Quem é Filipe Martins, assessor que teria entregado ‘minuta do golpe’ a Bolsonaro


Fã de Olavo de Carvalho, ele responde a uma ação criminal por um gesto que, na visão do MPF, foi idêntico ao dos supremacistas brancos

Por Isabella Alonso Panho

Em março de 2021, o nome do assessor da Presidência Filipe Martins ganhou projeção nacional por causa de um gesto, idêntico aos dos supremacistas brancos, que ele fez dentro do Senado. Nesta quinta-feira, 21, ele volta para as manchetes por outro motivo: Mauro Cesar Barbosa Cid, o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), disse à Polícia Federal que Martins entregou nas mãos do ex-presidente uma minuta de golpe de Estado.

O ex-assessor teria escrito o documento. De acordo com Mauro Cid, essa minuta foi levada por Bolsonaro à cúpula das Forças Armadas, com quem ele se reuniu depois das eleições para avaliar um possível golpe de Estado que reverteria sua derrota nas urnas. O acordo de delação está em segredo de Justiça.

Em março de 2021, Martins fez duas vezes o gesto da foto durante uma reunião do Senado. O MPF o denunciou pelo crime de racismo, por entender que foi uma referência às iniciais da expressão "white power" ("poder branco", em inglês) Foto: Reprodução/TV Senado
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Discreto nas redes sociais, Martins ainda se apresenta como “assessor internacional do presidente Jair Bolsonaro”. Ele diz ser “analista político e professor de Política Internacional”, mas não menciona a instituição. A Universidade de Brasília (UnB) confirmou que ele é graduado em Relações Internacionais e que se formou no segundo semestre de 2015.

O episódio do gesto supremacista rendeu a Martins um processo criminal por racismo. Ao pedir a condenação do ex-assessor, o Ministério Público Federal disse que “o gesto realizado pelo denunciado, por duas vezes, em momentos distintos, buscou reproduzir as letras ‘W’ e ‘P’, em referência à expressão White Power (’Poder Branco’, em inglês)”.

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Martins foi absolvido na primeira instância e o MPF recorreu da decisão. O caso agora está no Tribunal Regional Federal da 1ª Região, onde aguarda o julgamento da Corte. Em julho deste ano, a Comissão de Ética do Senado puniu com censura o episódio. Martins disse que estava ajeitando o paletó na ocasião.

O ex-assessor é um entusiasta de Olavo de Carvalho, mentor intelectual da direita e do bolsonarismo. “Jamais serei capaz de descrever o impacto que a obra, a vida e a imensa generosidade do professor tiveram em mim. Ele foi e sempre será meu grande farol intelectual”, disse Martins nas redes sociais, no dia em que Olavo faleceu.

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Martins tem 35 anos é conhecido por ser um forte aliado ideológico das bandeiras do clã Bolsonaro. Em 2019, o Estadão mostrou que ele veio da militância virtual da direita e foi apadrinhado por Eduardo Bolsonaro (PL-RJ), hoje deputado federal e “03″ do ex-presidente. O cargo de Martins, de assessor especial da Presidência, tinha como função ajudar o chefe do Executivo em assuntos internacionais.

Por isso, em muitos momentos, Martins esteve ao lado de Ernesto Araújo, que foi chanceler na gestão passada. Em março de 2021, semanas antes do episódio do gesto supremacista, ele foi demitido em uma reforma ministerial, após forte pressão dos parlamentares e de membros do próprio Planalto para que renunciasse.

O ex-chanceler Ernesto Araújo e Filipe Martins, então assessor especial para assuntos internacionais do presidente Jair Bolsonaro Foto: Reprodução/Twitter Ernesto Araújo
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As redes sociais do ex-assessor são recheadas de publicações antipetistas e de apoio a Bolsonaro, principalmente no período das últimas eleições. A Coligação Brasil da Esperança, da chapa de Lula e Alckmin, entrou com quatro ações contra Martins no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), alegando que ele teria disseminado notícias falsas que prejudicaram a imagem do petista. Até o momento, nenhum dos processos foi julgado.

