Quem é quem no plano dos ‘kids pretos’ que visava matar Lula, Alckmin e Moraes? Veja


PF prendeu nesta terça-feira, 19, general e ‘kids pretos’ que planejaram golpe com assassinato de Lula, Geraldo Alckmin e Alexandre de Moraes

Por Rayanderson Guerra
Atualização:

RIO – A Polícia Federal prendeu nesta terça-feira, 19, um general reformado, ex-integrante do governo Jair Bolsonaro (PL), três “kids pretos” e um policial federal por supostamente planejarem um golpe de Estado para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e “restringir o livre exercício do Poder Judiciário”. De acordo com a investigação, os militares e o agente da PF integram um dos cinco núcleos da organização criminosa que se reuniu para atacar opositores de Bolsonaro, o processo eleitoral, as vacinas e as medidas sanitárias durante a pandemia de covid-19, para utilizar a estrutura do Estado em benefício próprio e para tentar golpear o Estado brasileiro.

Os “kids pretos” Hélio Ferreira Lima, Rafael Martins de Oliveira e Rodrigo Bezerra de Azevedo, sob o comando do general reformado Mário Fernandes, ex-secretário-executivo da Presidência da República no governo Bolsonaro e ex-assessor do ex-ministro e deputado federal Eduardo Pazuello (PL-RJ), e com o suporte do policial federal Wladimir Matos Soares aturam no núcleo operacional do plano golpista, segundo a PF. O Estadão tenta contato com as defesas dos alvos da operação.

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Segundo as investigações, “esse núcleo de atuação se utilizou de elevado nível de conhecimento técnico-militar para planejar, coordenar e executar ações ilícitas, as quais envolviam, inclusive, o monitoramento do ministro Alexandre de Moraes”, do Supremo Tribunal Federal (STF).

“As ações operacionais identificadas tinham como finalidade assegurar a prisão da referida autoridade (Moraes), caso o golpe de Estado se consumasse, ou, de maneira alternativa, a sua execução. Com planejamento, coordenação e execução típicos de uma operação militar especial, as ações demonstram um detalhado plano de atuação que envolve técnicas de anonimização, monitoramento clandestino e emprego ilícito de recursos públicos”, diz a Polícia Federal no relatório que embasou a prisão dos militares e do agente.

Mário Fernandes

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Mário Fernandes, secretário-executivo da Secretaria-Geral na gestão Bolsonaro Foto: Eduardo Menezesz/Secretaria-Geral PR

O general de brigada da reserva Mário Fernandes, que atuou como chefe substituto da Secretaria-Geral da Presidência da República durante a gestão de Jair Bolsonaro, é citado no relatório como um dos “militares mais radicais” do núcleo militar da organização criminosa.

Segundo a PF, Mário Fernandes era um dos integrantes do núcleo de oficiais de alta patente com influência sobre os demais núcleos da organização criminosa. Utilizando-se da alta patente militar, o núcleo agiu para influenciar, incitar e endossar ações e medidas a serem adotadas para consumação do golpe de Estado.

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O general teria promovido ações de planejamento, coordenação e execução de atos antidemocráticos, “inclusive com registros de frequência ao acampamento montado nas adjacências do QG do Exército, em Brasília, e, até mesmo, de relação direta com manifestantes radicais que atuaram no período pós-eleições de 2022″.

Ele teria sido responsável ainda por elaborar um detalhado planejamento operacional que tinha como objetivo executar o ministro Alexandre de Moraes e os então candidatos eleitos Luiz Inácio Lula da Silva e Geraldo Alckmin.

Hélio Ferreira Lima, Mário Fernandes, Rafael Martins de Oliveira e Rodrigo Bezerra de Azevedo, militares alvo da Operação Contragolpe Foto: Polícia Federal
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Hélio Ferreira Lima

Tenente-coronel do Exército, Hélio Ferreira Lima tem formação em Forças Especiais, os chamados “kids pretos”. Segundo a PF, Ferreira Lima é integrante de dois núcleos da organização criminosa: desinformação e ataques ao sistema eleitoral e núcleo operacional de apoio às ações golpistas.

Dados obtidos pela Polícia Federal nos aparelhos celulares do militar, apreendidos em fevereiro deste ano na Operação Tempus Veritatis, indicam que ele teria monitorado o ministro Alexandre de Moraes, entre os dias 21 e 23 de novembro de 2023, após participar de uma reunião cerca de dez dias antes, no dia 12 de novembro de 2022, menos de dois meses até a posse de Lula, na casa do ex-ministro Walter Braga Netto, general da reserva do Exército, em Brasília.

