Análises para entender o jogo do poder

Opinião|O ‘carinho’ que o Centrão pede e Lula está disposto a dar


Tíquete para a parceria é o mesmo de sempre: ministérios, nomeações, cargos. Mas o preço do apoio subiu

Por Renata Agostini

É fato que Jair Bolsonaro caminha ainda um tanto desengonçado no figurino de líder da oposição. Mas sorte também anda lhe faltando. Calhou de seu infortúnio no TSE anteceder em poucos dias a decisão de Arthur Lira de jogar tudo o que tinha para aprovar a reforma tributária.

Como tirocínio talvez nunca tenha sido uma de suas maiores virtudes, Bolsonaro decidiu usar justamente esse episódio para reafirmar sua força e puxar um movimento de oposição ao texto. Bem, deu tudo errado.

O que se viu ao fim da “supersemana da política” foi, de um lado, a capacidade aparentemente infinita de autoflagelo político de Jair – o texto não só foi aprovado como os apelos do ex-presidente foram ignorados por um quinto da bancada do PL – e, de outro, um salto e tanto do governo Lula em direção ao Centrão.

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Câmara aprova reforma tributária, e governo Lula vai em direção ao Centrão Foto: Lula Marques/ Agência Brasil

PP e Republicanos, que compuseram o trio de sustentação de Bolsonaro, estão próximos de selar um acordo que os leve à Esplanada dos Ministérios. O acerto faria Lula avançar algumas casas na governabilidade e imporia camada adicional de isolamento político a Jair.

Não é novidade que o PP ambicionava um espaço, mas agora o pleito tem até rosto definido: André Fufuca, líder da legenda na Câmara, e amigo de Lira. Já o Republicanos, que flertava timidamente, deu enfim aval para que o deputado Silvio Costa Filho costure seu ingresso no governo.

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Há nuances importantes na negociação. O tíquete para a parceria é o mesmo de sempre: ministérios, nomeações, cargos. Mas o preço do apoio do Centrão subiu – e muito – frente a governos passados. Nenhum partido se diz disposto a fechar compromisso de lealdade caso receba o agrado ministerial.

A cúpula do Republicanos, por exemplo, insiste em dizer que não irá compor a base do governo mesmo tendo ministério. É o que de certa forma já acontece com o União Brasil e o que pretende fazer o PP.

Por esta lógica, o apoio estaria garantido em projetos com os quais as bancadas já têm afinidade, por exemplo, na pauta econômica. E se a proposta for revogar a reforma trabalhista? “Aí não tem como”, diz um líder. E se for algum tema da pauta de costumes? “Esquece”, diz outro.

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Como me resumiu uma importante liderança do Centrão: “Ter uma emendinha, ter um carinho… isso ajuda”. “O sentimento do centro é ajudar o país. Mas, claro, cada um ganhando um pouquinho de dividendos pelo caminho”.

Premido pela necessidade de ampliar apoios, Lula parece disposto a aceitar o alto preço do “carinho”. Na prática, o petista avança não para fechar um apoio, mas um “seguro”. Com o Centrão no centro do governo, a boa vontade aumenta e o risco de uma Câmara hostil a Lula fica um pouco mais distante.

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Não resolve a vida do Planalto, isso é verdade. Mas, para quem hoje tem uma base nanica, representaria algum avanço. E, de quebra, Lula acertaria um tiro na avariada fuselagem bolsonarista.

É fato que Jair Bolsonaro caminha ainda um tanto desengonçado no figurino de líder da oposição. Mas sorte também anda lhe faltando. Calhou de seu infortúnio no TSE anteceder em poucos dias a decisão de Arthur Lira de jogar tudo o que tinha para aprovar a reforma tributária.

Como tirocínio talvez nunca tenha sido uma de suas maiores virtudes, Bolsonaro decidiu usar justamente esse episódio para reafirmar sua força e puxar um movimento de oposição ao texto. Bem, deu tudo errado.

O que se viu ao fim da “supersemana da política” foi, de um lado, a capacidade aparentemente infinita de autoflagelo político de Jair – o texto não só foi aprovado como os apelos do ex-presidente foram ignorados por um quinto da bancada do PL – e, de outro, um salto e tanto do governo Lula em direção ao Centrão.

