Quem venceu o debate da Globo para a Prefeitura de SP? Veja a análise de colunistas do ‘Estadão’


Candidatos a prefeito na capital paulista participaram do último debate eleitoral antes do primeiro turno das eleições municipais

Por Redação
Atualização:

No último debate entre os candidatos à Prefeitura de São Paulo, os cinco concorrentes mais bem colocados debateram suas propostas na Globo na noite desta quinta-feira. Participaram do encontro o prefeito Ricardo Nunes (MDB), o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL), o influenciador Pablo Marçal (PRTB), a deputada federal Tabata Amaral (PSB) e o apresentador José Luiz Datena (PSDB). O debate foi morno, com poucos momentos mais tensos entre os candidatos e com menos ataques pessoais do que nas ocasiões anteriores em que se encontraram. Mas quem venceu o debate na Globo? Veja a opinião dos colunistas do Estadão:

Ricardo Corrêa: Debate na Globo é melhor para Boulos e Marçal, mas Nunes sobrevive; Tabata vai bem nas propostas

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No debate morno realizado na Globo entre os cinco candidatos mais bem colocados nas pesquisas de intenção de voto, os candidatos do PSOL, Guilherme Boulos, e do PRTB, Pablo Marçal, têm mais a comemorar. Eles parecem ter atingido mais os objetivos que tinham costurado para o encontro, visando a reta final da campanha, ainda que, no debate de propostas, seja Tabata Amaral a que mais se destacou mais uma vez. O prefeito Ricardo Nunes, que disputa palmo a palmo uma vaga no segundo turno com Boulos e Marçal, sobreviveu, apanhando menos do que em encontros anteriores. Mas também esteve apagado, nervoso e fez poucos acenos a um eleitorado que precisa conquistar: o bolsonarismo.

O ex-coach, por sua vez, traçou uma estratégia que pode ser mais eficaz. No momento de maior audiência na TV, ao falar para um público mais geral, adotou uma postura moderada, evitando elevar o tom de voz, mas sem deixar de fazer acenos à direita bolsonarista, em especial, aos evangélicos, ao fazer referência à bíblia na hora de citar Cid Moreira. Na segunda metade do debate porém, com menos gente assistindo, elevou o tom de modo a garantir os cortes que usará nas redes sociais para conquistar essa fatia do eleitorado.

Boulos também tinha uma estratégia costurada e recomendada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em uma live antes do início do debate. Trazer para o encontro a emoção que faltou à sua campanha. Mesmo a militância criticou muito a falta de um tom mais voltado ao coração do eleitor ao longo da campanha de rádio e TV e nas ruas. Lula pediu exatamente essa mudança a Boulos no debate, explorando que a maioria das pessoas é mais emoção do que razão.

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Veja a análise completa na coluna.

Francisco Leali: Boulos e Marçal podem ter marcado pontos para convencer o eleitor

Encerrado o último debate em que os candidatos à Prefeitura de São Paulo estiveram frente à frente a pergunta obrigatória é: quem venceu? O confronto entre os postulantes ao posto de chefe do Executivo municipal paulistano expôs diferenças e similaridades. Houve momentos de alianças improváveis em que Pablo Marçal se postou elogiando Tabata Amaral. Durou apenas o tempo de agradecer à candidata do PSB pelos ataques que fizeram a Guilherme Boulos.

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A mesma Tabata também serviu de ‘escada’ para o prefeito Ricardo Nunes, que também citou as menções que a deputada fizera ao adversário do PSOL. Do embate, dois candidatos parecem ter monopolizado o programa: Boulos e Marçal. Seja pelo estilo mais aguerrido dos dois, seja por terem ambos patrocinado os momentos de maior tensão. Em comum os dois querem convencer que o outro é uma ameaça a São Paulo e que eles mesmos são a salvação. Numa corrida eleitoral em que três nomes disputam o voto para chegar ao segundo turno, Boulos e Marçal podem ter marcado pontos para convencer o eleitor a colocar os dois na próxima rodada.