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Na reunião teriam sido definidas as necessidades iniciais de logística e orçamento de gastos para as ações clandestinas com o emprego de militares com formação em forças especiais na tentativa de golpe de Estado.

Segundo a PF, o militar mantinha em seus arquivos “uma planilha detalhada que condensa informações acerca de um planejamento estratégico do golpe de Estado”. “Conforme os elementos de prova apresentados, fica evidente que uma das finalidades da organização criminosa era neutralizar o ministro Alexandre de Moraes”, diz o relatório.

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“O conteúdo apresentado evidencia que o documento identificado trata-se de um planejamento estratégico que tinha como objetivo final um golpe de Estado, visando anular o pleito presidencial de 2022, com fundamento na falsa narrativa disseminada pela organização criminosa de vulnerabilidade e fraude no sistema eletrônico de votação, com o objetivo de manter o então presidente da República, Jair Bolsonaro, no poder. Para isso, as ações ainda suprimiriam o livre exercício da cúpula do Poder Judiciário, mediante a prisão de ministros do STF e de agentes públicos que cumprissem suas ordens judiciais”, diz a PF.

Rafael Martins de Oliveira

O major do Exército Rafael Martins de Oliveira, militar com formação em Forças Especiais, os “kids pretos”, se reuniu com Hélio Ferreira Lima, Mauro Cid e Braga Netto na casa do ex-ministro Walter Braga Netto no dia 12 de novembro de 2022.

Uma troca de mensagens entre Martins e Mauro Cid após a reunião na casa de Braga Netto indica que o major do Exército ficou responsável por orçar os gastos de alimentação, alocação e material das pessoas envolvidas no plano, “para possivelmente viabilizar as ações clandestinas que seriam executadas durante os meses de novembro e dezembro de 2022″.

Segundo a apuração, ele teria atuado, com outros militares, no financiamento e direcionamento das manifestações golpistas em curso naquele momento. O militar ainda teria participado do monitoramento de Alexandre de Moraes, em Brasília, em novembro daquele ano.

Rodrigo Bezerra de Azevedo

Major de Infantaria, Rodrigo Bezerra servia no Comando de Operações Especiais do Exército. Segundo a PF, o militar era um dos integrantes da organização criminosa mais próximo do major Rafael Martins de Oliveira.

Mensagens obtidas pela PF mostram que o militar teria participado de “ações com emprego de técnicas militares com formação em Forças Especiais do Exército para propiciar a consumação do golpe de Estado em execução pelos integrantes da organização criminosa ora investigada”.

Wladimir Matos Soares

Agente da Polícia Federal, Wladimir Matos Soares atuou como auxiliar do núcleo vinculado à tentativa de golpe de Estado. O policial teria fornecido, segundo a PF, informações relativas à segurança do então candidato eleito Luiz Inácio Lula da Silva.

Mensagens obtidas pela PF indicam ainda que policial teria se colocado à disposição para atuar no golpe de Estado, “demonstrando aderência subjetiva à ruptura institucional, que estava em execução naquele momento”.

“Eu e minha equipe estamos com todo equipamento pronto para ir ajudar a defender o Palácio e o presidente. Basta a canetada sair!”, afirmou Wladimir em mensagem enviada a Sérgio Rocha Cordeiro, então assessor especial de Jair Bolsonaro na Presidência.

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RIO – A Polícia Federal prendeu nesta terça-feira, 19, um general reformado, ex-integrante do governo Jair Bolsonaro (PL), três “kids pretos” e um policial federal por supostamente planejarem um golpe de Estado para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e “restringir o livre exercício do Poder Judiciário”. De acordo com a investigação, os militares e o agente da PF integram um dos cinco núcleos da organização criminosa que se reuniu para atacar opositores de Bolsonaro, o processo eleitoral, as vacinas e as medidas sanitárias durante a pandemia de covid-19, para utilizar a estrutura do Estado em benefício próprio e para tentar golpear o Estado brasileiro.

Os “kids pretos” Hélio Ferreira Lima, Rafael Martins de Oliveira e Rodrigo Bezerra de Azevedo, sob o comando do general reformado Mário Fernandes, ex-secretário-executivo da Presidência da República no governo Bolsonaro e ex-assessor do ex-ministro e deputado federal Eduardo Pazuello (PL-RJ), e com o suporte do policial federal Wladimir Matos Soares aturam no núcleo operacional do plano golpista, segundo a PF. O Estadão tenta contato com as defesas dos alvos da operação.

