Quem venceu a eleição no Nordeste? Lula ou Bolsonaro? Veja resultados nas capitais da região


Houve definição no segundo turno em quatro das nove principais cidades

Por Levy Teles

BRASÍLIA – A eleição municipal nas capitais da Região Nordeste terminou com União vencendo três prefeituras, o PL com duas e o PP, PSD, PT e PSB com uma prefeitura cada. Como saldo final, nem o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e nem o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foram os grandes vitoriosos do pleito na região.

O bloco conhecido como Centrão (União, PP e PSD), ganhador em cinco das nove prefeituras em jogo, sai com a vantagem.

Rivais no plano nacional, os partidos de Lula (PT) e Jair Bolsonaro (PL) aumentaram o número de filiados antes das eleições municipais de 2024. Foto: Wilton Junior/Estadão
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Todos os principais nomes do bolsonarismo que tentaram disputar nas capitais nordestinas saíram derrotados. Isso aconteceu com o deputado federal André Fernandes (PL-CE), em Fortaleza; com o ex-ministro da Saúde Marcelo Queiroga em João Pessoa e com o ex-ministro do Turismo Gilson Machado, em Recife.

Há um contraste sobre o papel de Lula e de Bolsonaro nessas cidades. Isso porque apesar de fazer tímidas aparições no primeiro turno, Lula foi ativo na segunda rodada, com aparições em Fortaleza e Natal. Bolsonaro do outro lado, acabou escanteado seja pelos candidatos do Centrão, seja pelos próprios vencedores do PL.

Emília Corrêa (PL) venceu em Aracaju no segundo turno contra Luiz Roberto (PDT) com facilidade e optou por esconder o ex-presidente. Bolsonaro ainda tem alta rejeição no Nordeste – única das cinco regiões brasileiras em que ele perdeu para Lula no segundo turno, em 2022.

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Já o prefeito reeleito, João Henrique Caldas (PL) teve uma vitória confortável e praticamente não precisou centrar esforços durante a campanha. Com isso, Bolsonaro não foi um ativo político explorado.

Fortaleza é o caso mais claro da omissão a Bolsonaro no Nordeste. André Fernandes (PL), derrotado por pouco mais de 10 mil votos na disputa com Evandro Leitão (PT), apoiado por Lula, apostou em criar uma imagem de “paz e amor”. Bolsonaro só foi à capital cearense em agosto.

Os candidatos vencedores do Centrão ou enfrentaram candidatos apoiados por Lula e Bolsonaro ou optaram por esconder o apoio de bolsonaristas ao seu pleito.

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Veja o resultado em cada uma das cidades:

Fortaleza

Em Fortaleza, Evandro Leitão venceu com 50,38% dos votos válidos ante 49,62% de André Fernandes, em uma eleição muito parelha. A capital cearense acabou como a principal aposta dos petistas e tinha as melhores chances de triunfo.

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O ministro da Educação, Camilo Santana, chegou a tirar férias para apoiar candidaturas petistas no Estado e para participar dos atos de Evandro. Reforçaram Camilo o líder do governo na Câmara dos Deputados, José Guimarães (PT-CE) e o governador do Ceará Elmano de Freitas (PT).

Fernandes tentou criar uma ideia mais moderada ao longo do segundo turno e contava principalmente com os apoios do ex-deputado federal Capitão Wagner (União) e do ex-prefeito de Fortaleza Roberto Claudio (PDT). O deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) foi o principal reforço mais à direita durante o pleito.

Ao longo do segundo turno, a campanha de Leitão tentou associar Fernandes à figura de Bolsonaro.

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Salvador

O prefeito de Salvador Bruno Reis não teve muitos problemas para garantir a reeleição neste ano. Ele venceu no primeiro turno com 78,67% dos votos válidos.

Bolsonaro não chegou a manifestar apoio a Reis, mas o diretório estadual do PL, chefiado pelo ex-aliado João Roma, apoiou o prefeito. O incumbente, porém, preferiu não se associar nem a Bolsonaro nem ao PL, escondido durante a campanha.

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O PT optou por não lançar um nome e resolveu apoiar o vice-governador da Bahia Geraldo Júnior (MDB) na disputa. O resultado foi um fiasco — Júnior terminou a eleição na terceira posição, com 10,33%, atrás de Kléber Rosa (PSOL), que teve 10,43%.

