PT tenta minar acordo com Boulos e PSB quer Alckmin atuando pró-Tabata na disputa pela Prefeitura


Partidos que compõem a base mais fiel de apoio ao governo Lula projetam divisão na disputa municipal de 2024; presidente e vice podem ficar em palanques diferentes na capital

Por Pedro Venceslau e Gustavo Queiroz
Atualização:

A base partidária mais leal ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva na campanha eleitoral de 2022 já se movimenta em torno da disputa pela Prefeitura de São Paulo em 2024 e projeta uma divisão que pode colocar o petista e seu vice, Geraldo Alckmin (PSB), em palanques diferentes. Mesmo após Lula ter declarado que seu candidato na capital é o deputado Guilherme Boulos (PSOL), o PT resiste publicamente à ideia de não ter candidato próprio. No PSB, aliados próximos a Alckmin pedem que ele se empenhe no ano que vem numa possível candidatura da deputada Tabata Amaral.

Candidato em 2020 à Prefeitura, Boulos chegou ao segundo turno e foi derrotado por Bruno Covas (PSDB). Naquela disputa, ele recebeu 40% dos votos, mas parte do PT desconfia da viabilidade eleitoral do deputado que ingressou na política como líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST).

Essa ala petista é liderada pela família Tatto, que tem forte influência nos diretórios municipal e estadual da sigla. O grupo defende a candidatura própria na eleição municipal, mesmo sem ainda apontar um nome. “O PT nunca deixou de ter candidato em São Paulo e elegeu três vezes o prefeito da capital. Não podemos deixar de ter um candidato petista”, declarou ao Estadão o vereador Arselino Tatto.

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O deputado federal Guilherme Boulos desponta como liderança da esquerda para disputar a eleição municipal Foto: Taba Benedicto/Estadão

Segundo ele, Boulos não deveria procurar diretórios e lideranças isoladamente, mas conversar com o PT de forma institucional. Arselino citou os casos do Rio e do Rio Grande do Sul como exemplos de Estados onde a estratégia de não lançar candidato próprio custou caro à legenda.

Em entrevista ao jornal O Globo, o deputado Jilmar Tatto, irmão de Arselino, foi além e defendeu a migração de Boulos do PSOL para o PT se quiser ser candidato. “Se foi feito acordo, nós vamos cumprir. Mas vamos discutir as bases desse acordo. O Boulos poderia vir para o PT, por exemplo. O PT é grande demais para ficar sem candidato na cidade”, afirmou Jilmar.

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Datena

Esse movimento ganhou força após a revelação pelo Estadão de um vídeo no qual o apresentador José Luiz Datena – que se filiou ao PDT, partido que aderiu à base de Lula no governo – sugere a Boulos que o deputado “peite” Lula e forme uma chapa tendo ele como vice. Para o presidente estadual do PT, Kiko Coleguim, o deputado do PSOL é atualmente “o nome mais viável” dentro de uma frente de esquerda na capital. “Mas há um processo de construção pela frente”, admitiu.

O presidente nacional do PSOL, Juliano Medeiros, disse ao Estadão estar confiante de que o partido vai liderar uma frente de esquerda, e chamou de “lamentável” o vazamento do vídeo de uma conversa informal entre Datena e Boulos.

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A escolha do candidato a vice numa futura chapa encabeçada por Boulos, segundo Medeiros, será uma prerrogativa “legítima” do PT, mas o PSOL espera contar com o PDT e o PSB no mesmo palanque.

A união no plano federal, contudo, não deve ser automática na disputa municipal do próximo ano. O PSB já trabalha para fortalecer o nome da deputada Tabata Amaral como uma opção mais moderada e de centro-esquerda na eleição paulistana.

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Líderes do partido defendem uma atuação efetiva de Alckmin em 2024 e acreditam que Tabata pode se tornar uma alternativa “lulista” não radical na corrida eleitoral.

Aliados do ex-governador paulista, a maioria deles egressa do PSDB como ele, dizem que Alckmin tem demonstrado interesse no cenário político paulista e paulistano.

‘Ideias novas’

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Em nota enviada ao Estadão, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços elogiou Tabata. “Alckmin está empenhado neste momento na reconstrução do País, sob orientação do presidente Lula, e considera precipitado falar em eleições. Mas tem certeza de que a deputada Tabata Amaral é um excelente quadro do PSB, aprovada pelos paulistas nas urnas. Ela tem muito a contribuir com o debate e ideias novas em busca de soluções para São Paulo.”

