Quem é Alexandre Ramagem, aliado de Jair Bolsonaro que comandava a Abin


Deputado federal eleito pelo PL do Rio é amigo pessoal de Carlos Bolsonaro e fez a segurança do ex-presidente depois do episódio da facada

Por Isabella Alonso Panho
Atualização:

Quando a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) monitorou ilegalmente ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), políticos, jornalistas e advogados – de acordo com a investigação da Polícia Federal (PF) – ela era coordenada por Alexandre Ramagem Rodrigues, aliado de primeira hora do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Nesta quinta-feira, 25, Ramagem foi alvo de uma operação da PF tanto no gabinete como no apartamento funcional da Câmara.

Deputado federal eleito pelo PL em 2022, é ex-delegado da Polícia Federal (PF), função que desempenhou até o começo do mandato de Bolsonaro, em 2019. O vínculo com a família do ex-chefe do Executivo se firmou ainda na campanha de 2018, quando Ramagem foi designado para chefiar a segurança pessoal de Bolsonaro depois da facada que ele levou em Juiz de Fora (MG).

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Ramagem coordenava a Abin no período que servidores monitoraram ilegalmente, segundo a PF, ministros, políticos, jornalistas e advogados Foto: Agência Senado

No começo de 2019, Ramagem foi nomeado superintendente da PF do Ceará, mas abandonou a carreira policial para ingressar na política. Ele passou um breve período como assessor da Presidência e foi escolhido para chefiar a Abin em junho daquele ano. Na cerimônia de posse, o discurso de Bolsonaro chamou a atenção pelo tom de proximidade entre eles.

“Grande parte do destino da nossa nação e das decisões que eu venha a tomar partirão das mãos dele (Ramagem) e de todos que estão aqui, estamos no mesmo barco e juntos vamos construir um novo Brasil”, disse o então presidente na ocasião. Bolsonaro também tentou nomear o ex-delegado como chefe da Polícia Federal, mas foi impedido por uma decisão do Supremo.

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O elo não é apenas político. Ramagem se tornou amigo pessoal da família – ele passou a virada de 2020 com o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ), o “02″, responsável pela rede de comunicação agressiva e disseminação de notícias falsas chamada de “gabinete do ódio”. Como mostrou o Estadão, hoje Ramagem contrata com verba do seu gabinete de deputado uma empresa de comunicação chefiada por ex-integrantes do grupo.

Na primeira eleição que concorreu, em 2022, foi eleito para a Câmara, com 59.170 votos. Ele declarou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) um patrimônio de R$ 428 mil, composto de uma moto de performance e um carro de luxo. Como deputado, ele recebe R$ 41 mil por mês, mais R$ 6,7 mil de auxílio moradia. A soma total desses rendimentos ultrapassa os R$ 48 mil – quase 37 vezes o salário mínimo.

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Ramagem (dir.) é um aliado e amigo de Bolsonaro Foto: MARCOS CORREA/PR

Na Câmara, ele é um dos vice-líderes do PL e é titular da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado e do Conselho de Ética.

Hoje, com a possibilidade de Walter Braga Netto não disputar a Prefeitura do Rio de Janeiro, Ramagem é uma aposta de Bolsonaro para concorrer em 2024.

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A Polícia Federal desencadeou na manhã desta sexta-feira, 20, uma operação que apura uso de equipamentos da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para espionagem ilegal. Na foto, fachada da sede da Abin em Brasília Foto: WILTON JUNIOR

Em outubro do ano passado, a Abin foi alvo de uma operação da Polícia Federal que prendeu dois servidores do órgão, Rodrigo Colli e Eduardo Arthur Yzycky, e vasculhou 25 endereços em Brasília (18), Alexânia (GO – 1), São Paulo (1), São José dos Campos (SP - 1), Curitiba (1), Maringá (PR-1), Florianópolis (1), São José (SC – 1) e Palhoça (SC – 1).

A suspeita da corporação é que as estruturas da Abin tenham sido usadas de forma ilegal para fazer 33 mil rastreamentos, que incluem várias autoridades públicas e o ministro do Supremo Alexandre de Moraes, alvo recorrente do bolsonarismo. No final da tarde desta sexta, Ramagem disse nas redes sociais que a Operação Última Milha só foi possível graças ao “início de trabalhos de austeridade” promovidos durante a gestão do ex-presidente.

