Traduzindo a política

Opinião|Boulos acerta o tom no fim da campanha, quando parece tarde demais para enfrentar o favorito Nunes


Esperança de enfrentar Marçal na reta final do primeiro turno e estratégia errada no início da segunda etapa adiaram recuperação tímida que parecer vir nos últimos dias da disputa em São Paulo

Por Ricardo Corrêa

A não ser que um fato dramaticamente novo mude os rumos da disputa eleitoral de São Paulo nas próximas horas, Ricardo Nunes (MDB) chegará às urnas com pleno favoritismo. Isso as pesquisas mostram desde que ficou definido que o confronto seria com Guilherme Boulos (PSOL). Mas a demora do adversário de entender o cenário e enfrentar os principais obstáculos para uma vitória parecem ter deixado o caminho bem mais fácil para o prefeito em sua busca pela reeleição.

Nos últimos dias, oscilações nas pesquisas registradas no TSE e nos levantamentos realizados pelas campanhas indicam que Boulos está lentamente se recuperando. Não parece ser em um ritmo que o coloque em igualdade de condições com o prefeito na reta final da ida às urnas. Mas parece indicar que a mudança profunda na estratégia de campanha nos últimos dias, aliada ao apagão que tirou Nunes das ruas e ampliou a insatisfação com o poder público, podem ter começado a mudar o humor do eleitorado.

Guilherme Boulos mudou estratégia na reta final, após negligenciar alta rejeição durante grande parte da campanha Foto: Werther Santana/Estadão
continua após a publicidade

O principal problema de Boulos é o mesmo que se apresentou em meados do primeiro turno: a alta rejeição de um candidato tido por grande parte do eleitorado como um radical. De lá para cá, enquanto a direita se digladiava, Boulos teve bastante tempo para tentar enfrentá-lo. Mas outras escolhas se colocaram. A principal delas, utilizar grande parte de seu horário eleitoral e a presença nos debates para fustigar Ricardo Nunes em um esforço para tentar fazer um segundo turno com Pablo Marçal, único que tinha rejeição maior que a do psolista. A lógica era: se a disputa puder ser contra Marçal, trabalhar para redução da rejeição seria tarefa secundária.

A missão quase deu certo, mas o cenário previsto bem antes de o ex-coach entrar na disputa acabou se impondo. Em um segundo turno contra Nunes, a repulsa do eleitor em votar no psolista acabou virando o ativo mais importante do emedebista. Mesmo assim, Boulos começou o segundo turno mantendo a estratégia do primeiro. Fustigando o prefeito para que a rejeição do adversário também subisse. Nos horários eleitorais e poucos debates realizados, o psolista pouco se preocupou em defender-se da acusação de que seria um radical. Gastou quase todo o tempo apontando fragilidades e fazendo acusações a Nunes.

As coisas mudaram apenas agora, nos últimos dias, com uma série de estratégias para tentar colocar Boulos como uma pessoa de diálogo, que aceita conversar com quem pensa diferente. A ideia foi colocada em prática com uma carta à população de São Paulo, debates com a população nas ruas, com a decisão de dormir na casa das pessoas na última semana para trocar ideias e até ao aceitar o curioso convite de Pablo Marçal para uma sabatina nas redes sociais.

continua após a publicidade

Também começou a haver acenos mais fortes ao público do ex-coach. Boulos reforçou o discurso que mira no microempreendedor da periferia, incorporou propostas de Marçal em suas falas, como a da escola olímpica, aceitou a sabatina proposta por aquele que usou um laudo falso contra ele (e que talvez aconteça nesta quinta-feira) e passou a montar peças de propaganda que incluem supostos eleitores de Marçal trocando o boné do M pelo do B, com o argumento de que são pela mudança.

O resultado da alteração de estratégia, aliado a um maior engajamento do grupo de Boulos gera leve grau de preocupação em Nunes e devolve um pouco de ânimo à campanha do psolista. As duas campanhas creem hoje que o resultado final será mais apertado do que o apontado nas pesquisas. Por isso Nunes e seu grupo têm pregado tanto a necessidade de ter os pés no chão. Uma virada do candidato da esquerda, a essa altura, após demorar tanto para identificar o tom adequado para a campanha, porém, continua altamente improvável.

continua após a publicidade

É preciso lembrar, porém, que se Boulos quiser um dia entrar em uma eleição com chances de vitória, reduzir a rejeição é tarefa primordial. Talvez tenha sido tarde para esta, mas ainda pode haver tempo para uma próxima oportunidade que surgir. E ela só surgirá se o resultado for pelo menos melhor do que há quatro anos, quando foi derrotado por Bruno Covas sem tanto apoio e dinheiro despejado em sua campanha pelos aliados do PT.

