Anunciado nesta quinta-feira, 29, como ministro da Agricultura do terceiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva, o senador Carlos Fávaro (PSD) tem toda a sua carreira ligada ao agronegócio. Natural do Paraná, foi pecuarista antes de ingressar na política, em 2014. Atualmente, está no Senado pelo Mato Grosso, por ocasião da cassação do mandato da ex-senadora Selma Arruda em 2020.
Fávaro foi presidente da Associação dos Produtores de Soja do Brasil (Aprosoja), uma das mais importantes entidades do agronegócio brasileiro. Também presidiu a filial matogrossense da organização, entre 2012 e 2014, e a Cooperativa Agroindustrial dos Produtores do município de Lucas do Rio Verde (MT), localizado na “rota da soja” de Mato Grosso.
Hoje, a Aprosoja-MT faz oposição a seu nome, dizendo que o ruralista que decidiu apoiar o governo Lula “não têm legitimidade para representar o setor como interlocutores em Brasília”.
Problema político
A escolha de Fávaro para o ministério foi possível depois de o futuro ministro superar um problema político delicado, relacionado à suplente que assumirá o seu posto no Senado quando der início à sua gestão no Ministério da Agricultura. Margareth Buzetti (PP/MT) é apoiadora do presidente Bolsonaro e chegou a fazer campanha nas ruas no segundo turno das eleições com o grupo de “Mulheres com Bolsonaro”.
Fávaro foi eleito vice-governador de Mato Grosso em 2014, à época filiado do Progressistas. Dois anos depois, assumiu a Secretaria de Meio Ambiente do Estado, mas saiu do cargo em 2017 para disputar o Senado no ano seguinte, numa eleição em que não saiu vitorioso, ficando em terceiro lugar.
Em 2020, o então presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, atendeu a pedidos do PSD e do governo do Mato Grosso e determinou que Fávaro assumisse interinamente uma cadeira no Senado após a cassação da ex-juíza Selma Arruda (Podemos) pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Posteriormente, foi eleito de forma definitiva em eleição suplementar realizada no Estado em 2020.