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Nesta quinta-feira, 25, a PF cumpriu ao todo 21 mandados de busca e apreensão. A operação foi chamada de “Vigilância Aproximada” e é um desdobramento da operação “Primeira Milha”, iniciada em outubro de 2023 para investigar o suposto uso criminoso da ferramenta FirstMile.

Quando a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) monitorou ilegalmente ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), políticos, jornalistas e advogados – de acordo com a investigação da Polícia Federal (PF) – ela era coordenada por Alexandre Ramagem Rodrigues, aliado de primeira hora do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Nesta quinta-feira, 25, Ramagem foi alvo de uma operação da PF tanto no gabinete como no apartamento funcional da Câmara.

Deputado federal eleito pelo PL em 2022, é ex-delegado da Polícia Federal (PF), função que desempenhou até o começo do mandato de Bolsonaro, em 2019. O vínculo com a família do ex-chefe do Executivo se firmou ainda na campanha de 2018, quando Ramagem foi designado para chefiar a segurança pessoal de Bolsonaro depois da facada que ele levou em Juiz de Fora (MG).

Ramagem coordenava a Abin no período que servidores monitoraram ilegalmente, segundo a PF, ministros, políticos, jornalistas e advogados Foto: Agência Senado

No começo de 2019, Ramagem foi nomeado superintendente da PF do Ceará, mas abandonou a carreira policial para ingressar na política. Ele passou um breve período como assessor da Presidência e foi escolhido para chefiar a Abin em junho daquele ano. Na cerimônia de posse, o discurso de Bolsonaro chamou a atenção pelo tom de proximidade entre eles.

“Grande parte do destino da nossa nação e das decisões que eu venha a tomar partirão das mãos dele (Ramagem) e de todos que estão aqui, estamos no mesmo barco e juntos vamos construir um novo Brasil”, disse o então presidente na ocasião. Bolsonaro também tentou nomear o ex-delegado como chefe da Polícia Federal, mas foi impedido por uma decisão do Supremo.

O elo não é apenas político. Ramagem se tornou amigo pessoal da família – ele passou a virada de 2020 com o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ), o “02″, responsável pela rede de comunicação agressiva e disseminação de notícias falsas chamada de “gabinete do ódio”. Como mostrou o Estadão, hoje Ramagem contrata com verba do seu gabinete de deputado uma empresa de comunicação chefiada por ex-integrantes do grupo.

Na primeira eleição que concorreu, em 2022, foi eleito para a Câmara, com 59.170 votos. Ele declarou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) um patrimônio de R$ 428 mil, composto de uma moto de performance e um carro de luxo. Como deputado, ele recebe R$ 41 mil por mês, mais R$ 6,7 mil de auxílio moradia. A soma total desses rendimentos ultrapassa os R$ 48 mil – quase 37 vezes o salário mínimo.

Ramagem (dir.) é um aliado e amigo de Bolsonaro Foto: MARCOS CORREA/PR

Na Câmara, ele é um dos vice-líderes do PL e é titular da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado e do Conselho de Ética.

Hoje, com a possibilidade de Walter Braga Netto não disputar a Prefeitura do Rio de Janeiro, Ramagem é uma aposta de Bolsonaro para concorrer em 2024.

A Polícia Federal desencadeou na manhã desta sexta-feira, 20, uma operação que apura uso de equipamentos da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para espionagem ilegal. Na foto, fachada da sede da Abin em Brasília Foto: WILTON JUNIOR

Em outubro do ano passado, a Abin foi alvo de uma operação da Polícia Federal que prendeu dois servidores do órgão, Rodrigo Colli e Eduardo Arthur Yzycky, e vasculhou 25 endereços em Brasília (18), Alexânia (GO – 1), São Paulo (1), São José dos Campos (SP - 1), Curitiba (1), Maringá (PR-1), Florianópolis (1), São José (SC – 1) e Palhoça (SC – 1).

A suspeita da corporação é que as estruturas da Abin tenham sido usadas de forma ilegal para fazer 33 mil rastreamentos, que incluem várias autoridades públicas e o ministro do Supremo Alexandre de Moraes, alvo recorrente do bolsonarismo. No final da tarde desta sexta, Ramagem disse nas redes sociais que a Operação Última Milha só foi possível graças ao “início de trabalhos de austeridade” promovidos durante a gestão do ex-presidente.