A não ser que um fato dramaticamente novo mude os rumos da disputa eleitoral de São Paulo nas próximas horas, Ricardo Nunes (MDB) chegará às urnas com pleno favoritismo. Isso as pesquisas mostram desde que ficou definido que o confronto seria com Guilherme Boulos (PSOL). Mas a demora do adversário de entender o cenário e enfrentar os principais obstáculos para uma vitória parecem ter deixado o caminho bem mais fácil para o prefeito em sua busca pela reeleição.

Nos últimos dias, oscilações nas pesquisas registradas no TSE e nos levantamentos realizados pelas campanhas indicam que Boulos está lentamente se recuperando. Não parece ser em um ritmo que o coloque em igualdade de condições com o prefeito na reta final da ida às urnas. Mas parece indicar que a mudança profunda na estratégia de campanha nos últimos dias, aliada ao apagão que tirou Nunes das ruas e ampliou a insatisfação com o poder público, podem ter começado a mudar o humor do eleitorado.

Guilherme Boulos mudou estratégia na reta final, após negligenciar alta rejeição durante grande parte da campanha Foto: Werther Santana/Estadão

O principal problema de Boulos é o mesmo que se apresentou em meados do primeiro turno: a alta rejeição de um candidato tido por grande parte do eleitorado como um radical. De lá para cá, enquanto a direita se digladiava, Boulos teve bastante tempo para tentar enfrentá-lo. Mas outras escolhas se colocaram. A principal delas, utilizar grande parte de seu horário eleitoral e a presença nos debates para fustigar Ricardo Nunes em um esforço para tentar fazer um segundo turno com Pablo Marçal, único que tinha rejeição maior que a do psolista. A lógica era: se a disputa puder ser contra Marçal, trabalhar para redução da rejeição seria tarefa secundária.

A missão quase deu certo, mas o cenário previsto bem antes de o ex-coach entrar na disputa acabou se impondo. Em um segundo turno contra Nunes, a repulsa do eleitor em votar no psolista acabou virando o ativo mais importante do emedebista. Mesmo assim, Boulos começou o segundo turno mantendo a estratégia do primeiro. Fustigando o prefeito para que a rejeição do adversário também subisse. Nos horários eleitorais e poucos debates realizados, o psolista pouco se preocupou em defender-se da acusação de que seria um radical. Gastou quase todo o tempo apontando fragilidades e fazendo acusações a Nunes.

As coisas mudaram apenas agora, nos últimos dias, com uma série de estratégias para tentar colocar Boulos como uma pessoa de diálogo, que aceita conversar com quem pensa diferente. A ideia foi colocada em prática com uma carta à população de São Paulo, debates com a população nas ruas, com a decisão de dormir na casa das pessoas na última semana para trocar ideias e até ao aceitar o curioso convite de Pablo Marçal para uma sabatina nas redes sociais.

Também começou a haver acenos mais fortes ao público do ex-coach. Boulos reforçou o discurso que mira no microempreendedor da periferia, incorporou propostas de Marçal em suas falas, como a da escola olímpica, aceitou a sabatina proposta por aquele que usou um laudo falso contra ele (e que talvez aconteça nesta quinta-feira) e passou a montar peças de propaganda que incluem supostos eleitores de Marçal trocando o boné do M pelo do B, com o argumento de que são pela mudança.

O resultado da alteração de estratégia, aliado a um maior engajamento do grupo de Boulos gera leve grau de preocupação em Nunes e devolve um pouco de ânimo à campanha do psolista. As duas campanhas creem hoje que o resultado final será mais apertado do que o apontado nas pesquisas. Por isso Nunes e seu grupo têm pregado tanto a necessidade de ter os pés no chão. Uma virada do candidato da esquerda, a essa altura, após demorar tanto para identificar o tom adequado para a campanha, porém, continua altamente improvável.

É preciso lembrar, porém, que se Boulos quiser um dia entrar em uma eleição com chances de vitória, reduzir a rejeição é tarefa primordial. Talvez tenha sido tarde para esta, mas ainda pode haver tempo para uma próxima oportunidade que surgir. E ela só surgirá se o resultado for pelo menos melhor do que há quatro anos, quando foi derrotado por Bruno Covas sem tanto apoio e dinheiro despejado em sua campanha pelos aliados do PT.

