Quais são as mudanças de posicionamento de Boulos que Nunes quer explorar no segundo turno? Veja


Posicionamentos sobre descriminalização de drogas, aborto e situação da Venezuela estarão no centro das discussões

Por Zeca Ferreira

Embora o segundo turno da eleição para a Prefeitura de São Paulo deva ser mais civilizado, com a expectativa de que ocorra sem violência física ou falsificação de laudos, o confronto entre Ricardo Nunes (MDB) e Guilherme Boulos (PSOL) tende a ser acirrado. Os dois candidatos estão prontos para atacar os pontos fracos um do outro.

Os candidatos a prefeito de São Paulo Ricardo Nunes e Guilherme Boulos Foto: Werther Santana/Estadão
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No caso de Boulos, uma das estratégias é focar nas controvérsias da gestão de Nunes, enquanto o prefeito pretende ressaltar as mudanças de posicionamento de Boulos ao longo dos anos. Desde sua primeira candidatura à Presidência da República, em 2018, o psolista alterou suas posições em temas como Venezuela, descriminalização das drogas e aborto, por exemplo.

Essas mudanças, comuns entre políticos de esquerda que buscam se viabilizar eleitoralmente, têm sido um alvo constante de Nunes. O prefeito utiliza antigos posicionamentos de Boulos, vistos como radicais por parte do eleitorado, para enfraquecer a imagem moderada que o candidato do PSOL tenta projetar nesta eleição.

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Descriminalização das drogas

A descriminalização das drogas é uma bandeira antiga do PSOL, defendida sob o argumento de “fim da guerra às drogas”. Em 2018, por exemplo, o programa de governo de Boulos propunha um processo gradual e seguro de regulamentação da produção e comércio de substâncias atualmente ilegais, começando pela maconha.

“Sou a favor da descriminalização de drogas no País porque o abuso de substâncias químicas tem que ser tratado como um caso de saúde pública, não como um caso do Código Penal”, disse Boulos em uma entrevista ao canal Curso Enem Gratuito no Youtube em 2019. “Hoje nós temos mais de 30% dos presos no Brasil por posse de pequenas quantidades de drogas”, completou.

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Entretanto, o candidato do PSOL adotou uma postura mais moderada em relação à descriminalização das drogas neste ano. Ele afirma que não defende a legalização e, ao ser questionado sobre o tema, diz que defende o entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF), que propõe a diferenciação entre traficante e usuário de drogas.

Ditadura na Venezuela

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Boulos também alterou sua posição sobre o regime de Nicolás Maduro ao longo dos anos. Em uma entrevista à Jovem Pan, em 2018, durante sua candidatura à Presidência, Boulos afirmou que nem Cuba nem Venezuela seriam ditaduras, destacando que o governo de Maduro havia sido eleito pelo voto popular, diferentemente, segundo ele, do que aconteceu com Michel Temer, que chegou ao poder após ser eleito como vice e assumir com o impeachment de Dilma Rousseff.

No entanto, em 2020, ao disputar sua primeira eleição para a Prefeitura de São Paulo, essa defesa começou a mudar. O então prefeito e candidato à reeleição, Bruno Covas (PSDB), acusou Boulos de ser radical por considerar a Venezuela uma democracia. Em resposta, Boulos declarou em entrevista à rádio CBN que não via a Venezuela como seu modelo de democracia.

Esse argumento de que o país vizinho não é seu modelo de democracia foi repetido em 2024. Contudo, após as últimas eleições venezuelanas, marcadas por indícios de fraude, Boulos passou a afirmar que o país é, de fato, uma ditadura.

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Quando questionado sobre essa mudança de posição, Boulos costuma argumentar que a conjuntura na Venezuela mudou, com indícios de fraude, e que a própria diplomacia brasileira também mudou sua postura em relação ao país.

Descriminalização do aborto

Outro tema em que Boulos ajustou seu discurso é o aborto. Em 2018, seu plano de governo à Presidência da República incluía a descriminalização e legalização do aborto de forma segura e gratuita.

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Ele justificava a proposta com o argumento de que, mesmo proibido, o aborto é a quinta maior causa de mortes maternas no Brasil, afetando especialmente mulheres negras, que têm o dobro de chances de morrer devido à prática insegura.

Boulos defendia que a legalização poderia salvar vidas ao garantir a realização do procedimento em condições seguras.

