Ricardo Nunes chama greve do Metrô de ‘ideológica’ e diz que paralisação é ‘apoiada pelo PSOL’


Declaração do atual prefeito antevê clima polarizado para a campanha de 2024, quando ele deve disputar a reeleição tendo Guilherme Boulos como principal adversário

Por Isabella Alonso Panho
Atualização:

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), chamou a greve dos metroviários da capital paulista de “ideológica” e disse que ela é apoiada pelo PSOL, partido do deputado federal Guilherme Boulos, com quem o emedebista deve disputar as eleições de 2024.

“Lamentamos que nossa população seja prejudicada por uma greve ideológica, apoiada por partidos como o PSOL, da Presidente do Sindicato dos Metroviários. Uma greve que não está sequer respeitando decisão da Justiça. Estamos trabalhando para ajudar aqueles que realmente trabalham”, disse o prefeito nas redes sociais nesta terça-feira, 3.

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O prefeito publicou a mensagem, apagou e publicou de novo. Questionado pelo Estadão, ele disse, por meio da assessoria, que a nova publicação é uma resposta a Boulos. “O prefeito não queria politizar, mas depois que o Boulos postou, o prefeito resolveu repostar porque entendeu que a verdade precisava ser dita. O prefeito segue mobilizando todo o serviço público afim de minimizar os danos acusados à população”, diz a nota.

Camila Lisboa, que preside o Sindicato dos Metroviários de São Paulo, é filiada ao partido de Boulos.

Nunes se posiciona ao lado do governador do Estado, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que disse durante uma coletiva nesta manhã que a greve é “política, ilegal e abusiva”. Ele ainda reiterou que vai continuar o movimento de privatização das linhas – um dos motivos principais da paralisação dos metroviários.

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“Vamos continuar estudando concessões e não é um movimento ilegal que nos afastará desse objetivo”, disse o governador. Funcionários da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo, a Sabesp, também estão paralisados em protesto ao movimento de privatização encabeçado por Tarcísio.

Apesar do reforço prometido por Nunes, as linhas de ônibus da capital paulista estão lotadas e os congestionamentos atingem toda a região metropolitana  Foto: WERTHER

Além de vincular a greve ao PSOL, o prefeito também disse nesta terça que a paralisação é “provocada por sindicatos que manipulam trabalhadores do transporte público com intuito político-partidário” e que está “fazendo o possível para minimizar os estragos provocados por essa greve político-ideológica”.

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“São Paulo de gente trabalhadora jamais será terra de baderna e quebradeira”, escreveu Nunes nas redes sociais nesta terça.

Boulos rebateu as declarações, dizendo que a “intransigência” do governo de Tarcísio é que causou a paralisação. “A intransigência do Governo de SP é a grande responsável pela Greve de hoje no Metrô/CPTM. Os trabalhadores propuseram em juízo liberar as catracas em vez da paralisação, para não prejudicar os usuários. O Governo Estadual recusou a proposta. Apostou no conflito e não no diálogo”, disse o deputado.

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As declarações de Boulos e Nunes antecipam um clima de polarização política que deve dar o tom das eleições de 2024. O atual prefeito tem negociado o apoio de Jair Bolsonaro (PL), com quem se reuniu várias vezes ao longo do ano. No entanto, com o avanço de investigações, como a do caso das joias sauditas, uma aliança com ex-presidente tem dado sinais de que pode ruir.

Durante um evento no feriado da Independência, Nunes chegou a dizer que “não tem intimidade” com o ex-presidente se se afirmou como um político de centro, o que gerou desconforto com bolsonaristas.

Tratativa de Boulos e Nunes sobre a greve desta terça, 3, antecipa clima polarizado das eleições de 2024 Foto: TABA BENEDICTO
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Por outro lado, Boulos tem o apoio do PT de Luiz Inácio Lula da Silva. O diretório paulistano da sigla formalizou o apoio ao parlamentar no começo de agosto, como parte de um acordo feito em 2022, quando o deputado desistiu de concorrer ao governo de São Paulo para fortalecer a candidatura de Fernando Haddad, derrotado no segundo turno por Tarcísio.

A decisão, contudo, não é unânime entre as correntes do PT. Algumas alas do partido defendem que a sigla tenha um nome próprio para a disputa de 2024. Pela decisão do diretório do começo de agosto, o partido do presidente deve indicar o vice da chapa da Boulos.