No dia do segundo turno das eleições de 2022, 30 de outubro, Martins fez declarações questionando o sistema eleitoral, apelando aos seus correligionários para que “intensificassem a fiscalização nas seções eleitorais” para garantir que o fechamento das urnas fosse realizado corretamente.

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Mais cedo, nesse mesmo dia, ele havia dito que “o sistema está desesperado com a fiscalização ostensiva para combater a compra de votos”. O demérito do trabalho da Justiça Eleitoral foi o que levou Bolsonaro a ser declarado inelegível durante oito anos pelo TSE.

O acordo de colaboração premiada feito por Mauro Cid permanece sob segredo de Justiça e, por isso, ainda não se sabe a extensão das declarações feitas pelo ex-ajudante de ordens.

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A delação serve como um meio de obtenção de provas -– ou seja, tudo o que Cid disse precisa ser investigado e confirmado pela PF para poder ser usado nos inquéritos. A menção a Martins não o coloca imediatamente na lista de investigados pela corporação.

Em março de 2021, o nome do assessor da Presidência Filipe Martins ganhou projeção nacional por causa de um gesto, idêntico aos dos supremacistas brancos, que ele fez dentro do Senado. Nesta quinta-feira, 21, ele volta para as manchetes por outro motivo: Mauro Cesar Barbosa Cid, o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), disse à Polícia Federal que Martins entregou nas mãos do ex-presidente uma minuta de golpe de Estado.

O ex-assessor teria escrito o documento. De acordo com Mauro Cid, essa minuta foi levada por Bolsonaro à cúpula das Forças Armadas, com quem ele se reuniu depois das eleições para avaliar um possível golpe de Estado que reverteria sua derrota nas urnas. O acordo de delação está em segredo de Justiça.

Em março de 2021, Martins fez duas vezes o gesto da foto durante uma reunião do Senado. O MPF o denunciou pelo crime de racismo, por entender que foi uma referência às iniciais da expressão "white power" ("poder branco", em inglês) Foto: Reprodução/TV Senado

Discreto nas redes sociais, Martins ainda se apresenta como “assessor internacional do presidente Jair Bolsonaro”. Ele diz ser “analista político e professor de Política Internacional”, mas não menciona a instituição. A Universidade de Brasília (UnB) confirmou que ele é graduado em Relações Internacionais e que se formou no segundo semestre de 2015.

O episódio do gesto supremacista rendeu a Martins um processo criminal por racismo. Ao pedir a condenação do ex-assessor, o Ministério Público Federal disse que “o gesto realizado pelo denunciado, por duas vezes, em momentos distintos, buscou reproduzir as letras ‘W’ e ‘P’, em referência à expressão White Power (’Poder Branco’, em inglês)”.

Martins foi absolvido na primeira instância e o MPF recorreu da decisão. O caso agora está no Tribunal Regional Federal da 1ª Região, onde aguarda o julgamento da Corte. Em julho deste ano, a Comissão de Ética do Senado puniu com censura o episódio. Martins disse que estava ajeitando o paletó na ocasião.

O ex-assessor é um entusiasta de Olavo de Carvalho, mentor intelectual da direita e do bolsonarismo. “Jamais serei capaz de descrever o impacto que a obra, a vida e a imensa generosidade do professor tiveram em mim. Ele foi e sempre será meu grande farol intelectual”, disse Martins nas redes sociais, no dia em que Olavo faleceu.

Martins tem 35 anos é conhecido por ser um forte aliado ideológico das bandeiras do clã Bolsonaro. Em 2019, o Estadão mostrou que ele veio da militância virtual da direita e foi apadrinhado por Eduardo Bolsonaro (PL-RJ), hoje deputado federal e “03″ do ex-presidente. O cargo de Martins, de assessor especial da Presidência, tinha como função ajudar o chefe do Executivo em assuntos internacionais.