Monica Gugliano: Se for preciso encontrar um vencido, foi o prefeito Ricardo Nunes

“Se alguém pensou que este último debate poderia ajudar os eleitores indecisos a escolher um candidato, deve ter ficado profundamente decepcionado. O evento foi mais do mesmo. Um imenso despreparo, uma falta de conhecimento imenso. Triste.

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A diferença ficou por conta dos ataques que os debatedores conseguiram conter até quase o final do programa. Mas, como diz o ditado, quem sai aos seus amigos não degenera, à medida que o debate se aproximava do final, o caldo foi entornando e os ataques voltaram.

Não dá para dizer que houve vencedores. Mas se for preciso encontrar um vencido este foi o prefeito Ricardo Nunes (MDB). Foi quem mais apanhou e de todos os outros. É um alívio que - pelo menos até o segundo turno, que tudo indica acontecerá - saber que teremos um tempo de descanso.”

Roseann Kennedy: Nunes manteve, no debate, apenas relatos numéricos que não emocionam

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O candidato do PSOL, Guilherme Boulos, aproveitou o último debate do primeiro turno para reforçar sua parceria com a ex-prefeita Marta Suplicy. Ao longo da campanha, a petista ficou ausente na maior parte do tempo. Boulos depende da associação com Marta para se aproximar do eleitor de mais baixa renda, motivo pelo qual o psolista dedtaca os projetos desenvolvidos quando Marta era prefeita, como os CEUs.

Alvo de todos os adversários - inclusive quando a pergunta não era diretamente para ele - o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), adotou a estratégia de destacar números da sua gestão. Uma decisão arriscada. Ao longo da campanha, os estrategistas sempre defenderam que ele destacasse o que realizou na Prefeitura, porém com mais empolgação. Nunes manteve, no debate, apenas relatos numéricos que se perdem e não emocionam. Só arriscou mudar um pouco o tom para confrontar Pablo Marçal (PRTB) sobre uma promessa não cumprida de construir casas na África.

A candidata do PSB, Tabata Amaral, apontou mudanças de discursos de Guilherme Boulos ao longo dos anos e expõe que o candidato do PSOL foi moldado pelo marketing político para disputar as eleições. Um dos desafios da campanha de Boulos neste ano é justamente afastar a imagem de radical e apresentar uma versão tranquila do postulante. Com a abordagem, Tabata deixou claro que não está disposta a ceder à pressão para eventualmente apoiar Boulos e subir em seu palanque no 2° turno.

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No último debate entre os candidatos à Prefeitura de São Paulo, os cinco concorrentes mais bem colocados debateram suas propostas na Globo na noite desta quinta-feira. Participaram do encontro o prefeito Ricardo Nunes (MDB), o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL), o influenciador Pablo Marçal (PRTB), a deputada federal Tabata Amaral (PSB) e o apresentador José Luiz Datena (PSDB). O debate foi morno, com poucos momentos mais tensos entre os candidatos e com menos ataques pessoais do que nas ocasiões anteriores em que se encontraram. Mas quem venceu o debate na Globo? Veja a opinião dos colunistas do Estadão:

Ricardo Corrêa: Debate na Globo é melhor para Boulos e Marçal, mas Nunes sobrevive; Tabata vai bem nas propostas

No debate morno realizado na Globo entre os cinco candidatos mais bem colocados nas pesquisas de intenção de voto, os candidatos do PSOL, Guilherme Boulos, e do PRTB, Pablo Marçal, têm mais a comemorar. Eles parecem ter atingido mais os objetivos que tinham costurado para o encontro, visando a reta final da campanha, ainda que, no debate de propostas, seja Tabata Amaral a que mais se destacou mais uma vez. O prefeito Ricardo Nunes, que disputa palmo a palmo uma vaga no segundo turno com Boulos e Marçal, sobreviveu, apanhando menos do que em encontros anteriores. Mas também esteve apagado, nervoso e fez poucos acenos a um eleitorado que precisa conquistar: o bolsonarismo.

