Traduzindo a política

Opinião|Fala sobre ‘vaquinhas que produzem pouco’ implode estratégia nacional de Zema


Estrago na imagem do governador de Minas foi grande após declarações atravessadas sobre o Nordeste no momento em que ensaiava ampliação das viagens pelo País

Por Ricardo Corrêa

As declarações atravessadas dadas em entrevista ao Estadão atropelaram uma estratégia do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), traçada logo após a conquista da reeleição ao governo do Estado. Geralmente alheio aos temas nacionais e recluso no Sudeste e no Sul durante quatro anos, ele ensaiava uma ampliação das viagens pelo País, que se tornaram mais difíceis após o bombardeio que sofreu ao chamar de “vaquinhas que produzem pouco” as unidades do Norte e do Nordeste brasileiro.

Desde que conquistou o segundo mandato, Zema deu uma guinada na formulação de suas agendas. Nos primeiros quatro anos de governo, segundo dados do portal da Transparência do governo de Minas, ele havia visitado apenas cinco Estados (São Paulo, Rio, Espírito Santo, Santa Catarina e Paraná), além do Distrito Federal, onde as agendas de governadores são mais habituais. Em apenas seis meses após ser reeleito e já com olhos em uma possível candidatura à Presidência, Zema já foi a sete unidades federativas. E, orientado por aliados, pela primeira vez incluiu Estados do Nordeste em seus périplos. Em março, por exemplo, ele esteve em Pernambuco e no Maranhão. O Norte ainda não contou com a presença dele. Além das viagens a Recife e a São Luís, e de oito viagens a Brasília, neste ano ele esteve também nas capitais e cidades do interior no Rio de Janeiro, em São Paulo, no Paraná, no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina.

O governador de Minas, Romeu Zema Foto: ROMEU ZEMA/INSTAGRAM
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Agora, porém, se quiser manter a estratégia, terá primeiro que desfazer os sinais ruins que foram fortemente reverberados por políticos e imprensa locais sobretudo no Nordeste. O que poderia vir com um pedido de desculpas e não com as vãs tentativas de dourar a pílula, até pelo fato de que pesou para ele a reincidência. Em junho ele já havia dito que Sul e Sudeste se diferenciam de outras regiões por terem mais “pessoas trabalhando do que vivendo de auxílio emergencial”.

Se nacionalmente o estrago para a imagem de Zema foi grande, como medido pelo Índice de Popularidade Digital, produzido pelo instituto Genial/Quaest, imagine se isolarmos apenas as opiniões de habitantes das regiões que foram alvos do mineiro. Ensaiar qualquer visita a essa altura é um convite para protestos e críticas no âmbito local.

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Ainda que seja legítimo defender mais recursos para o Estado que governa, afinal é essa também sua missão, a forma encontrada para colocar suas posições traduz boa dose de preconceito. E politicamente é desastrosa. De junho, quando falou do auxílio, até agosto, quando emplacou as vaquinhas, Zema poderia ter aprendido os reflexos de sua fala em um possível projeto presidencial. Mas, antes, bastava olhar para a própria reeleição, quando mesmo vencendo no primeiro turno acabou sendo derrotado no Norte de Minas e no Vale do Jequitinhonha, as regiões mais parecidas com o Nordeste brasileiro em seu próprio Estado.

Ao governador que um dia perguntou se a premiada escritora Adélia Prado trabalhava em uma rádio do interior ao ser agraciado com um livro dela, serviria uma visão ampliada do que disse Guimarães Rosa. Se Minas são muitas e poucos são aqueles que conhecem as mil faces das Gerais, o que dirá do Brasil que o governador pode querer um dia governar?

As declarações atravessadas dadas em entrevista ao Estadão atropelaram uma estratégia do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), traçada logo após a conquista da reeleição ao governo do Estado. Geralmente alheio aos temas nacionais e recluso no Sudeste e no Sul durante quatro anos, ele ensaiava uma ampliação das viagens pelo País, que se tornaram mais difíceis após o bombardeio que sofreu ao chamar de “vaquinhas que produzem pouco” as unidades do Norte e do Nordeste brasileiro.