Ao longo da campanha, Rosa fez questão de falar que era a única candidatura de fato de esquerda em Salvador e lembrou que Júnior apoiou Bolsonaro na eleição presidencial de 2018.

Recife

Outra eleição sem nenhuma surpresa. O prefeito João Campos (PSB) garantiu mais quatro anos no cargo, com 78,11% dos votos válidos. O principal adversário dele na campanha foi o ex-ministro do Turismo do governo Bolsonaro, Gilson Machado (PL). Ele teve 13,9% dos votos.

A eleição por lá envolveu mais a boa avaliação da gestão do ex-prefeito — que pode tentar o governo do Estado, em 2026 — do que um apoio de Lula em si. Daniel Coelho (PSD, candidato apoiado pela governadora de Pernambuco, Raquel Lyra (PSDB), acabou como a surpresa negativa. Ele ficou na quarta posição, com 3,21% dos votos, atrás de Dani Portela (PSOL) que teve 3,78%.

Maceió

O prefeito João Henrique Caldas (PL), o JHC, também venceu confortavelmente no primeiro turno, com 83,25% dos votos válidos, mas Bolsonaro teve pouca relevância na vitória dele. A nível nacional, a rivalidade maior em Maceió envolvia o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e o senador Renan Calheiros (MDB-AL), rivais no Estado.

JHC, apoiado por Lira, não teve dificuldades de superar o deputado federal Rafael Brito (MDB-AL), apoiado por Renan, que teve 12,74% dos votos. O revés na capital era esperado para Renan, que compensou a derrota com o triunfo em maior parte das cidades do Estado.

João Pessoa

O prefeito Cícero Lucena (PP) garantiu a reeleição em João Pessoa com 63,91% dos votos válidos ante 36,09% do ex-ministro da Saúde do governo Bolsonaro Marcelo Queiroga (PL). Não é uma vitória lulista, ainda que petistas o tenham apoiado no segundo turno.

O PT viu seu candidato, o deputado estadual Luciano Cartaxo, ficar na quarta posição, com 11,77% dos votos, atrás do deputado federal Ruy Carneiro (Podemos-PB), com 16,71%.

Aracaju

Emília Corrêa (PL) foi o nome do partido de Bolsonaro e apoiada pelos principais bolsonaristas em Aracaju. O ex-presidente, porém, acabou ficando de lado durante toda a campanha, que centrou-se em “derrubar o sistemão”, centrado na figura do prefeito Edvaldo Nogueira (PDT) e seu candidato neste pleito, Luiz Roberto (PDT).

Corrêa venceu sem maiores dificuldades, com 57,46% dos votos válidos ante 42,57% de Roberto.

Natal

Natal foi uma das outras três capitais (Fortaleza, Cuiabá e Porto Alegre) em que o PT conseguiu chegar ao segundo turno. A deputada federal Natália Bonavides (PT-CE) contou com à ida de Lula e de João Campos à cidade, mas os esforços acabaram não sendo suficientes.

Paulinho Freire (União) a venceu no segundo turno, com 55,34% dos votos válidos ante 44,66% de Bonavides. Freire teve o apoio tímido de Bolsonaro. O ex-presidente foi a Natal apenas em agosto.

Teresina

Em Teresina, Silvio Mendes (União) venceu no primeiro turno por pouco (52,19% dos votos válidos). Fábio Novo (PT) foi a principal ameaça. Ele teve 43,26% dos votos. O senador Ciro Nogueira (PP-AL), aliado de Bolsonaro, foi o principal fiador da candidatura de Mendes, que contou com o apoio discreto de Bolsonaro.

O próprio Nogueira já disse publicamente que havia dificuldade em se nacionalizar a disputa eleitoral na capital piauiense.

São Luís

São Luís tem o caso mais curioso entre as capitais do Nordeste porque PT e PL apoiaram o mesmo candidato, o deputado federal Duarte Jr. (PSB-MA). Mesmo com a ampla coalizão formada, ele não teve chance contra o prefeito Eduardo Braide (PSD). Foram 70,12% dos votos válidos para Braide contra 22,56% de Duarte.

O que possibilitou a aliança que unisse o PT e o PL tem a ver com a formação do PL no Estado. A sigla por lá é comandada por deputados federais que são aliados do governo. Esse grupo gera incômodos entre a majoritária ala bolsonarista na Câmara.

