Nunes exonera secretário após fala sobre o planeta ‘se salvar sozinho’


Em nota, secretário Antonio Pinheiro Pedro disse ser ‘vítima de crime de difamação, dos lacradores e levianos’; “Não somos Deus. Essa constatação é de humildade e de alerta”, justificou

Por Isabella Alonso Panho
Atualização:

SÃO PAULO - O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB) exonerou o secretário de Mudanças Climáticas, Antonio Fernando Pinheiro Pedro, na noite desta quinta-feira, 13, depois da repercussão da declaração, feita pelo chefe da pasta, de que “o planeta se salva sozinho”. Em nota, Pedro afirma ter sido vítima de “difamação”, que “os loteadores ilegais, o crime organizado, os lacradores, os levianos, foram o alvo de nossa gestão” e que é “batuta” do prefeito.

“Sou leal e não permitirei que esse lixo difamatório atinja o gabinete do prefeito. Por isso peço minha demissão”, justificou o secretário. Tamires Carla de Oliveira, atual chefe de gabinete da pasta, assumirá interinamente a cadeira. A Prefeitura disse, por meio de nota, que Nunes esteve reunido com Pedro na tarde desta quinta e que a exoneração foi a pedido do secretário.

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Ao anunciar sua saída do cargo, o secretário sustentou que não tentou desmerecer a influência dos seres humanos nos efeitos climáticos do planeta. “O fato de declarar que o planeta Terra passa por ciclos há quatro bilhões de anos e, por óbvio, sempre se “salvou” sozinho, em nada se confunde com os esforços da humanidade para sobreviver e manter condições de clima e interação ecossistêmica”, disse em nota.

A declaração de que “o planeta se salva sozinho” foi feita pelo secretário no começo de junho, durante o lançamento do Fórum Permanente de Mudanças Climáticas e Desastres Ambientais na sede paulista da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). “O planeta não será salvo por nós. Ninguém salva o planeta Terra. Geralmente, ele se salva sozinho. Ele o faz a quatro bilhões e trezentos milhões de anos, e muda o clima em todo esse período. Quando o planeta se salva, ele geralmente se livra do que está na superfície dele. Já o fez várias vezes”, disse Pedro no evento.

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Na ocasião, ele foi rebatido pela procuradora federal Georgia Sena Martins, doutora em Geociências pela Unicamp, que o chamou de “negacionista”. “Desculpa, mas o senhor está negando toda a existência deste fórum, toda a ciência, todos os relatórios do IPCC, todos os estudos feitos até hoje. O senhor é um negacionista”, disse a procuradora.

“Não somos Deus, não determos poder sobre processos físicos que transcendem nossa capacidade. Essa constatação é de humildade e de alerta – jamais foi uma negação do protagonismo humano nas alterações sofridas na atmosfera do planeta, desde a revolução industrial”, justificou o secretário na nota divulgada na noite desta quinta.

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Sua exoneração será oficializada no Diário Oficial de sexta-feira, 14.

Leia a íntegra da nota do secretário:

NOTA À IMPRENSA

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Caros amigos,

Muito se diz e pouco se faz a respeito da resiliência e adaptação da humanidade em face das mudanças climáticas.

Na Prefeitura de São Paulo, resolvi FAZER, e obtivemos enormes avanços na área da gestão climática – que tornaram a gestão paradigma internacional.

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Sob a batuta do Prefeito Ricardo Nunes, ampliamos a cobertura vegetal da Cidade de São Paulo, de 48% para 54%, em dois anos.

Estamos em vias de entregar uma frota de quase dois mil ônibus elétricos, executando o maior programa de descarbonização do transporte público no continente.

Embargamos mais de 200 hectares de áreas ilegalmente loteadas, em mais de 50 operações de defesa das águas, recuperando terreno num combate sem precedentes contra a especulação imobiliária, levada a cabo pelo crime organizado.

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Implementamos um Plano Climático para a cidade, com resultados mensurados e registrados em relatório, apresentado publicamente na data de ontem, 12 de julho, e já em sua segunda edição anual, envolvendo todas as secretarias e órgãos municipais.

Implantamos pelo segundo ano um Plano Preventivo de Chuvas de Verão, com o menor índice de danos nos últimos 18 anos, enfrentando o pior índice de precipitação de chuvas dos últimos cinco anos.

Fazemos, portanto, nossa parte no esforço global de enfrentamento às alterações do clima.