O ex-coach, por sua vez, traçou uma estratégia que pode ser mais eficaz. No momento de maior audiência na TV, ao falar para um público mais geral, adotou uma postura moderada, evitando elevar o tom de voz, mas sem deixar de fazer acenos à direita bolsonarista, em especial, aos evangélicos, ao fazer referência à bíblia na hora de citar Cid Moreira. Na segunda metade do debate porém, com menos gente assistindo, elevou o tom de modo a garantir os cortes que usará nas redes sociais para conquistar essa fatia do eleitorado.

Boulos também tinha uma estratégia costurada e recomendada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em uma live antes do início do debate. Trazer para o encontro a emoção que faltou à sua campanha. Mesmo a militância criticou muito a falta de um tom mais voltado ao coração do eleitor ao longo da campanha de rádio e TV e nas ruas. Lula pediu exatamente essa mudança a Boulos no debate, explorando que a maioria das pessoas é mais emoção do que razão.

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Francisco Leali: Boulos e Marçal podem ter marcado pontos para convencer o eleitor

Encerrado o último debate em que os candidatos à Prefeitura de São Paulo estiveram frente à frente a pergunta obrigatória é: quem venceu? O confronto entre os postulantes ao posto de chefe do Executivo municipal paulistano expôs diferenças e similaridades. Houve momentos de alianças improváveis em que Pablo Marçal se postou elogiando Tabata Amaral. Durou apenas o tempo de agradecer à candidata do PSB pelos ataques que fizeram a Guilherme Boulos.

A mesma Tabata também serviu de ‘escada’ para o prefeito Ricardo Nunes, que também citou as menções que a deputada fizera ao adversário do PSOL. Do embate, dois candidatos parecem ter monopolizado o programa: Boulos e Marçal. Seja pelo estilo mais aguerrido dos dois, seja por terem ambos patrocinado os momentos de maior tensão. Em comum os dois querem convencer que o outro é uma ameaça a São Paulo e que eles mesmos são a salvação. Numa corrida eleitoral em que três nomes disputam o voto para chegar ao segundo turno, Boulos e Marçal podem ter marcado pontos para convencer o eleitor a colocar os dois na próxima rodada.

Monica Gugliano: Se for preciso encontrar um vencido, foi o prefeito Ricardo Nunes

“Se alguém pensou que este último debate poderia ajudar os eleitores indecisos a escolher um candidato, deve ter ficado profundamente decepcionado. O evento foi mais do mesmo. Um imenso despreparo, uma falta de conhecimento imenso. Triste.

A diferença ficou por conta dos ataques que os debatedores conseguiram conter até quase o final do programa. Mas, como diz o ditado, quem sai aos seus amigos não degenera, à medida que o debate se aproximava do final, o caldo foi entornando e os ataques voltaram.

Não dá para dizer que houve vencedores. Mas se for preciso encontrar um vencido este foi o prefeito Ricardo Nunes (MDB). Foi quem mais apanhou e de todos os outros. É um alívio que - pelo menos até o segundo turno, que tudo indica acontecerá - saber que teremos um tempo de descanso.”

Roseann Kennedy: Nunes manteve, no debate, apenas relatos numéricos que não emocionam

O candidato do PSOL, Guilherme Boulos, aproveitou o último debate do primeiro turno para reforçar sua parceria com a ex-prefeita Marta Suplicy. Ao longo da campanha, a petista ficou ausente na maior parte do tempo. Boulos depende da associação com Marta para se aproximar do eleitor de mais baixa renda, motivo pelo qual o psolista dedtaca os projetos desenvolvidos quando Marta era prefeita, como os CEUs.