Na cidade, Bolsonaro decidiu apoiar o deputado estadual Dr. Yglésio (PRTB) e chegou a ir para São Luís na reta final para participar de um ato de campanha de Yglésio. O endosso não serviu de muito, já que ele teve apenas 3,18% dos votos.

BRASÍLIA – A eleição municipal nas capitais da Região Nordeste terminou com União vencendo três prefeituras, o PL com duas e o PP, PSD, PT e PSB com uma prefeitura cada. Como saldo final, nem o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e nem o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foram os grandes vitoriosos do pleito na região.

O bloco conhecido como Centrão (União, PP e PSD), ganhador em cinco das nove prefeituras em jogo, sai com a vantagem.

Rivais no plano nacional, os partidos de Lula (PT) e Jair Bolsonaro (PL) aumentaram o número de filiados antes das eleições municipais de 2024. Foto: Wilton Junior/Estadão

Todos os principais nomes do bolsonarismo que tentaram disputar nas capitais nordestinas saíram derrotados. Isso aconteceu com o deputado federal André Fernandes (PL-CE), em Fortaleza; com o ex-ministro da Saúde Marcelo Queiroga em João Pessoa e com o ex-ministro do Turismo Gilson Machado, em Recife.

Há um contraste sobre o papel de Lula e de Bolsonaro nessas cidades. Isso porque apesar de fazer tímidas aparições no primeiro turno, Lula foi ativo na segunda rodada, com aparições em Fortaleza e Natal. Bolsonaro do outro lado, acabou escanteado seja pelos candidatos do Centrão, seja pelos próprios vencedores do PL.

Emília Corrêa (PL) venceu em Aracaju no segundo turno contra Luiz Roberto (PDT) com facilidade e optou por esconder o ex-presidente. Bolsonaro ainda tem alta rejeição no Nordeste – única das cinco regiões brasileiras em que ele perdeu para Lula no segundo turno, em 2022.

Já o prefeito reeleito, João Henrique Caldas (PL) teve uma vitória confortável e praticamente não precisou centrar esforços durante a campanha. Com isso, Bolsonaro não foi um ativo político explorado.

Fortaleza é o caso mais claro da omissão a Bolsonaro no Nordeste. André Fernandes (PL), derrotado por pouco mais de 10 mil votos na disputa com Evandro Leitão (PT), apoiado por Lula, apostou em criar uma imagem de “paz e amor”. Bolsonaro só foi à capital cearense em agosto.

Os candidatos vencedores do Centrão ou enfrentaram candidatos apoiados por Lula e Bolsonaro ou optaram por esconder o apoio de bolsonaristas ao seu pleito.

Veja o resultado em cada uma das cidades:

Fortaleza

Em Fortaleza, Evandro Leitão venceu com 50,38% dos votos válidos ante 49,62% de André Fernandes, em uma eleição muito parelha. A capital cearense acabou como a principal aposta dos petistas e tinha as melhores chances de triunfo.

O ministro da Educação, Camilo Santana, chegou a tirar férias para apoiar candidaturas petistas no Estado e para participar dos atos de Evandro. Reforçaram Camilo o líder do governo na Câmara dos Deputados, José Guimarães (PT-CE) e o governador do Ceará Elmano de Freitas (PT).

Fernandes tentou criar uma ideia mais moderada ao longo do segundo turno e contava principalmente com os apoios do ex-deputado federal Capitão Wagner (União) e do ex-prefeito de Fortaleza Roberto Claudio (PDT). O deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) foi o principal reforço mais à direita durante o pleito.

Ao longo do segundo turno, a campanha de Leitão tentou associar Fernandes à figura de Bolsonaro.

Salvador

O prefeito de Salvador Bruno Reis não teve muitos problemas para garantir a reeleição neste ano. Ele venceu no primeiro turno com 78,67% dos votos válidos.

Bolsonaro não chegou a manifestar apoio a Reis, mas o diretório estadual do PL, chefiado pelo ex-aliado João Roma, apoiou o prefeito. O incumbente, porém, preferiu não se associar nem a Bolsonaro nem ao PL, escondido durante a campanha.

O PT optou por não lançar um nome e resolveu apoiar o vice-governador da Bahia Geraldo Júnior (MDB) na disputa. O resultado foi um fiasco — Júnior terminou a eleição na terceira posição, com 10,33%, atrás de Kléber Rosa (PSOL), que teve 10,43%.

Ao longo da campanha, Rosa fez questão de falar que era a única candidatura de fato de esquerda em Salvador e lembrou que Júnior apoiou Bolsonaro na eleição presidencial de 2018.