Câmara aprova reforma tributária, e governo Lula vai em direção ao Centrão Foto: Lula Marques/ Agência Brasil

PP e Republicanos, que compuseram o trio de sustentação de Bolsonaro, estão próximos de selar um acordo que os leve à Esplanada dos Ministérios. O acerto faria Lula avançar algumas casas na governabilidade e imporia camada adicional de isolamento político a Jair.

Não é novidade que o PP ambicionava um espaço, mas agora o pleito tem até rosto definido: André Fufuca, líder da legenda na Câmara, e amigo de Lira. Já o Republicanos, que flertava timidamente, deu enfim aval para que o deputado Silvio Costa Filho costure seu ingresso no governo.

Há nuances importantes na negociação. O tíquete para a parceria é o mesmo de sempre: ministérios, nomeações, cargos. Mas o preço do apoio do Centrão subiu – e muito – frente a governos passados. Nenhum partido se diz disposto a fechar compromisso de lealdade caso receba o agrado ministerial.

A cúpula do Republicanos, por exemplo, insiste em dizer que não irá compor a base do governo mesmo tendo ministério. É o que de certa forma já acontece com o União Brasil e o que pretende fazer o PP.

Por esta lógica, o apoio estaria garantido em projetos com os quais as bancadas já têm afinidade, por exemplo, na pauta econômica. E se a proposta for revogar a reforma trabalhista? “Aí não tem como”, diz um líder. E se for algum tema da pauta de costumes? “Esquece”, diz outro.

Como me resumiu uma importante liderança do Centrão: “Ter uma emendinha, ter um carinho… isso ajuda”. “O sentimento do centro é ajudar o país. Mas, claro, cada um ganhando um pouquinho de dividendos pelo caminho”.

Premido pela necessidade de ampliar apoios, Lula parece disposto a aceitar o alto preço do “carinho”. Na prática, o petista avança não para fechar um apoio, mas um “seguro”. Com o Centrão no centro do governo, a boa vontade aumenta e o risco de uma Câmara hostil a Lula fica um pouco mais distante.

Não resolve a vida do Planalto, isso é verdade. Mas, para quem hoje tem uma base nanica, representaria algum avanço. E, de quebra, Lula acertaria um tiro na avariada fuselagem bolsonarista.

É fato que Jair Bolsonaro caminha ainda um tanto desengonçado no figurino de líder da oposição. Mas sorte também anda lhe faltando. Calhou de seu infortúnio no TSE anteceder em poucos dias a decisão de Arthur Lira de jogar tudo o que tinha para aprovar a reforma tributária.

Como tirocínio talvez nunca tenha sido uma de suas maiores virtudes, Bolsonaro decidiu usar justamente esse episódio para reafirmar sua força e puxar um movimento de oposição ao texto. Bem, deu tudo errado.

O que se viu ao fim da “supersemana da política” foi, de um lado, a capacidade aparentemente infinita de autoflagelo político de Jair – o texto não só foi aprovado como os apelos do ex-presidente foram ignorados por um quinto da bancada do PL – e, de outro, um salto e tanto do governo Lula em direção ao Centrão.

Câmara aprova reforma tributária, e governo Lula vai em direção ao Centrão Foto: Lula Marques/ Agência Brasil

PP e Republicanos, que compuseram o trio de sustentação de Bolsonaro, estão próximos de selar um acordo que os leve à Esplanada dos Ministérios. O acerto faria Lula avançar algumas casas na governabilidade e imporia camada adicional de isolamento político a Jair.

Não é novidade que o PP ambicionava um espaço, mas agora o pleito tem até rosto definido: André Fufuca, líder da legenda na Câmara, e amigo de Lira. Já o Republicanos, que flertava timidamente, deu enfim aval para que o deputado Silvio Costa Filho costure seu ingresso no governo.

Há nuances importantes na negociação. O tíquete para a parceria é o mesmo de sempre: ministérios, nomeações, cargos. Mas o preço do apoio do Centrão subiu – e muito – frente a governos passados. Nenhum partido se diz disposto a fechar compromisso de lealdade caso receba o agrado ministerial.

A cúpula do Republicanos, por exemplo, insiste em dizer que não irá compor a base do governo mesmo tendo ministério. É o que de certa forma já acontece com o União Brasil e o que pretende fazer o PP.

