Análises para entender o jogo do poder

Opinião|A pior derrota de Bolsonaro é a que ainda pode vir


Ex-presidente tem de convencer seus aliados de que segue tão necessário quanto antes após ficar inelegível no julgamento do TSE

Por Renata Agostini

Jair Bolsonaro esmerou-se por décadas em ser um deputado medíocre. Mostrou-se, porém, um candidato tão imprudente quanto bem-sucedido, ao encontrar numa audiência farta da mesmice produzida pela política ouvidos moucos para os absurdos que estava acostumado a proferir.

Na Presidência, provou-se inepto. Incapaz de repetir a astúcia que o levou a emudecer na reta final da campanha de 2018, tornou-se um produtor serial de complicações para si mesmo – e de adversidades para o País.

Nada disso sacou-lhe o apoio das urnas. Se foi o primeiro presidente a não se reeleger, também mostrou que seu capital político, de tão grande, era capaz de resistir até a um governo seu. Perdeu por uma diferença pequena demais para ser ignorada.

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Jair Bolsonaro está inelegível por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Foto: Wilton Junior/Estadão

É por isso que o real teste para Bolsonaro ainda se avizinha. Com a condenação que lhe retira a possibilidade de concorrer por longos oito anos, Jair tem de convencer seus aliados de que segue tão necessário quanto antes.

O deputado medíocre, que se reinventou num candidato bem-sucedido e num fenômeno eleitoral persistente, precisa metamorfosear-se em líder político. O jogo de sobrevivência do bolsonarismo começa agora.

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Não faltará aos profissionais da política – leia-se Valdemar Costa Neto e próceres do Centrão – vontade de espremer até o talo sua capacidade de virar votos, enquanto repetem que pouco mudou. Não interessa ao PL desvalorizar o passe de Bolsonaro de imediato. Mas tampouco esse grupo irá titubear em abandoná-lo caso o bolsonarismo comece a minguar. Será, portanto, responsabilidade de Jair manter-se como um ativo reluzente a seduzir o Centrão.

O início não parece alvissareiro. Quem está de fora não viu de pronto motociatas, aglomerações em aeroportos, tampouco onda de protestos e convocações significativas pelas redes sociais diante da cassação. Não houve evento partidário nem ato de apoio de aliados políticos. Por medo, desinteresse ou estafa, a reação da militância bolsonarista foi até o momento, no mínimo, tímida.

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Quem está próximo de Bolsonaro também antecipa dificuldades. Sem mandato desde janeiro, Bolsonaro parece perdido: ora recolhido, ora disposto a ir a público para defender-se dos seus muitos problemas judiciais. Em conversas privadas, externa consternação e tristeza, como se entendesse que a fatura chegou, me disse um aliado.

Jair Bolsonaro e Valdemar Costa Neto em cerimônia de filiação ao PL Foto: Divulgação/PL

Mesmo tendo vitaminado o PL e feito o partido formar a maior bancada da Câmara, foi incapaz até o momento de organizar a oposição. Lula está mais preocupado em prever os passos de Arthur Lira do que se vacinar contra lances da oposição bolsonarista. Não faltam flancos a serem explorados em Lula 3. Falta estratégia a quem deveria antagonizá-lo.

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Este mesmo Lula soube resguardar seu poderio político ao ser alijado do jogo eleitoral. Tinha ao seu lado uma militância histórica, um partido organizado e a certeza de que, sem relevância política, estaria perdido. Bolsonaro saiu derrotado da eleição e perdeu a chance de concorrer nas próximas eleições. Mas, se não souber jogar muito bem daqui para a frente, a pior derrota é a que ainda pode vir.

Jair Bolsonaro esmerou-se por décadas em ser um deputado medíocre. Mostrou-se, porém, um candidato tão imprudente quanto bem-sucedido, ao encontrar numa audiência farta da mesmice produzida pela política ouvidos moucos para os absurdos que estava acostumado a proferir.

Na Presidência, provou-se inepto. Incapaz de repetir a astúcia que o levou a emudecer na reta final da campanha de 2018, tornou-se um produtor serial de complicações para si mesmo – e de adversidades para o País.

Nada disso sacou-lhe o apoio das urnas. Se foi o primeiro presidente a não se reeleger, também mostrou que seu capital político, de tão grande, era capaz de resistir até a um governo seu. Perdeu por uma diferença pequena demais para ser ignorada.

