'Queria brigar com Bush, mas ele virou meu amigo', diz Lula


Presidente discursou sobre seus atos no governo diante de conflitos internacionais envolvendo o Brasil

Por Anne Warth, Caroline Freitas e da Agência Estado

Bem humorado e muito à vontade ao falar para uma plateia formada por militantes do PCdoB, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um discurso recheado de explicações sobre seus atos no governo diante de conflitos internacionais envolvendo o Brasil. "Eu até dizia, eu queria brigar com um cara do tamanho do Bush (George W. Bush, ex-presidente dos Estados Unidos), mas ele virou meu amigo. Nunca precisei brigar com ele", afirmou Lula, sob aplausos e risos dos presentes à abertura do 12º Congresso do PCdoB, no Palácio das Convenções do Anhembi, na zona norte da capital paulista.

 

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Ao citar as negociações sobre o reajuste do preço do gás adquirido da Bolívia e da energia elétrica vendida pelo Paraguai, Lula se defendeu das acusações de que cedeu aos interesses de países mais pobres e disse que optou por acordos no lugar de "bravatas". "Queriam que eu batesse no Evo Morales (presidente da Bolívia). Eu poderia ter feito uma bravata com o Evo, já que a Bolívia é um país menor, mais pobre, dependente. Eu poderia ter feito uma bravata, mas não conseguia enxergar como um metalúrgico de São Bernardo do Campo iria brigar com um índio da Bolívia", afirmou.

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"Agora, por último, tentaram inventar uma briga do Brasil com o Paraguai. Meu Deus do céu, como é que um país do tamanho do Brasil vai brigar com o Paraguai? Seria uma coisa desumana. Eu preferi construir um acordo com o companheiro Lugo (Fernando Lugo, presidente do país vizinho) que possa permitir ao Paraguai se desenvolver e ter a chance de crescer. Isso vai custar um pouco mais para o Brasil, mas é assim que nós temos que fazer", acrescentou.

 

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Lula reconheceu que firmar acordos com países da América do Sul não é tarefa fácil. "Vocês pensam que é fácil a construção da Unasul (União de Nações Sul-Americanas), a convivência democrática na nossa querida América do Sul? Nós temos problemas sérios, e o Brasil não pode agir como se quisesse ter a hegemonia", explicou. Para o presidente, o Brasil deve atuar como um "companheiro mais velho", que "contemporiza" conflitos.

 

Lula defendeu que a união entre os países da região é o melhor caminho para evitar intervenções internacionais e citou como exemplo a criação de bases militares norte-americanas na Colômbia e a proposta do Conselho de Defesa na Unasul.

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"Por que nós queremos o Conselho de Defesa, um conselho que combata o narcotráfico? Porque aí nós vamos poder dizer ao Obama (Barack Obama, presidente dos EUA): ''Querido companheiro Obama, nós não precisamos mais de base militar americana para combater o tráfico na América do Sul. Nós vamos cuidar do combate ao narcotráfico na América do Sul, nos nossos rios e nas nossas fronteiras. Vá cuidar dos consumidores em outro lugar''. Assim fica mais fácil, o mundo fica melhor", afirmou.

 

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Fim de semana

 

Lula discursou por pouco mais de uma hora e encerrou sua participação no evento por volta das 23h30. Sem saber que a programação do congresso do partido incluía atividades hoje e amanhã, ele agradeceu ao PCdoB por realizar o encontro em dias úteis, diferentemente do PT, que não hesita em promover reuniões partidárias nos fins de semana. "O PT ainda está assim. Eu acho que sábado e domingo é dia de namorar. Dia de fazer política e trabalhar é de segunda a sexta."

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Lula revelou que esta era uma das características que mais o incomodava no Partido dos Trabalhadores. "A coisa que mais me magoava no PT era, num sábado de sol, largar mulher e filhos para ir para reunião. E tome discussão, e tome discussão, e às 21 horas não estava concluído. Quando estava acabando vinha um cara besta como o Netinho (Netinho de Paula, vereador de São Paulo pelo PCdoB, presente ao evento) e falava ''quero aparte, por uma questão de ordem'', e levantava o tema outra vez", contou Lula, divertindo a militância.

 

"Eu pensava que iria ficar livre no sábado e não. Terminava 23 horas, chegava em casa com a mulher brava, e aí a gente não podia falar, em um primeiro momento, que iria voltar para a reunião no domingo. Aí voltava no outro dia de manhã e deixava a molecada toda chateada porque queria ir pescar", relembrou o presidente.