Alvo de todos os adversários - inclusive quando a pergunta não era diretamente para ele - o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), adotou a estratégia de destacar números da sua gestão. Uma decisão arriscada. Ao longo da campanha, os estrategistas sempre defenderam que ele destacasse o que realizou na Prefeitura, porém com mais empolgação. Nunes manteve, no debate, apenas relatos numéricos que se perdem e não emocionam. Só arriscou mudar um pouco o tom para confrontar Pablo Marçal (PRTB) sobre uma promessa não cumprida de construir casas na África.

A candidata do PSB, Tabata Amaral, apontou mudanças de discursos de Guilherme Boulos ao longo dos anos e expõe que o candidato do PSOL foi moldado pelo marketing político para disputar as eleições. Um dos desafios da campanha de Boulos neste ano é justamente afastar a imagem de radical e apresentar uma versão tranquila do postulante. Com a abordagem, Tabata deixou claro que não está disposta a ceder à pressão para eventualmente apoiar Boulos e subir em seu palanque no 2° turno.

No último debate entre os candidatos à Prefeitura de São Paulo, os cinco concorrentes mais bem colocados debateram suas propostas na Globo na noite desta quinta-feira. Participaram do encontro o prefeito Ricardo Nunes (MDB), o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL), o influenciador Pablo Marçal (PRTB), a deputada federal Tabata Amaral (PSB) e o apresentador José Luiz Datena (PSDB). O debate foi morno, com poucos momentos mais tensos entre os candidatos e com menos ataques pessoais do que nas ocasiões anteriores em que se encontraram. Mas quem venceu o debate na Globo? Veja a opinião dos colunistas do Estadão:

Ricardo Corrêa: Debate na Globo é melhor para Boulos e Marçal, mas Nunes sobrevive; Tabata vai bem nas propostas

No debate morno realizado na Globo entre os cinco candidatos mais bem colocados nas pesquisas de intenção de voto, os candidatos do PSOL, Guilherme Boulos, e do PRTB, Pablo Marçal, têm mais a comemorar. Eles parecem ter atingido mais os objetivos que tinham costurado para o encontro, visando a reta final da campanha, ainda que, no debate de propostas, seja Tabata Amaral a que mais se destacou mais uma vez. O prefeito Ricardo Nunes, que disputa palmo a palmo uma vaga no segundo turno com Boulos e Marçal, sobreviveu, apanhando menos do que em encontros anteriores. Mas também esteve apagado, nervoso e fez poucos acenos a um eleitorado que precisa conquistar: o bolsonarismo.

O ex-coach, por sua vez, traçou uma estratégia que pode ser mais eficaz. No momento de maior audiência na TV, ao falar para um público mais geral, adotou uma postura moderada, evitando elevar o tom de voz, mas sem deixar de fazer acenos à direita bolsonarista, em especial, aos evangélicos, ao fazer referência à bíblia na hora de citar Cid Moreira. Na segunda metade do debate porém, com menos gente assistindo, elevou o tom de modo a garantir os cortes que usará nas redes sociais para conquistar essa fatia do eleitorado.

Boulos também tinha uma estratégia costurada e recomendada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em uma live antes do início do debate. Trazer para o encontro a emoção que faltou à sua campanha. Mesmo a militância criticou muito a falta de um tom mais voltado ao coração do eleitor ao longo da campanha de rádio e TV e nas ruas. Lula pediu exatamente essa mudança a Boulos no debate, explorando que a maioria das pessoas é mais emoção do que razão.

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Francisco Leali: Boulos e Marçal podem ter marcado pontos para convencer o eleitor

Encerrado o último debate em que os candidatos à Prefeitura de São Paulo estiveram frente à frente a pergunta obrigatória é: quem venceu? O confronto entre os postulantes ao posto de chefe do Executivo municipal paulistano expôs diferenças e similaridades. Houve momentos de alianças improváveis em que Pablo Marçal se postou elogiando Tabata Amaral. Durou apenas o tempo de agradecer à candidata do PSB pelos ataques que fizeram a Guilherme Boulos.

