Direita critica ‘racismo ambiental’ citado por Anielle Franco, e ministros saem em defesa do termo


Ministra da Igualdade Racial atribuiu prejuízos causados pelas chuvas no Rio a efeitos do ‘racismo ambiental e climáticos’; deputados federais do PL fluminense rejeitaram uso do termo

Por Gabriel de Sousa
Atualização:

BRASÍLIA – A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, sofreu críticas de parlamentares de oposição ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) após afirmar que os prejuízos causados pelas chuvas que atingem o Rio desde a noite de sábado, 13, são “efeitos do racismo ambiental e climático”. Com a repercussão da declaração de Anielle, os ministros Silvio Almeida (Direitos Humanos), Marina Silva (Meio Ambiente) e Sonia Guajajara (Povos Indígenas) saíram em defesa da chefe da pasta da Igualdade Racial e do termo utilizado por ela.

A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, foi criticada por falar em racismo ambiental Foto: PEDRO KIRILOS

Anielle publicou no X (antigo Twitter) neste domingo, 14, que as iminentes tragédias causadas pelas fortes chuvas que atingem o Rio são “fruto também dos efeitos do racismo ambiental e climático”. Após a veiculação da postagem, internautas começaram a questionar se a ministra estaria sugerindo que o meio ambiente é “racista”.

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O significado do termo, porém, não é esse. O racismo ambiental e climático é reconhecido pela comunidade científica como um conceito que mostra que, apesar de as mudanças climáticas afetarem todo o planeta e, consequentemente, todos os seres humanos, são aqueles que têm menor condição financeira, de moradia e infraestrutura que sofrem os maiores efeitos e são mais impactados em tragédias climáticas.

Deputados do PL do Rio criticam ministra por uso do termo

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Anielle recebeu críticas de parlamentares do Rio, Estado de origem da ministra e onde ocorrem as fortes chuvas. O vice-presidente da Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante (PL), classificou o termo como “narrativa” no X. “Essa gente da esquerda é adoecida. Será que isso é quando a nuvem fica densa e escura?”, afirmou.

Para o deputado federal Hélio Lopes (PL-RJ), a ministra da Igualdade Racial não está se posicionando de uma forma correta diante tragédia no Rio. “Essa ministra não está preocupada com ninguém, em um momento sensível, de calamidade pública como esse, ela fica lucrando!”, disse.

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Ministros saem em defesa de termo utilizado por Anielle

Em resposta às repercussões negativas, outros ministros utilizaram também o X para defender Anielle e explicar o uso do termo. O ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, afirmou que o conceito é reconhecido no campo científico. Almeida endossou que o “racismo ambiental” discute como pessoas de grupos marginalizados são as mais afetadas, por razões sociais, em eventos ambientais.

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“O fato de alguém desconhecer um conceito ou mesmo discordar de forma fundamentada – o que é totalmente legítimo, especialmente no campo da ciência – não apaga o fato de que o conceito existe. Uma simples olhada nas ferramentas de busca mais populares da internet nos levam a inúmeros artigos que tratam do tema”, disse.

Outra integrante do governo Lula a defender Anielle foi a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva. Ela afirmou que a política precisa adotar novos termos e que o “racismo ambiental” faz parte da realidade brasileira. “Eventos climáticos extremos atingem toda a população, mas é um fato que pessoas pretas, mulheres, crianças, jovens e idosos são duramente mais afetados”, disse Marina.

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Em resposta à postagem de Marina, a ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, afirmou que negar a existência do “racismo ambiental” serve para a “manutenção dessa realidade”. “Tem gente que sofre mais e primeiro com as mudanças climáticas. Que bairros mais alagam, ou que moradias são mais facilmente destruídas com chuvas? Os mais atingidos têm cor e classe”, afirmou a ministra no X.

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Com a repercussão, Anielle gravou um vídeo para explicar o termo que usou ao descrever os impactos do desastre climático no Rio. Segundo a ministra, não é “natural” que regiões onde vivem mais pessoas negras e de baixa renda sejam as mais afetadas por desastres naturais. “Uma parte da cidade e do Estado não tem a mesma condição de moradia, de saneamento e de infraestrutura urbana que a outra”, disse.

“Quando a gente olha os bairros e municípios que foram mais atingidos, a gente vê algo que eles todos têm em comum, que são áreas mais vulneráveis. Qual é a cor da maioria das pessoas que vivem nesses lugares?”, questionou a ministra.