Ex-deputado e ex-presidente do PSDB, Pedro Tobias, aliado de Alckmin que migrou com ele para o PSB, avaliou que “existe um espaço enorme” para a parlamentar. “Tabata é um excelente quadro e vai ser candidata. O Geraldo, sem dúvida, vai estar no palanque dela. O prefeito (Ricardo Nunes, do MDB) vai sumir na eleição. Vai ter o Boulos de um lado e bolsonaristas no outro.”

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O deputado estadual Caio França (PSB), filho do ex-governador e ministro dos Portos, Márcio França, também é um entusiasta da candidatura de Tabata. “Ela tem um perfil moderado e conversa com outro espectro ideológico, além de ser a única mulher na disputa. Além disso, tem como cabos eleitorais o Alckmin e o Márcio França”, disse o parlamentar pessebista.

Direita

Além dos movimentos na centro-esquerda, o cenário da eleição para a Prefeitura tem disputa também no campo da direita. Enquanto o prefeito Ricardo Nunes (MDB), que vai tentar a reeleição, atrai para sua órbita os diretórios municipais de diversos partidos de centro-direita, a ala mais radical do bolsonarismo quer lançar candidato próprio.

O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) já foi considerado um potencial candidato viável contra Boulos, mas o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse apostar no ex-ministro do Meio Ambiente de seu governo, o também deputado Ricardo Salles (PL-SP) para as urnas. Parlamentares que embarcaram no PL após a chegada do ex-presidente marcaram preferência pelo ex-ministro.

O deputado estadual Gil Diniz (PL-SP) publicou ontem uma foto em sua conta pessoal no Instagram em que afirma ter feito “uma reunião produtiva com pessoas que lutam pelo bem de São Paulo e pela prosperidade do Brasil” a convite de Salles. Participaram do encontro na casa do ex-ministro os deputados estaduais Major Mecca, Paulo Mansur e Lucas Bove, o deputado federal Paulo Bilynskyj e o vereador de São Bernardo do Campo Paulo Chuchu, todos da ala bolsonarista do PL.

Em entrevista ao Estadão, o presidente da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp), André do Prado (PL), disse achar cedo para apostar em um nome, mas afirmou ver Nunes sem viabilidade eleitoral. “As pesquisas apontam isso. Ele tem alta rejeição. Mas o caixa da Prefeitura é grande e pode mudar este cenário”, disse.

Deputados da base acreditam que a negociação deve deslanchar se o governador de São Paulo Tarcísio de Freitas (Republicanos) indicar preferência por um dos lados. Enquanto o governador caminha ao lado de Nunes em uma série de projetos lançados no início da sua gestão no Palácio dos Bandeirantes, como a questão da Cracolândia, Tarcísio também deve fidelidade ao bolsonarismo que o elegeu.

Aliados acreditam que o partido do atual governador, o Republicanos, deve ficar ao lado de Nunes. Na Prefeitura, a sigla comanda a Secretaria de Habitação, uma das principais pastas da capital.

A base partidária mais leal ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva na campanha eleitoral de 2022 já se movimenta em torno da disputa pela Prefeitura de São Paulo em 2024 e projeta uma divisão que pode colocar o petista e seu vice, Geraldo Alckmin (PSB), em palanques diferentes. Mesmo após Lula ter declarado que seu candidato na capital é o deputado Guilherme Boulos (PSOL), o PT resiste publicamente à ideia de não ter candidato próprio. No PSB, aliados próximos a Alckmin pedem que ele se empenhe no ano que vem numa possível candidatura da deputada Tabata Amaral.

Candidato em 2020 à Prefeitura, Boulos chegou ao segundo turno e foi derrotado por Bruno Covas (PSDB). Naquela disputa, ele recebeu 40% dos votos, mas parte do PT desconfia da viabilidade eleitoral do deputado que ingressou na política como líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST).

Essa ala petista é liderada pela família Tatto, que tem forte influência nos diretórios municipal e estadual da sigla. O grupo defende a candidatura própria na eleição municipal, mesmo sem ainda apontar um nome. “O PT nunca deixou de ter candidato em São Paulo e elegeu três vezes o prefeito da capital. Não podemos deixar de ter um candidato petista”, declarou ao Estadão o vereador Arselino Tatto.