A mesma Tabata também serviu de ‘escada’ para o prefeito Ricardo Nunes, que também citou as menções que a deputada fizera ao adversário do PSOL. Do embate, dois candidatos parecem ter monopolizado o programa: Boulos e Marçal. Seja pelo estilo mais aguerrido dos dois, seja por terem ambos patrocinado os momentos de maior tensão. Em comum os dois querem convencer que o outro é uma ameaça a São Paulo e que eles mesmos são a salvação. Numa corrida eleitoral em que três nomes disputam o voto para chegar ao segundo turno, Boulos e Marçal podem ter marcado pontos para convencer o eleitor a colocar os dois na próxima rodada.

Monica Gugliano: Se for preciso encontrar um vencido, foi o prefeito Ricardo Nunes

“Se alguém pensou que este último debate poderia ajudar os eleitores indecisos a escolher um candidato, deve ter ficado profundamente decepcionado. O evento foi mais do mesmo. Um imenso despreparo, uma falta de conhecimento imenso. Triste.

A diferença ficou por conta dos ataques que os debatedores conseguiram conter até quase o final do programa. Mas, como diz o ditado, quem sai aos seus amigos não degenera, à medida que o debate se aproximava do final, o caldo foi entornando e os ataques voltaram.

Não dá para dizer que houve vencedores. Mas se for preciso encontrar um vencido este foi o prefeito Ricardo Nunes (MDB). Foi quem mais apanhou e de todos os outros. É um alívio que - pelo menos até o segundo turno, que tudo indica acontecerá - saber que teremos um tempo de descanso.”

Roseann Kennedy: Nunes manteve, no debate, apenas relatos numéricos que não emocionam

O candidato do PSOL, Guilherme Boulos, aproveitou o último debate do primeiro turno para reforçar sua parceria com a ex-prefeita Marta Suplicy. Ao longo da campanha, a petista ficou ausente na maior parte do tempo. Boulos depende da associação com Marta para se aproximar do eleitor de mais baixa renda, motivo pelo qual o psolista dedtaca os projetos desenvolvidos quando Marta era prefeita, como os CEUs.

Alvo de todos os adversários - inclusive quando a pergunta não era diretamente para ele - o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), adotou a estratégia de destacar números da sua gestão. Uma decisão arriscada. Ao longo da campanha, os estrategistas sempre defenderam que ele destacasse o que realizou na Prefeitura, porém com mais empolgação. Nunes manteve, no debate, apenas relatos numéricos que se perdem e não emocionam. Só arriscou mudar um pouco o tom para confrontar Pablo Marçal (PRTB) sobre uma promessa não cumprida de construir casas na África.

A candidata do PSB, Tabata Amaral, apontou mudanças de discursos de Guilherme Boulos ao longo dos anos e expõe que o candidato do PSOL foi moldado pelo marketing político para disputar as eleições. Um dos desafios da campanha de Boulos neste ano é justamente afastar a imagem de radical e apresentar uma versão tranquila do postulante. Com a abordagem, Tabata deixou claro que não está disposta a ceder à pressão para eventualmente apoiar Boulos e subir em seu palanque no 2° turno.

No último debate entre os candidatos à Prefeitura de São Paulo, os cinco concorrentes mais bem colocados debateram suas propostas na Globo na noite desta quinta-feira. Participaram do encontro o prefeito Ricardo Nunes (MDB), o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL), o influenciador Pablo Marçal (PRTB), a deputada federal Tabata Amaral (PSB) e o apresentador José Luiz Datena (PSDB). O debate foi morno, com poucos momentos mais tensos entre os candidatos e com menos ataques pessoais do que nas ocasiões anteriores em que se encontraram. Mas quem venceu o debate na Globo? Veja a opinião dos colunistas do Estadão:

Ricardo Corrêa: Debate na Globo é melhor para Boulos e Marçal, mas Nunes sobrevive; Tabata vai bem nas propostas

No debate morno realizado na Globo entre os cinco candidatos mais bem colocados nas pesquisas de intenção de voto, os candidatos do PSOL, Guilherme Boulos, e do PRTB, Pablo Marçal, têm mais a comemorar. Eles parecem ter atingido mais os objetivos que tinham costurado para o encontro, visando a reta final da campanha, ainda que, no debate de propostas, seja Tabata Amaral a que mais se destacou mais uma vez. O prefeito Ricardo Nunes, que disputa palmo a palmo uma vaga no segundo turno com Boulos e Marçal, sobreviveu, apanhando menos do que em encontros anteriores. Mas também esteve apagado, nervoso e fez poucos acenos a um eleitorado que precisa conquistar: o bolsonarismo.

O ex-coach, por sua vez, traçou uma estratégia que pode ser mais eficaz. No momento de maior audiência na TV, ao falar para um público mais geral, adotou uma postura moderada, evitando elevar o tom de voz, mas sem deixar de fazer acenos à direita bolsonarista, em especial, aos evangélicos, ao fazer referência à bíblia na hora de citar Cid Moreira. Na segunda metade do debate porém, com menos gente assistindo, elevou o tom de modo a garantir os cortes que usará nas redes sociais para conquistar essa fatia do eleitorado.

Boulos também tinha uma estratégia costurada e recomendada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em uma live antes do início do debate. Trazer para o encontro a emoção que faltou à sua campanha. Mesmo a militância criticou muito a falta de um tom mais voltado ao coração do eleitor ao longo da campanha de rádio e TV e nas ruas. Lula pediu exatamente essa mudança a Boulos no debate, explorando que a maioria das pessoas é mais emoção do que razão.

Veja a análise completa na coluna.

Francisco Leali: Boulos e Marçal podem ter marcado pontos para convencer o eleitor

Encerrado o último debate em que os candidatos à Prefeitura de São Paulo estiveram frente à frente a pergunta obrigatória é: quem venceu? O confronto entre os postulantes ao posto de chefe do Executivo municipal paulistano expôs diferenças e similaridades. Houve momentos de alianças improváveis em que Pablo Marçal se postou elogiando Tabata Amaral. Durou apenas o tempo de agradecer à candidata do PSB pelos ataques que fizeram a Guilherme Boulos.

A mesma Tabata também serviu de ‘escada’ para o prefeito Ricardo Nunes, que também citou as menções que a deputada fizera ao adversário do PSOL. Do embate, dois candidatos parecem ter monopolizado o programa: Boulos e Marçal. Seja pelo estilo mais aguerrido dos dois, seja por terem ambos patrocinado os momentos de maior tensão. Em comum os dois querem convencer que o outro é uma ameaça a São Paulo e que eles mesmos são a salvação. Numa corrida eleitoral em que três nomes disputam o voto para chegar ao segundo turno, Boulos e Marçal podem ter marcado pontos para convencer o eleitor a colocar os dois na próxima rodada.

Monica Gugliano: Se for preciso encontrar um vencido, foi o prefeito Ricardo Nunes

“Se alguém pensou que este último debate poderia ajudar os eleitores indecisos a escolher um candidato, deve ter ficado profundamente decepcionado. O evento foi mais do mesmo. Um imenso despreparo, uma falta de conhecimento imenso. Triste.

A diferença ficou por conta dos ataques que os debatedores conseguiram conter até quase o final do programa. Mas, como diz o ditado, quem sai aos seus amigos não degenera, à medida que o debate se aproximava do final, o caldo foi entornando e os ataques voltaram.

Não dá para dizer que houve vencedores. Mas se for preciso encontrar um vencido este foi o prefeito Ricardo Nunes (MDB). Foi quem mais apanhou e de todos os outros. É um alívio que - pelo menos até o segundo turno, que tudo indica acontecerá - saber que teremos um tempo de descanso.”