Recife

Outra eleição sem nenhuma surpresa. O prefeito João Campos (PSB) garantiu mais quatro anos no cargo, com 78,11% dos votos válidos. O principal adversário dele na campanha foi o ex-ministro do Turismo do governo Bolsonaro, Gilson Machado (PL). Ele teve 13,9% dos votos.

A eleição por lá envolveu mais a boa avaliação da gestão do ex-prefeito — que pode tentar o governo do Estado, em 2026 — do que um apoio de Lula em si. Daniel Coelho (PSD, candidato apoiado pela governadora de Pernambuco, Raquel Lyra (PSDB), acabou como a surpresa negativa. Ele ficou na quarta posição, com 3,21% dos votos, atrás de Dani Portela (PSOL) que teve 3,78%.

Maceió

O prefeito João Henrique Caldas (PL), o JHC, também venceu confortavelmente no primeiro turno, com 83,25% dos votos válidos, mas Bolsonaro teve pouca relevância na vitória dele. A nível nacional, a rivalidade maior em Maceió envolvia o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e o senador Renan Calheiros (MDB-AL), rivais no Estado.

JHC, apoiado por Lira, não teve dificuldades de superar o deputado federal Rafael Brito (MDB-AL), apoiado por Renan, que teve 12,74% dos votos. O revés na capital era esperado para Renan, que compensou a derrota com o triunfo em maior parte das cidades do Estado.

João Pessoa

O prefeito Cícero Lucena (PP) garantiu a reeleição em João Pessoa com 63,91% dos votos válidos ante 36,09% do ex-ministro da Saúde do governo Bolsonaro Marcelo Queiroga (PL). Não é uma vitória lulista, ainda que petistas o tenham apoiado no segundo turno.

O PT viu seu candidato, o deputado estadual Luciano Cartaxo, ficar na quarta posição, com 11,77% dos votos, atrás do deputado federal Ruy Carneiro (Podemos-PB), com 16,71%.

Aracaju

Emília Corrêa (PL) foi o nome do partido de Bolsonaro e apoiada pelos principais bolsonaristas em Aracaju. O ex-presidente, porém, acabou ficando de lado durante toda a campanha, que centrou-se em “derrubar o sistemão”, centrado na figura do prefeito Edvaldo Nogueira (PDT) e seu candidato neste pleito, Luiz Roberto (PDT).

Corrêa venceu sem maiores dificuldades, com 57,46% dos votos válidos ante 42,57% de Roberto.

Natal

Natal foi uma das outras três capitais (Fortaleza, Cuiabá e Porto Alegre) em que o PT conseguiu chegar ao segundo turno. A deputada federal Natália Bonavides (PT-CE) contou com à ida de Lula e de João Campos à cidade, mas os esforços acabaram não sendo suficientes.

Paulinho Freire (União) a venceu no segundo turno, com 55,34% dos votos válidos ante 44,66% de Bonavides. Freire teve o apoio tímido de Bolsonaro. O ex-presidente foi a Natal apenas em agosto.

Teresina

Em Teresina, Silvio Mendes (União) venceu no primeiro turno por pouco (52,19% dos votos válidos). Fábio Novo (PT) foi a principal ameaça. Ele teve 43,26% dos votos. O senador Ciro Nogueira (PP-AL), aliado de Bolsonaro, foi o principal fiador da candidatura de Mendes, que contou com o apoio discreto de Bolsonaro.

O próprio Nogueira já disse publicamente que havia dificuldade em se nacionalizar a disputa eleitoral na capital piauiense.

São Luís

São Luís tem o caso mais curioso entre as capitais do Nordeste porque PT e PL apoiaram o mesmo candidato, o deputado federal Duarte Jr. (PSB-MA). Mesmo com a ampla coalizão formada, ele não teve chance contra o prefeito Eduardo Braide (PSD). Foram 70,12% dos votos válidos para Braide contra 22,56% de Duarte.

O que possibilitou a aliança que unisse o PT e o PL tem a ver com a formação do PL no Estado. A sigla por lá é comandada por deputados federais que são aliados do governo. Esse grupo gera incômodos entre a majoritária ala bolsonarista na Câmara.

Na cidade, Bolsonaro decidiu apoiar o deputado estadual Dr. Yglésio (PRTB) e chegou a ir para São Luís na reta final para participar de um ato de campanha de Yglésio. O endosso não serviu de muito, já que ele teve apenas 3,18% dos votos.

