Quem é o premiê da Hungria, país em cuja embaixada Bolsonaro passou duas noites após operação da PF


Viktor Orbán está no poder da Hungria desde 2010 e é um dos maiores expoentes da direita na Europa, adotando uma retórica anti União Europeia e contra a união LGBTQIA+

Por Gabriel de Sousa e Tácio Lorran
Atualização:

BRASÍLIA - O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) passou dois dias na Embaixada da Hungria após ter o passaporte apreendido pela Polícia Federal (PF). O jornal The New York Times (NYT) mostrou vídeos de Bolsonaro no prédio. Segundo o NYT, a estadia seria uma estratégia de Bolsonaro para tentar escapar de punições da Justiça brasileira, recorrendo ao país comandado pelo premiê Viktor Orbán, seu aliado de primeira hora.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (à esquerda) junto ao premiê húngaro Viktor Orbán (à direita)  Foto: Alan Santos/PR

Viktor Orbán e Bolsonaro se tornaram próximos desde que o ex-presidente tomou posse no Executivo em 2019. No início daquele ano, após um encontro em Brasília, o primeiro-ministro húngaro disse que o Brasil viveria a “mais alta definição da democracia cristã moderna”.

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Em 2022, quando Bolsonaro foi à Hungria, ele cobriu Orbán de afagos. “Acredito no Orbán, que trato como irmão, dadas as afinidades que temos”, disse Bolsonaro. O próximo encontro dos dois ocorreu em dezembro do ano passado, quando foram à posse do presidente da Argentina, Javier Milei. Na ocasião, o húngaro chamou Bolsonaro de “meu bom amigo”.

Orbán, que possui 60 anos, é um dos maiores expoentes da direita na Europa e, assim como Bolsonaro, construiu a sua popularidade com declarações sobre pautas conservadoras e o questionamento do funcionamento de instituições democráticas.

Ele esteve no comando húngaro em 18 dos últimos 30 anos, governando a Hungria entre 1998 e 2002 e estando no poder desde 2010. Orbán também lidera o partido conservador Fidesz, que defende uma postura centralizadora, anti-imigração e uma retórica anti União Europeia, à qual o país é membro desde 2004.

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O premiê húngaro começou a se destacar no campo da direita décadas antes de chegar ao poder. Em um discurso feito em 1989, ele fez críticas duras ao comunismo e à então União Soviética, que mantinha tropas no país. “Se nos armarmos com os instrumentos necessários, poderemos pôr fim à ditadura comunista e assegurarmos a retirada imediata das tropas soviéticas”.

Ao contrário de outros países que sofreram com guinadas autoritárias, a transformação promovida por Orbán não foi marcada pela prisão de dissidentes.

Em dezembro de 2020, o parlamento da Hungria aprovou uma lei que impede casais do mesmo sexo de adotarem crianças, proposta defendida por Orbán. Junto à norma, uma mudança na Constituição colocou que a “mãe é uma mulher e o pai é um homem”. Também no regime do premiê, o casamento gay foi proibido.

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Em 2022, Orbán defendeu publicamente a reeleição de Bolsonaro. Em uma gravação, disse que já havia encontrado muitos líderes, mas que havia visto poucos “tão excepcionais” como o ex-presidente.

Bolsonaro passou dois dias na embaixada da Hungria após ser alvo da PF

Segundo o NYT, a estadia de Bolsonaro na Embaixada da Hungria sugere que Bolsonaro estava tentando “alavancar a sua amizade” com Orbán para escapar de punições da Justiça brasileira. A reportagem, contudo, não chega a detalhar algum plano concreto de fuga de Bolsonaro.

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Se a Justiça expedisse um mandado de prisão preventiva contra Bolsonaro, com o presidente hospedado em uma embaixada internacional, a decisão judicial não poderia ser feita porque os consulados são considerados territórios dos países de origem.

Em nota, a defesa do ex-presidente disse que ele passou dois dias hospedado no prédio, mas negou que que a estadia se deu por busca de um asilo político. Segundo os representantes do ex-presidente, a presença na embaixada se resumiu em “manter contatos com autoridades do país” e atualizar os representantes húngaros sobre o “cenário político das duas nações”.

Em 8 de fevereiro, quatro dias antes de Bolsonaro entrar na Embaixada da Hungria, Bolsonaro teve o passaporte apreendido após a deflagração da Operação Tempus Veritatis. O ex-presidente, ex-ministros, militares de alta patente e ex-assessores da Presidência são investigados por uma tentativa de golpe de Estado.