No entanto, fomos surpreendidos pela divulgação de uma gravação, montada fora do contexto, com objetivo difamatório, que busca extrair das declarações feitas conclusões absurdas.

Com efeito, as afirmações em nada se confundem com nossos esforços humanos de sobrevivência e manutenção das condições de clima e temperatura, que permitam resiliência e interação ecossistêmica.

O fato de declarar que o planeta terra passa por ciclos há quatro bilhões de anos e, por óbvio, sempre se “salvou” sozinho, em nada se confunde com os esforços da humanidade para sobreviver e manter condições de clima e interação ecossistêmica. Há uma sutileza nisso tudo. Nós estamos tentando melhorar nossa resiliência, se falharmos, o planeta seguirá procedendo a seus ciclos, com ou sem nós.

Não somos Deus, não determos poder sobre processos físicos que transcendem nossa capacidade. Essa constatação é de humildade e de alerta – jamais foi uma negação do protagonismo humano nas alterações sofridas na atmosfera do planeta, desde a revolução industrial.

Nada do que foi dito, se enquadra no contexto “negacionista” impingido de forma difamatória nas redes sociais. Muito menos a ação efetiva da gestão se enquadra nesse conflito artificialmente criado.

Fui vítima de um crime: DIFAMAÇÃO. Tenho quatro décadas de trabalhos dignos desenvolvidos em prol do meio ambiente de da construção da própria legislação ambiental e do clima.

Os loteadores ilegais, o crime organizado, os lacradores, os levianos, foram o alvo de nossa gestão. Espero que com minha saída não vençam.

A lealdade é a cicatriz no caráter do ser humano. Sou leal e não permitirei que esse lixo difamatório atinja o gabinete do prefeito. Por isso peço minha demissão.

Obrigado.

Antonio Fernando Pinheiro Pedro

SÃO PAULO - O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB) exonerou o secretário de Mudanças Climáticas, Antonio Fernando Pinheiro Pedro, na noite desta quinta-feira, 13, depois da repercussão da declaração, feita pelo chefe da pasta, de que “o planeta se salva sozinho”. Em nota, Pedro afirma ter sido vítima de “difamação”, que “os loteadores ilegais, o crime organizado, os lacradores, os levianos, foram o alvo de nossa gestão” e que é “batuta” do prefeito.

“Sou leal e não permitirei que esse lixo difamatório atinja o gabinete do prefeito. Por isso peço minha demissão”, justificou o secretário. Tamires Carla de Oliveira, atual chefe de gabinete da pasta, assumirá interinamente a cadeira. A Prefeitura disse, por meio de nota, que Nunes esteve reunido com Pedro na tarde desta quinta e que a exoneração foi a pedido do secretário.

Ao anunciar sua saída do cargo, o secretário sustentou que não tentou desmerecer a influência dos seres humanos nos efeitos climáticos do planeta. “O fato de declarar que o planeta Terra passa por ciclos há quatro bilhões de anos e, por óbvio, sempre se “salvou” sozinho, em nada se confunde com os esforços da humanidade para sobreviver e manter condições de clima e interação ecossistêmica”, disse em nota.

A declaração de que “o planeta se salva sozinho” foi feita pelo secretário no começo de junho, durante o lançamento do Fórum Permanente de Mudanças Climáticas e Desastres Ambientais na sede paulista da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). “O planeta não será salvo por nós. Ninguém salva o planeta Terra. Geralmente, ele se salva sozinho. Ele o faz a quatro bilhões e trezentos milhões de anos, e muda o clima em todo esse período. Quando o planeta se salva, ele geralmente se livra do que está na superfície dele. Já o fez várias vezes”, disse Pedro no evento.

Na ocasião, ele foi rebatido pela procuradora federal Georgia Sena Martins, doutora em Geociências pela Unicamp, que o chamou de “negacionista”. “Desculpa, mas o senhor está negando toda a existência deste fórum, toda a ciência, todos os relatórios do IPCC, todos os estudos feitos até hoje. O senhor é um negacionista”, disse a procuradora.

“Não somos Deus, não determos poder sobre processos físicos que transcendem nossa capacidade. Essa constatação é de humildade e de alerta – jamais foi uma negação do protagonismo humano nas alterações sofridas na atmosfera do planeta, desde a revolução industrial”, justificou o secretário na nota divulgada na noite desta quinta.

Sua exoneração será oficializada no Diário Oficial de sexta-feira, 14.

Leia a íntegra da nota do secretário:

NOTA À IMPRENSA

Caros amigos,

Muito se diz e pouco se faz a respeito da resiliência e adaptação da humanidade em face das mudanças climáticas.

