Análises para entender o jogo do poder

Opinião|Se a cadeira presidencial queima, a de Lula começou a esquentar


Chega um momento para todo e qualquer governo em que não adianta mais apontar o dedo para herança maldita ou citar lambanças promovidas pelo antecessor

Por Renata Agostini

O expurgo dos pecados do governo passado segue dando uma colher de chá daquelas a Lula. No Brasil de 2023, a audiência mal se recuperou do relato de Mauro Cid sobre uma trama golpista envolvendo Bolsonaro que já vem a PF contar de um esquema de arapongagem operado por integrantes do governo de Jair.

O gerador de crises do bolsonarismo é, sem dúvida, admirável. Mas enquanto nos encontramos entre o estado de choque e o de torpor pelos fatos que emergem sobre o governo passado, a lista de pendengas que o atual governo tem de resolver teima em não diminuir.

A conta chega ao presidente — seja ele quem for. A cadeira presidencial queima, como definiu José Dirceu em entrevista ao Estadão em dezembro de 2018, antevendo que Jair Bolsonaro, uma vez empossado, teria tempos difíceis à frente.

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Enquanto nos encontramos entre o estado de choque e o de torpor pelos fatos que emergem sobre o governo Bolsonaro, a lista de pendengas que o atual governo tem de resolver teima em não diminuir Foto: Evaristo Sa/AFP

Chega um momento para todo e qualquer governo em que não adianta mais apontar o dedo para herança maldita ou citar lambanças promovidas pelo antecessor. Comemorar que a democracia seguiu de pé é bom, mas uma hora as pessoas fazem as contas que o golpe não aconteceu e problemas vários seguem por aí. Lula sabe que não demora para a pressão em torno de seu desempenho se avolumar.

A partir de hoje, são exatos dois meses até que o Congresso entre em recesso. Serão nove semanas para a articulação política avançar com projetos espinhosos, como a reforma tributária e as propostas de taxação dos “super-ricos”. Há ainda orçamento a negociar e a aprovar — nem a Lei de Diretrizes Orçamentárias foi votada até agora.

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O Planalto vai ter de acelerar tudo isso enquanto tenta debelar o movimento de obstrução dos trabalhos na Câmara e se esforça para bloquear iniciativas como a que mexe com decisões do Supremo Tribunal Federal e a indesejada reforma administrativa.

Lula precisa ainda decidir o que fará sobre a chefia da Procuradoria-Geral da República e quem, afinal, indicará ao Supremo Tribunal Federal. Os anúncios têm sido adiados sob a justificativa de que o presidente quer escolher nomes de sua confiança e não consegue se decidir.

Os próximos meses serão cruciais para o governo. De um lado, a economia vem desacelerando e isso preocupa, como observou o próprio Fernando Haddad na semana passada. Sem o impulso de novas medidas na área econômica aprovadas no Congresso, a cobrança vai aumentar. De outro lado, as barbeiragens do governo Bolsonaro vão dar guarida cada vez mais limitada aos solavancos enfrentados por Lula. A cadeira presidencial começou a esquentar.

O expurgo dos pecados do governo passado segue dando uma colher de chá daquelas a Lula. No Brasil de 2023, a audiência mal se recuperou do relato de Mauro Cid sobre uma trama golpista envolvendo Bolsonaro que já vem a PF contar de um esquema de arapongagem operado por integrantes do governo de Jair.

O gerador de crises do bolsonarismo é, sem dúvida, admirável. Mas enquanto nos encontramos entre o estado de choque e o de torpor pelos fatos que emergem sobre o governo passado, a lista de pendengas que o atual governo tem de resolver teima em não diminuir.

A conta chega ao presidente — seja ele quem for. A cadeira presidencial queima, como definiu José Dirceu em entrevista ao Estadão em dezembro de 2018, antevendo que Jair Bolsonaro, uma vez empossado, teria tempos difíceis à frente.

Enquanto nos encontramos entre o estado de choque e o de torpor pelos fatos que emergem sobre o governo Bolsonaro, a lista de pendengas que o atual governo tem de resolver teima em não diminuir Foto: Evaristo Sa/AFP

Chega um momento para todo e qualquer governo em que não adianta mais apontar o dedo para herança maldita ou citar lambanças promovidas pelo antecessor. Comemorar que a democracia seguiu de pé é bom, mas uma hora as pessoas fazem as contas que o golpe não aconteceu e problemas vários seguem por aí. Lula sabe que não demora para a pressão em torno de seu desempenho se avolumar.

A partir de hoje, são exatos dois meses até que o Congresso entre em recesso. Serão nove semanas para a articulação política avançar com projetos espinhosos, como a reforma tributária e as propostas de taxação dos “super-ricos”. Há ainda orçamento a negociar e a aprovar — nem a Lei de Diretrizes Orçamentárias foi votada até agora.

O Planalto vai ter de acelerar tudo isso enquanto tenta debelar o movimento de obstrução dos trabalhos na Câmara e se esforça para bloquear iniciativas como a que mexe com decisões do Supremo Tribunal Federal e a indesejada reforma administrativa.

Lula precisa ainda decidir o que fará sobre a chefia da Procuradoria-Geral da República e quem, afinal, indicará ao Supremo Tribunal Federal. Os anúncios têm sido adiados sob a justificativa de que o presidente quer escolher nomes de sua confiança e não consegue se decidir.

Os próximos meses serão cruciais para o governo. De um lado, a economia vem desacelerando e isso preocupa, como observou o próprio Fernando Haddad na semana passada. Sem o impulso de novas medidas na área econômica aprovadas no Congresso, a cobrança vai aumentar. De outro lado, as barbeiragens do governo Bolsonaro vão dar guarida cada vez mais limitada aos solavancos enfrentados por Lula. A cadeira presidencial começou a esquentar.