O deputado federal Guilherme Boulos desponta como liderança da esquerda para disputar a eleição municipal Foto: Taba Benedicto/Estadão

Segundo ele, Boulos não deveria procurar diretórios e lideranças isoladamente, mas conversar com o PT de forma institucional. Arselino citou os casos do Rio e do Rio Grande do Sul como exemplos de Estados onde a estratégia de não lançar candidato próprio custou caro à legenda.

Em entrevista ao jornal O Globo, o deputado Jilmar Tatto, irmão de Arselino, foi além e defendeu a migração de Boulos do PSOL para o PT se quiser ser candidato. “Se foi feito acordo, nós vamos cumprir. Mas vamos discutir as bases desse acordo. O Boulos poderia vir para o PT, por exemplo. O PT é grande demais para ficar sem candidato na cidade”, afirmou Jilmar.

Datena

Esse movimento ganhou força após a revelação pelo Estadão de um vídeo no qual o apresentador José Luiz Datena – que se filiou ao PDT, partido que aderiu à base de Lula no governo – sugere a Boulos que o deputado “peite” Lula e forme uma chapa tendo ele como vice. Para o presidente estadual do PT, Kiko Coleguim, o deputado do PSOL é atualmente “o nome mais viável” dentro de uma frente de esquerda na capital. “Mas há um processo de construção pela frente”, admitiu.

O presidente nacional do PSOL, Juliano Medeiros, disse ao Estadão estar confiante de que o partido vai liderar uma frente de esquerda, e chamou de “lamentável” o vazamento do vídeo de uma conversa informal entre Datena e Boulos.

A escolha do candidato a vice numa futura chapa encabeçada por Boulos, segundo Medeiros, será uma prerrogativa “legítima” do PT, mas o PSOL espera contar com o PDT e o PSB no mesmo palanque.

A união no plano federal, contudo, não deve ser automática na disputa municipal do próximo ano. O PSB já trabalha para fortalecer o nome da deputada Tabata Amaral como uma opção mais moderada e de centro-esquerda na eleição paulistana.

Líderes do partido defendem uma atuação efetiva de Alckmin em 2024 e acreditam que Tabata pode se tornar uma alternativa “lulista” não radical na corrida eleitoral.

Aliados do ex-governador paulista, a maioria deles egressa do PSDB como ele, dizem que Alckmin tem demonstrado interesse no cenário político paulista e paulistano.

‘Ideias novas’

Em nota enviada ao Estadão, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços elogiou Tabata. “Alckmin está empenhado neste momento na reconstrução do País, sob orientação do presidente Lula, e considera precipitado falar em eleições. Mas tem certeza de que a deputada Tabata Amaral é um excelente quadro do PSB, aprovada pelos paulistas nas urnas. Ela tem muito a contribuir com o debate e ideias novas em busca de soluções para São Paulo.”

Ex-deputado e ex-presidente do PSDB, Pedro Tobias, aliado de Alckmin que migrou com ele para o PSB, avaliou que “existe um espaço enorme” para a parlamentar. “Tabata é um excelente quadro e vai ser candidata. O Geraldo, sem dúvida, vai estar no palanque dela. O prefeito (Ricardo Nunes, do MDB) vai sumir na eleição. Vai ter o Boulos de um lado e bolsonaristas no outro.”

O deputado estadual Caio França (PSB), filho do ex-governador e ministro dos Portos, Márcio França, também é um entusiasta da candidatura de Tabata. “Ela tem um perfil moderado e conversa com outro espectro ideológico, além de ser a única mulher na disputa. Além disso, tem como cabos eleitorais o Alckmin e o Márcio França”, disse o parlamentar pessebista.

Direita

Além dos movimentos na centro-esquerda, o cenário da eleição para a Prefeitura tem disputa também no campo da direita. Enquanto o prefeito Ricardo Nunes (MDB), que vai tentar a reeleição, atrai para sua órbita os diretórios municipais de diversos partidos de centro-direita, a ala mais radical do bolsonarismo quer lançar candidato próprio.

O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) já foi considerado um potencial candidato viável contra Boulos, mas o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse apostar no ex-ministro do Meio Ambiente de seu governo, o também deputado Ricardo Salles (PL-SP) para as urnas. Parlamentares que embarcaram no PL após a chegada do ex-presidente marcaram preferência pelo ex-ministro.