As fortes chuvas no Rio foram ocasionadas pelo avanço de uma frente fria. O deslocamento encontrou uma área de baixa pressão, de acordo com explicação do meteorologista Heráclito Alves, do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), favorecendo as fortes chuvas. Segundo o governador do Estado, Cláudio Castro (PL), foram confirmadas 12 mortes até esta segunda-feira, 15.

BRASÍLIA – A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, sofreu críticas de parlamentares de oposição ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) após afirmar que os prejuízos causados pelas chuvas que atingem o Rio desde a noite de sábado, 13, são “efeitos do racismo ambiental e climático”. Com a repercussão da declaração de Anielle, os ministros Silvio Almeida (Direitos Humanos), Marina Silva (Meio Ambiente) e Sonia Guajajara (Povos Indígenas) saíram em defesa da chefe da pasta da Igualdade Racial e do termo utilizado por ela.

A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, foi criticada por falar em racismo ambiental Foto: PEDRO KIRILOS

Anielle publicou no X (antigo Twitter) neste domingo, 14, que as iminentes tragédias causadas pelas fortes chuvas que atingem o Rio são “fruto também dos efeitos do racismo ambiental e climático”. Após a veiculação da postagem, internautas começaram a questionar se a ministra estaria sugerindo que o meio ambiente é “racista”.

O significado do termo, porém, não é esse. O racismo ambiental e climático é reconhecido pela comunidade científica como um conceito que mostra que, apesar de as mudanças climáticas afetarem todo o planeta e, consequentemente, todos os seres humanos, são aqueles que têm menor condição financeira, de moradia e infraestrutura que sofrem os maiores efeitos e são mais impactados em tragédias climáticas.

Deputados do PL do Rio criticam ministra por uso do termo

Anielle recebeu críticas de parlamentares do Rio, Estado de origem da ministra e onde ocorrem as fortes chuvas. O vice-presidente da Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante (PL), classificou o termo como “narrativa” no X. “Essa gente da esquerda é adoecida. Será que isso é quando a nuvem fica densa e escura?”, afirmou.

Para o deputado federal Hélio Lopes (PL-RJ), a ministra da Igualdade Racial não está se posicionando de uma forma correta diante tragédia no Rio. “Essa ministra não está preocupada com ninguém, em um momento sensível, de calamidade pública como esse, ela fica lucrando!”, disse.

Ministros saem em defesa de termo utilizado por Anielle

Em resposta às repercussões negativas, outros ministros utilizaram também o X para defender Anielle e explicar o uso do termo. O ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, afirmou que o conceito é reconhecido no campo científico. Almeida endossou que o “racismo ambiental” discute como pessoas de grupos marginalizados são as mais afetadas, por razões sociais, em eventos ambientais.

“O fato de alguém desconhecer um conceito ou mesmo discordar de forma fundamentada – o que é totalmente legítimo, especialmente no campo da ciência – não apaga o fato de que o conceito existe. Uma simples olhada nas ferramentas de busca mais populares da internet nos levam a inúmeros artigos que tratam do tema”, disse.

Outra integrante do governo Lula a defender Anielle foi a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva. Ela afirmou que a política precisa adotar novos termos e que o “racismo ambiental” faz parte da realidade brasileira. “Eventos climáticos extremos atingem toda a população, mas é um fato que pessoas pretas, mulheres, crianças, jovens e idosos são duramente mais afetados”, disse Marina.

Em resposta à postagem de Marina, a ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, afirmou que negar a existência do “racismo ambiental” serve para a “manutenção dessa realidade”. “Tem gente que sofre mais e primeiro com as mudanças climáticas. Que bairros mais alagam, ou que moradias são mais facilmente destruídas com chuvas? Os mais atingidos têm cor e classe”, afirmou a ministra no X.

Com a repercussão, Anielle gravou um vídeo para explicar o termo que usou ao descrever os impactos do desastre climático no Rio. Segundo a ministra, não é “natural” que regiões onde vivem mais pessoas negras e de baixa renda sejam as mais afetadas por desastres naturais. “Uma parte da cidade e do Estado não tem a mesma condição de moradia, de saneamento e de infraestrutura urbana que a outra”, disse.

“Quando a gente olha os bairros e municípios que foram mais atingidos, a gente vê algo que eles todos têm em comum, que são áreas mais vulneráveis. Qual é a cor da maioria das pessoas que vivem nesses lugares?”, questionou a ministra.