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No dia em que Bolsonaro foi alvo da operação, Orbán defendeu o aliado publicamente.”Um patriota honesto. Continue lutando, senhor presidente”, escreveu o premiê húngaro no X (antigo Twitter).

BRASÍLIA - O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) passou dois dias na Embaixada da Hungria após ter o passaporte apreendido pela Polícia Federal (PF). O jornal The New York Times (NYT) mostrou vídeos de Bolsonaro no prédio. Segundo o NYT, a estadia seria uma estratégia de Bolsonaro para tentar escapar de punições da Justiça brasileira, recorrendo ao país comandado pelo premiê Viktor Orbán, seu aliado de primeira hora.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (à esquerda) junto ao premiê húngaro Viktor Orbán (à direita)  Foto: Alan Santos/PR

Viktor Orbán e Bolsonaro se tornaram próximos desde que o ex-presidente tomou posse no Executivo em 2019. No início daquele ano, após um encontro em Brasília, o primeiro-ministro húngaro disse que o Brasil viveria a “mais alta definição da democracia cristã moderna”.

Em 2022, quando Bolsonaro foi à Hungria, ele cobriu Orbán de afagos. “Acredito no Orbán, que trato como irmão, dadas as afinidades que temos”, disse Bolsonaro. O próximo encontro dos dois ocorreu em dezembro do ano passado, quando foram à posse do presidente da Argentina, Javier Milei. Na ocasião, o húngaro chamou Bolsonaro de “meu bom amigo”.

Orbán, que possui 60 anos, é um dos maiores expoentes da direita na Europa e, assim como Bolsonaro, construiu a sua popularidade com declarações sobre pautas conservadoras e o questionamento do funcionamento de instituições democráticas.

Ele esteve no comando húngaro em 18 dos últimos 30 anos, governando a Hungria entre 1998 e 2002 e estando no poder desde 2010. Orbán também lidera o partido conservador Fidesz, que defende uma postura centralizadora, anti-imigração e uma retórica anti União Europeia, à qual o país é membro desde 2004.

O premiê húngaro começou a se destacar no campo da direita décadas antes de chegar ao poder. Em um discurso feito em 1989, ele fez críticas duras ao comunismo e à então União Soviética, que mantinha tropas no país. “Se nos armarmos com os instrumentos necessários, poderemos pôr fim à ditadura comunista e assegurarmos a retirada imediata das tropas soviéticas”.

Ao contrário de outros países que sofreram com guinadas autoritárias, a transformação promovida por Orbán não foi marcada pela prisão de dissidentes.

Em dezembro de 2020, o parlamento da Hungria aprovou uma lei que impede casais do mesmo sexo de adotarem crianças, proposta defendida por Orbán. Junto à norma, uma mudança na Constituição colocou que a “mãe é uma mulher e o pai é um homem”. Também no regime do premiê, o casamento gay foi proibido.

Em 2022, Orbán defendeu publicamente a reeleição de Bolsonaro. Em uma gravação, disse que já havia encontrado muitos líderes, mas que havia visto poucos “tão excepcionais” como o ex-presidente.

Bolsonaro passou dois dias na embaixada da Hungria após ser alvo da PF

Segundo o NYT, a estadia de Bolsonaro na Embaixada da Hungria sugere que Bolsonaro estava tentando “alavancar a sua amizade” com Orbán para escapar de punições da Justiça brasileira. A reportagem, contudo, não chega a detalhar algum plano concreto de fuga de Bolsonaro.

Se a Justiça expedisse um mandado de prisão preventiva contra Bolsonaro, com o presidente hospedado em uma embaixada internacional, a decisão judicial não poderia ser feita porque os consulados são considerados territórios dos países de origem.

Em nota, a defesa do ex-presidente disse que ele passou dois dias hospedado no prédio, mas negou que que a estadia se deu por busca de um asilo político. Segundo os representantes do ex-presidente, a presença na embaixada se resumiu em “manter contatos com autoridades do país” e atualizar os representantes húngaros sobre o “cenário político das duas nações”.

Em 8 de fevereiro, quatro dias antes de Bolsonaro entrar na Embaixada da Hungria, Bolsonaro teve o passaporte apreendido após a deflagração da Operação Tempus Veritatis. O ex-presidente, ex-ministros, militares de alta patente e ex-assessores da Presidência são investigados por uma tentativa de golpe de Estado.

