BRASÍLIA — O jogador de futebol pentacampeão pela seleção brasileira, Ronaldinho Gaúcho, não antedeu a convocação feita pela Câmara dos Deputados nesta terça-feira, 22, para prestar depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Pirâmides Financeiras. O ex-atleta poderá ser alvo de uma condução coercitiva caso novamente se ausente após segundo chamamento já agendado para esta quinta-feira. A condução é medida prevista na legislação penal e permite que autoridades conduzam a pessoa, sob escolta, para obrigar seu comparecimento na audiência marcada.
“O senhor Ronaldinho tem muito a falar a essa CPI e ao povo brasileiro”, disse o relator da CPI, deputado Ricardo Silva (PSD-SP).
Ronaldinho daria depoimento ao lado do irmão e empresário, Roberto de Assis Moreira, e de Marcelo Lara. O ex-atleta recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo para não participar de depoimento. O ministro Edson Fachin negou, mas garantiu que ele pudesse ficar em silêncio. Ronaldinho alega que foi vítima porque sua imagem foi usada sem sua autorização.
Lara, ao lado de de Ronaldinho teriam criado o site “18k Ronaldinho”, que, segundo o requerimento do relator é “alvo de investigações por suspeita de fraudes e pirâmide financeira com investimentos em criptomoedas”. Lara sequer foi localizado para ser notificado pelo colegiado.
“Eles estão se ausentando de forma irregular. O que a CPI menos quer é buscar condução coercitiva. Mas se for necessário, faremos. Na quinta-feira, nós iremos buscar condução coercitiva com força policial, disse Silva durante a sessão da comissão. Para ele, não se pode haver tratamento distinto por causa da fama de Ronaldinho. “O tratamento tem que ser isonômico.”
Como mostrou o Estadão, Ronaldinho não é o único famoso na mira da CPI. A apresentadora e humorista Tatá Werneck e o ator Cauã Reymond foram convocados para dar depoimento à CPI, mas não compareceram à Câmara após habeas corpus do ministro André Mendonça, do STF. Werneck e Reymond apareceram em propaganda da Atlas Quantum, suspeita de lesar mais de 200 mil pessoas numa pirâmide de R$ 7 bilhões.
A sessão desta terça-feira apenas ouviu o presidente do Santos, Andrés Rueda, que prestou esclarecimentos sobre a Blaze, empresa de apostas esportivas que patrocina o clube.