BRASÍLIA – A eleição municipal nas capitais da Região Nordeste terminou com União vencendo três prefeituras, o PL com duas e o PP, PSD, PT e PSB com uma prefeitura cada. Como saldo final, nem o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e nem o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foram os grandes vitoriosos do pleito na região.

O bloco conhecido como Centrão (União, PP e PSD), ganhador em cinco das nove prefeituras em jogo, sai com a vantagem.

Rivais no plano nacional, os partidos de Lula (PT) e Jair Bolsonaro (PL) aumentaram o número de filiados antes das eleições municipais de 2024. Foto: Wilton Junior/Estadão

Todos os principais nomes do bolsonarismo que tentaram disputar nas capitais nordestinas saíram derrotados. Isso aconteceu com o deputado federal André Fernandes (PL-CE), em Fortaleza; com o ex-ministro da Saúde Marcelo Queiroga em João Pessoa e com o ex-ministro do Turismo Gilson Machado, em Recife.

Há um contraste sobre o papel de Lula e de Bolsonaro nessas cidades. Isso porque apesar de fazer tímidas aparições no primeiro turno, Lula foi ativo na segunda rodada, com aparições em Fortaleza e Natal. Bolsonaro do outro lado, acabou escanteado seja pelos candidatos do Centrão, seja pelos próprios vencedores do PL.

Emília Corrêa (PL) venceu em Aracaju no segundo turno contra Luiz Roberto (PDT) com facilidade e optou por esconder o ex-presidente. Bolsonaro ainda tem alta rejeição no Nordeste – única das cinco regiões brasileiras em que ele perdeu para Lula no segundo turno, em 2022.

Já o prefeito reeleito, João Henrique Caldas (PL) teve uma vitória confortável e praticamente não precisou centrar esforços durante a campanha. Com isso, Bolsonaro não foi um ativo político explorado.

Fortaleza é o caso mais claro da omissão a Bolsonaro no Nordeste. André Fernandes (PL), derrotado por pouco mais de 10 mil votos na disputa com Evandro Leitão (PT), apoiado por Lula, apostou em criar uma imagem de “paz e amor”. Bolsonaro só foi à capital cearense em agosto.

Os candidatos vencedores do Centrão ou enfrentaram candidatos apoiados por Lula e Bolsonaro ou optaram por esconder o apoio de bolsonaristas ao seu pleito.

Veja o resultado em cada uma das cidades:

Fortaleza

Em Fortaleza, Evandro Leitão venceu com 50,38% dos votos válidos ante 49,62% de André Fernandes, em uma eleição muito parelha. A capital cearense acabou como a principal aposta dos petistas e tinha as melhores chances de triunfo.

O ministro da Educação, Camilo Santana, chegou a tirar férias para apoiar candidaturas petistas no Estado e para participar dos atos de Evandro. Reforçaram Camilo o líder do governo na Câmara dos Deputados, José Guimarães (PT-CE) e o governador do Ceará Elmano de Freitas (PT).

Fernandes tentou criar uma ideia mais moderada ao longo do segundo turno e contava principalmente com os apoios do ex-deputado federal Capitão Wagner (União) e do ex-prefeito de Fortaleza Roberto Claudio (PDT). O deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) foi o principal reforço mais à direita durante o pleito.

Ao longo do segundo turno, a campanha de Leitão tentou associar Fernandes à figura de Bolsonaro.

Salvador

O prefeito de Salvador Bruno Reis não teve muitos problemas para garantir a reeleição neste ano. Ele venceu no primeiro turno com 78,67% dos votos válidos.

Bolsonaro não chegou a manifestar apoio a Reis, mas o diretório estadual do PL, chefiado pelo ex-aliado João Roma, apoiou o prefeito. O incumbente, porém, preferiu não se associar nem a Bolsonaro nem ao PL, escondido durante a campanha.

O PT optou por não lançar um nome e resolveu apoiar o vice-governador da Bahia Geraldo Júnior (MDB) na disputa. O resultado foi um fiasco — Júnior terminou a eleição na terceira posição, com 10,33%, atrás de Kléber Rosa (PSOL), que teve 10,43%.

Ao longo da campanha, Rosa fez questão de falar que era a única candidatura de fato de esquerda em Salvador e lembrou que Júnior apoiou Bolsonaro na eleição presidencial de 2018.