No dia em que Bolsonaro foi alvo da operação, Orbán defendeu o aliado publicamente.”Um patriota honesto. Continue lutando, senhor presidente”, escreveu o premiê húngaro no X (antigo Twitter).

BRASÍLIA - O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) passou dois dias na Embaixada da Hungria após ter o passaporte apreendido pela Polícia Federal (PF). O jornal The New York Times (NYT) mostrou vídeos de Bolsonaro no prédio. Segundo o NYT, a estadia seria uma estratégia de Bolsonaro para tentar escapar de punições da Justiça brasileira, recorrendo ao país comandado pelo premiê Viktor Orbán, seu aliado de primeira hora.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (à esquerda) junto ao premiê húngaro Viktor Orbán (à direita)  Foto: Alan Santos/PR

Viktor Orbán e Bolsonaro se tornaram próximos desde que o ex-presidente tomou posse no Executivo em 2019. No início daquele ano, após um encontro em Brasília, o primeiro-ministro húngaro disse que o Brasil viveria a “mais alta definição da democracia cristã moderna”.

Em 2022, quando Bolsonaro foi à Hungria, ele cobriu Orbán de afagos. “Acredito no Orbán, que trato como irmão, dadas as afinidades que temos”, disse Bolsonaro. O próximo encontro dos dois ocorreu em dezembro do ano passado, quando foram à posse do presidente da Argentina, Javier Milei. Na ocasião, o húngaro chamou Bolsonaro de “meu bom amigo”.

Orbán, que possui 60 anos, é um dos maiores expoentes da direita na Europa e, assim como Bolsonaro, construiu a sua popularidade com declarações sobre pautas conservadoras e o questionamento do funcionamento de instituições democráticas.

Ele esteve no comando húngaro em 18 dos últimos 30 anos, governando a Hungria entre 1998 e 2002 e estando no poder desde 2010. Orbán também lidera o partido conservador Fidesz, que defende uma postura centralizadora, anti-imigração e uma retórica anti União Europeia, à qual o país é membro desde 2004.

O premiê húngaro começou a se destacar no campo da direita décadas antes de chegar ao poder. Em um discurso feito em 1989, ele fez críticas duras ao comunismo e à então União Soviética, que mantinha tropas no país. “Se nos armarmos com os instrumentos necessários, poderemos pôr fim à ditadura comunista e assegurarmos a retirada imediata das tropas soviéticas”.

Ao contrário de outros países que sofreram com guinadas autoritárias, a transformação promovida por Orbán não foi marcada pela prisão de dissidentes.

Em dezembro de 2020, o parlamento da Hungria aprovou uma lei que impede casais do mesmo sexo de adotarem crianças, proposta defendida por Orbán. Junto à norma, uma mudança na Constituição colocou que a “mãe é uma mulher e o pai é um homem”. Também no regime do premiê, o casamento gay foi proibido.

Em 2022, Orbán defendeu publicamente a reeleição de Bolsonaro. Em uma gravação, disse que já havia encontrado muitos líderes, mas que havia visto poucos “tão excepcionais” como o ex-presidente.

Bolsonaro passou dois dias na embaixada da Hungria após ser alvo da PF

Segundo o NYT, a estadia de Bolsonaro na Embaixada da Hungria sugere que Bolsonaro estava tentando “alavancar a sua amizade” com Orbán para escapar de punições da Justiça brasileira. A reportagem, contudo, não chega a detalhar algum plano concreto de fuga de Bolsonaro.

Se a Justiça expedisse um mandado de prisão preventiva contra Bolsonaro, com o presidente hospedado em uma embaixada internacional, a decisão judicial não poderia ser feita porque os consulados são considerados territórios dos países de origem.

Em nota, a defesa do ex-presidente disse que ele passou dois dias hospedado no prédio, mas negou que que a estadia se deu por busca de um asilo político. Segundo os representantes do ex-presidente, a presença na embaixada se resumiu em “manter contatos com autoridades do país” e atualizar os representantes húngaros sobre o “cenário político das duas nações”.

Em 8 de fevereiro, quatro dias antes de Bolsonaro entrar na Embaixada da Hungria, Bolsonaro teve o passaporte apreendido após a deflagração da Operação Tempus Veritatis. O ex-presidente, ex-ministros, militares de alta patente e ex-assessores da Presidência são investigados por uma tentativa de golpe de Estado.