Por isso, em muitos momentos, Martins esteve ao lado de Ernesto Araújo, que foi chanceler na gestão passada. Em março de 2021, semanas antes do episódio do gesto supremacista, ele foi demitido em uma reforma ministerial, após forte pressão dos parlamentares e de membros do próprio Planalto para que renunciasse.

O ex-chanceler Ernesto Araújo e Filipe Martins, então assessor especial para assuntos internacionais do presidente Jair Bolsonaro Foto: Reprodução/Twitter Ernesto Araújo

As redes sociais do ex-assessor são recheadas de publicações antipetistas e de apoio a Bolsonaro, principalmente no período das últimas eleições. A Coligação Brasil da Esperança, da chapa de Lula e Alckmin, entrou com quatro ações contra Martins no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), alegando que ele teria disseminado notícias falsas que prejudicaram a imagem do petista. Até o momento, nenhum dos processos foi julgado.

No dia do segundo turno das eleições de 2022, 30 de outubro, Martins fez declarações questionando o sistema eleitoral, apelando aos seus correligionários para que “intensificassem a fiscalização nas seções eleitorais” para garantir que o fechamento das urnas fosse realizado corretamente.

Mais cedo, nesse mesmo dia, ele havia dito que “o sistema está desesperado com a fiscalização ostensiva para combater a compra de votos”. O demérito do trabalho da Justiça Eleitoral foi o que levou Bolsonaro a ser declarado inelegível durante oito anos pelo TSE.

O acordo de colaboração premiada feito por Mauro Cid permanece sob segredo de Justiça e, por isso, ainda não se sabe a extensão das declarações feitas pelo ex-ajudante de ordens.

A delação serve como um meio de obtenção de provas -– ou seja, tudo o que Cid disse precisa ser investigado e confirmado pela PF para poder ser usado nos inquéritos. A menção a Martins não o coloca imediatamente na lista de investigados pela corporação.

Em março de 2021, o nome do assessor da Presidência Filipe Martins ganhou projeção nacional por causa de um gesto, idêntico aos dos supremacistas brancos, que ele fez dentro do Senado. Nesta quinta-feira, 21, ele volta para as manchetes por outro motivo: Mauro Cesar Barbosa Cid, o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), disse à Polícia Federal que Martins entregou nas mãos do ex-presidente uma minuta de golpe de Estado.

O ex-assessor teria escrito o documento. De acordo com Mauro Cid, essa minuta foi levada por Bolsonaro à cúpula das Forças Armadas, com quem ele se reuniu depois das eleições para avaliar um possível golpe de Estado que reverteria sua derrota nas urnas. O acordo de delação está em segredo de Justiça.

Em março de 2021, Martins fez duas vezes o gesto da foto durante uma reunião do Senado. O MPF o denunciou pelo crime de racismo, por entender que foi uma referência às iniciais da expressão "white power" ("poder branco", em inglês) Foto: Reprodução/TV Senado

Discreto nas redes sociais, Martins ainda se apresenta como “assessor internacional do presidente Jair Bolsonaro”. Ele diz ser “analista político e professor de Política Internacional”, mas não menciona a instituição. A Universidade de Brasília (UnB) confirmou que ele é graduado em Relações Internacionais e que se formou no segundo semestre de 2015.

O episódio do gesto supremacista rendeu a Martins um processo criminal por racismo. Ao pedir a condenação do ex-assessor, o Ministério Público Federal disse que “o gesto realizado pelo denunciado, por duas vezes, em momentos distintos, buscou reproduzir as letras ‘W’ e ‘P’, em referência à expressão White Power (’Poder Branco’, em inglês)”.

Martins foi absolvido na primeira instância e o MPF recorreu da decisão. O caso agora está no Tribunal Regional Federal da 1ª Região, onde aguarda o julgamento da Corte. Em julho deste ano, a Comissão de Ética do Senado puniu com censura o episódio. Martins disse que estava ajeitando o paletó na ocasião.