Por esta lógica, o apoio estaria garantido em projetos com os quais as bancadas já têm afinidade, por exemplo, na pauta econômica. E se a proposta for revogar a reforma trabalhista? “Aí não tem como”, diz um líder. E se for algum tema da pauta de costumes? “Esquece”, diz outro.

Como me resumiu uma importante liderança do Centrão: “Ter uma emendinha, ter um carinho… isso ajuda”. “O sentimento do centro é ajudar o país. Mas, claro, cada um ganhando um pouquinho de dividendos pelo caminho”.

Premido pela necessidade de ampliar apoios, Lula parece disposto a aceitar o alto preço do “carinho”. Na prática, o petista avança não para fechar um apoio, mas um “seguro”. Com o Centrão no centro do governo, a boa vontade aumenta e o risco de uma Câmara hostil a Lula fica um pouco mais distante.

Não resolve a vida do Planalto, isso é verdade. Mas, para quem hoje tem uma base nanica, representaria algum avanço. E, de quebra, Lula acertaria um tiro na avariada fuselagem bolsonarista.

É fato que Jair Bolsonaro caminha ainda um tanto desengonçado no figurino de líder da oposição. Mas sorte também anda lhe faltando. Calhou de seu infortúnio no TSE anteceder em poucos dias a decisão de Arthur Lira de jogar tudo o que tinha para aprovar a reforma tributária.

Como tirocínio talvez nunca tenha sido uma de suas maiores virtudes, Bolsonaro decidiu usar justamente esse episódio para reafirmar sua força e puxar um movimento de oposição ao texto. Bem, deu tudo errado.

O que se viu ao fim da “supersemana da política” foi, de um lado, a capacidade aparentemente infinita de autoflagelo político de Jair – o texto não só foi aprovado como os apelos do ex-presidente foram ignorados por um quinto da bancada do PL – e, de outro, um salto e tanto do governo Lula em direção ao Centrão.

Câmara aprova reforma tributária, e governo Lula vai em direção ao Centrão Foto: Lula Marques/ Agência Brasil

PP e Republicanos, que compuseram o trio de sustentação de Bolsonaro, estão próximos de selar um acordo que os leve à Esplanada dos Ministérios. O acerto faria Lula avançar algumas casas na governabilidade e imporia camada adicional de isolamento político a Jair.

Não é novidade que o PP ambicionava um espaço, mas agora o pleito tem até rosto definido: André Fufuca, líder da legenda na Câmara, e amigo de Lira. Já o Republicanos, que flertava timidamente, deu enfim aval para que o deputado Silvio Costa Filho costure seu ingresso no governo.

Há nuances importantes na negociação. O tíquete para a parceria é o mesmo de sempre: ministérios, nomeações, cargos. Mas o preço do apoio do Centrão subiu – e muito – frente a governos passados. Nenhum partido se diz disposto a fechar compromisso de lealdade caso receba o agrado ministerial.

A cúpula do Republicanos, por exemplo, insiste em dizer que não irá compor a base do governo mesmo tendo ministério. É o que de certa forma já acontece com o União Brasil e o que pretende fazer o PP.

Por esta lógica, o apoio estaria garantido em projetos com os quais as bancadas já têm afinidade, por exemplo, na pauta econômica. E se a proposta for revogar a reforma trabalhista? “Aí não tem como”, diz um líder. E se for algum tema da pauta de costumes? “Esquece”, diz outro.

Como me resumiu uma importante liderança do Centrão: “Ter uma emendinha, ter um carinho… isso ajuda”. “O sentimento do centro é ajudar o país. Mas, claro, cada um ganhando um pouquinho de dividendos pelo caminho”.

Premido pela necessidade de ampliar apoios, Lula parece disposto a aceitar o alto preço do “carinho”. Na prática, o petista avança não para fechar um apoio, mas um “seguro”. Com o Centrão no centro do governo, a boa vontade aumenta e o risco de uma Câmara hostil a Lula fica um pouco mais distante.

Não resolve a vida do Planalto, isso é verdade. Mas, para quem hoje tem uma base nanica, representaria algum avanço. E, de quebra, Lula acertaria um tiro na avariada fuselagem bolsonarista.

Opinião por Renata Agostini

Jornalista e analista de política e economia da CNN

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