Recife

Outra eleição sem nenhuma surpresa. O prefeito João Campos (PSB) garantiu mais quatro anos no cargo, com 78,11% dos votos válidos. O principal adversário dele na campanha foi o ex-ministro do Turismo do governo Bolsonaro, Gilson Machado (PL). Ele teve 13,9% dos votos.

A eleição por lá envolveu mais a boa avaliação da gestão do ex-prefeito — que pode tentar o governo do Estado, em 2026 — do que um apoio de Lula em si. Daniel Coelho (PSD, candidato apoiado pela governadora de Pernambuco, Raquel Lyra (PSDB), acabou como a surpresa negativa. Ele ficou na quarta posição, com 3,21% dos votos, atrás de Dani Portela (PSOL) que teve 3,78%.

Maceió

O prefeito João Henrique Caldas (PL), o JHC, também venceu confortavelmente no primeiro turno, com 83,25% dos votos válidos, mas Bolsonaro teve pouca relevância na vitória dele. A nível nacional, a rivalidade maior em Maceió envolvia o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e o senador Renan Calheiros (MDB-AL), rivais no Estado.

JHC, apoiado por Lira, não teve dificuldades de superar o deputado federal Rafael Brito (MDB-AL), apoiado por Renan, que teve 12,74% dos votos. O revés na capital era esperado para Renan, que compensou a derrota com o triunfo em maior parte das cidades do Estado.

João Pessoa

O prefeito Cícero Lucena (PP) garantiu a reeleição em João Pessoa com 63,91% dos votos válidos ante 36,09% do ex-ministro da Saúde do governo Bolsonaro Marcelo Queiroga (PL). Não é uma vitória lulista, ainda que petistas o tenham apoiado no segundo turno.

O PT viu seu candidato, o deputado estadual Luciano Cartaxo, ficar na quarta posição, com 11,77% dos votos, atrás do deputado federal Ruy Carneiro (Podemos-PB), com 16,71%.

Aracaju

Emília Corrêa (PL) foi o nome do partido de Bolsonaro e apoiada pelos principais bolsonaristas em Aracaju. O ex-presidente, porém, acabou ficando de lado durante toda a campanha, que centrou-se em “derrubar o sistemão”, centrado na figura do prefeito Edvaldo Nogueira (PDT) e seu candidato neste pleito, Luiz Roberto (PDT).

Corrêa venceu sem maiores dificuldades, com 57,46% dos votos válidos ante 42,57% de Roberto.

Natal

Natal foi uma das outras três capitais (Fortaleza, Cuiabá e Porto Alegre) em que o PT conseguiu chegar ao segundo turno. A deputada federal Natália Bonavides (PT-CE) contou com à ida de Lula e de João Campos à cidade, mas os esforços acabaram não sendo suficientes.

Paulinho Freire (União) a venceu no segundo turno, com 55,34% dos votos válidos ante 44,66% de Bonavides. Freire teve o apoio tímido de Bolsonaro. O ex-presidente foi a Natal apenas em agosto.

Teresina

Em Teresina, Silvio Mendes (União) venceu no primeiro turno por pouco (52,19% dos votos válidos). Fábio Novo (PT) foi a principal ameaça. Ele teve 43,26% dos votos. O senador Ciro Nogueira (PP-AL), aliado de Bolsonaro, foi o principal fiador da candidatura de Mendes, que contou com o apoio discreto de Bolsonaro.

O próprio Nogueira já disse publicamente que havia dificuldade em se nacionalizar a disputa eleitoral na capital piauiense.

São Luís

São Luís tem o caso mais curioso entre as capitais do Nordeste porque PT e PL apoiaram o mesmo candidato, o deputado federal Duarte Jr. (PSB-MA). Mesmo com a ampla coalizão formada, ele não teve chance contra o prefeito Eduardo Braide (PSD). Foram 70,12% dos votos válidos para Braide contra 22,56% de Duarte.

O que possibilitou a aliança que unisse o PT e o PL tem a ver com a formação do PL no Estado. A sigla por lá é comandada por deputados federais que são aliados do governo. Esse grupo gera incômodos entre a majoritária ala bolsonarista na Câmara.

Na cidade, Bolsonaro decidiu apoiar o deputado estadual Dr. Yglésio (PRTB) e chegou a ir para São Luís na reta final para participar de um ato de campanha de Yglésio. O endosso não serviu de muito, já que ele teve apenas 3,18% dos votos.