Segundo as investigações, “esse núcleo de atuação se utilizou de elevado nível de conhecimento técnico-militar para planejar, coordenar e executar ações ilícitas, as quais envolviam, inclusive, o monitoramento do ministro Alexandre de Moraes”, do Supremo Tribunal Federal (STF).

“As ações operacionais identificadas tinham como finalidade assegurar a prisão da referida autoridade (Moraes), caso o golpe de Estado se consumasse, ou, de maneira alternativa, a sua execução. Com planejamento, coordenação e execução típicos de uma operação militar especial, as ações demonstram um detalhado plano de atuação que envolve técnicas de anonimização, monitoramento clandestino e emprego ilícito de recursos públicos”, diz a Polícia Federal no relatório que embasou a prisão dos militares e do agente.

Mário Fernandes

Mário Fernandes, secretário-executivo da Secretaria-Geral na gestão Bolsonaro Foto: Eduardo Menezesz/Secretaria-Geral PR

O general de brigada da reserva Mário Fernandes, que atuou como chefe substituto da Secretaria-Geral da Presidência da República durante a gestão de Jair Bolsonaro, é citado no relatório como um dos “militares mais radicais” do núcleo militar da organização criminosa.

Segundo a PF, Mário Fernandes era um dos integrantes do núcleo de oficiais de alta patente com influência sobre os demais núcleos da organização criminosa. Utilizando-se da alta patente militar, o núcleo agiu para influenciar, incitar e endossar ações e medidas a serem adotadas para consumação do golpe de Estado.

O general teria promovido ações de planejamento, coordenação e execução de atos antidemocráticos, “inclusive com registros de frequência ao acampamento montado nas adjacências do QG do Exército, em Brasília, e, até mesmo, de relação direta com manifestantes radicais que atuaram no período pós-eleições de 2022″.

Ele teria sido responsável ainda por elaborar um detalhado planejamento operacional que tinha como objetivo executar o ministro Alexandre de Moraes e os então candidatos eleitos Luiz Inácio Lula da Silva e Geraldo Alckmin.

Hélio Ferreira Lima, Mário Fernandes, Rafael Martins de Oliveira e Rodrigo Bezerra de Azevedo, militares alvo da Operação Contragolpe Foto: Polícia Federal

Hélio Ferreira Lima

Tenente-coronel do Exército, Hélio Ferreira Lima tem formação em Forças Especiais, os chamados “kids pretos”. Segundo a PF, Ferreira Lima é integrante de dois núcleos da organização criminosa: desinformação e ataques ao sistema eleitoral e núcleo operacional de apoio às ações golpistas.

Dados obtidos pela Polícia Federal nos aparelhos celulares do militar, apreendidos em fevereiro deste ano na Operação Tempus Veritatis, indicam que ele teria monitorado o ministro Alexandre de Moraes, entre os dias 21 e 23 de novembro de 2023, após participar de uma reunião cerca de dez dias antes, no dia 12 de novembro de 2022, menos de dois meses até a posse de Lula, na casa do ex-ministro Walter Braga Netto, general da reserva do Exército, em Brasília.

Na reunião teriam sido definidas as necessidades iniciais de logística e orçamento de gastos para as ações clandestinas com o emprego de militares com formação em forças especiais na tentativa de golpe de Estado.

Segundo a PF, o militar mantinha em seus arquivos “uma planilha detalhada que condensa informações acerca de um planejamento estratégico do golpe de Estado”. “Conforme os elementos de prova apresentados, fica evidente que uma das finalidades da organização criminosa era neutralizar o ministro Alexandre de Moraes”, diz o relatório.

“O conteúdo apresentado evidencia que o documento identificado trata-se de um planejamento estratégico que tinha como objetivo final um golpe de Estado, visando anular o pleito presidencial de 2022, com fundamento na falsa narrativa disseminada pela organização criminosa de vulnerabilidade e fraude no sistema eletrônico de votação, com o objetivo de manter o então presidente da República, Jair Bolsonaro, no poder. Para isso, as ações ainda suprimiriam o livre exercício da cúpula do Poder Judiciário, mediante a prisão de ministros do STF e de agentes públicos que cumprissem suas ordens judiciais”, diz a PF.

Rafael Martins de Oliveira

O major do Exército Rafael Martins de Oliveira, militar com formação em Forças Especiais, os “kids pretos”, se reuniu com Hélio Ferreira Lima, Mauro Cid e Braga Netto na casa do ex-ministro Walter Braga Netto no dia 12 de novembro de 2022.

Uma troca de mensagens entre Martins e Mauro Cid após a reunião na casa de Braga Netto indica que o major do Exército ficou responsável por orçar os gastos de alimentação, alocação e material das pessoas envolvidas no plano, “para possivelmente viabilizar as ações clandestinas que seriam executadas durante os meses de novembro e dezembro de 2022″.