Nesta quinta-feira, 25, a PF cumpriu ao todo 21 mandados de busca e apreensão. A operação foi chamada de “Vigilância Aproximada” e é um desdobramento da operação “Primeira Milha”, iniciada em outubro de 2023 para investigar o suposto uso criminoso da ferramenta FirstMile.

Quando a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) monitorou ilegalmente ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), políticos, jornalistas e advogados – de acordo com a investigação da Polícia Federal (PF) – ela era coordenada por Alexandre Ramagem Rodrigues, aliado de primeira hora do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Nesta quinta-feira, 25, Ramagem foi alvo de uma operação da PF tanto no gabinete como no apartamento funcional da Câmara.

Deputado federal eleito pelo PL em 2022, é ex-delegado da Polícia Federal (PF), função que desempenhou até o começo do mandato de Bolsonaro, em 2019. O vínculo com a família do ex-chefe do Executivo se firmou ainda na campanha de 2018, quando Ramagem foi designado para chefiar a segurança pessoal de Bolsonaro depois da facada que ele levou em Juiz de Fora (MG).

Ramagem coordenava a Abin no período que servidores monitoraram ilegalmente, segundo a PF, ministros, políticos, jornalistas e advogados Foto: Agência Senado

No começo de 2019, Ramagem foi nomeado superintendente da PF do Ceará, mas abandonou a carreira policial para ingressar na política. Ele passou um breve período como assessor da Presidência e foi escolhido para chefiar a Abin em junho daquele ano. Na cerimônia de posse, o discurso de Bolsonaro chamou a atenção pelo tom de proximidade entre eles.

“Grande parte do destino da nossa nação e das decisões que eu venha a tomar partirão das mãos dele (Ramagem) e de todos que estão aqui, estamos no mesmo barco e juntos vamos construir um novo Brasil”, disse o então presidente na ocasião. Bolsonaro também tentou nomear o ex-delegado como chefe da Polícia Federal, mas foi impedido por uma decisão do Supremo.

O elo não é apenas político. Ramagem se tornou amigo pessoal da família – ele passou a virada de 2020 com o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ), o “02″, responsável pela rede de comunicação agressiva e disseminação de notícias falsas chamada de “gabinete do ódio”. Como mostrou o Estadão, hoje Ramagem contrata com verba do seu gabinete de deputado uma empresa de comunicação chefiada por ex-integrantes do grupo.

Na primeira eleição que concorreu, em 2022, foi eleito para a Câmara, com 59.170 votos. Ele declarou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) um patrimônio de R$ 428 mil, composto de uma moto de performance e um carro de luxo. Como deputado, ele recebe R$ 41 mil por mês, mais R$ 6,7 mil de auxílio moradia. A soma total desses rendimentos ultrapassa os R$ 48 mil – quase 37 vezes o salário mínimo.

Ramagem (dir.) é um aliado e amigo de Bolsonaro Foto: MARCOS CORREA/PR

Na Câmara, ele é um dos vice-líderes do PL e é titular da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado e do Conselho de Ética.

Hoje, com a possibilidade de Walter Braga Netto não disputar a Prefeitura do Rio de Janeiro, Ramagem é uma aposta de Bolsonaro para concorrer em 2024.

A Polícia Federal desencadeou na manhã desta sexta-feira, 20, uma operação que apura uso de equipamentos da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para espionagem ilegal. Na foto, fachada da sede da Abin em Brasília Foto: WILTON JUNIOR

Em outubro do ano passado, a Abin foi alvo de uma operação da Polícia Federal que prendeu dois servidores do órgão, Rodrigo Colli e Eduardo Arthur Yzycky, e vasculhou 25 endereços em Brasília (18), Alexânia (GO – 1), São Paulo (1), São José dos Campos (SP - 1), Curitiba (1), Maringá (PR-1), Florianópolis (1), São José (SC – 1) e Palhoça (SC – 1).

A suspeita da corporação é que as estruturas da Abin tenham sido usadas de forma ilegal para fazer 33 mil rastreamentos, que incluem várias autoridades públicas e o ministro do Supremo Alexandre de Moraes, alvo recorrente do bolsonarismo. No final da tarde desta sexta, Ramagem disse nas redes sociais que a Operação Última Milha só foi possível graças ao “início de trabalhos de austeridade” promovidos durante a gestão do ex-presidente.

Nesta quinta-feira, 25, a PF cumpriu ao todo 21 mandados de busca e apreensão. A operação foi chamada de “Vigilância Aproximada” e é um desdobramento da operação “Primeira Milha”, iniciada em outubro de 2023 para investigar o suposto uso criminoso da ferramenta FirstMile.