Jair Bolsonaro está inelegível por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Foto: Wilton Junior/Estadão

É por isso que o real teste para Bolsonaro ainda se avizinha. Com a condenação que lhe retira a possibilidade de concorrer por longos oito anos, Jair tem de convencer seus aliados de que segue tão necessário quanto antes.

O deputado medíocre, que se reinventou num candidato bem-sucedido e num fenômeno eleitoral persistente, precisa metamorfosear-se em líder político. O jogo de sobrevivência do bolsonarismo começa agora.

Não faltará aos profissionais da política – leia-se Valdemar Costa Neto e próceres do Centrão – vontade de espremer até o talo sua capacidade de virar votos, enquanto repetem que pouco mudou. Não interessa ao PL desvalorizar o passe de Bolsonaro de imediato. Mas tampouco esse grupo irá titubear em abandoná-lo caso o bolsonarismo comece a minguar. Será, portanto, responsabilidade de Jair manter-se como um ativo reluzente a seduzir o Centrão.

O início não parece alvissareiro. Quem está de fora não viu de pronto motociatas, aglomerações em aeroportos, tampouco onda de protestos e convocações significativas pelas redes sociais diante da cassação. Não houve evento partidário nem ato de apoio de aliados políticos. Por medo, desinteresse ou estafa, a reação da militância bolsonarista foi até o momento, no mínimo, tímida.

Quem está próximo de Bolsonaro também antecipa dificuldades. Sem mandato desde janeiro, Bolsonaro parece perdido: ora recolhido, ora disposto a ir a público para defender-se dos seus muitos problemas judiciais. Em conversas privadas, externa consternação e tristeza, como se entendesse que a fatura chegou, me disse um aliado.

Jair Bolsonaro e Valdemar Costa Neto em cerimônia de filiação ao PL Foto: Divulgação/PL

Mesmo tendo vitaminado o PL e feito o partido formar a maior bancada da Câmara, foi incapaz até o momento de organizar a oposição. Lula está mais preocupado em prever os passos de Arthur Lira do que se vacinar contra lances da oposição bolsonarista. Não faltam flancos a serem explorados em Lula 3. Falta estratégia a quem deveria antagonizá-lo.

Este mesmo Lula soube resguardar seu poderio político ao ser alijado do jogo eleitoral. Tinha ao seu lado uma militância histórica, um partido organizado e a certeza de que, sem relevância política, estaria perdido. Bolsonaro saiu derrotado da eleição e perdeu a chance de concorrer nas próximas eleições. Mas, se não souber jogar muito bem daqui para a frente, a pior derrota é a que ainda pode vir.

Jair Bolsonaro esmerou-se por décadas em ser um deputado medíocre. Mostrou-se, porém, um candidato tão imprudente quanto bem-sucedido, ao encontrar numa audiência farta da mesmice produzida pela política ouvidos moucos para os absurdos que estava acostumado a proferir.

Na Presidência, provou-se inepto. Incapaz de repetir a astúcia que o levou a emudecer na reta final da campanha de 2018, tornou-se um produtor serial de complicações para si mesmo – e de adversidades para o País.

Nada disso sacou-lhe o apoio das urnas. Se foi o primeiro presidente a não se reeleger, também mostrou que seu capital político, de tão grande, era capaz de resistir até a um governo seu. Perdeu por uma diferença pequena demais para ser ignorada.

Jair Bolsonaro está inelegível por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Foto: Wilton Junior/Estadão

É por isso que o real teste para Bolsonaro ainda se avizinha. Com a condenação que lhe retira a possibilidade de concorrer por longos oito anos, Jair tem de convencer seus aliados de que segue tão necessário quanto antes.

O deputado medíocre, que se reinventou num candidato bem-sucedido e num fenômeno eleitoral persistente, precisa metamorfosear-se em líder político. O jogo de sobrevivência do bolsonarismo começa agora.

Não faltará aos profissionais da política – leia-se Valdemar Costa Neto e próceres do Centrão – vontade de espremer até o talo sua capacidade de virar votos, enquanto repetem que pouco mudou. Não interessa ao PL desvalorizar o passe de Bolsonaro de imediato. Mas tampouco esse grupo irá titubear em abandoná-lo caso o bolsonarismo comece a minguar. Será, portanto, responsabilidade de Jair manter-se como um ativo reluzente a seduzir o Centrão.