Segundo a apuração, ele teria atuado, com outros militares, no financiamento e direcionamento das manifestações golpistas em curso naquele momento. O militar ainda teria participado do monitoramento de Alexandre de Moraes, em Brasília, em novembro daquele ano.

Rodrigo Bezerra de Azevedo

Major de Infantaria, Rodrigo Bezerra servia no Comando de Operações Especiais do Exército. Segundo a PF, o militar era um dos integrantes da organização criminosa mais próximo do major Rafael Martins de Oliveira.

Mensagens obtidas pela PF mostram que o militar teria participado de “ações com emprego de técnicas militares com formação em Forças Especiais do Exército para propiciar a consumação do golpe de Estado em execução pelos integrantes da organização criminosa ora investigada”.

Wladimir Matos Soares

Agente da Polícia Federal, Wladimir Matos Soares atuou como auxiliar do núcleo vinculado à tentativa de golpe de Estado. O policial teria fornecido, segundo a PF, informações relativas à segurança do então candidato eleito Luiz Inácio Lula da Silva.

Mensagens obtidas pela PF indicam ainda que policial teria se colocado à disposição para atuar no golpe de Estado, “demonstrando aderência subjetiva à ruptura institucional, que estava em execução naquele momento”.

“Eu e minha equipe estamos com todo equipamento pronto para ir ajudar a defender o Palácio e o presidente. Basta a canetada sair!”, afirmou Wladimir em mensagem enviada a Sérgio Rocha Cordeiro, então assessor especial de Jair Bolsonaro na Presidência.

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RIO – A Polícia Federal prendeu nesta terça-feira, 19, um general reformado, ex-integrante do governo Jair Bolsonaro (PL), três “kids pretos” e um policial federal por supostamente planejarem um golpe de Estado para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e “restringir o livre exercício do Poder Judiciário”. De acordo com a investigação, os militares e o agente da PF integram um dos cinco núcleos da organização criminosa que se reuniu para atacar opositores de Bolsonaro, o processo eleitoral, as vacinas e as medidas sanitárias durante a pandemia de covid-19, para utilizar a estrutura do Estado em benefício próprio e para tentar golpear o Estado brasileiro.

Os “kids pretos” Hélio Ferreira Lima, Rafael Martins de Oliveira e Rodrigo Bezerra de Azevedo, sob o comando do general reformado Mário Fernandes, ex-secretário-executivo da Presidência da República no governo Bolsonaro e ex-assessor do ex-ministro e deputado federal Eduardo Pazuello (PL-RJ), e com o suporte do policial federal Wladimir Matos Soares aturam no núcleo operacional do plano golpista, segundo a PF. O Estadão tenta contato com as defesas dos alvos da operação.

Segundo as investigações, “esse núcleo de atuação se utilizou de elevado nível de conhecimento técnico-militar para planejar, coordenar e executar ações ilícitas, as quais envolviam, inclusive, o monitoramento do ministro Alexandre de Moraes”, do Supremo Tribunal Federal (STF).

“As ações operacionais identificadas tinham como finalidade assegurar a prisão da referida autoridade (Moraes), caso o golpe de Estado se consumasse, ou, de maneira alternativa, a sua execução. Com planejamento, coordenação e execução típicos de uma operação militar especial, as ações demonstram um detalhado plano de atuação que envolve técnicas de anonimização, monitoramento clandestino e emprego ilícito de recursos públicos”, diz a Polícia Federal no relatório que embasou a prisão dos militares e do agente.

Mário Fernandes

Mário Fernandes, secretário-executivo da Secretaria-Geral na gestão Bolsonaro Foto: Eduardo Menezesz/Secretaria-Geral PR

O general de brigada da reserva Mário Fernandes, que atuou como chefe substituto da Secretaria-Geral da Presidência da República durante a gestão de Jair Bolsonaro, é citado no relatório como um dos “militares mais radicais” do núcleo militar da organização criminosa.

Segundo a PF, Mário Fernandes era um dos integrantes do núcleo de oficiais de alta patente com influência sobre os demais núcleos da organização criminosa. Utilizando-se da alta patente militar, o núcleo agiu para influenciar, incitar e endossar ações e medidas a serem adotadas para consumação do golpe de Estado.

O general teria promovido ações de planejamento, coordenação e execução de atos antidemocráticos, “inclusive com registros de frequência ao acampamento montado nas adjacências do QG do Exército, em Brasília, e, até mesmo, de relação direta com manifestantes radicais que atuaram no período pós-eleições de 2022″.