Contudo, sua posição sobre o tema mudou nesta campanha. Em uma entrevista a uma rádio gospel neste ano, Boulos afirmou que não defende a ampliação da legislação atual sobre o aborto. Ele destacou que apoia apenas o cumprimento da lei vigente, que já permite a prática em casos específicos, como estupro, e não a legalização ampla do aborto.

Desmilitarização das forças de segurança

Nunes tem acusado Boulos de querer desmilitarizar e desarmar a Guarda Civil Municipal (GCM), mas o candidato do PSOL nunca defendeu exatamente essas propostas. Desde 2020, Boulos, na verdade, apoia a ampliação da GCM como está.

O deabte porém se dá em razão da posição já externada pelo candidato do PSOL sobre a Polícia Militar. Em 2018, Boulos defendeu a desmilitarização da PM, mas esclareceu que, mesmo sem o caráter militar, a polícia continuaria armada e operante. O objetivo seria apenas retirar a doutrina e a estrutura militar da corporação, mantendo suas funções de segurança pública.

Embora o segundo turno da eleição para a Prefeitura de São Paulo deva ser mais civilizado, com a expectativa de que ocorra sem violência física ou falsificação de laudos, o confronto entre Ricardo Nunes (MDB) e Guilherme Boulos (PSOL) tende a ser acirrado. Os dois candidatos estão prontos para atacar os pontos fracos um do outro.

Os candidatos a prefeito de São Paulo Ricardo Nunes e Guilherme Boulos Foto: Werther Santana/Estadão

No caso de Boulos, uma das estratégias é focar nas controvérsias da gestão de Nunes, enquanto o prefeito pretende ressaltar as mudanças de posicionamento de Boulos ao longo dos anos. Desde sua primeira candidatura à Presidência da República, em 2018, o psolista alterou suas posições em temas como Venezuela, descriminalização das drogas e aborto, por exemplo.

Essas mudanças, comuns entre políticos de esquerda que buscam se viabilizar eleitoralmente, têm sido um alvo constante de Nunes. O prefeito utiliza antigos posicionamentos de Boulos, vistos como radicais por parte do eleitorado, para enfraquecer a imagem moderada que o candidato do PSOL tenta projetar nesta eleição.

Descriminalização das drogas

A descriminalização das drogas é uma bandeira antiga do PSOL, defendida sob o argumento de “fim da guerra às drogas”. Em 2018, por exemplo, o programa de governo de Boulos propunha um processo gradual e seguro de regulamentação da produção e comércio de substâncias atualmente ilegais, começando pela maconha.

“Sou a favor da descriminalização de drogas no País porque o abuso de substâncias químicas tem que ser tratado como um caso de saúde pública, não como um caso do Código Penal”, disse Boulos em uma entrevista ao canal Curso Enem Gratuito no Youtube em 2019. “Hoje nós temos mais de 30% dos presos no Brasil por posse de pequenas quantidades de drogas”, completou.

Entretanto, o candidato do PSOL adotou uma postura mais moderada em relação à descriminalização das drogas neste ano. Ele afirma que não defende a legalização e, ao ser questionado sobre o tema, diz que defende o entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF), que propõe a diferenciação entre traficante e usuário de drogas.

Ditadura na Venezuela

Boulos também alterou sua posição sobre o regime de Nicolás Maduro ao longo dos anos. Em uma entrevista à Jovem Pan, em 2018, durante sua candidatura à Presidência, Boulos afirmou que nem Cuba nem Venezuela seriam ditaduras, destacando que o governo de Maduro havia sido eleito pelo voto popular, diferentemente, segundo ele, do que aconteceu com Michel Temer, que chegou ao poder após ser eleito como vice e assumir com o impeachment de Dilma Rousseff.

No entanto, em 2020, ao disputar sua primeira eleição para a Prefeitura de São Paulo, essa defesa começou a mudar. O então prefeito e candidato à reeleição, Bruno Covas (PSDB), acusou Boulos de ser radical por considerar a Venezuela uma democracia. Em resposta, Boulos declarou em entrevista à rádio CBN que não via a Venezuela como seu modelo de democracia.

Esse argumento de que o país vizinho não é seu modelo de democracia foi repetido em 2024. Contudo, após as últimas eleições venezuelanas, marcadas por indícios de fraude, Boulos passou a afirmar que o país é, de fato, uma ditadura.