Bem humorado e muito à vontade ao falar para uma plateia formada por militantes do PCdoB, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um discurso recheado de explicações sobre seus atos no governo diante de conflitos internacionais envolvendo o Brasil. "Eu até dizia, eu queria brigar com um cara do tamanho do Bush (George W. Bush, ex-presidente dos Estados Unidos), mas ele virou meu amigo. Nunca precisei brigar com ele", afirmou Lula, sob aplausos e risos dos presentes à abertura do 12º Congresso do PCdoB, no Palácio das Convenções do Anhembi, na zona norte da capital paulista.

 

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Ao citar as negociações sobre o reajuste do preço do gás adquirido da Bolívia e da energia elétrica vendida pelo Paraguai, Lula se defendeu das acusações de que cedeu aos interesses de países mais pobres e disse que optou por acordos no lugar de "bravatas". "Queriam que eu batesse no Evo Morales (presidente da Bolívia). Eu poderia ter feito uma bravata com o Evo, já que a Bolívia é um país menor, mais pobre, dependente. Eu poderia ter feito uma bravata, mas não conseguia enxergar como um metalúrgico de São Bernardo do Campo iria brigar com um índio da Bolívia", afirmou.

 

"Agora, por último, tentaram inventar uma briga do Brasil com o Paraguai. Meu Deus do céu, como é que um país do tamanho do Brasil vai brigar com o Paraguai? Seria uma coisa desumana. Eu preferi construir um acordo com o companheiro Lugo (Fernando Lugo, presidente do país vizinho) que possa permitir ao Paraguai se desenvolver e ter a chance de crescer. Isso vai custar um pouco mais para o Brasil, mas é assim que nós temos que fazer", acrescentou.

 

Lula reconheceu que firmar acordos com países da América do Sul não é tarefa fácil. "Vocês pensam que é fácil a construção da Unasul (União de Nações Sul-Americanas), a convivência democrática na nossa querida América do Sul? Nós temos problemas sérios, e o Brasil não pode agir como se quisesse ter a hegemonia", explicou. Para o presidente, o Brasil deve atuar como um "companheiro mais velho", que "contemporiza" conflitos.

 

Lula defendeu que a união entre os países da região é o melhor caminho para evitar intervenções internacionais e citou como exemplo a criação de bases militares norte-americanas na Colômbia e a proposta do Conselho de Defesa na Unasul.

 

"Por que nós queremos o Conselho de Defesa, um conselho que combata o narcotráfico? Porque aí nós vamos poder dizer ao Obama (Barack Obama, presidente dos EUA): ''Querido companheiro Obama, nós não precisamos mais de base militar americana para combater o tráfico na América do Sul. Nós vamos cuidar do combate ao narcotráfico na América do Sul, nos nossos rios e nas nossas fronteiras. Vá cuidar dos consumidores em outro lugar''. Assim fica mais fácil, o mundo fica melhor", afirmou.

 

Fim de semana

 

Lula discursou por pouco mais de uma hora e encerrou sua participação no evento por volta das 23h30. Sem saber que a programação do congresso do partido incluía atividades hoje e amanhã, ele agradeceu ao PCdoB por realizar o encontro em dias úteis, diferentemente do PT, que não hesita em promover reuniões partidárias nos fins de semana. "O PT ainda está assim. Eu acho que sábado e domingo é dia de namorar. Dia de fazer política e trabalhar é de segunda a sexta."

 

Lula revelou que esta era uma das características que mais o incomodava no Partido dos Trabalhadores. "A coisa que mais me magoava no PT era, num sábado de sol, largar mulher e filhos para ir para reunião. E tome discussão, e tome discussão, e às 21 horas não estava concluído. Quando estava acabando vinha um cara besta como o Netinho (Netinho de Paula, vereador de São Paulo pelo PCdoB, presente ao evento) e falava ''quero aparte, por uma questão de ordem'', e levantava o tema outra vez", contou Lula, divertindo a militância.

 

"Eu pensava que iria ficar livre no sábado e não. Terminava 23 horas, chegava em casa com a mulher brava, e aí a gente não podia falar, em um primeiro momento, que iria voltar para a reunião no domingo. Aí voltava no outro dia de manhã e deixava a molecada toda chateada porque queria ir pescar", relembrou o presidente.