Roseann Kennedy: Nunes manteve, no debate, apenas relatos numéricos que não emocionam

O candidato do PSOL, Guilherme Boulos, aproveitou o último debate do primeiro turno para reforçar sua parceria com a ex-prefeita Marta Suplicy. Ao longo da campanha, a petista ficou ausente na maior parte do tempo. Boulos depende da associação com Marta para se aproximar do eleitor de mais baixa renda, motivo pelo qual o psolista dedtaca os projetos desenvolvidos quando Marta era prefeita, como os CEUs.

Alvo de todos os adversários - inclusive quando a pergunta não era diretamente para ele - o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), adotou a estratégia de destacar números da sua gestão. Uma decisão arriscada. Ao longo da campanha, os estrategistas sempre defenderam que ele destacasse o que realizou na Prefeitura, porém com mais empolgação. Nunes manteve, no debate, apenas relatos numéricos que se perdem e não emocionam. Só arriscou mudar um pouco o tom para confrontar Pablo Marçal (PRTB) sobre uma promessa não cumprida de construir casas na África.

A candidata do PSB, Tabata Amaral, apontou mudanças de discursos de Guilherme Boulos ao longo dos anos e expõe que o candidato do PSOL foi moldado pelo marketing político para disputar as eleições. Um dos desafios da campanha de Boulos neste ano é justamente afastar a imagem de radical e apresentar uma versão tranquila do postulante. Com a abordagem, Tabata deixou claro que não está disposta a ceder à pressão para eventualmente apoiar Boulos e subir em seu palanque no 2° turno.

No último debate entre os candidatos à Prefeitura de São Paulo, os cinco concorrentes mais bem colocados debateram suas propostas na Globo na noite desta quinta-feira. Participaram do encontro o prefeito Ricardo Nunes (MDB), o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL), o influenciador Pablo Marçal (PRTB), a deputada federal Tabata Amaral (PSB) e o apresentador José Luiz Datena (PSDB). O debate foi morno, com poucos momentos mais tensos entre os candidatos e com menos ataques pessoais do que nas ocasiões anteriores em que se encontraram. Mas quem venceu o debate na Globo? Veja a opinião dos colunistas do Estadão:

Ricardo Corrêa: Debate na Globo é melhor para Boulos e Marçal, mas Nunes sobrevive; Tabata vai bem nas propostas

No debate morno realizado na Globo entre os cinco candidatos mais bem colocados nas pesquisas de intenção de voto, os candidatos do PSOL, Guilherme Boulos, e do PRTB, Pablo Marçal, têm mais a comemorar. Eles parecem ter atingido mais os objetivos que tinham costurado para o encontro, visando a reta final da campanha, ainda que, no debate de propostas, seja Tabata Amaral a que mais se destacou mais uma vez. O prefeito Ricardo Nunes, que disputa palmo a palmo uma vaga no segundo turno com Boulos e Marçal, sobreviveu, apanhando menos do que em encontros anteriores. Mas também esteve apagado, nervoso e fez poucos acenos a um eleitorado que precisa conquistar: o bolsonarismo.

O ex-coach, por sua vez, traçou uma estratégia que pode ser mais eficaz. No momento de maior audiência na TV, ao falar para um público mais geral, adotou uma postura moderada, evitando elevar o tom de voz, mas sem deixar de fazer acenos à direita bolsonarista, em especial, aos evangélicos, ao fazer referência à bíblia na hora de citar Cid Moreira. Na segunda metade do debate porém, com menos gente assistindo, elevou o tom de modo a garantir os cortes que usará nas redes sociais para conquistar essa fatia do eleitorado.