Na Prefeitura de São Paulo, resolvi FAZER, e obtivemos enormes avanços na área da gestão climática – que tornaram a gestão paradigma internacional.

Sob a batuta do Prefeito Ricardo Nunes, ampliamos a cobertura vegetal da Cidade de São Paulo, de 48% para 54%, em dois anos.

Estamos em vias de entregar uma frota de quase dois mil ônibus elétricos, executando o maior programa de descarbonização do transporte público no continente.

Embargamos mais de 200 hectares de áreas ilegalmente loteadas, em mais de 50 operações de defesa das águas, recuperando terreno num combate sem precedentes contra a especulação imobiliária, levada a cabo pelo crime organizado.

Implementamos um Plano Climático para a cidade, com resultados mensurados e registrados em relatório, apresentado publicamente na data de ontem, 12 de julho, e já em sua segunda edição anual, envolvendo todas as secretarias e órgãos municipais.

Implantamos pelo segundo ano um Plano Preventivo de Chuvas de Verão, com o menor índice de danos nos últimos 18 anos, enfrentando o pior índice de precipitação de chuvas dos últimos cinco anos.

Fazemos, portanto, nossa parte no esforço global de enfrentamento às alterações do clima.

No entanto, fomos surpreendidos pela divulgação de uma gravação, montada fora do contexto, com objetivo difamatório, que busca extrair das declarações feitas conclusões absurdas.

Com efeito, as afirmações em nada se confundem com nossos esforços humanos de sobrevivência e manutenção das condições de clima e temperatura, que permitam resiliência e interação ecossistêmica.

O fato de declarar que o planeta terra passa por ciclos há quatro bilhões de anos e, por óbvio, sempre se “salvou” sozinho, em nada se confunde com os esforços da humanidade para sobreviver e manter condições de clima e interação ecossistêmica. Há uma sutileza nisso tudo. Nós estamos tentando melhorar nossa resiliência, se falharmos, o planeta seguirá procedendo a seus ciclos, com ou sem nós.

Não somos Deus, não determos poder sobre processos físicos que transcendem nossa capacidade. Essa constatação é de humildade e de alerta – jamais foi uma negação do protagonismo humano nas alterações sofridas na atmosfera do planeta, desde a revolução industrial.

Nada do que foi dito, se enquadra no contexto “negacionista” impingido de forma difamatória nas redes sociais. Muito menos a ação efetiva da gestão se enquadra nesse conflito artificialmente criado.

Fui vítima de um crime: DIFAMAÇÃO. Tenho quatro décadas de trabalhos dignos desenvolvidos em prol do meio ambiente de da construção da própria legislação ambiental e do clima.

Os loteadores ilegais, o crime organizado, os lacradores, os levianos, foram o alvo de nossa gestão. Espero que com minha saída não vençam.

A lealdade é a cicatriz no caráter do ser humano. Sou leal e não permitirei que esse lixo difamatório atinja o gabinete do prefeito. Por isso peço minha demissão.

Obrigado.

Antonio Fernando Pinheiro Pedro

SÃO PAULO - O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB) exonerou o secretário de Mudanças Climáticas, Antonio Fernando Pinheiro Pedro, na noite desta quinta-feira, 13, depois da repercussão da declaração, feita pelo chefe da pasta, de que “o planeta se salva sozinho”. Em nota, Pedro afirma ter sido vítima de “difamação”, que “os loteadores ilegais, o crime organizado, os lacradores, os levianos, foram o alvo de nossa gestão” e que é “batuta” do prefeito.

“Sou leal e não permitirei que esse lixo difamatório atinja o gabinete do prefeito. Por isso peço minha demissão”, justificou o secretário. Tamires Carla de Oliveira, atual chefe de gabinete da pasta, assumirá interinamente a cadeira. A Prefeitura disse, por meio de nota, que Nunes esteve reunido com Pedro na tarde desta quinta e que a exoneração foi a pedido do secretário.

Ao anunciar sua saída do cargo, o secretário sustentou que não tentou desmerecer a influência dos seres humanos nos efeitos climáticos do planeta. “O fato de declarar que o planeta Terra passa por ciclos há quatro bilhões de anos e, por óbvio, sempre se “salvou” sozinho, em nada se confunde com os esforços da humanidade para sobreviver e manter condições de clima e interação ecossistêmica”, disse em nota.