Bem humorado e muito à vontade ao falar para uma plateia formada por militantes do PCdoB, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um discurso recheado de explicações sobre seus atos no governo diante de conflitos internacionais envolvendo o Brasil. "Eu até dizia, eu queria brigar com um cara do tamanho do Bush (George W. Bush, ex-presidente dos Estados Unidos), mas ele virou meu amigo. Nunca precisei brigar com ele", afirmou Lula, sob aplausos e risos dos presentes à abertura do 12º Congresso do PCdoB, no Palácio das Convenções do Anhembi, na zona norte da capital paulista.

 

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Ao citar as negociações sobre o reajuste do preço do gás adquirido da Bolívia e da energia elétrica vendida pelo Paraguai, Lula se defendeu das acusações de que cedeu aos interesses de países mais pobres e disse que optou por acordos no lugar de "bravatas". "Queriam que eu batesse no Evo Morales (presidente da Bolívia). Eu poderia ter feito uma bravata com o Evo, já que a Bolívia é um país menor, mais pobre, dependente. Eu poderia ter feito uma bravata, mas não conseguia enxergar como um metalúrgico de São Bernardo do Campo iria brigar com um índio da Bolívia", afirmou.

 

"Agora, por último, tentaram inventar uma briga do Brasil com o Paraguai. Meu Deus do céu, como é que um país do tamanho do Brasil vai brigar com o Paraguai? Seria uma coisa desumana. Eu preferi construir um acordo com o companheiro Lugo (Fernando Lugo, presidente do país vizinho) que possa permitir ao Paraguai se desenvolver e ter a chance de crescer. Isso vai custar um pouco mais para o Brasil, mas é assim que nós temos que fazer", acrescentou.

 

Lula reconheceu que firmar acordos com países da América do Sul não é tarefa fácil. "Vocês pensam que é fácil a construção da Unasul (União de Nações Sul-Americanas), a convivência democrática na nossa querida América do Sul? Nós temos problemas sérios, e o Brasil não pode agir como se quisesse ter a hegemonia", explicou. Para o presidente, o Brasil deve atuar como um "companheiro mais velho", que "contemporiza" conflitos.

 

Lula defendeu que a união entre os países da região é o melhor caminho para evitar intervenções internacionais e citou como exemplo a criação de bases militares norte-americanas na Colômbia e a proposta do Conselho de Defesa na Unasul.

 

"Por que nós queremos o Conselho de Defesa, um conselho que combata o narcotráfico? Porque aí nós vamos poder dizer ao Obama (Barack Obama, presidente dos EUA): ''Querido companheiro Obama, nós não precisamos mais de base militar americana para combater o tráfico na América do Sul. Nós vamos cuidar do combate ao narcotráfico na América do Sul, nos nossos rios e nas nossas fronteiras. Vá cuidar dos consumidores em outro lugar''. Assim fica mais fácil, o mundo fica melhor", afirmou.

 

Fim de semana

 

Lula discursou por pouco mais de uma hora e encerrou sua participação no evento por volta das 23h30. Sem saber que a programação do congresso do partido incluía atividades hoje e amanhã, ele agradeceu ao PCdoB por realizar o encontro em dias úteis, diferentemente do PT, que não hesita em promover reuniões partidárias nos fins de semana. "O PT ainda está assim. Eu acho que sábado e domingo é dia de namorar. Dia de fazer política e trabalhar é de segunda a sexta."

 

Lula revelou que esta era uma das características que mais o incomodava no Partido dos Trabalhadores. "A coisa que mais me magoava no PT era, num sábado de sol, largar mulher e filhos para ir para reunião. E tome discussão, e tome discussão, e às 21 horas não estava concluído. Quando estava acabando vinha um cara besta como o Netinho (Netinho de Paula, vereador de São Paulo pelo PCdoB, presente ao evento) e falava ''quero aparte, por uma questão de ordem'', e levantava o tema outra vez", contou Lula, divertindo a militância.

 

"Eu pensava que iria ficar livre no sábado e não. Terminava 23 horas, chegava em casa com a mulher brava, e aí a gente não podia falar, em um primeiro momento, que iria voltar para a reunião no domingo. Aí voltava no outro dia de manhã e deixava a molecada toda chateada porque queria ir pescar", relembrou o presidente.

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