Quando questionado sobre essa mudança de posição, Boulos costuma argumentar que a conjuntura na Venezuela mudou, com indícios de fraude, e que a própria diplomacia brasileira também mudou sua postura em relação ao país.

Descriminalização do aborto

Outro tema em que Boulos ajustou seu discurso é o aborto. Em 2018, seu plano de governo à Presidência da República incluía a descriminalização e legalização do aborto de forma segura e gratuita.

Ele justificava a proposta com o argumento de que, mesmo proibido, o aborto é a quinta maior causa de mortes maternas no Brasil, afetando especialmente mulheres negras, que têm o dobro de chances de morrer devido à prática insegura.

Boulos defendia que a legalização poderia salvar vidas ao garantir a realização do procedimento em condições seguras.

Contudo, sua posição sobre o tema mudou nesta campanha. Em uma entrevista a uma rádio gospel neste ano, Boulos afirmou que não defende a ampliação da legislação atual sobre o aborto. Ele destacou que apoia apenas o cumprimento da lei vigente, que já permite a prática em casos específicos, como estupro, e não a legalização ampla do aborto.

Desmilitarização das forças de segurança

Nunes tem acusado Boulos de querer desmilitarizar e desarmar a Guarda Civil Municipal (GCM), mas o candidato do PSOL nunca defendeu exatamente essas propostas. Desde 2020, Boulos, na verdade, apoia a ampliação da GCM como está.

O deabte porém se dá em razão da posição já externada pelo candidato do PSOL sobre a Polícia Militar. Em 2018, Boulos defendeu a desmilitarização da PM, mas esclareceu que, mesmo sem o caráter militar, a polícia continuaria armada e operante. O objetivo seria apenas retirar a doutrina e a estrutura militar da corporação, mantendo suas funções de segurança pública.

Embora o segundo turno da eleição para a Prefeitura de São Paulo deva ser mais civilizado, com a expectativa de que ocorra sem violência física ou falsificação de laudos, o confronto entre Ricardo Nunes (MDB) e Guilherme Boulos (PSOL) tende a ser acirrado. Os dois candidatos estão prontos para atacar os pontos fracos um do outro.

Os candidatos a prefeito de São Paulo Ricardo Nunes e Guilherme Boulos Foto: Werther Santana/Estadão

No caso de Boulos, uma das estratégias é focar nas controvérsias da gestão de Nunes, enquanto o prefeito pretende ressaltar as mudanças de posicionamento de Boulos ao longo dos anos. Desde sua primeira candidatura à Presidência da República, em 2018, o psolista alterou suas posições em temas como Venezuela, descriminalização das drogas e aborto, por exemplo.

Essas mudanças, comuns entre políticos de esquerda que buscam se viabilizar eleitoralmente, têm sido um alvo constante de Nunes. O prefeito utiliza antigos posicionamentos de Boulos, vistos como radicais por parte do eleitorado, para enfraquecer a imagem moderada que o candidato do PSOL tenta projetar nesta eleição.

Descriminalização das drogas

A descriminalização das drogas é uma bandeira antiga do PSOL, defendida sob o argumento de “fim da guerra às drogas”. Em 2018, por exemplo, o programa de governo de Boulos propunha um processo gradual e seguro de regulamentação da produção e comércio de substâncias atualmente ilegais, começando pela maconha.

“Sou a favor da descriminalização de drogas no País porque o abuso de substâncias químicas tem que ser tratado como um caso de saúde pública, não como um caso do Código Penal”, disse Boulos em uma entrevista ao canal Curso Enem Gratuito no Youtube em 2019. “Hoje nós temos mais de 30% dos presos no Brasil por posse de pequenas quantidades de drogas”, completou.

Entretanto, o candidato do PSOL adotou uma postura mais moderada em relação à descriminalização das drogas neste ano. Ele afirma que não defende a legalização e, ao ser questionado sobre o tema, diz que defende o entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF), que propõe a diferenciação entre traficante e usuário de drogas.