Quando a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) monitorou ilegalmente ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), políticos, jornalistas e advogados – de acordo com a investigação da Polícia Federal (PF) – ela era coordenada por Alexandre Ramagem Rodrigues, aliado de primeira hora do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Nesta quinta-feira, 25, Ramagem foi alvo de uma operação da PF tanto no gabinete como no apartamento funcional da Câmara.

Deputado federal eleito pelo PL em 2022, é ex-delegado da Polícia Federal (PF), função que desempenhou até o começo do mandato de Bolsonaro, em 2019. O vínculo com a família do ex-chefe do Executivo se firmou ainda na campanha de 2018, quando Ramagem foi designado para chefiar a segurança pessoal de Bolsonaro depois da facada que ele levou em Juiz de Fora (MG).

Ramagem coordenava a Abin no período que servidores monitoraram ilegalmente, segundo a PF, ministros, políticos, jornalistas e advogados Foto: Agência Senado

No começo de 2019, Ramagem foi nomeado superintendente da PF do Ceará, mas abandonou a carreira policial para ingressar na política. Ele passou um breve período como assessor da Presidência e foi escolhido para chefiar a Abin em junho daquele ano. Na cerimônia de posse, o discurso de Bolsonaro chamou a atenção pelo tom de proximidade entre eles.

“Grande parte do destino da nossa nação e das decisões que eu venha a tomar partirão das mãos dele (Ramagem) e de todos que estão aqui, estamos no mesmo barco e juntos vamos construir um novo Brasil”, disse o então presidente na ocasião. Bolsonaro também tentou nomear o ex-delegado como chefe da Polícia Federal, mas foi impedido por uma decisão do Supremo.

O elo não é apenas político. Ramagem se tornou amigo pessoal da família – ele passou a virada de 2020 com o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ), o “02″, responsável pela rede de comunicação agressiva e disseminação de notícias falsas chamada de “gabinete do ódio”. Como mostrou o Estadão, hoje Ramagem contrata com verba do seu gabinete de deputado uma empresa de comunicação chefiada por ex-integrantes do grupo.

Na primeira eleição que concorreu, em 2022, foi eleito para a Câmara, com 59.170 votos. Ele declarou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) um patrimônio de R$ 428 mil, composto de uma moto de performance e um carro de luxo. Como deputado, ele recebe R$ 41 mil por mês, mais R$ 6,7 mil de auxílio moradia. A soma total desses rendimentos ultrapassa os R$ 48 mil – quase 37 vezes o salário mínimo.

Ramagem (dir.) é um aliado e amigo de Bolsonaro Foto: MARCOS CORREA/PR

Na Câmara, ele é um dos vice-líderes do PL e é titular da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado e do Conselho de Ética.

Hoje, com a possibilidade de Walter Braga Netto não disputar a Prefeitura do Rio de Janeiro, Ramagem é uma aposta de Bolsonaro para concorrer em 2024.

A Polícia Federal desencadeou na manhã desta sexta-feira, 20, uma operação que apura uso de equipamentos da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para espionagem ilegal. Na foto, fachada da sede da Abin em Brasília Foto: WILTON JUNIOR

Em outubro do ano passado, a Abin foi alvo de uma operação da Polícia Federal que prendeu dois servidores do órgão, Rodrigo Colli e Eduardo Arthur Yzycky, e vasculhou 25 endereços em Brasília (18), Alexânia (GO – 1), São Paulo (1), São José dos Campos (SP - 1), Curitiba (1), Maringá (PR-1), Florianópolis (1), São José (SC – 1) e Palhoça (SC – 1).

A suspeita da corporação é que as estruturas da Abin tenham sido usadas de forma ilegal para fazer 33 mil rastreamentos, que incluem várias autoridades públicas e o ministro do Supremo Alexandre de Moraes, alvo recorrente do bolsonarismo. No final da tarde desta sexta, Ramagem disse nas redes sociais que a Operação Última Milha só foi possível graças ao “início de trabalhos de austeridade” promovidos durante a gestão do ex-presidente.

Nesta quinta-feira, 25, a PF cumpriu ao todo 21 mandados de busca e apreensão. A operação foi chamada de “Vigilância Aproximada” e é um desdobramento da operação “Primeira Milha”, iniciada em outubro de 2023 para investigar o suposto uso criminoso da ferramenta FirstMile.