BRASÍLIA – A eleição municipal nas capitais da Região Nordeste terminou com União vencendo três prefeituras, o PL com duas e o PP, PSD, PT e PSB com uma prefeitura cada. Como saldo final, nem o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e nem o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foram os grandes vitoriosos do pleito na região.

O bloco conhecido como Centrão (União, PP e PSD), ganhador em cinco das nove prefeituras em jogo, sai com a vantagem.

Rivais no plano nacional, os partidos de Lula (PT) e Jair Bolsonaro (PL) aumentaram o número de filiados antes das eleições municipais de 2024. Foto: Wilton Junior/Estadão

Todos os principais nomes do bolsonarismo que tentaram disputar nas capitais nordestinas saíram derrotados. Isso aconteceu com o deputado federal André Fernandes (PL-CE), em Fortaleza; com o ex-ministro da Saúde Marcelo Queiroga em João Pessoa e com o ex-ministro do Turismo Gilson Machado, em Recife.

Há um contraste sobre o papel de Lula e de Bolsonaro nessas cidades. Isso porque apesar de fazer tímidas aparições no primeiro turno, Lula foi ativo na segunda rodada, com aparições em Fortaleza e Natal. Bolsonaro do outro lado, acabou escanteado seja pelos candidatos do Centrão, seja pelos próprios vencedores do PL.

Emília Corrêa (PL) venceu em Aracaju no segundo turno contra Luiz Roberto (PDT) com facilidade e optou por esconder o ex-presidente. Bolsonaro ainda tem alta rejeição no Nordeste – única das cinco regiões brasileiras em que ele perdeu para Lula no segundo turno, em 2022.

Já o prefeito reeleito, João Henrique Caldas (PL) teve uma vitória confortável e praticamente não precisou centrar esforços durante a campanha. Com isso, Bolsonaro não foi um ativo político explorado.

Fortaleza é o caso mais claro da omissão a Bolsonaro no Nordeste. André Fernandes (PL), derrotado por pouco mais de 10 mil votos na disputa com Evandro Leitão (PT), apoiado por Lula, apostou em criar uma imagem de “paz e amor”. Bolsonaro só foi à capital cearense em agosto.

Os candidatos vencedores do Centrão ou enfrentaram candidatos apoiados por Lula e Bolsonaro ou optaram por esconder o apoio de bolsonaristas ao seu pleito.

Veja o resultado em cada uma das cidades:

Fortaleza

Em Fortaleza, Evandro Leitão venceu com 50,38% dos votos válidos ante 49,62% de André Fernandes, em uma eleição muito parelha. A capital cearense acabou como a principal aposta dos petistas e tinha as melhores chances de triunfo.

O ministro da Educação, Camilo Santana, chegou a tirar férias para apoiar candidaturas petistas no Estado e para participar dos atos de Evandro. Reforçaram Camilo o líder do governo na Câmara dos Deputados, José Guimarães (PT-CE) e o governador do Ceará Elmano de Freitas (PT).

Fernandes tentou criar uma ideia mais moderada ao longo do segundo turno e contava principalmente com os apoios do ex-deputado federal Capitão Wagner (União) e do ex-prefeito de Fortaleza Roberto Claudio (PDT). O deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) foi o principal reforço mais à direita durante o pleito.

Ao longo do segundo turno, a campanha de Leitão tentou associar Fernandes à figura de Bolsonaro.

Salvador

O prefeito de Salvador Bruno Reis não teve muitos problemas para garantir a reeleição neste ano. Ele venceu no primeiro turno com 78,67% dos votos válidos.

Bolsonaro não chegou a manifestar apoio a Reis, mas o diretório estadual do PL, chefiado pelo ex-aliado João Roma, apoiou o prefeito. O incumbente, porém, preferiu não se associar nem a Bolsonaro nem ao PL, escondido durante a campanha.

O PT optou por não lançar um nome e resolveu apoiar o vice-governador da Bahia Geraldo Júnior (MDB) na disputa. O resultado foi um fiasco — Júnior terminou a eleição na terceira posição, com 10,33%, atrás de Kléber Rosa (PSOL), que teve 10,43%.

Ao longo da campanha, Rosa fez questão de falar que era a única candidatura de fato de esquerda em Salvador e lembrou que Júnior apoiou Bolsonaro na eleição presidencial de 2018.