Desde que conquistou o segundo mandato, Zema deu uma guinada na formulação de suas agendas. Nos primeiros quatro anos de governo, segundo dados do portal da Transparência do governo de Minas, ele havia visitado apenas cinco Estados (São Paulo, Rio, Espírito Santo, Santa Catarina e Paraná), além do Distrito Federal, onde as agendas de governadores são mais habituais. Em apenas seis meses após ser reeleito e já com olhos em uma possível candidatura à Presidência, Zema já foi a sete unidades federativas. E, orientado por aliados, pela primeira vez incluiu Estados do Nordeste em seus périplos. Em março, por exemplo, ele esteve em Pernambuco e no Maranhão. O Norte ainda não contou com a presença dele. Além das viagens a Recife e a São Luís, e de oito viagens a Brasília, neste ano ele esteve também nas capitais e cidades do interior no Rio de Janeiro, em São Paulo, no Paraná, no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina.

O governador de Minas, Romeu Zema Foto: ROMEU ZEMA/INSTAGRAM

Agora, porém, se quiser manter a estratégia, terá primeiro que desfazer os sinais ruins que foram fortemente reverberados por políticos e imprensa locais sobretudo no Nordeste. O que poderia vir com um pedido de desculpas e não com as vãs tentativas de dourar a pílula, até pelo fato de que pesou para ele a reincidência. Em junho ele já havia dito que Sul e Sudeste se diferenciam de outras regiões por terem mais “pessoas trabalhando do que vivendo de auxílio emergencial”.

Se nacionalmente o estrago para a imagem de Zema foi grande, como medido pelo Índice de Popularidade Digital, produzido pelo instituto Genial/Quaest, imagine se isolarmos apenas as opiniões de habitantes das regiões que foram alvos do mineiro. Ensaiar qualquer visita a essa altura é um convite para protestos e críticas no âmbito local.

Ainda que seja legítimo defender mais recursos para o Estado que governa, afinal é essa também sua missão, a forma encontrada para colocar suas posições traduz boa dose de preconceito. E politicamente é desastrosa. De junho, quando falou do auxílio, até agosto, quando emplacou as vaquinhas, Zema poderia ter aprendido os reflexos de sua fala em um possível projeto presidencial. Mas, antes, bastava olhar para a própria reeleição, quando mesmo vencendo no primeiro turno acabou sendo derrotado no Norte de Minas e no Vale do Jequitinhonha, as regiões mais parecidas com o Nordeste brasileiro em seu próprio Estado.

Ao governador que um dia perguntou se a premiada escritora Adélia Prado trabalhava em uma rádio do interior ao ser agraciado com um livro dela, serviria uma visão ampliada do que disse Guimarães Rosa. Se Minas são muitas e poucos são aqueles que conhecem as mil faces das Gerais, o que dirá do Brasil que o governador pode querer um dia governar?

As declarações atravessadas dadas em entrevista ao Estadão atropelaram uma estratégia do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), traçada logo após a conquista da reeleição ao governo do Estado. Geralmente alheio aos temas nacionais e recluso no Sudeste e no Sul durante quatro anos, ele ensaiava uma ampliação das viagens pelo País, que se tornaram mais difíceis após o bombardeio que sofreu ao chamar de “vaquinhas que produzem pouco” as unidades do Norte e do Nordeste brasileiro.

Desde que conquistou o segundo mandato, Zema deu uma guinada na formulação de suas agendas. Nos primeiros quatro anos de governo, segundo dados do portal da Transparência do governo de Minas, ele havia visitado apenas cinco Estados (São Paulo, Rio, Espírito Santo, Santa Catarina e Paraná), além do Distrito Federal, onde as agendas de governadores são mais habituais. Em apenas seis meses após ser reeleito e já com olhos em uma possível candidatura à Presidência, Zema já foi a sete unidades federativas. E, orientado por aliados, pela primeira vez incluiu Estados do Nordeste em seus périplos. Em março, por exemplo, ele esteve em Pernambuco e no Maranhão. O Norte ainda não contou com a presença dele. Além das viagens a Recife e a São Luís, e de oito viagens a Brasília, neste ano ele esteve também nas capitais e cidades do interior no Rio de Janeiro, em São Paulo, no Paraná, no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina.