Quando a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) monitorou ilegalmente ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), políticos, jornalistas e advogados – de acordo com a investigação da Polícia Federal (PF) – ela era coordenada por Alexandre Ramagem Rodrigues, aliado de primeira hora do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Nesta quinta-feira, 25, Ramagem foi alvo de uma operação da PF tanto no gabinete como no apartamento funcional da Câmara.

Deputado federal eleito pelo PL em 2022, é ex-delegado da Polícia Federal (PF), função que desempenhou até o começo do mandato de Bolsonaro, em 2019. O vínculo com a família do ex-chefe do Executivo se firmou ainda na campanha de 2018, quando Ramagem foi designado para chefiar a segurança pessoal de Bolsonaro depois da facada que ele levou em Juiz de Fora (MG).

Ramagem coordenava a Abin no período que servidores monitoraram ilegalmente, segundo a PF, ministros, políticos, jornalistas e advogados Foto: Agência Senado

No começo de 2019, Ramagem foi nomeado superintendente da PF do Ceará, mas abandonou a carreira policial para ingressar na política. Ele passou um breve período como assessor da Presidência e foi escolhido para chefiar a Abin em junho daquele ano. Na cerimônia de posse, o discurso de Bolsonaro chamou a atenção pelo tom de proximidade entre eles.

“Grande parte do destino da nossa nação e das decisões que eu venha a tomar partirão das mãos dele (Ramagem) e de todos que estão aqui, estamos no mesmo barco e juntos vamos construir um novo Brasil”, disse o então presidente na ocasião. Bolsonaro também tentou nomear o ex-delegado como chefe da Polícia Federal, mas foi impedido por uma decisão do Supremo.

O elo não é apenas político. Ramagem se tornou amigo pessoal da família – ele passou a virada de 2020 com o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ), o “02″, responsável pela rede de comunicação agressiva e disseminação de notícias falsas chamada de “gabinete do ódio”. Como mostrou o Estadão, hoje Ramagem contrata com verba do seu gabinete de deputado uma empresa de comunicação chefiada por ex-integrantes do grupo.

Na primeira eleição que concorreu, em 2022, foi eleito para a Câmara, com 59.170 votos. Ele declarou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) um patrimônio de R$ 428 mil, composto de uma moto de performance e um carro de luxo. Como deputado, ele recebe R$ 41 mil por mês, mais R$ 6,7 mil de auxílio moradia. A soma total desses rendimentos ultrapassa os R$ 48 mil – quase 37 vezes o salário mínimo.

Ramagem (dir.) é um aliado e amigo de Bolsonaro Foto: MARCOS CORREA/PR

Na Câmara, ele é um dos vice-líderes do PL e é titular da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado e do Conselho de Ética.

Hoje, com a possibilidade de Walter Braga Netto não disputar a Prefeitura do Rio de Janeiro, Ramagem é uma aposta de Bolsonaro para concorrer em 2024.

A Polícia Federal desencadeou na manhã desta sexta-feira, 20, uma operação que apura uso de equipamentos da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para espionagem ilegal. Na foto, fachada da sede da Abin em Brasília Foto: WILTON JUNIOR

Em outubro do ano passado, a Abin foi alvo de uma operação da Polícia Federal que prendeu dois servidores do órgão, Rodrigo Colli e Eduardo Arthur Yzycky, e vasculhou 25 endereços em Brasília (18), Alexânia (GO – 1), São Paulo (1), São José dos Campos (SP - 1), Curitiba (1), Maringá (PR-1), Florianópolis (1), São José (SC – 1) e Palhoça (SC – 1).

A suspeita da corporação é que as estruturas da Abin tenham sido usadas de forma ilegal para fazer 33 mil rastreamentos, que incluem várias autoridades públicas e o ministro do Supremo Alexandre de Moraes, alvo recorrente do bolsonarismo. No final da tarde desta sexta, Ramagem disse nas redes sociais que a Operação Última Milha só foi possível graças ao “início de trabalhos de austeridade” promovidos durante a gestão do ex-presidente.

Nesta quinta-feira, 25, a PF cumpriu ao todo 21 mandados de busca e apreensão. A operação foi chamada de “Vigilância Aproximada” e é um desdobramento da operação “Primeira Milha”, iniciada em outubro de 2023 para investigar o suposto uso criminoso da ferramenta FirstMile.

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