O ex-assessor é um entusiasta de Olavo de Carvalho, mentor intelectual da direita e do bolsonarismo. “Jamais serei capaz de descrever o impacto que a obra, a vida e a imensa generosidade do professor tiveram em mim. Ele foi e sempre será meu grande farol intelectual”, disse Martins nas redes sociais, no dia em que Olavo faleceu.

Martins tem 35 anos é conhecido por ser um forte aliado ideológico das bandeiras do clã Bolsonaro. Em 2019, o Estadão mostrou que ele veio da militância virtual da direita e foi apadrinhado por Eduardo Bolsonaro (PL-RJ), hoje deputado federal e “03″ do ex-presidente. O cargo de Martins, de assessor especial da Presidência, tinha como função ajudar o chefe do Executivo em assuntos internacionais.

Por isso, em muitos momentos, Martins esteve ao lado de Ernesto Araújo, que foi chanceler na gestão passada. Em março de 2021, semanas antes do episódio do gesto supremacista, ele foi demitido em uma reforma ministerial, após forte pressão dos parlamentares e de membros do próprio Planalto para que renunciasse.

O ex-chanceler Ernesto Araújo e Filipe Martins, então assessor especial para assuntos internacionais do presidente Jair Bolsonaro Foto: Reprodução/Twitter Ernesto Araújo

As redes sociais do ex-assessor são recheadas de publicações antipetistas e de apoio a Bolsonaro, principalmente no período das últimas eleições. A Coligação Brasil da Esperança, da chapa de Lula e Alckmin, entrou com quatro ações contra Martins no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), alegando que ele teria disseminado notícias falsas que prejudicaram a imagem do petista. Até o momento, nenhum dos processos foi julgado.

No dia do segundo turno das eleições de 2022, 30 de outubro, Martins fez declarações questionando o sistema eleitoral, apelando aos seus correligionários para que “intensificassem a fiscalização nas seções eleitorais” para garantir que o fechamento das urnas fosse realizado corretamente.

Mais cedo, nesse mesmo dia, ele havia dito que “o sistema está desesperado com a fiscalização ostensiva para combater a compra de votos”. O demérito do trabalho da Justiça Eleitoral foi o que levou Bolsonaro a ser declarado inelegível durante oito anos pelo TSE.

O acordo de colaboração premiada feito por Mauro Cid permanece sob segredo de Justiça e, por isso, ainda não se sabe a extensão das declarações feitas pelo ex-ajudante de ordens.

A delação serve como um meio de obtenção de provas -– ou seja, tudo o que Cid disse precisa ser investigado e confirmado pela PF para poder ser usado nos inquéritos. A menção a Martins não o coloca imediatamente na lista de investigados pela corporação.

Em março de 2021, o nome do assessor da Presidência Filipe Martins ganhou projeção nacional por causa de um gesto, idêntico aos dos supremacistas brancos, que ele fez dentro do Senado. Nesta quinta-feira, 21, ele volta para as manchetes por outro motivo: Mauro Cesar Barbosa Cid, o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), disse à Polícia Federal que Martins entregou nas mãos do ex-presidente uma minuta de golpe de Estado.

O ex-assessor teria escrito o documento. De acordo com Mauro Cid, essa minuta foi levada por Bolsonaro à cúpula das Forças Armadas, com quem ele se reuniu depois das eleições para avaliar um possível golpe de Estado que reverteria sua derrota nas urnas. O acordo de delação está em segredo de Justiça.

Em março de 2021, Martins fez duas vezes o gesto da foto durante uma reunião do Senado. O MPF o denunciou pelo crime de racismo, por entender que foi uma referência às iniciais da expressão "white power" ("poder branco", em inglês) Foto: Reprodução/TV Senado

Discreto nas redes sociais, Martins ainda se apresenta como “assessor internacional do presidente Jair Bolsonaro”. Ele diz ser “analista político e professor de Política Internacional”, mas não menciona a instituição. A Universidade de Brasília (UnB) confirmou que ele é graduado em Relações Internacionais e que se formou no segundo semestre de 2015.

