O deputado federal Carlos Jordy (PL-RJ) é um dos alvos da 24ª fase da Operação Lesa Pátria, deflagrada pela Polícia Federal (PF) na manhã desta quinta-feira, 18. Os agentes da PF cumpriram mandado de busca e apreensão no gabinete do parlamentar na Câmara dos Deputados e na casa congressista no Estado do Rio de Janeiro. Jordy é líder da oposição ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na Câmara dos Deputados.
A Operação Lesa Pátria investiga os suspeitos de planejar, financiar e incitar os atos antidemocráticos ocorridos entre outubro de 2022 e janeiro de 2023. Segundo a PF, dez mandados de busca e apreensão expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF) foram cumpridos na manhã desta quinta-feira: oito no Rio de Janeiro e dois no Distrito Federal. O enfoque da 24ª fase da Operação, segundo nota divulgada pela corporação, é investigar os suspeitos do interior do Estado do Rio de Janeiro.
No X (antigo Twitter), Jordy classificou a busca como “medida autoritária, sem fundamento, sem indício algum” e falou em “intimidação às vésperas de eleição municipal”. Ele é pré-candidato a prefeito de Niterói (RJ).
Líder da oposição na Câmara, Carlos Jordy é deputado da “tropa de choque” bolsonarista e um dos mais aguerridos aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Em 2016, foi eleito vereador de Niterói, sua cidade natal. Dois anos depois, candidatou-se a deputado federal pelo Rio de Janeiro e foi eleito com 204.048 votos. Em 2022, foi reeleito com 114.587 votos.
Em junho de 2022, Carlos Jordy foi condenado pela Justiça do Rio de Janeiro por danos morais ao influenciador digital Felipe Neto. O deputado foi sentenciado ao pagamento de uma indenização. Em uma publicação de março de 2019, Jordy havia associado o influenciador ao massacre na Escola Estadual Professor Raul Brasil, em Suzano, alegando que os assassinos teriam cometido o atentado por influência de Felipe.
Um assessor parlamentar de Carlos Jordy já se envolveu numa confusão no Congresso. Em outubro de 2023, após a aprovação do relatório final da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro, o assessor Rodrigo Duarte Bastos começou a filmar os congressistas. O deputado Rogério Correia (PT-MG) deu um tapa na mão de Rodrigo e o aparelho caiu na cabeça de senadora Soraya Thonicke (Podemos-MS).
Ao ser atingida, a senadora passou a ordenar: “Pega esse cara, pega esse cara, atingiu a minha cabeça”. Thronicke não viu que o celular havia caído em sua cabeça por causa do tapa do deputado petista. Rodrigo Bastos, ao ouvir o pedido de prisão, saiu correndo.
Poucas horas após o incidente, Jordy afirmou que ia exonerar o servidor, mas no dia seguinte, segundo ele, após analisar as imagens do tumulto, ficou demonstrado que “Rodrigo Duarte Bastos não agrediu quem quer que seja” e desistiu de demitir o assessor.