O expurgo dos pecados do governo passado segue dando uma colher de chá daquelas a Lula. No Brasil de 2023, a audiência mal se recuperou do relato de Mauro Cid sobre uma trama golpista envolvendo Bolsonaro que já vem a PF contar de um esquema de arapongagem operado por integrantes do governo de Jair.

O gerador de crises do bolsonarismo é, sem dúvida, admirável. Mas enquanto nos encontramos entre o estado de choque e o de torpor pelos fatos que emergem sobre o governo passado, a lista de pendengas que o atual governo tem de resolver teima em não diminuir.

A conta chega ao presidente — seja ele quem for. A cadeira presidencial queima, como definiu José Dirceu em entrevista ao Estadão em dezembro de 2018, antevendo que Jair Bolsonaro, uma vez empossado, teria tempos difíceis à frente.

Enquanto nos encontramos entre o estado de choque e o de torpor pelos fatos que emergem sobre o governo Bolsonaro, a lista de pendengas que o atual governo tem de resolver teima em não diminuir Foto: Evaristo Sa/AFP

Chega um momento para todo e qualquer governo em que não adianta mais apontar o dedo para herança maldita ou citar lambanças promovidas pelo antecessor. Comemorar que a democracia seguiu de pé é bom, mas uma hora as pessoas fazem as contas que o golpe não aconteceu e problemas vários seguem por aí. Lula sabe que não demora para a pressão em torno de seu desempenho se avolumar.

A partir de hoje, são exatos dois meses até que o Congresso entre em recesso. Serão nove semanas para a articulação política avançar com projetos espinhosos, como a reforma tributária e as propostas de taxação dos “super-ricos”. Há ainda orçamento a negociar e a aprovar — nem a Lei de Diretrizes Orçamentárias foi votada até agora.

O Planalto vai ter de acelerar tudo isso enquanto tenta debelar o movimento de obstrução dos trabalhos na Câmara e se esforça para bloquear iniciativas como a que mexe com decisões do Supremo Tribunal Federal e a indesejada reforma administrativa.

Lula precisa ainda decidir o que fará sobre a chefia da Procuradoria-Geral da República e quem, afinal, indicará ao Supremo Tribunal Federal. Os anúncios têm sido adiados sob a justificativa de que o presidente quer escolher nomes de sua confiança e não consegue se decidir.

Os próximos meses serão cruciais para o governo. De um lado, a economia vem desacelerando e isso preocupa, como observou o próprio Fernando Haddad na semana passada. Sem o impulso de novas medidas na área econômica aprovadas no Congresso, a cobrança vai aumentar. De outro lado, as barbeiragens do governo Bolsonaro vão dar guarida cada vez mais limitada aos solavancos enfrentados por Lula. A cadeira presidencial começou a esquentar.

O expurgo dos pecados do governo passado segue dando uma colher de chá daquelas a Lula. No Brasil de 2023, a audiência mal se recuperou do relato de Mauro Cid sobre uma trama golpista envolvendo Bolsonaro que já vem a PF contar de um esquema de arapongagem operado por integrantes do governo de Jair.

O gerador de crises do bolsonarismo é, sem dúvida, admirável. Mas enquanto nos encontramos entre o estado de choque e o de torpor pelos fatos que emergem sobre o governo passado, a lista de pendengas que o atual governo tem de resolver teima em não diminuir.

A conta chega ao presidente — seja ele quem for. A cadeira presidencial queima, como definiu José Dirceu em entrevista ao Estadão em dezembro de 2018, antevendo que Jair Bolsonaro, uma vez empossado, teria tempos difíceis à frente.

Enquanto nos encontramos entre o estado de choque e o de torpor pelos fatos que emergem sobre o governo Bolsonaro, a lista de pendengas que o atual governo tem de resolver teima em não diminuir Foto: Evaristo Sa/AFP

Chega um momento para todo e qualquer governo em que não adianta mais apontar o dedo para herança maldita ou citar lambanças promovidas pelo antecessor. Comemorar que a democracia seguiu de pé é bom, mas uma hora as pessoas fazem as contas que o golpe não aconteceu e problemas vários seguem por aí. Lula sabe que não demora para a pressão em torno de seu desempenho se avolumar.

A partir de hoje, são exatos dois meses até que o Congresso entre em recesso. Serão nove semanas para a articulação política avançar com projetos espinhosos, como a reforma tributária e as propostas de taxação dos “super-ricos”. Há ainda orçamento a negociar e a aprovar — nem a Lei de Diretrizes Orçamentárias foi votada até agora.

O Planalto vai ter de acelerar tudo isso enquanto tenta debelar o movimento de obstrução dos trabalhos na Câmara e se esforça para bloquear iniciativas como a que mexe com decisões do Supremo Tribunal Federal e a indesejada reforma administrativa.

Lula precisa ainda decidir o que fará sobre a chefia da Procuradoria-Geral da República e quem, afinal, indicará ao Supremo Tribunal Federal. Os anúncios têm sido adiados sob a justificativa de que o presidente quer escolher nomes de sua confiança e não consegue se decidir.

Os próximos meses serão cruciais para o governo. De um lado, a economia vem desacelerando e isso preocupa, como observou o próprio Fernando Haddad na semana passada. Sem o impulso de novas medidas na área econômica aprovadas no Congresso, a cobrança vai aumentar. De outro lado, as barbeiragens do governo Bolsonaro vão dar guarida cada vez mais limitada aos solavancos enfrentados por Lula. A cadeira presidencial começou a esquentar.

Opinião por Renata Agostini

Jornalista e analista de política e economia da CNN

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