A não ser que um fato dramaticamente novo mude os rumos da disputa eleitoral de São Paulo nas próximas horas, Ricardo Nunes (MDB) chegará às urnas com pleno favoritismo. Isso as pesquisas mostram desde que ficou definido que o confronto seria com Guilherme Boulos (PSOL). Mas a demora do adversário de entender o cenário e enfrentar os principais obstáculos para uma vitória parecem ter deixado o caminho bem mais fácil para o prefeito em sua busca pela reeleição.

Nos últimos dias, oscilações nas pesquisas registradas no TSE e nos levantamentos realizados pelas campanhas indicam que Boulos está lentamente se recuperando. Não parece ser em um ritmo que o coloque em igualdade de condições com o prefeito na reta final da ida às urnas. Mas parece indicar que a mudança profunda na estratégia de campanha nos últimos dias, aliada ao apagão que tirou Nunes das ruas e ampliou a insatisfação com o poder público, podem ter começado a mudar o humor do eleitorado.

Guilherme Boulos mudou estratégia na reta final, após negligenciar alta rejeição durante grande parte da campanha Foto: Werther Santana/Estadão

O principal problema de Boulos é o mesmo que se apresentou em meados do primeiro turno: a alta rejeição de um candidato tido por grande parte do eleitorado como um radical. De lá para cá, enquanto a direita se digladiava, Boulos teve bastante tempo para tentar enfrentá-lo. Mas outras escolhas se colocaram. A principal delas, utilizar grande parte de seu horário eleitoral e a presença nos debates para fustigar Ricardo Nunes em um esforço para tentar fazer um segundo turno com Pablo Marçal, único que tinha rejeição maior que a do psolista. A lógica era: se a disputa puder ser contra Marçal, trabalhar para redução da rejeição seria tarefa secundária.

A missão quase deu certo, mas o cenário previsto bem antes de o ex-coach entrar na disputa acabou se impondo. Em um segundo turno contra Nunes, a repulsa do eleitor em votar no psolista acabou virando o ativo mais importante do emedebista. Mesmo assim, Boulos começou o segundo turno mantendo a estratégia do primeiro. Fustigando o prefeito para que a rejeição do adversário também subisse. Nos horários eleitorais e poucos debates realizados, o psolista pouco se preocupou em defender-se da acusação de que seria um radical. Gastou quase todo o tempo apontando fragilidades e fazendo acusações a Nunes.

As coisas mudaram apenas agora, nos últimos dias, com uma série de estratégias para tentar colocar Boulos como uma pessoa de diálogo, que aceita conversar com quem pensa diferente. A ideia foi colocada em prática com uma carta à população de São Paulo, debates com a população nas ruas, com a decisão de dormir na casa das pessoas na última semana para trocar ideias e até ao aceitar o curioso convite de Pablo Marçal para uma sabatina nas redes sociais.

Também começou a haver acenos mais fortes ao público do ex-coach. Boulos reforçou o discurso que mira no microempreendedor da periferia, incorporou propostas de Marçal em suas falas, como a da escola olímpica, aceitou a sabatina proposta por aquele que usou um laudo falso contra ele (e que talvez aconteça nesta quinta-feira) e passou a montar peças de propaganda que incluem supostos eleitores de Marçal trocando o boné do M pelo do B, com o argumento de que são pela mudança.

O resultado da alteração de estratégia, aliado a um maior engajamento do grupo de Boulos gera leve grau de preocupação em Nunes e devolve um pouco de ânimo à campanha do psolista. As duas campanhas creem hoje que o resultado final será mais apertado do que o apontado nas pesquisas. Por isso Nunes e seu grupo têm pregado tanto a necessidade de ter os pés no chão. Uma virada do candidato da esquerda, a essa altura, após demorar tanto para identificar o tom adequado para a campanha, porém, continua altamente improvável.

É preciso lembrar, porém, que se Boulos quiser um dia entrar em uma eleição com chances de vitória, reduzir a rejeição é tarefa primordial. Talvez tenha sido tarde para esta, mas ainda pode haver tempo para uma próxima oportunidade que surgir. E ela só surgirá se o resultado for pelo menos melhor do que há quatro anos, quando foi derrotado por Bruno Covas sem tanto apoio e dinheiro despejado em sua campanha pelos aliados do PT.

