Traduzindo a política

Opinião|Bolsonaro leva coça do centrão em prévia da eleição que quer utilizar para se livrar da cadeia


Ex-presidente descobriu que vai ser bem mais difícil eleger senadores em 2026, quando espera montar super bancada para enfrentar o STF e tentar anistiá-lo

Por Ricardo Corrêa
Atualização:

O bolsonarismo foi duramente castigado pelos partidos de centro e de uma direita não alinhada ao ex-presidente no segundo turno das eleições municipais. E os reflexos dessa derrota vão muito além da administração dos municípios nos próximos quatro anos. O ex-presidente Jair Bolsonaro tinha na corrida de 2024 o início de uma estratégia que culminaria na disputa de 2026, quando pretende eleger senadores tão fortemente alinhados a um discurso mais radical que aceitassem emparedar o Supremo Tribunal Federal (STF) derrubando ministros e anistiando-o dos crimes pelos quais é investigado.

Jair Bolsonaro foi derrotado na maioria das cidades em que apoiou candidatos no segundo turno Foto: Wilton Junior/Estadão

Trocando em miúdos, a principal estratégia de Bolsonaro para não ser preso ou pelo menos passar pouco tempo atrás das grades vinha justamente dos reflexos do sucesso de nomes como Alexandre Ramagem e Gilson Machado, derrotados ainda em primeiro turno no Rio de Janeiro e no Recife, ou Marcelo Queiroga, Capitão Alberto Neto, Bruno Engler e André Fernandes, que perderam na segunda etapa da votação em João Pessoa, Manaus, Belo Horizonte e Fortaleza.

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Bolsonaro percebeu que a tarefa de eleger senadores que topem tudo para defendê-lo vai ser bem mais difícil e que, ainda que a esquerda esteja fragilizada por todo o País, com apenas uma capital tendo sido conquistada, é uma direita mais centrada e menos alinhada quem tem mais chance de eleger senadores quando dois terços das cadeiras estiverem em disputa. O recado do eleitor é que dá hoje apoio à direita, mas há limites. O que dá razão a Valdemar Costa Neto, que reconhece não haver votos suficientes para que a direita seja dominante apenas com aqueles que rezam a cartilha de Bolsonaro sem pestanejar.

Como mostrou o Estadão, dos 25 nomes apoiados por Bolsonaro no segundo turno, apenas 7 foram eleitos. Entre os mais radicais, apenas Abílio Brunini venceu em Cuiabá. Mesmo assim, em um território no qual o conservadorismo mostrava muita superioridade, penou para vencer um candidato alinhado com o PT. Em outros lugares venceram nomes que focaram mais em questões locais, que não estarão com Bolsonaro para o que for necessário ou que são candidatos de centro que o ex-presidente só abraçou para surfar em suas vitórias.

De quebra, Bolsonaro sofreu derrotas fragorosas e, em certo ponto, humilhantes, em dois locais em que possíveis nomes da direita em 2026 se colocaram em lado oposto ao deles. Em Goiânia, para desafiar Ronaldo Caiado, o ex-presidente fez questão de estar presente no dia da eleição, mas Fred Rodrigues foi superado por Sandro Mabel. Em Curitiba foi pior. Bolsonaro estava junto com Ratinho Júnior no primeiro tuno no apoio a Eduardo Pimentel. Mudou de lado ao ver Cristina Graelm crescer na reta final do primeiro turno e perdeu.

O bolsonarismo foi duramente castigado pelos partidos de centro e de uma direita não alinhada ao ex-presidente no segundo turno das eleições municipais. E os reflexos dessa derrota vão muito além da administração dos municípios nos próximos quatro anos. O ex-presidente Jair Bolsonaro tinha na corrida de 2024 o início de uma estratégia que culminaria na disputa de 2026, quando pretende eleger senadores tão fortemente alinhados a um discurso mais radical que aceitassem emparedar o Supremo Tribunal Federal (STF) derrubando ministros e anistiando-o dos crimes pelos quais é investigado.