Ditadura na Venezuela

Boulos também alterou sua posição sobre o regime de Nicolás Maduro ao longo dos anos. Em uma entrevista à Jovem Pan, em 2018, durante sua candidatura à Presidência, Boulos afirmou que nem Cuba nem Venezuela seriam ditaduras, destacando que o governo de Maduro havia sido eleito pelo voto popular, diferentemente, segundo ele, do que aconteceu com Michel Temer, que chegou ao poder após ser eleito como vice e assumir com o impeachment de Dilma Rousseff.

No entanto, em 2020, ao disputar sua primeira eleição para a Prefeitura de São Paulo, essa defesa começou a mudar. O então prefeito e candidato à reeleição, Bruno Covas (PSDB), acusou Boulos de ser radical por considerar a Venezuela uma democracia. Em resposta, Boulos declarou em entrevista à rádio CBN que não via a Venezuela como seu modelo de democracia.

Esse argumento de que o país vizinho não é seu modelo de democracia foi repetido em 2024. Contudo, após as últimas eleições venezuelanas, marcadas por indícios de fraude, Boulos passou a afirmar que o país é, de fato, uma ditadura.

Quando questionado sobre essa mudança de posição, Boulos costuma argumentar que a conjuntura na Venezuela mudou, com indícios de fraude, e que a própria diplomacia brasileira também mudou sua postura em relação ao país.

Descriminalização do aborto

Outro tema em que Boulos ajustou seu discurso é o aborto. Em 2018, seu plano de governo à Presidência da República incluía a descriminalização e legalização do aborto de forma segura e gratuita.

Ele justificava a proposta com o argumento de que, mesmo proibido, o aborto é a quinta maior causa de mortes maternas no Brasil, afetando especialmente mulheres negras, que têm o dobro de chances de morrer devido à prática insegura.

Boulos defendia que a legalização poderia salvar vidas ao garantir a realização do procedimento em condições seguras.

Contudo, sua posição sobre o tema mudou nesta campanha. Em uma entrevista a uma rádio gospel neste ano, Boulos afirmou que não defende a ampliação da legislação atual sobre o aborto. Ele destacou que apoia apenas o cumprimento da lei vigente, que já permite a prática em casos específicos, como estupro, e não a legalização ampla do aborto.

Desmilitarização das forças de segurança

Nunes tem acusado Boulos de querer desmilitarizar e desarmar a Guarda Civil Municipal (GCM), mas o candidato do PSOL nunca defendeu exatamente essas propostas. Desde 2020, Boulos, na verdade, apoia a ampliação da GCM como está.

O deabte porém se dá em razão da posição já externada pelo candidato do PSOL sobre a Polícia Militar. Em 2018, Boulos defendeu a desmilitarização da PM, mas esclareceu que, mesmo sem o caráter militar, a polícia continuaria armada e operante. O objetivo seria apenas retirar a doutrina e a estrutura militar da corporação, mantendo suas funções de segurança pública.

Embora o segundo turno da eleição para a Prefeitura de São Paulo deva ser mais civilizado, com a expectativa de que ocorra sem violência física ou falsificação de laudos, o confronto entre Ricardo Nunes (MDB) e Guilherme Boulos (PSOL) tende a ser acirrado. Os dois candidatos estão prontos para atacar os pontos fracos um do outro.

Os candidatos a prefeito de São Paulo Ricardo Nunes e Guilherme Boulos Foto: Werther Santana/Estadão

No caso de Boulos, uma das estratégias é focar nas controvérsias da gestão de Nunes, enquanto o prefeito pretende ressaltar as mudanças de posicionamento de Boulos ao longo dos anos. Desde sua primeira candidatura à Presidência da República, em 2018, o psolista alterou suas posições em temas como Venezuela, descriminalização das drogas e aborto, por exemplo.

Essas mudanças, comuns entre políticos de esquerda que buscam se viabilizar eleitoralmente, têm sido um alvo constante de Nunes. O prefeito utiliza antigos posicionamentos de Boulos, vistos como radicais por parte do eleitorado, para enfraquecer a imagem moderada que o candidato do PSOL tenta projetar nesta eleição.

Descriminalização das drogas

A descriminalização das drogas é uma bandeira antiga do PSOL, defendida sob o argumento de “fim da guerra às drogas”. Em 2018, por exemplo, o programa de governo de Boulos propunha um processo gradual e seguro de regulamentação da produção e comércio de substâncias atualmente ilegais, começando pela maconha.