No dia em que Bolsonaro foi alvo da operação, Orbán defendeu o aliado publicamente.”Um patriota honesto. Continue lutando, senhor presidente”, escreveu o premiê húngaro no X (antigo Twitter).

BRASÍLIA - O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) passou dois dias na Embaixada da Hungria após ter o passaporte apreendido pela Polícia Federal (PF). O jornal The New York Times (NYT) mostrou vídeos de Bolsonaro no prédio. Segundo o NYT, a estadia seria uma estratégia de Bolsonaro para tentar escapar de punições da Justiça brasileira, recorrendo ao país comandado pelo premiê Viktor Orbán, seu aliado de primeira hora.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (à esquerda) junto ao premiê húngaro Viktor Orbán (à direita)  Foto: Alan Santos/PR

Viktor Orbán e Bolsonaro se tornaram próximos desde que o ex-presidente tomou posse no Executivo em 2019. No início daquele ano, após um encontro em Brasília, o primeiro-ministro húngaro disse que o Brasil viveria a “mais alta definição da democracia cristã moderna”.

Em 2022, quando Bolsonaro foi à Hungria, ele cobriu Orbán de afagos. “Acredito no Orbán, que trato como irmão, dadas as afinidades que temos”, disse Bolsonaro. O próximo encontro dos dois ocorreu em dezembro do ano passado, quando foram à posse do presidente da Argentina, Javier Milei. Na ocasião, o húngaro chamou Bolsonaro de “meu bom amigo”.

Orbán, que possui 60 anos, é um dos maiores expoentes da direita na Europa e, assim como Bolsonaro, construiu a sua popularidade com declarações sobre pautas conservadoras e o questionamento do funcionamento de instituições democráticas.

Ele esteve no comando húngaro em 18 dos últimos 30 anos, governando a Hungria entre 1998 e 2002 e estando no poder desde 2010. Orbán também lidera o partido conservador Fidesz, que defende uma postura centralizadora, anti-imigração e uma retórica anti União Europeia, à qual o país é membro desde 2004.

O premiê húngaro começou a se destacar no campo da direita décadas antes de chegar ao poder. Em um discurso feito em 1989, ele fez críticas duras ao comunismo e à então União Soviética, que mantinha tropas no país. “Se nos armarmos com os instrumentos necessários, poderemos pôr fim à ditadura comunista e assegurarmos a retirada imediata das tropas soviéticas”.

Ao contrário de outros países que sofreram com guinadas autoritárias, a transformação promovida por Orbán não foi marcada pela prisão de dissidentes.

Em dezembro de 2020, o parlamento da Hungria aprovou uma lei que impede casais do mesmo sexo de adotarem crianças, proposta defendida por Orbán. Junto à norma, uma mudança na Constituição colocou que a “mãe é uma mulher e o pai é um homem”. Também no regime do premiê, o casamento gay foi proibido.

Em 2022, Orbán defendeu publicamente a reeleição de Bolsonaro. Em uma gravação, disse que já havia encontrado muitos líderes, mas que havia visto poucos “tão excepcionais” como o ex-presidente.

Bolsonaro passou dois dias na embaixada da Hungria após ser alvo da PF

Segundo o NYT, a estadia de Bolsonaro na Embaixada da Hungria sugere que Bolsonaro estava tentando “alavancar a sua amizade” com Orbán para escapar de punições da Justiça brasileira. A reportagem, contudo, não chega a detalhar algum plano concreto de fuga de Bolsonaro.

Se a Justiça expedisse um mandado de prisão preventiva contra Bolsonaro, com o presidente hospedado em uma embaixada internacional, a decisão judicial não poderia ser feita porque os consulados são considerados territórios dos países de origem.

Em nota, a defesa do ex-presidente disse que ele passou dois dias hospedado no prédio, mas negou que que a estadia se deu por busca de um asilo político. Segundo os representantes do ex-presidente, a presença na embaixada se resumiu em “manter contatos com autoridades do país” e atualizar os representantes húngaros sobre o “cenário político das duas nações”.

Em 8 de fevereiro, quatro dias antes de Bolsonaro entrar na Embaixada da Hungria, Bolsonaro teve o passaporte apreendido após a deflagração da Operação Tempus Veritatis. O ex-presidente, ex-ministros, militares de alta patente e ex-assessores da Presidência são investigados por uma tentativa de golpe de Estado.

No dia em que Bolsonaro foi alvo da operação, Orbán defendeu o aliado publicamente.”Um patriota honesto. Continue lutando, senhor presidente”, escreveu o premiê húngaro no X (antigo Twitter).