Ele teria sido responsável ainda por elaborar um detalhado planejamento operacional que tinha como objetivo executar o ministro Alexandre de Moraes e os então candidatos eleitos Luiz Inácio Lula da Silva e Geraldo Alckmin.

Hélio Ferreira Lima, Mário Fernandes, Rafael Martins de Oliveira e Rodrigo Bezerra de Azevedo, militares alvo da Operação Contragolpe Foto: Polícia Federal

Hélio Ferreira Lima

Tenente-coronel do Exército, Hélio Ferreira Lima tem formação em Forças Especiais, os chamados “kids pretos”. Segundo a PF, Ferreira Lima é integrante de dois núcleos da organização criminosa: desinformação e ataques ao sistema eleitoral e núcleo operacional de apoio às ações golpistas.

Dados obtidos pela Polícia Federal nos aparelhos celulares do militar, apreendidos em fevereiro deste ano na Operação Tempus Veritatis, indicam que ele teria monitorado o ministro Alexandre de Moraes, entre os dias 21 e 23 de novembro de 2023, após participar de uma reunião cerca de dez dias antes, no dia 12 de novembro de 2022, menos de dois meses até a posse de Lula, na casa do ex-ministro Walter Braga Netto, general da reserva do Exército, em Brasília.

Na reunião teriam sido definidas as necessidades iniciais de logística e orçamento de gastos para as ações clandestinas com o emprego de militares com formação em forças especiais na tentativa de golpe de Estado.

Segundo a PF, o militar mantinha em seus arquivos “uma planilha detalhada que condensa informações acerca de um planejamento estratégico do golpe de Estado”. “Conforme os elementos de prova apresentados, fica evidente que uma das finalidades da organização criminosa era neutralizar o ministro Alexandre de Moraes”, diz o relatório.

“O conteúdo apresentado evidencia que o documento identificado trata-se de um planejamento estratégico que tinha como objetivo final um golpe de Estado, visando anular o pleito presidencial de 2022, com fundamento na falsa narrativa disseminada pela organização criminosa de vulnerabilidade e fraude no sistema eletrônico de votação, com o objetivo de manter o então presidente da República, Jair Bolsonaro, no poder. Para isso, as ações ainda suprimiriam o livre exercício da cúpula do Poder Judiciário, mediante a prisão de ministros do STF e de agentes públicos que cumprissem suas ordens judiciais”, diz a PF.

Rafael Martins de Oliveira

O major do Exército Rafael Martins de Oliveira, militar com formação em Forças Especiais, os “kids pretos”, se reuniu com Hélio Ferreira Lima, Mauro Cid e Braga Netto na casa do ex-ministro Walter Braga Netto no dia 12 de novembro de 2022.

Uma troca de mensagens entre Martins e Mauro Cid após a reunião na casa de Braga Netto indica que o major do Exército ficou responsável por orçar os gastos de alimentação, alocação e material das pessoas envolvidas no plano, “para possivelmente viabilizar as ações clandestinas que seriam executadas durante os meses de novembro e dezembro de 2022″.

Segundo a apuração, ele teria atuado, com outros militares, no financiamento e direcionamento das manifestações golpistas em curso naquele momento. O militar ainda teria participado do monitoramento de Alexandre de Moraes, em Brasília, em novembro daquele ano.

Rodrigo Bezerra de Azevedo

Major de Infantaria, Rodrigo Bezerra servia no Comando de Operações Especiais do Exército. Segundo a PF, o militar era um dos integrantes da organização criminosa mais próximo do major Rafael Martins de Oliveira.

Mensagens obtidas pela PF mostram que o militar teria participado de “ações com emprego de técnicas militares com formação em Forças Especiais do Exército para propiciar a consumação do golpe de Estado em execução pelos integrantes da organização criminosa ora investigada”.

Wladimir Matos Soares

Agente da Polícia Federal, Wladimir Matos Soares atuou como auxiliar do núcleo vinculado à tentativa de golpe de Estado. O policial teria fornecido, segundo a PF, informações relativas à segurança do então candidato eleito Luiz Inácio Lula da Silva.

Mensagens obtidas pela PF indicam ainda que policial teria se colocado à disposição para atuar no golpe de Estado, “demonstrando aderência subjetiva à ruptura institucional, que estava em execução naquele momento”.

“Eu e minha equipe estamos com todo equipamento pronto para ir ajudar a defender o Palácio e o presidente. Basta a canetada sair!”, afirmou Wladimir em mensagem enviada a Sérgio Rocha Cordeiro, então assessor especial de Jair Bolsonaro na Presidência.

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