A não ser que um fato dramaticamente novo mude os rumos da disputa eleitoral de São Paulo nas próximas horas, Ricardo Nunes (MDB) chegará às urnas com pleno favoritismo. Isso as pesquisas mostram desde que ficou definido que o confronto seria com Guilherme Boulos (PSOL). Mas a demora do adversário de entender o cenário e enfrentar os principais obstáculos para uma vitória parecem ter deixado o caminho bem mais fácil para o prefeito em sua busca pela reeleição.

Nos últimos dias, oscilações nas pesquisas registradas no TSE e nos levantamentos realizados pelas campanhas indicam que Boulos está lentamente se recuperando. Não parece ser em um ritmo que o coloque em igualdade de condições com o prefeito na reta final da ida às urnas. Mas parece indicar que a mudança profunda na estratégia de campanha nos últimos dias, aliada ao apagão que tirou Nunes das ruas e ampliou a insatisfação com o poder público, podem ter começado a mudar o humor do eleitorado.

Guilherme Boulos mudou estratégia na reta final, após negligenciar alta rejeição durante grande parte da campanha Foto: Werther Santana/Estadão

O principal problema de Boulos é o mesmo que se apresentou em meados do primeiro turno: a alta rejeição de um candidato tido por grande parte do eleitorado como um radical. De lá para cá, enquanto a direita se digladiava, Boulos teve bastante tempo para tentar enfrentá-lo. Mas outras escolhas se colocaram. A principal delas, utilizar grande parte de seu horário eleitoral e a presença nos debates para fustigar Ricardo Nunes em um esforço para tentar fazer um segundo turno com Pablo Marçal, único que tinha rejeição maior que a do psolista. A lógica era: se a disputa puder ser contra Marçal, trabalhar para redução da rejeição seria tarefa secundária.

A missão quase deu certo, mas o cenário previsto bem antes de o ex-coach entrar na disputa acabou se impondo. Em um segundo turno contra Nunes, a repulsa do eleitor em votar no psolista acabou virando o ativo mais importante do emedebista. Mesmo assim, Boulos começou o segundo turno mantendo a estratégia do primeiro. Fustigando o prefeito para que a rejeição do adversário também subisse. Nos horários eleitorais e poucos debates realizados, o psolista pouco se preocupou em defender-se da acusação de que seria um radical. Gastou quase todo o tempo apontando fragilidades e fazendo acusações a Nunes.

As coisas mudaram apenas agora, nos últimos dias, com uma série de estratégias para tentar colocar Boulos como uma pessoa de diálogo, que aceita conversar com quem pensa diferente. A ideia foi colocada em prática com uma carta à população de São Paulo, debates com a população nas ruas, com a decisão de dormir na casa das pessoas na última semana para trocar ideias e até ao aceitar o curioso convite de Pablo Marçal para uma sabatina nas redes sociais.

Também começou a haver acenos mais fortes ao público do ex-coach. Boulos reforçou o discurso que mira no microempreendedor da periferia, incorporou propostas de Marçal em suas falas, como a da escola olímpica, aceitou a sabatina proposta por aquele que usou um laudo falso contra ele (e que talvez aconteça nesta quinta-feira) e passou a montar peças de propaganda que incluem supostos eleitores de Marçal trocando o boné do M pelo do B, com o argumento de que são pela mudança.

O resultado da alteração de estratégia, aliado a um maior engajamento do grupo de Boulos gera leve grau de preocupação em Nunes e devolve um pouco de ânimo à campanha do psolista. As duas campanhas creem hoje que o resultado final será mais apertado do que o apontado nas pesquisas. Por isso Nunes e seu grupo têm pregado tanto a necessidade de ter os pés no chão. Uma virada do candidato da esquerda, a essa altura, após demorar tanto para identificar o tom adequado para a campanha, porém, continua altamente improvável.

É preciso lembrar, porém, que se Boulos quiser um dia entrar em uma eleição com chances de vitória, reduzir a rejeição é tarefa primordial. Talvez tenha sido tarde para esta, mas ainda pode haver tempo para uma próxima oportunidade que surgir. E ela só surgirá se o resultado for pelo menos melhor do que há quatro anos, quando foi derrotado por Bruno Covas sem tanto apoio e dinheiro despejado em sua campanha pelos aliados do PT.

Opinião por Ricardo Corrêa

Coordenador de política em São Paulo no Estadão e comentarista na rádio Eldorado. Escreve às quintas

Atualizamos nossa política de cookies

Ao utilizar nossos serviços, você aceita a política de monitoramento de cookies.