A declaração de que “o planeta se salva sozinho” foi feita pelo secretário no começo de junho, durante o lançamento do Fórum Permanente de Mudanças Climáticas e Desastres Ambientais na sede paulista da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). “O planeta não será salvo por nós. Ninguém salva o planeta Terra. Geralmente, ele se salva sozinho. Ele o faz a quatro bilhões e trezentos milhões de anos, e muda o clima em todo esse período. Quando o planeta se salva, ele geralmente se livra do que está na superfície dele. Já o fez várias vezes”, disse Pedro no evento.

Na ocasião, ele foi rebatido pela procuradora federal Georgia Sena Martins, doutora em Geociências pela Unicamp, que o chamou de “negacionista”. “Desculpa, mas o senhor está negando toda a existência deste fórum, toda a ciência, todos os relatórios do IPCC, todos os estudos feitos até hoje. O senhor é um negacionista”, disse a procuradora.

“Não somos Deus, não determos poder sobre processos físicos que transcendem nossa capacidade. Essa constatação é de humildade e de alerta – jamais foi uma negação do protagonismo humano nas alterações sofridas na atmosfera do planeta, desde a revolução industrial”, justificou o secretário na nota divulgada na noite desta quinta.

Sua exoneração será oficializada no Diário Oficial de sexta-feira, 14.

Leia a íntegra da nota do secretário:

NOTA À IMPRENSA

Caros amigos,

Muito se diz e pouco se faz a respeito da resiliência e adaptação da humanidade em face das mudanças climáticas.

Na Prefeitura de São Paulo, resolvi FAZER, e obtivemos enormes avanços na área da gestão climática – que tornaram a gestão paradigma internacional.

Sob a batuta do Prefeito Ricardo Nunes, ampliamos a cobertura vegetal da Cidade de São Paulo, de 48% para 54%, em dois anos.

Estamos em vias de entregar uma frota de quase dois mil ônibus elétricos, executando o maior programa de descarbonização do transporte público no continente.

Embargamos mais de 200 hectares de áreas ilegalmente loteadas, em mais de 50 operações de defesa das águas, recuperando terreno num combate sem precedentes contra a especulação imobiliária, levada a cabo pelo crime organizado.

Implementamos um Plano Climático para a cidade, com resultados mensurados e registrados em relatório, apresentado publicamente na data de ontem, 12 de julho, e já em sua segunda edição anual, envolvendo todas as secretarias e órgãos municipais.

Implantamos pelo segundo ano um Plano Preventivo de Chuvas de Verão, com o menor índice de danos nos últimos 18 anos, enfrentando o pior índice de precipitação de chuvas dos últimos cinco anos.

Fazemos, portanto, nossa parte no esforço global de enfrentamento às alterações do clima.

No entanto, fomos surpreendidos pela divulgação de uma gravação, montada fora do contexto, com objetivo difamatório, que busca extrair das declarações feitas conclusões absurdas.

Com efeito, as afirmações em nada se confundem com nossos esforços humanos de sobrevivência e manutenção das condições de clima e temperatura, que permitam resiliência e interação ecossistêmica.

O fato de declarar que o planeta terra passa por ciclos há quatro bilhões de anos e, por óbvio, sempre se “salvou” sozinho, em nada se confunde com os esforços da humanidade para sobreviver e manter condições de clima e interação ecossistêmica. Há uma sutileza nisso tudo. Nós estamos tentando melhorar nossa resiliência, se falharmos, o planeta seguirá procedendo a seus ciclos, com ou sem nós.

Não somos Deus, não determos poder sobre processos físicos que transcendem nossa capacidade. Essa constatação é de humildade e de alerta – jamais foi uma negação do protagonismo humano nas alterações sofridas na atmosfera do planeta, desde a revolução industrial.

Nada do que foi dito, se enquadra no contexto “negacionista” impingido de forma difamatória nas redes sociais. Muito menos a ação efetiva da gestão se enquadra nesse conflito artificialmente criado.

Fui vítima de um crime: DIFAMAÇÃO. Tenho quatro décadas de trabalhos dignos desenvolvidos em prol do meio ambiente de da construção da própria legislação ambiental e do clima.

Os loteadores ilegais, o crime organizado, os lacradores, os levianos, foram o alvo de nossa gestão. Espero que com minha saída não vençam.

A lealdade é a cicatriz no caráter do ser humano. Sou leal e não permitirei que esse lixo difamatório atinja o gabinete do prefeito. Por isso peço minha demissão.

Obrigado.

Antonio Fernando Pinheiro Pedro

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