Os restos mortais do desaparecido político Epaminondas Gomes de Oliveira, morto em 1971 durante o governo militar, foram localizados na capital federal. O anúncio foi feito pela Comissão Nacional da Verdade, em sua reunião desta sexta-feira. A confirmação de que o corpo exumado em 24 de setembro de 2013 do cemitério em Brasília era mesmo de Epaminondas veio com o laudo do Instituto Médico Legal (IML) da capital federal, solicitado pela comissão da verdade.Apesar de o então líder comunista maranhense estar enterrado em Brasília, a família nunca teve acesso aos seus restos mortais até então. Epaminondas teria sido morto aos 68 anos, quando estava sob custódia do Exército, no antigo Hospital de Guarnição de Brasília, no Setor Militar Urbano, em Brasília, em 20 de agosto de 1971. Epaminondas é o primeiro desaparecido político identificado pela Comissão Nacional da Verdade.O guerrilheiro maranhense foi preso em um garimpo paraense, em 7 de agosto de 1971, durante a Operação Mesopotâmia, realizada para tirar de circulação lideranças políticas da oposição na região do Bico do Papagaio (divisa tríplice entre Pará, Tocantins, então Goiás, e o Maranhão), com o objetivo de tentar detectar focos guerrilheiros na região.De acordo com depoimentos colhidos pela Comissão da Verdade, segundo o Portal Brasil, Epaminondas foi torturado numa área do extinto Departamento Nacional de Estradas e Rodagens (DNER), localizada na estrada entre Porto Franco, cidade onde vivia à época, e Imperatriz, ambas no Maranhão. De lá, foi levado para Brasília, onde permaneceu preso e, depois, novamente torturado no Pelotão de Investigações Criminais (PIC), e morreu em 20 de agosto de 1971, no Hospital Militar de Área de Brasília. Para recompor a história da morte de Epaminondas, a Comissão da Verdade investigou a Operação Mesopotâmia em Brasília, no Maranhão e em Tocantins e ouviu 41 depoimentos sobre o caso.
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