“Sou a favor da descriminalização de drogas no País porque o abuso de substâncias químicas tem que ser tratado como um caso de saúde pública, não como um caso do Código Penal”, disse Boulos em uma entrevista ao canal Curso Enem Gratuito no Youtube em 2019. “Hoje nós temos mais de 30% dos presos no Brasil por posse de pequenas quantidades de drogas”, completou.

Entretanto, o candidato do PSOL adotou uma postura mais moderada em relação à descriminalização das drogas neste ano. Ele afirma que não defende a legalização e, ao ser questionado sobre o tema, diz que defende o entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF), que propõe a diferenciação entre traficante e usuário de drogas.

Ditadura na Venezuela

Boulos também alterou sua posição sobre o regime de Nicolás Maduro ao longo dos anos. Em uma entrevista à Jovem Pan, em 2018, durante sua candidatura à Presidência, Boulos afirmou que nem Cuba nem Venezuela seriam ditaduras, destacando que o governo de Maduro havia sido eleito pelo voto popular, diferentemente, segundo ele, do que aconteceu com Michel Temer, que chegou ao poder após ser eleito como vice e assumir com o impeachment de Dilma Rousseff.

No entanto, em 2020, ao disputar sua primeira eleição para a Prefeitura de São Paulo, essa defesa começou a mudar. O então prefeito e candidato à reeleição, Bruno Covas (PSDB), acusou Boulos de ser radical por considerar a Venezuela uma democracia. Em resposta, Boulos declarou em entrevista à rádio CBN que não via a Venezuela como seu modelo de democracia.

Esse argumento de que o país vizinho não é seu modelo de democracia foi repetido em 2024. Contudo, após as últimas eleições venezuelanas, marcadas por indícios de fraude, Boulos passou a afirmar que o país é, de fato, uma ditadura.

Quando questionado sobre essa mudança de posição, Boulos costuma argumentar que a conjuntura na Venezuela mudou, com indícios de fraude, e que a própria diplomacia brasileira também mudou sua postura em relação ao país.

Descriminalização do aborto

Outro tema em que Boulos ajustou seu discurso é o aborto. Em 2018, seu plano de governo à Presidência da República incluía a descriminalização e legalização do aborto de forma segura e gratuita.

Ele justificava a proposta com o argumento de que, mesmo proibido, o aborto é a quinta maior causa de mortes maternas no Brasil, afetando especialmente mulheres negras, que têm o dobro de chances de morrer devido à prática insegura.

Boulos defendia que a legalização poderia salvar vidas ao garantir a realização do procedimento em condições seguras.

Contudo, sua posição sobre o tema mudou nesta campanha. Em uma entrevista a uma rádio gospel neste ano, Boulos afirmou que não defende a ampliação da legislação atual sobre o aborto. Ele destacou que apoia apenas o cumprimento da lei vigente, que já permite a prática em casos específicos, como estupro, e não a legalização ampla do aborto.

Desmilitarização das forças de segurança

Nunes tem acusado Boulos de querer desmilitarizar e desarmar a Guarda Civil Municipal (GCM), mas o candidato do PSOL nunca defendeu exatamente essas propostas. Desde 2020, Boulos, na verdade, apoia a ampliação da GCM como está.

O deabte porém se dá em razão da posição já externada pelo candidato do PSOL sobre a Polícia Militar. Em 2018, Boulos defendeu a desmilitarização da PM, mas esclareceu que, mesmo sem o caráter militar, a polícia continuaria armada e operante. O objetivo seria apenas retirar a doutrina e a estrutura militar da corporação, mantendo suas funções de segurança pública.

Embora o segundo turno da eleição para a Prefeitura de São Paulo deva ser mais civilizado, com a expectativa de que ocorra sem violência física ou falsificação de laudos, o confronto entre Ricardo Nunes (MDB) e Guilherme Boulos (PSOL) tende a ser acirrado. Os dois candidatos estão prontos para atacar os pontos fracos um do outro.

Os candidatos a prefeito de São Paulo Ricardo Nunes e Guilherme Boulos Foto: Werther Santana/Estadão

No caso de Boulos, uma das estratégias é focar nas controvérsias da gestão de Nunes, enquanto o prefeito pretende ressaltar as mudanças de posicionamento de Boulos ao longo dos anos. Desde sua primeira candidatura à Presidência da República, em 2018, o psolista alterou suas posições em temas como Venezuela, descriminalização das drogas e aborto, por exemplo.