Paralisação desta terça é a 4ª de 2023

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A greve desta terça-feira é a quarta paralisação dos metroviários de São Paulo neste ano. Desde a campanha, Tarcísio prometeu privatizar as linhas de trem e metrô que ainda são geridas pela administração pública. São elas: linhas 1 - Azul, 2 - Verde, 3 - Vermelha e 15 - Prata, do metrô e 7 - Rubi, 10 - Turquesa, 11 - Coral, 12 - Safira e 13 - Jade, do trem.

Movimentação em frente à estação Mauá, região metropolitana de São Paulo, durante a greve da CPTM e Metrô Foto: TABA BENEDICTO

Em janeiro de 2022, duas linhas de trem foram para a iniciativa privada: a 9 - Esmeralda e a 8 - Diamante, que atendem respectivamente as zonas Oeste da região metropolitana e Sul de São Paulo. Desde que passaram a ser geridas pela ViaMobilidade, usuários tem reclamado da demora nos trens e da má-qualidade dos carros. Em março deste ano, um vagão da linha 8 descarrilhou com 50 passageiros dentro por falta de manutenção.

Algumas linhas do metrô já nasceram privatizadas, como a linha 4 - Amarela, que vai do Centro ao Morumbi, e a 5 - Lilás, que liga a zona Sul ao Bairro do Capão Redondo.

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), chamou a greve dos metroviários da capital paulista de “ideológica” e disse que ela é apoiada pelo PSOL, partido do deputado federal Guilherme Boulos, com quem o emedebista deve disputar as eleições de 2024.

“Lamentamos que nossa população seja prejudicada por uma greve ideológica, apoiada por partidos como o PSOL, da Presidente do Sindicato dos Metroviários. Uma greve que não está sequer respeitando decisão da Justiça. Estamos trabalhando para ajudar aqueles que realmente trabalham”, disse o prefeito nas redes sociais nesta terça-feira, 3.

O prefeito publicou a mensagem, apagou e publicou de novo. Questionado pelo Estadão, ele disse, por meio da assessoria, que a nova publicação é uma resposta a Boulos. “O prefeito não queria politizar, mas depois que o Boulos postou, o prefeito resolveu repostar porque entendeu que a verdade precisava ser dita. O prefeito segue mobilizando todo o serviço público afim de minimizar os danos acusados à população”, diz a nota.

Camila Lisboa, que preside o Sindicato dos Metroviários de São Paulo, é filiada ao partido de Boulos.

Nunes se posiciona ao lado do governador do Estado, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que disse durante uma coletiva nesta manhã que a greve é “política, ilegal e abusiva”. Ele ainda reiterou que vai continuar o movimento de privatização das linhas – um dos motivos principais da paralisação dos metroviários.

“Vamos continuar estudando concessões e não é um movimento ilegal que nos afastará desse objetivo”, disse o governador. Funcionários da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo, a Sabesp, também estão paralisados em protesto ao movimento de privatização encabeçado por Tarcísio.

Apesar do reforço prometido por Nunes, as linhas de ônibus da capital paulista estão lotadas e os congestionamentos atingem toda a região metropolitana  Foto: WERTHER

Além de vincular a greve ao PSOL, o prefeito também disse nesta terça que a paralisação é “provocada por sindicatos que manipulam trabalhadores do transporte público com intuito político-partidário” e que está “fazendo o possível para minimizar os estragos provocados por essa greve político-ideológica”.

“São Paulo de gente trabalhadora jamais será terra de baderna e quebradeira”, escreveu Nunes nas redes sociais nesta terça.

Boulos rebateu as declarações, dizendo que a “intransigência” do governo de Tarcísio é que causou a paralisação. “A intransigência do Governo de SP é a grande responsável pela Greve de hoje no Metrô/CPTM. Os trabalhadores propuseram em juízo liberar as catracas em vez da paralisação, para não prejudicar os usuários. O Governo Estadual recusou a proposta. Apostou no conflito e não no diálogo”, disse o deputado.

As declarações de Boulos e Nunes antecipam um clima de polarização política que deve dar o tom das eleições de 2024. O atual prefeito tem negociado o apoio de Jair Bolsonaro (PL), com quem se reuniu várias vezes ao longo do ano. No entanto, com o avanço de investigações, como a do caso das joias sauditas, uma aliança com ex-presidente tem dado sinais de que pode ruir.

