • Fortaleza (CE) – Praça do Ferreira – 8h30
  • João Pessoa (PB) – Praça da Lagoa – 15h
  • Lisboa (Portugal) – Praça Luís de Camões – 10h30 (horário local)
  • Maceió (AL) – Calçadão do Comércio – 9h
  • Osasco – Osasco Plaza Shopping – 13h
  • São Paulo – Largo do São Francisco – 15h
  • Porto Alegre (RS) – Largo Glênio Peres – 15h
  • Porto Velho (RO) – Praça Marechal Rondon – 17h30
  • Salvador (BA) – Largo do Pelourinho – 15h
  • Recife (PE) – Praça do Derby – 10h
  • São Luís (MA) – Solar Maria Firmina – 9h30
  • Vitória (ES) – Praça Vermelha – 9h

BRASÍLIA – O Partido dos Trabalhadores (PT) convocou apoiadores da sigla para participar dos atos de rua que vão pedir a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e relembrar os 60 anos da ditadura militar neste sábado, 23. As manifestações não terão a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e dos seus ministros, receosos de que a presença em uma manifestação com esse teor piore a relação do Palácio do Planalto com as Forças Armadas.

Luiz Inácio Lula da Silva, presidente da República Foto: Wilton Junior/Estadão

As manifestações devem ocorrer em 19 cidades, sendo 16 capitais brasileiras e duas cidades da Europa – Lisboa, em Portugal, e Barcelona, na Espanha. Conforme mostrou o Estadão no mês passado, o principal ponto de encontro dos manifestantes será Salvador (BA), onde a presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), estará acompanhada do governador baiano, Jerônimo Rodrigues (PT), e do líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA).

De acordo com lideranças de partidos da base governista ouvidas pelo Estadão, a ausência do presidente e dos ministros nas manifestações leva em consideração a postura adotada por Lula de não se posicionar sobre os 60 anos da ditadura militar, que começou em 1964 e teve fim em 1985. O período foi marcado por desaparecimento de adversários políticos e terminou com os militares anistiados.

No mês passado, Lula afirmou que não quer ficar “remoendo o passado” e que está mais preocupado com o 8 de Janeiro do que com o golpe de 1964. Em uma reunião com auxiliares no início deste mês, o petista também proibiu que os chefes das pastas se posicionem publicamente sobre o golpe. Segundo Lula, a decisão busca evitar que a data convulsione o ambiente político do País.

O Planalto também receia que a presença da cúpula do governo sinalize uma resposta ao ato convocado por Bolsonaro na Avenida Paulista, em 25 de fevereiro. O ex-presidente reuniu centenas de milhares de apoiadores e minimizou as provas obtidas pela PF no inquérito que apura a tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022, além de pedir anistia aos presos pelo ataque aos prédios dos Três Podere.

O governo federal enfrenta uma queda dos índices de aprovação, atestada pelos principais institutos de pesquisa do País. Segundo lideranças partidárias, o atual cenário pode fazer com que uma convocação do presidente para as manifestações não cause tanto efeito na mobilização, o que o enfraqueceria nas discussões sobre a sua popularidade ante a de Bolsonaro.

Em nota oficial, publicada no site do PT e enviada para diretórios estaduais e municipais da sigla, o partido convidou filiados e apoiadores para ir às ruas para defender as pautas da “defesa da democracia” e a exigência da “punição daqueles que atentaram contra o Estado Democrático de Direito”, sem citar o nome de Bolsonaro.

Nota publicada no site do PT convoca apoiadores para ir às ruas pedir a prisão dos investigados por tentativa de golpe de Estado Foto: Reprodução/PT

Na convocação oficial, o líder do PT na Câmara, deputado Odair Cunha (MG), afirmou que os atos deste sábado vão unir “movimentos sociais e trabalhadores do campo e da cidade” para pedir a prisão dos envolvidos na tentativa de golpe de Estado. “Vamos reagir e exigir a punição daqueles e daquelas que atentaram contra o Estado Democrático de Direito”, disse o parlamentar.

As manifestações são organizadas pelos movimentos de esquerda Frente Povo Sem Medo (FPSM) e Frente Brasil Popular, que reúnem entidades de esquerda e são ligados ao PT e outros partidos da base de Lula como o PSOL e o PCdoB.

Ao Estadão, lideranças de movimentos sociais que vão participar dos atos criticaram a decisão do governo de não participar do evento. Segundo os representantes das entidades, a ausência de Lula pode prejudicar a mobilização dos apoiadores.

“É inegável que a presença de Lula em qualquer ato aumenta a capacidade de mobilização, mas, na nossa avaliação, a convocatória dos atos de amanhã (sábado) já mostrou força”, disse Rud Rafael, coordenador-geral do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST).

Veja os locais dos atos da esquerda contra Bolsonaro

  • Barcelona (Espanha) – Calle Rocafort, 242 – 14h (horário local)
  • Belém (PA) – Escadinha do Cais – 9h
  • Belo Horizone (MG) – Praça Afonso Arinos – 9h
  • Boa Vista (RR) – Praça Germano Sampaio – 17h
  • Brasília (DF) – Praça Zumbi dos Palmares – 16h
  • Campo Grande (MS) – Praça do Rádio – 9h
  • Curitiba (PR) – Praça Santos Andrade até a Praça Boca Maldita – 9h
  • Fortaleza (CE) – Praça do Ferreira – 8h30
  • João Pessoa (PB) – Praça da Lagoa – 15h
  • Lisboa (Portugal) – Praça Luís de Camões – 10h30 (horário local)
  • Maceió (AL) – Calçadão do Comércio – 9h
  • Osasco – Osasco Plaza Shopping – 13h
  • São Paulo – Largo do São Francisco – 15h
  • Porto Alegre (RS) – Largo Glênio Peres – 15h
  • Porto Velho (RO) – Praça Marechal Rondon – 17h30
  • Salvador (BA) – Largo do Pelourinho – 15h
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