Por Valmar Hupsel Filho
Durante a campanha pelo governo de São Paulo este ano, o então candidato do PMDB, Paulo Skaf, apresentou-se como o candidato da mudança. Na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), entretanto, a situação é diferente. A instituição da qual é presidente há 10 anos decidiu nesta segunda-feira, 24, estender seu mandato por mais 27 meses.
Em reunião extraordinária na sede da Fiesp, sindicatos filiados votaram por uma alteração no estatuto da federação para permitir a permanência de Skaf e da atual diretoria, cujo mandato terminaria em 27 de setembro de 2015, até dezembro de 2017. Ao final deste prazo, ele terá cumprido um mandato de 13 anos.
A alteração recebeu apoio de 92 sindicatos. Cinco votaram contra. Durante a reunião, foi sugerido que Skaf ficasse no cargo até junho de 2018, mas ele teria dito que ficaria "somente" até dezembro de 2017, segundo um dos presentes.
Esta foi, ao menos, a segunda alteração no estatuto da Fiesp feita para garantir a presença de Skaf na presidência.
Quando ele foi eleito, o mandato de presidente da Fiesp era de três anos. O estatuto então foi alterado para estabelecer o mandato de quatro anos para o presidente e possibilitar uma reeleição.
Skaf tem na presidência da Fiesp sua principal base de atuação política, sobre a qual alicerçou suas candidaturas governo nas duas últimas eleições. Este ano, concorrendo pelo PMDB, obteve quase 4,6 milhões de votos. Nos bastidores, fala-se que ele pretende concorrer à prefeitura de São Paulo em 2016 - ou ao governo em 2018. Ele não quis falar com o Estado.
A versão oficial para a mudança estatutária é que a federação necessita de um presidente com o perfil de Skaf para se preparar diante da perspectiva difícil para a economia brasileira. "Foi uma decisão bastante sólida, estratégica e em benefício da indústria brasileira", disse o presidente do Siefre (Sindicato da Indústria de Materiais e Equipamentos Ferroviários, Rodoviários e Duas Rodas), Mássimo Giavina.