Durante um evento no feriado da Independência, Nunes chegou a dizer que “não tem intimidade” com o ex-presidente se se afirmou como um político de centro, o que gerou desconforto com bolsonaristas.

Tratativa de Boulos e Nunes sobre a greve desta terça, 3, antecipa clima polarizado das eleições de 2024 Foto: TABA BENEDICTO

Por outro lado, Boulos tem o apoio do PT de Luiz Inácio Lula da Silva. O diretório paulistano da sigla formalizou o apoio ao parlamentar no começo de agosto, como parte de um acordo feito em 2022, quando o deputado desistiu de concorrer ao governo de São Paulo para fortalecer a candidatura de Fernando Haddad, derrotado no segundo turno por Tarcísio.

A decisão, contudo, não é unânime entre as correntes do PT. Algumas alas do partido defendem que a sigla tenha um nome próprio para a disputa de 2024. Pela decisão do diretório do começo de agosto, o partido do presidente deve indicar o vice da chapa da Boulos.

Paralisação desta terça é a 4ª de 2023

A greve desta terça-feira é a quarta paralisação dos metroviários de São Paulo neste ano. Desde a campanha, Tarcísio prometeu privatizar as linhas de trem e metrô que ainda são geridas pela administração pública. São elas: linhas 1 - Azul, 2 - Verde, 3 - Vermelha e 15 - Prata, do metrô e 7 - Rubi, 10 - Turquesa, 11 - Coral, 12 - Safira e 13 - Jade, do trem.

Movimentação em frente à estação Mauá, região metropolitana de São Paulo, durante a greve da CPTM e Metrô Foto: TABA BENEDICTO

Em janeiro de 2022, duas linhas de trem foram para a iniciativa privada: a 9 - Esmeralda e a 8 - Diamante, que atendem respectivamente as zonas Oeste da região metropolitana e Sul de São Paulo. Desde que passaram a ser geridas pela ViaMobilidade, usuários tem reclamado da demora nos trens e da má-qualidade dos carros. Em março deste ano, um vagão da linha 8 descarrilhou com 50 passageiros dentro por falta de manutenção.

Algumas linhas do metrô já nasceram privatizadas, como a linha 4 - Amarela, que vai do Centro ao Morumbi, e a 5 - Lilás, que liga a zona Sul ao Bairro do Capão Redondo.

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), chamou a greve dos metroviários da capital paulista de “ideológica” e disse que ela é apoiada pelo PSOL, partido do deputado federal Guilherme Boulos, com quem o emedebista deve disputar as eleições de 2024.

“Lamentamos que nossa população seja prejudicada por uma greve ideológica, apoiada por partidos como o PSOL, da Presidente do Sindicato dos Metroviários. Uma greve que não está sequer respeitando decisão da Justiça. Estamos trabalhando para ajudar aqueles que realmente trabalham”, disse o prefeito nas redes sociais nesta terça-feira, 3.

O prefeito publicou a mensagem, apagou e publicou de novo. Questionado pelo Estadão, ele disse, por meio da assessoria, que a nova publicação é uma resposta a Boulos. “O prefeito não queria politizar, mas depois que o Boulos postou, o prefeito resolveu repostar porque entendeu que a verdade precisava ser dita. O prefeito segue mobilizando todo o serviço público afim de minimizar os danos acusados à população”, diz a nota.

Camila Lisboa, que preside o Sindicato dos Metroviários de São Paulo, é filiada ao partido de Boulos.

Nunes se posiciona ao lado do governador do Estado, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que disse durante uma coletiva nesta manhã que a greve é “política, ilegal e abusiva”. Ele ainda reiterou que vai continuar o movimento de privatização das linhas – um dos motivos principais da paralisação dos metroviários.

“Vamos continuar estudando concessões e não é um movimento ilegal que nos afastará desse objetivo”, disse o governador. Funcionários da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo, a Sabesp, também estão paralisados em protesto ao movimento de privatização encabeçado por Tarcísio.

Apesar do reforço prometido por Nunes, as linhas de ônibus da capital paulista estão lotadas e os congestionamentos atingem toda a região metropolitana  Foto: WERTHER

Além de vincular a greve ao PSOL, o prefeito também disse nesta terça que a paralisação é “provocada por sindicatos que manipulam trabalhadores do transporte público com intuito político-partidário” e que está “fazendo o possível para minimizar os estragos provocados por essa greve político-ideológica”.

