Fuad Noman (PSD) foi reeleito prefeito de Belo Horizonte neste domingo (27), derrotando Bruno Engler (PL) em uma disputa acirrada. Bruno foi o candidato mais votado no primeiro turno, com 34% dos votos válidos na ocasião. A virada foi prevista pelas pesquisas de intenção de voto, que já apontavam o atual prefeito na liderança.
Ele está à frente da prefeitura da capital mineira desde 2022, quando Alexandre Kalil se ausentou do cargo para disputar o governo do Estado – pleito no qual o governador Romeu Zema venceu logo no primeiro turno, com 56,18%, contra 35,08% de Kalil.
Distanciado da polarização entre Lula e Bolsonaro, o prefeito viu sua reeleição ameaçada tanto pela ascensão de Engler como a do deputado estadual Mauro Tramonte (Republicanos).
Tramonte aparecia como favorito nas primeiras pesquisas eleitorais. Foi apoiado por Alexandre Kalil, que se afastou de Fuad após a derrota para Zema em 2024 e até deixou o PSD. Foi nesse movimento que assumiu a campanha de Tramonte, opondo-se ao antigo vice.
A movimentação, atípica, uniu rivais. Isso porque Romeu Zema (Novo) também apoiou a candidatura de Tramonte, garantindo um dobradinha que parecia imbatível, com os dois principais ex-candidatos ao governo de Minas Gerais concorrendo a seu auxílio.
Quem é Fuad Noman?
Fuad Jorge Noman Filho é economista formado pelo Centro de Ensino Unificado de Brasília. Foi funcionário de carreira do Banco Central e depois trabalhou no Tesouro Nacional. Em 1996, assumiu cargo de Secretário-Executivo da Casa Civil do governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), do partido ao qual era filiado. Foi também consultor do Fundo Monetário Internacional para o governo de Cabo Verde. Em 2017, saiu do PSDB, migrando para o PSD em 2020.
Fuad é de ascendência síria. Nascido em 1947, comemorou 77 anos em junho. Torcedor e Conselheiro Benemérito do Clube Atlético Mineiro, é casado com Mônica Drummond, sendo pai de dois filhos e avô de quatro netos.
Escritor, já assinou dois romances ficcionais: O Amargo e o Doce (2017, editora Quixote+Do) e Cobiça (2020, editora Ramalhete). O último foi motivo de polêmica durante as eleições, em especial na reta final, ao ser evocado durante o último debate eleitoral pelo adversário, Engler, como livro “pornográfico” e incentivador da “pedofilia”.
O romance narra a história de uma mulher que viaja ao interior de Minas Gerais e se reconecta com memórias antigas. Fuad entrou na Justiça alegando que o livro foi tirado de contexto, e recebeu decisão favorável do juiz Adriano Zocche, da 331ª Vara Eleitoral de Belo Horizonte.