O deputado estadual Gil Diniz (PL-SP) publicou ontem uma foto em sua conta pessoal no Instagram em que afirma ter feito “uma reunião produtiva com pessoas que lutam pelo bem de São Paulo e pela prosperidade do Brasil” a convite de Salles. Participaram do encontro na casa do ex-ministro os deputados estaduais Major Mecca, Paulo Mansur e Lucas Bove, o deputado federal Paulo Bilynskyj e o vereador de São Bernardo do Campo Paulo Chuchu, todos da ala bolsonarista do PL.

Em entrevista ao Estadão, o presidente da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp), André do Prado (PL), disse achar cedo para apostar em um nome, mas afirmou ver Nunes sem viabilidade eleitoral. “As pesquisas apontam isso. Ele tem alta rejeição. Mas o caixa da Prefeitura é grande e pode mudar este cenário”, disse.

Deputados da base acreditam que a negociação deve deslanchar se o governador de São Paulo Tarcísio de Freitas (Republicanos) indicar preferência por um dos lados. Enquanto o governador caminha ao lado de Nunes em uma série de projetos lançados no início da sua gestão no Palácio dos Bandeirantes, como a questão da Cracolândia, Tarcísio também deve fidelidade ao bolsonarismo que o elegeu.

Aliados acreditam que o partido do atual governador, o Republicanos, deve ficar ao lado de Nunes. Na Prefeitura, a sigla comanda a Secretaria de Habitação, uma das principais pastas da capital.

A base partidária mais leal ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva na campanha eleitoral de 2022 já se movimenta em torno da disputa pela Prefeitura de São Paulo em 2024 e projeta uma divisão que pode colocar o petista e seu vice, Geraldo Alckmin (PSB), em palanques diferentes. Mesmo após Lula ter declarado que seu candidato na capital é o deputado Guilherme Boulos (PSOL), o PT resiste publicamente à ideia de não ter candidato próprio. No PSB, aliados próximos a Alckmin pedem que ele se empenhe no ano que vem numa possível candidatura da deputada Tabata Amaral.

Candidato em 2020 à Prefeitura, Boulos chegou ao segundo turno e foi derrotado por Bruno Covas (PSDB). Naquela disputa, ele recebeu 40% dos votos, mas parte do PT desconfia da viabilidade eleitoral do deputado que ingressou na política como líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST).

Essa ala petista é liderada pela família Tatto, que tem forte influência nos diretórios municipal e estadual da sigla. O grupo defende a candidatura própria na eleição municipal, mesmo sem ainda apontar um nome. “O PT nunca deixou de ter candidato em São Paulo e elegeu três vezes o prefeito da capital. Não podemos deixar de ter um candidato petista”, declarou ao Estadão o vereador Arselino Tatto.

O deputado federal Guilherme Boulos desponta como liderança da esquerda para disputar a eleição municipal Foto: Taba Benedicto/Estadão

Segundo ele, Boulos não deveria procurar diretórios e lideranças isoladamente, mas conversar com o PT de forma institucional. Arselino citou os casos do Rio e do Rio Grande do Sul como exemplos de Estados onde a estratégia de não lançar candidato próprio custou caro à legenda.

Em entrevista ao jornal O Globo, o deputado Jilmar Tatto, irmão de Arselino, foi além e defendeu a migração de Boulos do PSOL para o PT se quiser ser candidato. “Se foi feito acordo, nós vamos cumprir. Mas vamos discutir as bases desse acordo. O Boulos poderia vir para o PT, por exemplo. O PT é grande demais para ficar sem candidato na cidade”, afirmou Jilmar.

Datena

Esse movimento ganhou força após a revelação pelo Estadão de um vídeo no qual o apresentador José Luiz Datena – que se filiou ao PDT, partido que aderiu à base de Lula no governo – sugere a Boulos que o deputado “peite” Lula e forme uma chapa tendo ele como vice. Para o presidente estadual do PT, Kiko Coleguim, o deputado do PSOL é atualmente “o nome mais viável” dentro de uma frente de esquerda na capital. “Mas há um processo de construção pela frente”, admitiu.

O presidente nacional do PSOL, Juliano Medeiros, disse ao Estadão estar confiante de que o partido vai liderar uma frente de esquerda, e chamou de “lamentável” o vazamento do vídeo de uma conversa informal entre Datena e Boulos.