O governador de Minas, Romeu Zema Foto: ROMEU ZEMA/INSTAGRAM

Agora, porém, se quiser manter a estratégia, terá primeiro que desfazer os sinais ruins que foram fortemente reverberados por políticos e imprensa locais sobretudo no Nordeste. O que poderia vir com um pedido de desculpas e não com as vãs tentativas de dourar a pílula, até pelo fato de que pesou para ele a reincidência. Em junho ele já havia dito que Sul e Sudeste se diferenciam de outras regiões por terem mais “pessoas trabalhando do que vivendo de auxílio emergencial”.

Se nacionalmente o estrago para a imagem de Zema foi grande, como medido pelo Índice de Popularidade Digital, produzido pelo instituto Genial/Quaest, imagine se isolarmos apenas as opiniões de habitantes das regiões que foram alvos do mineiro. Ensaiar qualquer visita a essa altura é um convite para protestos e críticas no âmbito local.

Ainda que seja legítimo defender mais recursos para o Estado que governa, afinal é essa também sua missão, a forma encontrada para colocar suas posições traduz boa dose de preconceito. E politicamente é desastrosa. De junho, quando falou do auxílio, até agosto, quando emplacou as vaquinhas, Zema poderia ter aprendido os reflexos de sua fala em um possível projeto presidencial. Mas, antes, bastava olhar para a própria reeleição, quando mesmo vencendo no primeiro turno acabou sendo derrotado no Norte de Minas e no Vale do Jequitinhonha, as regiões mais parecidas com o Nordeste brasileiro em seu próprio Estado.

Ao governador que um dia perguntou se a premiada escritora Adélia Prado trabalhava em uma rádio do interior ao ser agraciado com um livro dela, serviria uma visão ampliada do que disse Guimarães Rosa. Se Minas são muitas e poucos são aqueles que conhecem as mil faces das Gerais, o que dirá do Brasil que o governador pode querer um dia governar?

As declarações atravessadas dadas em entrevista ao Estadão atropelaram uma estratégia do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), traçada logo após a conquista da reeleição ao governo do Estado. Geralmente alheio aos temas nacionais e recluso no Sudeste e no Sul durante quatro anos, ele ensaiava uma ampliação das viagens pelo País, que se tornaram mais difíceis após o bombardeio que sofreu ao chamar de “vaquinhas que produzem pouco” as unidades do Norte e do Nordeste brasileiro.

Desde que conquistou o segundo mandato, Zema deu uma guinada na formulação de suas agendas. Nos primeiros quatro anos de governo, segundo dados do portal da Transparência do governo de Minas, ele havia visitado apenas cinco Estados (São Paulo, Rio, Espírito Santo, Santa Catarina e Paraná), além do Distrito Federal, onde as agendas de governadores são mais habituais. Em apenas seis meses após ser reeleito e já com olhos em uma possível candidatura à Presidência, Zema já foi a sete unidades federativas. E, orientado por aliados, pela primeira vez incluiu Estados do Nordeste em seus périplos. Em março, por exemplo, ele esteve em Pernambuco e no Maranhão. O Norte ainda não contou com a presença dele. Além das viagens a Recife e a São Luís, e de oito viagens a Brasília, neste ano ele esteve também nas capitais e cidades do interior no Rio de Janeiro, em São Paulo, no Paraná, no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina.

O governador de Minas, Romeu Zema Foto: ROMEU ZEMA/INSTAGRAM

Agora, porém, se quiser manter a estratégia, terá primeiro que desfazer os sinais ruins que foram fortemente reverberados por políticos e imprensa locais sobretudo no Nordeste. O que poderia vir com um pedido de desculpas e não com as vãs tentativas de dourar a pílula, até pelo fato de que pesou para ele a reincidência. Em junho ele já havia dito que Sul e Sudeste se diferenciam de outras regiões por terem mais “pessoas trabalhando do que vivendo de auxílio emergencial”.

Se nacionalmente o estrago para a imagem de Zema foi grande, como medido pelo Índice de Popularidade Digital, produzido pelo instituto Genial/Quaest, imagine se isolarmos apenas as opiniões de habitantes das regiões que foram alvos do mineiro. Ensaiar qualquer visita a essa altura é um convite para protestos e críticas no âmbito local.