O início não parece alvissareiro. Quem está de fora não viu de pronto motociatas, aglomerações em aeroportos, tampouco onda de protestos e convocações significativas pelas redes sociais diante da cassação. Não houve evento partidário nem ato de apoio de aliados políticos. Por medo, desinteresse ou estafa, a reação da militância bolsonarista foi até o momento, no mínimo, tímida.

Quem está próximo de Bolsonaro também antecipa dificuldades. Sem mandato desde janeiro, Bolsonaro parece perdido: ora recolhido, ora disposto a ir a público para defender-se dos seus muitos problemas judiciais. Em conversas privadas, externa consternação e tristeza, como se entendesse que a fatura chegou, me disse um aliado.

Jair Bolsonaro e Valdemar Costa Neto em cerimônia de filiação ao PL Foto: Divulgação/PL

Mesmo tendo vitaminado o PL e feito o partido formar a maior bancada da Câmara, foi incapaz até o momento de organizar a oposição. Lula está mais preocupado em prever os passos de Arthur Lira do que se vacinar contra lances da oposição bolsonarista. Não faltam flancos a serem explorados em Lula 3. Falta estratégia a quem deveria antagonizá-lo.

Este mesmo Lula soube resguardar seu poderio político ao ser alijado do jogo eleitoral. Tinha ao seu lado uma militância histórica, um partido organizado e a certeza de que, sem relevância política, estaria perdido. Bolsonaro saiu derrotado da eleição e perdeu a chance de concorrer nas próximas eleições. Mas, se não souber jogar muito bem daqui para a frente, a pior derrota é a que ainda pode vir.

Jair Bolsonaro esmerou-se por décadas em ser um deputado medíocre. Mostrou-se, porém, um candidato tão imprudente quanto bem-sucedido, ao encontrar numa audiência farta da mesmice produzida pela política ouvidos moucos para os absurdos que estava acostumado a proferir.

Na Presidência, provou-se inepto. Incapaz de repetir a astúcia que o levou a emudecer na reta final da campanha de 2018, tornou-se um produtor serial de complicações para si mesmo – e de adversidades para o País.

Nada disso sacou-lhe o apoio das urnas. Se foi o primeiro presidente a não se reeleger, também mostrou que seu capital político, de tão grande, era capaz de resistir até a um governo seu. Perdeu por uma diferença pequena demais para ser ignorada.

Jair Bolsonaro está inelegível por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Foto: Wilton Junior/Estadão

É por isso que o real teste para Bolsonaro ainda se avizinha. Com a condenação que lhe retira a possibilidade de concorrer por longos oito anos, Jair tem de convencer seus aliados de que segue tão necessário quanto antes.

O deputado medíocre, que se reinventou num candidato bem-sucedido e num fenômeno eleitoral persistente, precisa metamorfosear-se em líder político. O jogo de sobrevivência do bolsonarismo começa agora.

Não faltará aos profissionais da política – leia-se Valdemar Costa Neto e próceres do Centrão – vontade de espremer até o talo sua capacidade de virar votos, enquanto repetem que pouco mudou. Não interessa ao PL desvalorizar o passe de Bolsonaro de imediato. Mas tampouco esse grupo irá titubear em abandoná-lo caso o bolsonarismo comece a minguar. Será, portanto, responsabilidade de Jair manter-se como um ativo reluzente a seduzir o Centrão.

O início não parece alvissareiro. Quem está de fora não viu de pronto motociatas, aglomerações em aeroportos, tampouco onda de protestos e convocações significativas pelas redes sociais diante da cassação. Não houve evento partidário nem ato de apoio de aliados políticos. Por medo, desinteresse ou estafa, a reação da militância bolsonarista foi até o momento, no mínimo, tímida.

Quem está próximo de Bolsonaro também antecipa dificuldades. Sem mandato desde janeiro, Bolsonaro parece perdido: ora recolhido, ora disposto a ir a público para defender-se dos seus muitos problemas judiciais. Em conversas privadas, externa consternação e tristeza, como se entendesse que a fatura chegou, me disse um aliado.