“São Paulo de gente trabalhadora jamais será terra de baderna e quebradeira”, escreveu Nunes nas redes sociais nesta terça.

Boulos rebateu as declarações, dizendo que a “intransigência” do governo de Tarcísio é que causou a paralisação. “A intransigência do Governo de SP é a grande responsável pela Greve de hoje no Metrô/CPTM. Os trabalhadores propuseram em juízo liberar as catracas em vez da paralisação, para não prejudicar os usuários. O Governo Estadual recusou a proposta. Apostou no conflito e não no diálogo”, disse o deputado.

As declarações de Boulos e Nunes antecipam um clima de polarização política que deve dar o tom das eleições de 2024. O atual prefeito tem negociado o apoio de Jair Bolsonaro (PL), com quem se reuniu várias vezes ao longo do ano. No entanto, com o avanço de investigações, como a do caso das joias sauditas, uma aliança com ex-presidente tem dado sinais de que pode ruir.

Durante um evento no feriado da Independência, Nunes chegou a dizer que “não tem intimidade” com o ex-presidente se se afirmou como um político de centro, o que gerou desconforto com bolsonaristas.

Tratativa de Boulos e Nunes sobre a greve desta terça, 3, antecipa clima polarizado das eleições de 2024 Foto: TABA BENEDICTO

Por outro lado, Boulos tem o apoio do PT de Luiz Inácio Lula da Silva. O diretório paulistano da sigla formalizou o apoio ao parlamentar no começo de agosto, como parte de um acordo feito em 2022, quando o deputado desistiu de concorrer ao governo de São Paulo para fortalecer a candidatura de Fernando Haddad, derrotado no segundo turno por Tarcísio.

A decisão, contudo, não é unânime entre as correntes do PT. Algumas alas do partido defendem que a sigla tenha um nome próprio para a disputa de 2024. Pela decisão do diretório do começo de agosto, o partido do presidente deve indicar o vice da chapa da Boulos.

Paralisação desta terça é a 4ª de 2023

A greve desta terça-feira é a quarta paralisação dos metroviários de São Paulo neste ano. Desde a campanha, Tarcísio prometeu privatizar as linhas de trem e metrô que ainda são geridas pela administração pública. São elas: linhas 1 - Azul, 2 - Verde, 3 - Vermelha e 15 - Prata, do metrô e 7 - Rubi, 10 - Turquesa, 11 - Coral, 12 - Safira e 13 - Jade, do trem.

Movimentação em frente à estação Mauá, região metropolitana de São Paulo, durante a greve da CPTM e Metrô Foto: TABA BENEDICTO

Em janeiro de 2022, duas linhas de trem foram para a iniciativa privada: a 9 - Esmeralda e a 8 - Diamante, que atendem respectivamente as zonas Oeste da região metropolitana e Sul de São Paulo. Desde que passaram a ser geridas pela ViaMobilidade, usuários tem reclamado da demora nos trens e da má-qualidade dos carros. Em março deste ano, um vagão da linha 8 descarrilhou com 50 passageiros dentro por falta de manutenção.

Algumas linhas do metrô já nasceram privatizadas, como a linha 4 - Amarela, que vai do Centro ao Morumbi, e a 5 - Lilás, que liga a zona Sul ao Bairro do Capão Redondo.

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), chamou a greve dos metroviários da capital paulista de “ideológica” e disse que ela é apoiada pelo PSOL, partido do deputado federal Guilherme Boulos, com quem o emedebista deve disputar as eleições de 2024.

“Lamentamos que nossa população seja prejudicada por uma greve ideológica, apoiada por partidos como o PSOL, da Presidente do Sindicato dos Metroviários. Uma greve que não está sequer respeitando decisão da Justiça. Estamos trabalhando para ajudar aqueles que realmente trabalham”, disse o prefeito nas redes sociais nesta terça-feira, 3.

O prefeito publicou a mensagem, apagou e publicou de novo. Questionado pelo Estadão, ele disse, por meio da assessoria, que a nova publicação é uma resposta a Boulos. “O prefeito não queria politizar, mas depois que o Boulos postou, o prefeito resolveu repostar porque entendeu que a verdade precisava ser dita. O prefeito segue mobilizando todo o serviço público afim de minimizar os danos acusados à população”, diz a nota.