Jair Bolsonaro foi derrotado na maioria das cidades em que apoiou candidatos no segundo turno Foto: Wilton Junior/Estadão

Trocando em miúdos, a principal estratégia de Bolsonaro para não ser preso ou pelo menos passar pouco tempo atrás das grades vinha justamente dos reflexos do sucesso de nomes como Alexandre Ramagem e Gilson Machado, derrotados ainda em primeiro turno no Rio de Janeiro e no Recife, ou Marcelo Queiroga, Capitão Alberto Neto, Bruno Engler e André Fernandes, que perderam na segunda etapa da votação em João Pessoa, Manaus, Belo Horizonte e Fortaleza.

Bolsonaro percebeu que a tarefa de eleger senadores que topem tudo para defendê-lo vai ser bem mais difícil e que, ainda que a esquerda esteja fragilizada por todo o País, com apenas uma capital tendo sido conquistada, é uma direita mais centrada e menos alinhada quem tem mais chance de eleger senadores quando dois terços das cadeiras estiverem em disputa. O recado do eleitor é que dá hoje apoio à direita, mas há limites. O que dá razão a Valdemar Costa Neto, que reconhece não haver votos suficientes para que a direita seja dominante apenas com aqueles que rezam a cartilha de Bolsonaro sem pestanejar.

Como mostrou o Estadão, dos 25 nomes apoiados por Bolsonaro no segundo turno, apenas 7 foram eleitos. Entre os mais radicais, apenas Abílio Brunini venceu em Cuiabá. Mesmo assim, em um território no qual o conservadorismo mostrava muita superioridade, penou para vencer um candidato alinhado com o PT. Em outros lugares venceram nomes que focaram mais em questões locais, que não estarão com Bolsonaro para o que for necessário ou que são candidatos de centro que o ex-presidente só abraçou para surfar em suas vitórias.

De quebra, Bolsonaro sofreu derrotas fragorosas e, em certo ponto, humilhantes, em dois locais em que possíveis nomes da direita em 2026 se colocaram em lado oposto ao deles. Em Goiânia, para desafiar Ronaldo Caiado, o ex-presidente fez questão de estar presente no dia da eleição, mas Fred Rodrigues foi superado por Sandro Mabel. Em Curitiba foi pior. Bolsonaro estava junto com Ratinho Júnior no primeiro tuno no apoio a Eduardo Pimentel. Mudou de lado ao ver Cristina Graelm crescer na reta final do primeiro turno e perdeu.

O bolsonarismo foi duramente castigado pelos partidos de centro e de uma direita não alinhada ao ex-presidente no segundo turno das eleições municipais. E os reflexos dessa derrota vão muito além da administração dos municípios nos próximos quatro anos. O ex-presidente Jair Bolsonaro tinha na corrida de 2024 o início de uma estratégia que culminaria na disputa de 2026, quando pretende eleger senadores tão fortemente alinhados a um discurso mais radical que aceitassem emparedar o Supremo Tribunal Federal (STF) derrubando ministros e anistiando-o dos crimes pelos quais é investigado.

Jair Bolsonaro foi derrotado na maioria das cidades em que apoiou candidatos no segundo turno Foto: Wilton Junior/Estadão

Trocando em miúdos, a principal estratégia de Bolsonaro para não ser preso ou pelo menos passar pouco tempo atrás das grades vinha justamente dos reflexos do sucesso de nomes como Alexandre Ramagem e Gilson Machado, derrotados ainda em primeiro turno no Rio de Janeiro e no Recife, ou Marcelo Queiroga, Capitão Alberto Neto, Bruno Engler e André Fernandes, que perderam na segunda etapa da votação em João Pessoa, Manaus, Belo Horizonte e Fortaleza.

Bolsonaro percebeu que a tarefa de eleger senadores que topem tudo para defendê-lo vai ser bem mais difícil e que, ainda que a esquerda esteja fragilizada por todo o País, com apenas uma capital tendo sido conquistada, é uma direita mais centrada e menos alinhada quem tem mais chance de eleger senadores quando dois terços das cadeiras estiverem em disputa. O recado do eleitor é que dá hoje apoio à direita, mas há limites. O que dá razão a Valdemar Costa Neto, que reconhece não haver votos suficientes para que a direita seja dominante apenas com aqueles que rezam a cartilha de Bolsonaro sem pestanejar.