O episódio do gesto supremacista rendeu a Martins um processo criminal por racismo. Ao pedir a condenação do ex-assessor, o Ministério Público Federal disse que “o gesto realizado pelo denunciado, por duas vezes, em momentos distintos, buscou reproduzir as letras ‘W’ e ‘P’, em referência à expressão White Power (’Poder Branco’, em inglês)”.

Martins foi absolvido na primeira instância e o MPF recorreu da decisão. O caso agora está no Tribunal Regional Federal da 1ª Região, onde aguarda o julgamento da Corte. Em julho deste ano, a Comissão de Ética do Senado puniu com censura o episódio. Martins disse que estava ajeitando o paletó na ocasião.

O ex-assessor é um entusiasta de Olavo de Carvalho, mentor intelectual da direita e do bolsonarismo. “Jamais serei capaz de descrever o impacto que a obra, a vida e a imensa generosidade do professor tiveram em mim. Ele foi e sempre será meu grande farol intelectual”, disse Martins nas redes sociais, no dia em que Olavo faleceu.

Martins tem 35 anos é conhecido por ser um forte aliado ideológico das bandeiras do clã Bolsonaro. Em 2019, o Estadão mostrou que ele veio da militância virtual da direita e foi apadrinhado por Eduardo Bolsonaro (PL-RJ), hoje deputado federal e “03″ do ex-presidente. O cargo de Martins, de assessor especial da Presidência, tinha como função ajudar o chefe do Executivo em assuntos internacionais.

Por isso, em muitos momentos, Martins esteve ao lado de Ernesto Araújo, que foi chanceler na gestão passada. Em março de 2021, semanas antes do episódio do gesto supremacista, ele foi demitido em uma reforma ministerial, após forte pressão dos parlamentares e de membros do próprio Planalto para que renunciasse.

O ex-chanceler Ernesto Araújo e Filipe Martins, então assessor especial para assuntos internacionais do presidente Jair Bolsonaro Foto: Reprodução/Twitter Ernesto Araújo

As redes sociais do ex-assessor são recheadas de publicações antipetistas e de apoio a Bolsonaro, principalmente no período das últimas eleições. A Coligação Brasil da Esperança, da chapa de Lula e Alckmin, entrou com quatro ações contra Martins no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), alegando que ele teria disseminado notícias falsas que prejudicaram a imagem do petista. Até o momento, nenhum dos processos foi julgado.

No dia do segundo turno das eleições de 2022, 30 de outubro, Martins fez declarações questionando o sistema eleitoral, apelando aos seus correligionários para que “intensificassem a fiscalização nas seções eleitorais” para garantir que o fechamento das urnas fosse realizado corretamente.

Mais cedo, nesse mesmo dia, ele havia dito que “o sistema está desesperado com a fiscalização ostensiva para combater a compra de votos”. O demérito do trabalho da Justiça Eleitoral foi o que levou Bolsonaro a ser declarado inelegível durante oito anos pelo TSE.

O acordo de colaboração premiada feito por Mauro Cid permanece sob segredo de Justiça e, por isso, ainda não se sabe a extensão das declarações feitas pelo ex-ajudante de ordens.

A delação serve como um meio de obtenção de provas -– ou seja, tudo o que Cid disse precisa ser investigado e confirmado pela PF para poder ser usado nos inquéritos. A menção a Martins não o coloca imediatamente na lista de investigados pela corporação.

Em março de 2021, o nome do assessor da Presidência Filipe Martins ganhou projeção nacional por causa de um gesto, idêntico aos dos supremacistas brancos, que ele fez dentro do Senado. Nesta quinta-feira, 21, ele volta para as manchetes por outro motivo: Mauro Cesar Barbosa Cid, o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), disse à Polícia Federal que Martins entregou nas mãos do ex-presidente uma minuta de golpe de Estado.

O ex-assessor teria escrito o documento. De acordo com Mauro Cid, essa minuta foi levada por Bolsonaro à cúpula das Forças Armadas, com quem ele se reuniu depois das eleições para avaliar um possível golpe de Estado que reverteria sua derrota nas urnas. O acordo de delação está em segredo de Justiça.