Camila Lisboa, que preside o Sindicato dos Metroviários de São Paulo, é filiada ao partido de Boulos.

Nunes se posiciona ao lado do governador do Estado, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que disse durante uma coletiva nesta manhã que a greve é “política, ilegal e abusiva”. Ele ainda reiterou que vai continuar o movimento de privatização das linhas – um dos motivos principais da paralisação dos metroviários.

“Vamos continuar estudando concessões e não é um movimento ilegal que nos afastará desse objetivo”, disse o governador. Funcionários da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo, a Sabesp, também estão paralisados em protesto ao movimento de privatização encabeçado por Tarcísio.

Apesar do reforço prometido por Nunes, as linhas de ônibus da capital paulista estão lotadas e os congestionamentos atingem toda a região metropolitana  Foto: WERTHER

Além de vincular a greve ao PSOL, o prefeito também disse nesta terça que a paralisação é “provocada por sindicatos que manipulam trabalhadores do transporte público com intuito político-partidário” e que está “fazendo o possível para minimizar os estragos provocados por essa greve político-ideológica”.

“São Paulo de gente trabalhadora jamais será terra de baderna e quebradeira”, escreveu Nunes nas redes sociais nesta terça.

Boulos rebateu as declarações, dizendo que a “intransigência” do governo de Tarcísio é que causou a paralisação. “A intransigência do Governo de SP é a grande responsável pela Greve de hoje no Metrô/CPTM. Os trabalhadores propuseram em juízo liberar as catracas em vez da paralisação, para não prejudicar os usuários. O Governo Estadual recusou a proposta. Apostou no conflito e não no diálogo”, disse o deputado.

As declarações de Boulos e Nunes antecipam um clima de polarização política que deve dar o tom das eleições de 2024. O atual prefeito tem negociado o apoio de Jair Bolsonaro (PL), com quem se reuniu várias vezes ao longo do ano. No entanto, com o avanço de investigações, como a do caso das joias sauditas, uma aliança com ex-presidente tem dado sinais de que pode ruir.

Durante um evento no feriado da Independência, Nunes chegou a dizer que “não tem intimidade” com o ex-presidente se se afirmou como um político de centro, o que gerou desconforto com bolsonaristas.

Tratativa de Boulos e Nunes sobre a greve desta terça, 3, antecipa clima polarizado das eleições de 2024 Foto: TABA BENEDICTO

Por outro lado, Boulos tem o apoio do PT de Luiz Inácio Lula da Silva. O diretório paulistano da sigla formalizou o apoio ao parlamentar no começo de agosto, como parte de um acordo feito em 2022, quando o deputado desistiu de concorrer ao governo de São Paulo para fortalecer a candidatura de Fernando Haddad, derrotado no segundo turno por Tarcísio.

A decisão, contudo, não é unânime entre as correntes do PT. Algumas alas do partido defendem que a sigla tenha um nome próprio para a disputa de 2024. Pela decisão do diretório do começo de agosto, o partido do presidente deve indicar o vice da chapa da Boulos.

Paralisação desta terça é a 4ª de 2023

A greve desta terça-feira é a quarta paralisação dos metroviários de São Paulo neste ano. Desde a campanha, Tarcísio prometeu privatizar as linhas de trem e metrô que ainda são geridas pela administração pública. São elas: linhas 1 - Azul, 2 - Verde, 3 - Vermelha e 15 - Prata, do metrô e 7 - Rubi, 10 - Turquesa, 11 - Coral, 12 - Safira e 13 - Jade, do trem.

Movimentação em frente à estação Mauá, região metropolitana de São Paulo, durante a greve da CPTM e Metrô Foto: TABA BENEDICTO

Em janeiro de 2022, duas linhas de trem foram para a iniciativa privada: a 9 - Esmeralda e a 8 - Diamante, que atendem respectivamente as zonas Oeste da região metropolitana e Sul de São Paulo. Desde que passaram a ser geridas pela ViaMobilidade, usuários tem reclamado da demora nos trens e da má-qualidade dos carros. Em março deste ano, um vagão da linha 8 descarrilhou com 50 passageiros dentro por falta de manutenção.

Algumas linhas do metrô já nasceram privatizadas, como a linha 4 - Amarela, que vai do Centro ao Morumbi, e a 5 - Lilás, que liga a zona Sul ao Bairro do Capão Redondo.

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