Essas mudanças, comuns entre políticos de esquerda que buscam se viabilizar eleitoralmente, têm sido um alvo constante de Nunes. O prefeito utiliza antigos posicionamentos de Boulos, vistos como radicais por parte do eleitorado, para enfraquecer a imagem moderada que o candidato do PSOL tenta projetar nesta eleição.

Descriminalização das drogas

A descriminalização das drogas é uma bandeira antiga do PSOL, defendida sob o argumento de “fim da guerra às drogas”. Em 2018, por exemplo, o programa de governo de Boulos propunha um processo gradual e seguro de regulamentação da produção e comércio de substâncias atualmente ilegais, começando pela maconha.

“Sou a favor da descriminalização de drogas no País porque o abuso de substâncias químicas tem que ser tratado como um caso de saúde pública, não como um caso do Código Penal”, disse Boulos em uma entrevista ao canal Curso Enem Gratuito no Youtube em 2019. “Hoje nós temos mais de 30% dos presos no Brasil por posse de pequenas quantidades de drogas”, completou.

Entretanto, o candidato do PSOL adotou uma postura mais moderada em relação à descriminalização das drogas neste ano. Ele afirma que não defende a legalização e, ao ser questionado sobre o tema, diz que defende o entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF), que propõe a diferenciação entre traficante e usuário de drogas.

Ditadura na Venezuela

Boulos também alterou sua posição sobre o regime de Nicolás Maduro ao longo dos anos. Em uma entrevista à Jovem Pan, em 2018, durante sua candidatura à Presidência, Boulos afirmou que nem Cuba nem Venezuela seriam ditaduras, destacando que o governo de Maduro havia sido eleito pelo voto popular, diferentemente, segundo ele, do que aconteceu com Michel Temer, que chegou ao poder após ser eleito como vice e assumir com o impeachment de Dilma Rousseff.

No entanto, em 2020, ao disputar sua primeira eleição para a Prefeitura de São Paulo, essa defesa começou a mudar. O então prefeito e candidato à reeleição, Bruno Covas (PSDB), acusou Boulos de ser radical por considerar a Venezuela uma democracia. Em resposta, Boulos declarou em entrevista à rádio CBN que não via a Venezuela como seu modelo de democracia.

Esse argumento de que o país vizinho não é seu modelo de democracia foi repetido em 2024. Contudo, após as últimas eleições venezuelanas, marcadas por indícios de fraude, Boulos passou a afirmar que o país é, de fato, uma ditadura.

Quando questionado sobre essa mudança de posição, Boulos costuma argumentar que a conjuntura na Venezuela mudou, com indícios de fraude, e que a própria diplomacia brasileira também mudou sua postura em relação ao país.

Descriminalização do aborto

Outro tema em que Boulos ajustou seu discurso é o aborto. Em 2018, seu plano de governo à Presidência da República incluía a descriminalização e legalização do aborto de forma segura e gratuita.

Ele justificava a proposta com o argumento de que, mesmo proibido, o aborto é a quinta maior causa de mortes maternas no Brasil, afetando especialmente mulheres negras, que têm o dobro de chances de morrer devido à prática insegura.

Boulos defendia que a legalização poderia salvar vidas ao garantir a realização do procedimento em condições seguras.

Contudo, sua posição sobre o tema mudou nesta campanha. Em uma entrevista a uma rádio gospel neste ano, Boulos afirmou que não defende a ampliação da legislação atual sobre o aborto. Ele destacou que apoia apenas o cumprimento da lei vigente, que já permite a prática em casos específicos, como estupro, e não a legalização ampla do aborto.

Desmilitarização das forças de segurança

Nunes tem acusado Boulos de querer desmilitarizar e desarmar a Guarda Civil Municipal (GCM), mas o candidato do PSOL nunca defendeu exatamente essas propostas. Desde 2020, Boulos, na verdade, apoia a ampliação da GCM como está.

O deabte porém se dá em razão da posição já externada pelo candidato do PSOL sobre a Polícia Militar. Em 2018, Boulos defendeu a desmilitarização da PM, mas esclareceu que, mesmo sem o caráter militar, a polícia continuaria armada e operante. O objetivo seria apenas retirar a doutrina e a estrutura militar da corporação, mantendo suas funções de segurança pública.

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