Em março de 2021, Martins fez duas vezes o gesto da foto durante uma reunião do Senado. O MPF o denunciou pelo crime de racismo, por entender que foi uma referência às iniciais da expressão "white power" ("poder branco", em inglês) Foto: Reprodução/TV Senado

Discreto nas redes sociais, Martins ainda se apresenta como “assessor internacional do presidente Jair Bolsonaro”. Ele diz ser “analista político e professor de Política Internacional”, mas não menciona a instituição. A Universidade de Brasília (UnB) confirmou que ele é graduado em Relações Internacionais e que se formou no segundo semestre de 2015.

O episódio do gesto supremacista rendeu a Martins um processo criminal por racismo. Ao pedir a condenação do ex-assessor, o Ministério Público Federal disse que “o gesto realizado pelo denunciado, por duas vezes, em momentos distintos, buscou reproduzir as letras ‘W’ e ‘P’, em referência à expressão White Power (’Poder Branco’, em inglês)”.

Martins foi absolvido na primeira instância e o MPF recorreu da decisão. O caso agora está no Tribunal Regional Federal da 1ª Região, onde aguarda o julgamento da Corte. Em julho deste ano, a Comissão de Ética do Senado puniu com censura o episódio. Martins disse que estava ajeitando o paletó na ocasião.

O ex-assessor é um entusiasta de Olavo de Carvalho, mentor intelectual da direita e do bolsonarismo. “Jamais serei capaz de descrever o impacto que a obra, a vida e a imensa generosidade do professor tiveram em mim. Ele foi e sempre será meu grande farol intelectual”, disse Martins nas redes sociais, no dia em que Olavo faleceu.

Martins tem 35 anos é conhecido por ser um forte aliado ideológico das bandeiras do clã Bolsonaro. Em 2019, o Estadão mostrou que ele veio da militância virtual da direita e foi apadrinhado por Eduardo Bolsonaro (PL-RJ), hoje deputado federal e “03″ do ex-presidente. O cargo de Martins, de assessor especial da Presidência, tinha como função ajudar o chefe do Executivo em assuntos internacionais.

Por isso, em muitos momentos, Martins esteve ao lado de Ernesto Araújo, que foi chanceler na gestão passada. Em março de 2021, semanas antes do episódio do gesto supremacista, ele foi demitido em uma reforma ministerial, após forte pressão dos parlamentares e de membros do próprio Planalto para que renunciasse.

O ex-chanceler Ernesto Araújo e Filipe Martins, então assessor especial para assuntos internacionais do presidente Jair Bolsonaro Foto: Reprodução/Twitter Ernesto Araújo

As redes sociais do ex-assessor são recheadas de publicações antipetistas e de apoio a Bolsonaro, principalmente no período das últimas eleições. A Coligação Brasil da Esperança, da chapa de Lula e Alckmin, entrou com quatro ações contra Martins no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), alegando que ele teria disseminado notícias falsas que prejudicaram a imagem do petista. Até o momento, nenhum dos processos foi julgado.

No dia do segundo turno das eleições de 2022, 30 de outubro, Martins fez declarações questionando o sistema eleitoral, apelando aos seus correligionários para que “intensificassem a fiscalização nas seções eleitorais” para garantir que o fechamento das urnas fosse realizado corretamente.

Mais cedo, nesse mesmo dia, ele havia dito que “o sistema está desesperado com a fiscalização ostensiva para combater a compra de votos”. O demérito do trabalho da Justiça Eleitoral foi o que levou Bolsonaro a ser declarado inelegível durante oito anos pelo TSE.

O acordo de colaboração premiada feito por Mauro Cid permanece sob segredo de Justiça e, por isso, ainda não se sabe a extensão das declarações feitas pelo ex-ajudante de ordens.

A delação serve como um meio de obtenção de provas -– ou seja, tudo o que Cid disse precisa ser investigado e confirmado pela PF para poder ser usado nos inquéritos. A menção a Martins não o coloca imediatamente na lista de investigados pela corporação.

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