As fortes chuvas no Rio foram ocasionadas pelo avanço de uma frente fria. O deslocamento encontrou uma área de baixa pressão, de acordo com explicação do meteorologista Heráclito Alves, do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), favorecendo as fortes chuvas. Segundo o governador do Estado, Cláudio Castro (PL), foram confirmadas 12 mortes até esta segunda-feira, 15.

BRASÍLIA – A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, sofreu críticas de parlamentares de oposição ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) após afirmar que os prejuízos causados pelas chuvas que atingem o Rio desde a noite de sábado, 13, são “efeitos do racismo ambiental e climático”. Com a repercussão da declaração de Anielle, os ministros Silvio Almeida (Direitos Humanos), Marina Silva (Meio Ambiente) e Sonia Guajajara (Povos Indígenas) saíram em defesa da chefe da pasta da Igualdade Racial e do termo utilizado por ela.

A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, foi criticada por falar em racismo ambiental Foto: PEDRO KIRILOS

Anielle publicou no X (antigo Twitter) neste domingo, 14, que as iminentes tragédias causadas pelas fortes chuvas que atingem o Rio são “fruto também dos efeitos do racismo ambiental e climático”. Após a veiculação da postagem, internautas começaram a questionar se a ministra estaria sugerindo que o meio ambiente é “racista”.

O significado do termo, porém, não é esse. O racismo ambiental e climático é reconhecido pela comunidade científica como um conceito que mostra que, apesar de as mudanças climáticas afetarem todo o planeta e, consequentemente, todos os seres humanos, são aqueles que têm menor condição financeira, de moradia e infraestrutura que sofrem os maiores efeitos e são mais impactados em tragédias climáticas.

Deputados do PL do Rio criticam ministra por uso do termo

Anielle recebeu críticas de parlamentares do Rio, Estado de origem da ministra e onde ocorrem as fortes chuvas. O vice-presidente da Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante (PL), classificou o termo como “narrativa” no X. “Essa gente da esquerda é adoecida. Será que isso é quando a nuvem fica densa e escura?”, afirmou.

Para o deputado federal Hélio Lopes (PL-RJ), a ministra da Igualdade Racial não está se posicionando de uma forma correta diante tragédia no Rio. “Essa ministra não está preocupada com ninguém, em um momento sensível, de calamidade pública como esse, ela fica lucrando!”, disse.

Ministros saem em defesa de termo utilizado por Anielle

Em resposta às repercussões negativas, outros ministros utilizaram também o X para defender Anielle e explicar o uso do termo. O ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, afirmou que o conceito é reconhecido no campo científico. Almeida endossou que o “racismo ambiental” discute como pessoas de grupos marginalizados são as mais afetadas, por razões sociais, em eventos ambientais.

“O fato de alguém desconhecer um conceito ou mesmo discordar de forma fundamentada – o que é totalmente legítimo, especialmente no campo da ciência – não apaga o fato de que o conceito existe. Uma simples olhada nas ferramentas de busca mais populares da internet nos levam a inúmeros artigos que tratam do tema”, disse.

Outra integrante do governo Lula a defender Anielle foi a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva. Ela afirmou que a política precisa adotar novos termos e que o “racismo ambiental” faz parte da realidade brasileira. “Eventos climáticos extremos atingem toda a população, mas é um fato que pessoas pretas, mulheres, crianças, jovens e idosos são duramente mais afetados”, disse Marina.

Em resposta à postagem de Marina, a ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, afirmou que negar a existência do “racismo ambiental” serve para a “manutenção dessa realidade”. “Tem gente que sofre mais e primeiro com as mudanças climáticas. Que bairros mais alagam, ou que moradias são mais facilmente destruídas com chuvas? Os mais atingidos têm cor e classe”, afirmou a ministra no X.

Com a repercussão, Anielle gravou um vídeo para explicar o termo que usou ao descrever os impactos do desastre climático no Rio. Segundo a ministra, não é “natural” que regiões onde vivem mais pessoas negras e de baixa renda sejam as mais afetadas por desastres naturais. “Uma parte da cidade e do Estado não tem a mesma condição de moradia, de saneamento e de infraestrutura urbana que a outra”, disse.

“Quando a gente olha os bairros e municípios que foram mais atingidos, a gente vê algo que eles todos têm em comum, que são áreas mais vulneráveis. Qual é a cor da maioria das pessoas que vivem nesses lugares?”, questionou a ministra.

As fortes chuvas no Rio foram ocasionadas pelo avanço de uma frente fria. O deslocamento encontrou uma área de baixa pressão, de acordo com explicação do meteorologista Heráclito Alves, do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), favorecendo as fortes chuvas. Segundo o governador do Estado, Cláudio Castro (PL), foram confirmadas 12 mortes até esta segunda-feira, 15.