Jair Bolsonaro e Valdemar Costa Neto em cerimônia de filiação ao PL Foto: Divulgação/PL

Mesmo tendo vitaminado o PL e feito o partido formar a maior bancada da Câmara, foi incapaz até o momento de organizar a oposição. Lula está mais preocupado em prever os passos de Arthur Lira do que se vacinar contra lances da oposição bolsonarista. Não faltam flancos a serem explorados em Lula 3. Falta estratégia a quem deveria antagonizá-lo.

Este mesmo Lula soube resguardar seu poderio político ao ser alijado do jogo eleitoral. Tinha ao seu lado uma militância histórica, um partido organizado e a certeza de que, sem relevância política, estaria perdido. Bolsonaro saiu derrotado da eleição e perdeu a chance de concorrer nas próximas eleições. Mas, se não souber jogar muito bem daqui para a frente, a pior derrota é a que ainda pode vir.

Jair Bolsonaro esmerou-se por décadas em ser um deputado medíocre. Mostrou-se, porém, um candidato tão imprudente quanto bem-sucedido, ao encontrar numa audiência farta da mesmice produzida pela política ouvidos moucos para os absurdos que estava acostumado a proferir.

Na Presidência, provou-se inepto. Incapaz de repetir a astúcia que o levou a emudecer na reta final da campanha de 2018, tornou-se um produtor serial de complicações para si mesmo – e de adversidades para o País.

Nada disso sacou-lhe o apoio das urnas. Se foi o primeiro presidente a não se reeleger, também mostrou que seu capital político, de tão grande, era capaz de resistir até a um governo seu. Perdeu por uma diferença pequena demais para ser ignorada.

Jair Bolsonaro está inelegível por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Foto: Wilton Junior/Estadão

É por isso que o real teste para Bolsonaro ainda se avizinha. Com a condenação que lhe retira a possibilidade de concorrer por longos oito anos, Jair tem de convencer seus aliados de que segue tão necessário quanto antes.

O deputado medíocre, que se reinventou num candidato bem-sucedido e num fenômeno eleitoral persistente, precisa metamorfosear-se em líder político. O jogo de sobrevivência do bolsonarismo começa agora.

Não faltará aos profissionais da política – leia-se Valdemar Costa Neto e próceres do Centrão – vontade de espremer até o talo sua capacidade de virar votos, enquanto repetem que pouco mudou. Não interessa ao PL desvalorizar o passe de Bolsonaro de imediato. Mas tampouco esse grupo irá titubear em abandoná-lo caso o bolsonarismo comece a minguar. Será, portanto, responsabilidade de Jair manter-se como um ativo reluzente a seduzir o Centrão.

O início não parece alvissareiro. Quem está de fora não viu de pronto motociatas, aglomerações em aeroportos, tampouco onda de protestos e convocações significativas pelas redes sociais diante da cassação. Não houve evento partidário nem ato de apoio de aliados políticos. Por medo, desinteresse ou estafa, a reação da militância bolsonarista foi até o momento, no mínimo, tímida.

Quem está próximo de Bolsonaro também antecipa dificuldades. Sem mandato desde janeiro, Bolsonaro parece perdido: ora recolhido, ora disposto a ir a público para defender-se dos seus muitos problemas judiciais. Em conversas privadas, externa consternação e tristeza, como se entendesse que a fatura chegou, me disse um aliado.

Jair Bolsonaro e Valdemar Costa Neto em cerimônia de filiação ao PL Foto: Divulgação/PL

Mesmo tendo vitaminado o PL e feito o partido formar a maior bancada da Câmara, foi incapaz até o momento de organizar a oposição. Lula está mais preocupado em prever os passos de Arthur Lira do que se vacinar contra lances da oposição bolsonarista. Não faltam flancos a serem explorados em Lula 3. Falta estratégia a quem deveria antagonizá-lo.

Este mesmo Lula soube resguardar seu poderio político ao ser alijado do jogo eleitoral. Tinha ao seu lado uma militância histórica, um partido organizado e a certeza de que, sem relevância política, estaria perdido. Bolsonaro saiu derrotado da eleição e perdeu a chance de concorrer nas próximas eleições. Mas, se não souber jogar muito bem daqui para a frente, a pior derrota é a que ainda pode vir.

Opinião por Renata Agostini

Jornalista e analista de política e economia da CNN

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