Boulos também tinha uma estratégia costurada e recomendada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em uma live antes do início do debate. Trazer para o encontro a emoção que faltou à sua campanha. Mesmo a militância criticou muito a falta de um tom mais voltado ao coração do eleitor ao longo da campanha de rádio e TV e nas ruas. Lula pediu exatamente essa mudança a Boulos no debate, explorando que a maioria das pessoas é mais emoção do que razão.

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Encerrado o último debate em que os candidatos à Prefeitura de São Paulo estiveram frente à frente a pergunta obrigatória é: quem venceu? O confronto entre os postulantes ao posto de chefe do Executivo municipal paulistano expôs diferenças e similaridades. Houve momentos de alianças improváveis em que Pablo Marçal se postou elogiando Tabata Amaral. Durou apenas o tempo de agradecer à candidata do PSB pelos ataques que fizeram a Guilherme Boulos.

A mesma Tabata também serviu de ‘escada’ para o prefeito Ricardo Nunes, que também citou as menções que a deputada fizera ao adversário do PSOL. Do embate, dois candidatos parecem ter monopolizado o programa: Boulos e Marçal. Seja pelo estilo mais aguerrido dos dois, seja por terem ambos patrocinado os momentos de maior tensão. Em comum os dois querem convencer que o outro é uma ameaça a São Paulo e que eles mesmos são a salvação. Numa corrida eleitoral em que três nomes disputam o voto para chegar ao segundo turno, Boulos e Marçal podem ter marcado pontos para convencer o eleitor a colocar os dois na próxima rodada.

Monica Gugliano: Se for preciso encontrar um vencido, foi o prefeito Ricardo Nunes

“Se alguém pensou que este último debate poderia ajudar os eleitores indecisos a escolher um candidato, deve ter ficado profundamente decepcionado. O evento foi mais do mesmo. Um imenso despreparo, uma falta de conhecimento imenso. Triste.

A diferença ficou por conta dos ataques que os debatedores conseguiram conter até quase o final do programa. Mas, como diz o ditado, quem sai aos seus amigos não degenera, à medida que o debate se aproximava do final, o caldo foi entornando e os ataques voltaram.

Não dá para dizer que houve vencedores. Mas se for preciso encontrar um vencido este foi o prefeito Ricardo Nunes (MDB). Foi quem mais apanhou e de todos os outros. É um alívio que - pelo menos até o segundo turno, que tudo indica acontecerá - saber que teremos um tempo de descanso.”

Roseann Kennedy: Nunes manteve, no debate, apenas relatos numéricos que não emocionam

O candidato do PSOL, Guilherme Boulos, aproveitou o último debate do primeiro turno para reforçar sua parceria com a ex-prefeita Marta Suplicy. Ao longo da campanha, a petista ficou ausente na maior parte do tempo. Boulos depende da associação com Marta para se aproximar do eleitor de mais baixa renda, motivo pelo qual o psolista dedtaca os projetos desenvolvidos quando Marta era prefeita, como os CEUs.

Alvo de todos os adversários - inclusive quando a pergunta não era diretamente para ele - o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), adotou a estratégia de destacar números da sua gestão. Uma decisão arriscada. Ao longo da campanha, os estrategistas sempre defenderam que ele destacasse o que realizou na Prefeitura, porém com mais empolgação. Nunes manteve, no debate, apenas relatos numéricos que se perdem e não emocionam. Só arriscou mudar um pouco o tom para confrontar Pablo Marçal (PRTB) sobre uma promessa não cumprida de construir casas na África.

A candidata do PSB, Tabata Amaral, apontou mudanças de discursos de Guilherme Boulos ao longo dos anos e expõe que o candidato do PSOL foi moldado pelo marketing político para disputar as eleições. Um dos desafios da campanha de Boulos neste ano é justamente afastar a imagem de radical e apresentar uma versão tranquila do postulante. Com a abordagem, Tabata deixou claro que não está disposta a ceder à pressão para eventualmente apoiar Boulos e subir em seu palanque no 2° turno.

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