BRASÍLIA – A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, sofreu críticas de parlamentares de oposição ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) após afirmar que os prejuízos causados pelas chuvas que atingem o Rio desde a noite de sábado, 13, são “efeitos do racismo ambiental e climático”. Com a repercussão da declaração de Anielle, os ministros Silvio Almeida (Direitos Humanos), Marina Silva (Meio Ambiente) e Sonia Guajajara (Povos Indígenas) saíram em defesa da chefe da pasta da Igualdade Racial e do termo utilizado por ela.

A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, foi criticada por falar em racismo ambiental Foto: PEDRO KIRILOS

Anielle publicou no X (antigo Twitter) neste domingo, 14, que as iminentes tragédias causadas pelas fortes chuvas que atingem o Rio são “fruto também dos efeitos do racismo ambiental e climático”. Após a veiculação da postagem, internautas começaram a questionar se a ministra estaria sugerindo que o meio ambiente é “racista”.

O significado do termo, porém, não é esse. O racismo ambiental e climático é reconhecido pela comunidade científica como um conceito que mostra que, apesar de as mudanças climáticas afetarem todo o planeta e, consequentemente, todos os seres humanos, são aqueles que têm menor condição financeira, de moradia e infraestrutura que sofrem os maiores efeitos e são mais impactados em tragédias climáticas.

Deputados do PL do Rio criticam ministra por uso do termo

Anielle recebeu críticas de parlamentares do Rio, Estado de origem da ministra e onde ocorrem as fortes chuvas. O vice-presidente da Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante (PL), classificou o termo como “narrativa” no X. “Essa gente da esquerda é adoecida. Será que isso é quando a nuvem fica densa e escura?”, afirmou.

Para o deputado federal Hélio Lopes (PL-RJ), a ministra da Igualdade Racial não está se posicionando de uma forma correta diante tragédia no Rio. “Essa ministra não está preocupada com ninguém, em um momento sensível, de calamidade pública como esse, ela fica lucrando!”, disse.

Ministros saem em defesa de termo utilizado por Anielle

Em resposta às repercussões negativas, outros ministros utilizaram também o X para defender Anielle e explicar o uso do termo. O ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, afirmou que o conceito é reconhecido no campo científico. Almeida endossou que o “racismo ambiental” discute como pessoas de grupos marginalizados são as mais afetadas, por razões sociais, em eventos ambientais.

“O fato de alguém desconhecer um conceito ou mesmo discordar de forma fundamentada – o que é totalmente legítimo, especialmente no campo da ciência – não apaga o fato de que o conceito existe. Uma simples olhada nas ferramentas de busca mais populares da internet nos levam a inúmeros artigos que tratam do tema”, disse.

Outra integrante do governo Lula a defender Anielle foi a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva. Ela afirmou que a política precisa adotar novos termos e que o “racismo ambiental” faz parte da realidade brasileira. “Eventos climáticos extremos atingem toda a população, mas é um fato que pessoas pretas, mulheres, crianças, jovens e idosos são duramente mais afetados”, disse Marina.

Em resposta à postagem de Marina, a ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, afirmou que negar a existência do “racismo ambiental” serve para a “manutenção dessa realidade”. “Tem gente que sofre mais e primeiro com as mudanças climáticas. Que bairros mais alagam, ou que moradias são mais facilmente destruídas com chuvas? Os mais atingidos têm cor e classe”, afirmou a ministra no X.

Com a repercussão, Anielle gravou um vídeo para explicar o termo que usou ao descrever os impactos do desastre climático no Rio. Segundo a ministra, não é “natural” que regiões onde vivem mais pessoas negras e de baixa renda sejam as mais afetadas por desastres naturais. “Uma parte da cidade e do Estado não tem a mesma condição de moradia, de saneamento e de infraestrutura urbana que a outra”, disse.

“Quando a gente olha os bairros e municípios que foram mais atingidos, a gente vê algo que eles todos têm em comum, que são áreas mais vulneráveis. Qual é a cor da maioria das pessoas que vivem nesses lugares?”, questionou a ministra.

As fortes chuvas no Rio foram ocasionadas pelo avanço de uma frente fria. O deslocamento encontrou uma área de baixa pressão, de acordo com explicação do meteorologista Heráclito Alves, do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), favorecendo as fortes chuvas. Segundo o governador do Estado, Cláudio Castro (PL), foram confirmadas 12 mortes até esta segunda-feira, 15.