Ainda que seja legítimo defender mais recursos para o Estado que governa, afinal é essa também sua missão, a forma encontrada para colocar suas posições traduz boa dose de preconceito. E politicamente é desastrosa. De junho, quando falou do auxílio, até agosto, quando emplacou as vaquinhas, Zema poderia ter aprendido os reflexos de sua fala em um possível projeto presidencial. Mas, antes, bastava olhar para a própria reeleição, quando mesmo vencendo no primeiro turno acabou sendo derrotado no Norte de Minas e no Vale do Jequitinhonha, as regiões mais parecidas com o Nordeste brasileiro em seu próprio Estado.

Ao governador que um dia perguntou se a premiada escritora Adélia Prado trabalhava em uma rádio do interior ao ser agraciado com um livro dela, serviria uma visão ampliada do que disse Guimarães Rosa. Se Minas são muitas e poucos são aqueles que conhecem as mil faces das Gerais, o que dirá do Brasil que o governador pode querer um dia governar?

As declarações atravessadas dadas em entrevista ao Estadão atropelaram uma estratégia do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), traçada logo após a conquista da reeleição ao governo do Estado. Geralmente alheio aos temas nacionais e recluso no Sudeste e no Sul durante quatro anos, ele ensaiava uma ampliação das viagens pelo País, que se tornaram mais difíceis após o bombardeio que sofreu ao chamar de “vaquinhas que produzem pouco” as unidades do Norte e do Nordeste brasileiro.

Desde que conquistou o segundo mandato, Zema deu uma guinada na formulação de suas agendas. Nos primeiros quatro anos de governo, segundo dados do portal da Transparência do governo de Minas, ele havia visitado apenas cinco Estados (São Paulo, Rio, Espírito Santo, Santa Catarina e Paraná), além do Distrito Federal, onde as agendas de governadores são mais habituais. Em apenas seis meses após ser reeleito e já com olhos em uma possível candidatura à Presidência, Zema já foi a sete unidades federativas. E, orientado por aliados, pela primeira vez incluiu Estados do Nordeste em seus périplos. Em março, por exemplo, ele esteve em Pernambuco e no Maranhão. O Norte ainda não contou com a presença dele. Além das viagens a Recife e a São Luís, e de oito viagens a Brasília, neste ano ele esteve também nas capitais e cidades do interior no Rio de Janeiro, em São Paulo, no Paraná, no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina.

O governador de Minas, Romeu Zema Foto: ROMEU ZEMA/INSTAGRAM

Agora, porém, se quiser manter a estratégia, terá primeiro que desfazer os sinais ruins que foram fortemente reverberados por políticos e imprensa locais sobretudo no Nordeste. O que poderia vir com um pedido de desculpas e não com as vãs tentativas de dourar a pílula, até pelo fato de que pesou para ele a reincidência. Em junho ele já havia dito que Sul e Sudeste se diferenciam de outras regiões por terem mais “pessoas trabalhando do que vivendo de auxílio emergencial”.

Se nacionalmente o estrago para a imagem de Zema foi grande, como medido pelo Índice de Popularidade Digital, produzido pelo instituto Genial/Quaest, imagine se isolarmos apenas as opiniões de habitantes das regiões que foram alvos do mineiro. Ensaiar qualquer visita a essa altura é um convite para protestos e críticas no âmbito local.

Ainda que seja legítimo defender mais recursos para o Estado que governa, afinal é essa também sua missão, a forma encontrada para colocar suas posições traduz boa dose de preconceito. E politicamente é desastrosa. De junho, quando falou do auxílio, até agosto, quando emplacou as vaquinhas, Zema poderia ter aprendido os reflexos de sua fala em um possível projeto presidencial. Mas, antes, bastava olhar para a própria reeleição, quando mesmo vencendo no primeiro turno acabou sendo derrotado no Norte de Minas e no Vale do Jequitinhonha, as regiões mais parecidas com o Nordeste brasileiro em seu próprio Estado.

Ao governador que um dia perguntou se a premiada escritora Adélia Prado trabalhava em uma rádio do interior ao ser agraciado com um livro dela, serviria uma visão ampliada do que disse Guimarães Rosa. Se Minas são muitas e poucos são aqueles que conhecem as mil faces das Gerais, o que dirá do Brasil que o governador pode querer um dia governar?

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