BRASÍLIA - O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) passou dois dias na Embaixada da Hungria após ter o passaporte apreendido pela Polícia Federal (PF). O jornal The New York Times (NYT) mostrou vídeos de Bolsonaro no prédio. Segundo o NYT, a estadia seria uma estratégia de Bolsonaro para tentar escapar de punições da Justiça brasileira, recorrendo ao país comandado pelo premiê Viktor Orbán, seu aliado de primeira hora.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (à esquerda) junto ao premiê húngaro Viktor Orbán (à direita)  Foto: Alan Santos/PR

Viktor Orbán e Bolsonaro se tornaram próximos desde que o ex-presidente tomou posse no Executivo em 2019. No início daquele ano, após um encontro em Brasília, o primeiro-ministro húngaro disse que o Brasil viveria a “mais alta definição da democracia cristã moderna”.

Em 2022, quando Bolsonaro foi à Hungria, ele cobriu Orbán de afagos. “Acredito no Orbán, que trato como irmão, dadas as afinidades que temos”, disse Bolsonaro. O próximo encontro dos dois ocorreu em dezembro do ano passado, quando foram à posse do presidente da Argentina, Javier Milei. Na ocasião, o húngaro chamou Bolsonaro de “meu bom amigo”.

Orbán, que possui 60 anos, é um dos maiores expoentes da direita na Europa e, assim como Bolsonaro, construiu a sua popularidade com declarações sobre pautas conservadoras e o questionamento do funcionamento de instituições democráticas.

Ele esteve no comando húngaro em 18 dos últimos 30 anos, governando a Hungria entre 1998 e 2002 e estando no poder desde 2010. Orbán também lidera o partido conservador Fidesz, que defende uma postura centralizadora, anti-imigração e uma retórica anti União Europeia, à qual o país é membro desde 2004.

O premiê húngaro começou a se destacar no campo da direita décadas antes de chegar ao poder. Em um discurso feito em 1989, ele fez críticas duras ao comunismo e à então União Soviética, que mantinha tropas no país. “Se nos armarmos com os instrumentos necessários, poderemos pôr fim à ditadura comunista e assegurarmos a retirada imediata das tropas soviéticas”.

Ao contrário de outros países que sofreram com guinadas autoritárias, a transformação promovida por Orbán não foi marcada pela prisão de dissidentes.

Em dezembro de 2020, o parlamento da Hungria aprovou uma lei que impede casais do mesmo sexo de adotarem crianças, proposta defendida por Orbán. Junto à norma, uma mudança na Constituição colocou que a “mãe é uma mulher e o pai é um homem”. Também no regime do premiê, o casamento gay foi proibido.

Em 2022, Orbán defendeu publicamente a reeleição de Bolsonaro. Em uma gravação, disse que já havia encontrado muitos líderes, mas que havia visto poucos “tão excepcionais” como o ex-presidente.

Bolsonaro passou dois dias na embaixada da Hungria após ser alvo da PF

Segundo o NYT, a estadia de Bolsonaro na Embaixada da Hungria sugere que Bolsonaro estava tentando “alavancar a sua amizade” com Orbán para escapar de punições da Justiça brasileira. A reportagem, contudo, não chega a detalhar algum plano concreto de fuga de Bolsonaro.

Se a Justiça expedisse um mandado de prisão preventiva contra Bolsonaro, com o presidente hospedado em uma embaixada internacional, a decisão judicial não poderia ser feita porque os consulados são considerados territórios dos países de origem.

Em nota, a defesa do ex-presidente disse que ele passou dois dias hospedado no prédio, mas negou que que a estadia se deu por busca de um asilo político. Segundo os representantes do ex-presidente, a presença na embaixada se resumiu em “manter contatos com autoridades do país” e atualizar os representantes húngaros sobre o “cenário político das duas nações”.

Em 8 de fevereiro, quatro dias antes de Bolsonaro entrar na Embaixada da Hungria, Bolsonaro teve o passaporte apreendido após a deflagração da Operação Tempus Veritatis. O ex-presidente, ex-ministros, militares de alta patente e ex-assessores da Presidência são investigados por uma tentativa de golpe de Estado.

No dia em que Bolsonaro foi alvo da operação, Orbán defendeu o aliado publicamente.”Um patriota honesto. Continue lutando, senhor presidente”, escreveu o premiê húngaro no X (antigo Twitter).

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