Recife

Outra eleição sem nenhuma surpresa. O prefeito João Campos (PSB) garantiu mais quatro anos no cargo, com 78,11% dos votos válidos. O principal adversário dele na campanha foi o ex-ministro do Turismo do governo Bolsonaro, Gilson Machado (PL). Ele teve 13,9% dos votos.

A eleição por lá envolveu mais a boa avaliação da gestão do ex-prefeito — que pode tentar o governo do Estado, em 2026 — do que um apoio de Lula em si. Daniel Coelho (PSD, candidato apoiado pela governadora de Pernambuco, Raquel Lyra (PSDB), acabou como a surpresa negativa. Ele ficou na quarta posição, com 3,21% dos votos, atrás de Dani Portela (PSOL) que teve 3,78%.

Maceió

O prefeito João Henrique Caldas (PL), o JHC, também venceu confortavelmente no primeiro turno, com 83,25% dos votos válidos, mas Bolsonaro teve pouca relevância na vitória dele. A nível nacional, a rivalidade maior em Maceió envolvia o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e o senador Renan Calheiros (MDB-AL), rivais no Estado.

JHC, apoiado por Lira, não teve dificuldades de superar o deputado federal Rafael Brito (MDB-AL), apoiado por Renan, que teve 12,74% dos votos. O revés na capital era esperado para Renan, que compensou a derrota com o triunfo em maior parte das cidades do Estado.

João Pessoa

O prefeito Cícero Lucena (PP) garantiu a reeleição em João Pessoa com 63,91% dos votos válidos ante 36,09% do ex-ministro da Saúde do governo Bolsonaro Marcelo Queiroga (PL). Não é uma vitória lulista, ainda que petistas o tenham apoiado no segundo turno.

O PT viu seu candidato, o deputado estadual Luciano Cartaxo, ficar na quarta posição, com 11,77% dos votos, atrás do deputado federal Ruy Carneiro (Podemos-PB), com 16,71%.

Aracaju

Emília Corrêa (PL) foi o nome do partido de Bolsonaro e apoiada pelos principais bolsonaristas em Aracaju. O ex-presidente, porém, acabou ficando de lado durante toda a campanha, que centrou-se em “derrubar o sistemão”, centrado na figura do prefeito Edvaldo Nogueira (PDT) e seu candidato neste pleito, Luiz Roberto (PDT).

Corrêa venceu sem maiores dificuldades, com 57,46% dos votos válidos ante 42,57% de Roberto.

Natal

Natal foi uma das outras três capitais (Fortaleza, Cuiabá e Porto Alegre) em que o PT conseguiu chegar ao segundo turno. A deputada federal Natália Bonavides (PT-CE) contou com à ida de Lula e de João Campos à cidade, mas os esforços acabaram não sendo suficientes.

Paulinho Freire (União) a venceu no segundo turno, com 55,34% dos votos válidos ante 44,66% de Bonavides. Freire teve o apoio tímido de Bolsonaro. O ex-presidente foi a Natal apenas em agosto.

Teresina

Em Teresina, Silvio Mendes (União) venceu no primeiro turno por pouco (52,19% dos votos válidos). Fábio Novo (PT) foi a principal ameaça. Ele teve 43,26% dos votos. O senador Ciro Nogueira (PP-AL), aliado de Bolsonaro, foi o principal fiador da candidatura de Mendes, que contou com o apoio discreto de Bolsonaro.

O próprio Nogueira já disse publicamente que havia dificuldade em se nacionalizar a disputa eleitoral na capital piauiense.

São Luís

São Luís tem o caso mais curioso entre as capitais do Nordeste porque PT e PL apoiaram o mesmo candidato, o deputado federal Duarte Jr. (PSB-MA). Mesmo com a ampla coalizão formada, ele não teve chance contra o prefeito Eduardo Braide (PSD). Foram 70,12% dos votos válidos para Braide contra 22,56% de Duarte.

O que possibilitou a aliança que unisse o PT e o PL tem a ver com a formação do PL no Estado. A sigla por lá é comandada por deputados federais que são aliados do governo. Esse grupo gera incômodos entre a majoritária ala bolsonarista na Câmara.

Na cidade, Bolsonaro decidiu apoiar o deputado estadual Dr. Yglésio (PRTB) e chegou a ir para São Luís na reta final para participar de um ato de campanha de Yglésio. O endosso não serviu de muito, já que ele teve apenas 3,18% dos votos.

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