Como mostrou o Estadão, dos 25 nomes apoiados por Bolsonaro no segundo turno, apenas 7 foram eleitos. Entre os mais radicais, apenas Abílio Brunini venceu em Cuiabá. Mesmo assim, em um território no qual o conservadorismo mostrava muita superioridade, penou para vencer um candidato alinhado com o PT. Em outros lugares venceram nomes que focaram mais em questões locais, que não estarão com Bolsonaro para o que for necessário ou que são candidatos de centro que o ex-presidente só abraçou para surfar em suas vitórias.

De quebra, Bolsonaro sofreu derrotas fragorosas e, em certo ponto, humilhantes, em dois locais em que possíveis nomes da direita em 2026 se colocaram em lado oposto ao deles. Em Goiânia, para desafiar Ronaldo Caiado, o ex-presidente fez questão de estar presente no dia da eleição, mas Fred Rodrigues foi superado por Sandro Mabel. Em Curitiba foi pior. Bolsonaro estava junto com Ratinho Júnior no primeiro tuno no apoio a Eduardo Pimentel. Mudou de lado ao ver Cristina Graelm crescer na reta final do primeiro turno e perdeu.

O bolsonarismo foi duramente castigado pelos partidos de centro e de uma direita não alinhada ao ex-presidente no segundo turno das eleições municipais. E os reflexos dessa derrota vão muito além da administração dos municípios nos próximos quatro anos. O ex-presidente Jair Bolsonaro tinha na corrida de 2024 o início de uma estratégia que culminaria na disputa de 2026, quando pretende eleger senadores tão fortemente alinhados a um discurso mais radical que aceitassem emparedar o Supremo Tribunal Federal (STF) derrubando ministros e anistiando-o dos crimes pelos quais é investigado.

Jair Bolsonaro foi derrotado na maioria das cidades em que apoiou candidatos no segundo turno Foto: Wilton Junior/Estadão

Trocando em miúdos, a principal estratégia de Bolsonaro para não ser preso ou pelo menos passar pouco tempo atrás das grades vinha justamente dos reflexos do sucesso de nomes como Alexandre Ramagem e Gilson Machado, derrotados ainda em primeiro turno no Rio de Janeiro e no Recife, ou Marcelo Queiroga, Capitão Alberto Neto, Bruno Engler e André Fernandes, que perderam na segunda etapa da votação em João Pessoa, Manaus, Belo Horizonte e Fortaleza.

Bolsonaro percebeu que a tarefa de eleger senadores que topem tudo para defendê-lo vai ser bem mais difícil e que, ainda que a esquerda esteja fragilizada por todo o País, com apenas uma capital tendo sido conquistada, é uma direita mais centrada e menos alinhada quem tem mais chance de eleger senadores quando dois terços das cadeiras estiverem em disputa. O recado do eleitor é que dá hoje apoio à direita, mas há limites. O que dá razão a Valdemar Costa Neto, que reconhece não haver votos suficientes para que a direita seja dominante apenas com aqueles que rezam a cartilha de Bolsonaro sem pestanejar.

Como mostrou o Estadão, dos 25 nomes apoiados por Bolsonaro no segundo turno, apenas 7 foram eleitos. Entre os mais radicais, apenas Abílio Brunini venceu em Cuiabá. Mesmo assim, em um território no qual o conservadorismo mostrava muita superioridade, penou para vencer um candidato alinhado com o PT. Em outros lugares venceram nomes que focaram mais em questões locais, que não estarão com Bolsonaro para o que for necessário ou que são candidatos de centro que o ex-presidente só abraçou para surfar em suas vitórias.

De quebra, Bolsonaro sofreu derrotas fragorosas e, em certo ponto, humilhantes, em dois locais em que possíveis nomes da direita em 2026 se colocaram em lado oposto ao deles. Em Goiânia, para desafiar Ronaldo Caiado, o ex-presidente fez questão de estar presente no dia da eleição, mas Fred Rodrigues foi superado por Sandro Mabel. Em Curitiba foi pior. Bolsonaro estava junto com Ratinho Júnior no primeiro tuno no apoio a Eduardo Pimentel. Mudou de lado ao ver Cristina Graelm crescer na reta final do primeiro turno e perdeu.

Opinião por Ricardo Corrêa

Coordenador de política em São Paulo no Estadão e comentarista na rádio Eldorado. Escreve às quintas

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