A escolha do candidato a vice numa futura chapa encabeçada por Boulos, segundo Medeiros, será uma prerrogativa “legítima” do PT, mas o PSOL espera contar com o PDT e o PSB no mesmo palanque.

A união no plano federal, contudo, não deve ser automática na disputa municipal do próximo ano. O PSB já trabalha para fortalecer o nome da deputada Tabata Amaral como uma opção mais moderada e de centro-esquerda na eleição paulistana.

Líderes do partido defendem uma atuação efetiva de Alckmin em 2024 e acreditam que Tabata pode se tornar uma alternativa “lulista” não radical na corrida eleitoral.

Aliados do ex-governador paulista, a maioria deles egressa do PSDB como ele, dizem que Alckmin tem demonstrado interesse no cenário político paulista e paulistano.

‘Ideias novas’

Em nota enviada ao Estadão, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços elogiou Tabata. “Alckmin está empenhado neste momento na reconstrução do País, sob orientação do presidente Lula, e considera precipitado falar em eleições. Mas tem certeza de que a deputada Tabata Amaral é um excelente quadro do PSB, aprovada pelos paulistas nas urnas. Ela tem muito a contribuir com o debate e ideias novas em busca de soluções para São Paulo.”

Ex-deputado e ex-presidente do PSDB, Pedro Tobias, aliado de Alckmin que migrou com ele para o PSB, avaliou que “existe um espaço enorme” para a parlamentar. “Tabata é um excelente quadro e vai ser candidata. O Geraldo, sem dúvida, vai estar no palanque dela. O prefeito (Ricardo Nunes, do MDB) vai sumir na eleição. Vai ter o Boulos de um lado e bolsonaristas no outro.”

O deputado estadual Caio França (PSB), filho do ex-governador e ministro dos Portos, Márcio França, também é um entusiasta da candidatura de Tabata. “Ela tem um perfil moderado e conversa com outro espectro ideológico, além de ser a única mulher na disputa. Além disso, tem como cabos eleitorais o Alckmin e o Márcio França”, disse o parlamentar pessebista.

Direita

Além dos movimentos na centro-esquerda, o cenário da eleição para a Prefeitura tem disputa também no campo da direita. Enquanto o prefeito Ricardo Nunes (MDB), que vai tentar a reeleição, atrai para sua órbita os diretórios municipais de diversos partidos de centro-direita, a ala mais radical do bolsonarismo quer lançar candidato próprio.

O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) já foi considerado um potencial candidato viável contra Boulos, mas o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse apostar no ex-ministro do Meio Ambiente de seu governo, o também deputado Ricardo Salles (PL-SP) para as urnas. Parlamentares que embarcaram no PL após a chegada do ex-presidente marcaram preferência pelo ex-ministro.

O deputado estadual Gil Diniz (PL-SP) publicou ontem uma foto em sua conta pessoal no Instagram em que afirma ter feito “uma reunião produtiva com pessoas que lutam pelo bem de São Paulo e pela prosperidade do Brasil” a convite de Salles. Participaram do encontro na casa do ex-ministro os deputados estaduais Major Mecca, Paulo Mansur e Lucas Bove, o deputado federal Paulo Bilynskyj e o vereador de São Bernardo do Campo Paulo Chuchu, todos da ala bolsonarista do PL.

Em entrevista ao Estadão, o presidente da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp), André do Prado (PL), disse achar cedo para apostar em um nome, mas afirmou ver Nunes sem viabilidade eleitoral. “As pesquisas apontam isso. Ele tem alta rejeição. Mas o caixa da Prefeitura é grande e pode mudar este cenário”, disse.

Deputados da base acreditam que a negociação deve deslanchar se o governador de São Paulo Tarcísio de Freitas (Republicanos) indicar preferência por um dos lados. Enquanto o governador caminha ao lado de Nunes em uma série de projetos lançados no início da sua gestão no Palácio dos Bandeirantes, como a questão da Cracolândia, Tarcísio também deve fidelidade ao bolsonarismo que o elegeu.

Aliados acreditam que o partido do atual governador, o Republicanos, deve ficar ao lado de Nunes. Na Prefeitura, a sigla comanda a Secretaria de Habitação, uma das principais pastas da capital.

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