BRASÍLIA – A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, sofreu críticas de parlamentares de oposição ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) após afirmar que os prejuízos causados pelas chuvas que atingem o Rio desde a noite de sábado, 13, são “efeitos do racismo ambiental e climático”. Com a repercussão da declaração de Anielle, os ministros Silvio Almeida (Direitos Humanos), Marina Silva (Meio Ambiente) e Sonia Guajajara (Povos Indígenas) saíram em defesa da chefe da pasta da Igualdade Racial e do termo utilizado por ela.

A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, foi criticada por falar em racismo ambiental Foto: PEDRO KIRILOS

Anielle publicou no X (antigo Twitter) neste domingo, 14, que as iminentes tragédias causadas pelas fortes chuvas que atingem o Rio são “fruto também dos efeitos do racismo ambiental e climático”. Após a veiculação da postagem, internautas começaram a questionar se a ministra estaria sugerindo que o meio ambiente é “racista”.

O significado do termo, porém, não é esse. O racismo ambiental e climático é reconhecido pela comunidade científica como um conceito que mostra que, apesar de as mudanças climáticas afetarem todo o planeta e, consequentemente, todos os seres humanos, são aqueles que têm menor condição financeira, de moradia e infraestrutura que sofrem os maiores efeitos e são mais impactados em tragédias climáticas.

Deputados do PL do Rio criticam ministra por uso do termo

Anielle recebeu críticas de parlamentares do Rio, Estado de origem da ministra e onde ocorrem as fortes chuvas. O vice-presidente da Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante (PL), classificou o termo como “narrativa” no X. “Essa gente da esquerda é adoecida. Será que isso é quando a nuvem fica densa e escura?”, afirmou.

Para o deputado federal Hélio Lopes (PL-RJ), a ministra da Igualdade Racial não está se posicionando de uma forma correta diante tragédia no Rio. “Essa ministra não está preocupada com ninguém, em um momento sensível, de calamidade pública como esse, ela fica lucrando!”, disse.

Ministros saem em defesa de termo utilizado por Anielle

Em resposta às repercussões negativas, outros ministros utilizaram também o X para defender Anielle e explicar o uso do termo. O ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, afirmou que o conceito é reconhecido no campo científico. Almeida endossou que o “racismo ambiental” discute como pessoas de grupos marginalizados são as mais afetadas, por razões sociais, em eventos ambientais.

“O fato de alguém desconhecer um conceito ou mesmo discordar de forma fundamentada – o que é totalmente legítimo, especialmente no campo da ciência – não apaga o fato de que o conceito existe. Uma simples olhada nas ferramentas de busca mais populares da internet nos levam a inúmeros artigos que tratam do tema”, disse.

Outra integrante do governo Lula a defender Anielle foi a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva. Ela afirmou que a política precisa adotar novos termos e que o “racismo ambiental” faz parte da realidade brasileira. “Eventos climáticos extremos atingem toda a população, mas é um fato que pessoas pretas, mulheres, crianças, jovens e idosos são duramente mais afetados”, disse Marina.

Em resposta à postagem de Marina, a ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, afirmou que negar a existência do “racismo ambiental” serve para a “manutenção dessa realidade”. “Tem gente que sofre mais e primeiro com as mudanças climáticas. Que bairros mais alagam, ou que moradias são mais facilmente destruídas com chuvas? Os mais atingidos têm cor e classe”, afirmou a ministra no X.

Com a repercussão, Anielle gravou um vídeo para explicar o termo que usou ao descrever os impactos do desastre climático no Rio. Segundo a ministra, não é “natural” que regiões onde vivem mais pessoas negras e de baixa renda sejam as mais afetadas por desastres naturais. “Uma parte da cidade e do Estado não tem a mesma condição de moradia, de saneamento e de infraestrutura urbana que a outra”, disse.

“Quando a gente olha os bairros e municípios que foram mais atingidos, a gente vê algo que eles todos têm em comum, que são áreas mais vulneráveis. Qual é a cor da maioria das pessoas que vivem nesses lugares?”, questionou a ministra.

As fortes chuvas no Rio foram ocasionadas pelo avanço de uma frente fria. O deslocamento encontrou uma área de baixa pressão, de acordo com explicação do meteorologista Heráclito Alves, do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), favorecendo as fortes chuvas. Segundo o governador do Estado, Cláudio Castro (PL), foram confirmadas 12 mortes até esta segunda-feira, 15.

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