José Mucio articula conversa entre Lula e comandantes, após presidente falar em ‘perda de confiança’


Ministro da Casa Civil, Rui Costa, que também organiza a agenda com Lula, diz que instituições não podem permanecer ‘contaminadas’ por conceitos de um governo que já terminou

Por Felipe Frazão
Atualização:

BRASÍLIA – Cinco dias depois de afirmar que “perdeu a confiança” em militares da ativa das Forças Armadas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva prepara um encontro com os comandantes-gerais de Exército, Marinha e Aeronáutica. Na reunião, Lula deve abordar a postura de militares na invasão do Palácio do Planalto, da qual queixou-se por ver “conivência” de alguns soldados, e falar sobre um assunto de interesse das Forças, os investimentos em projetos estratégicos que demandam recursos bilionários. O encontro com o presidente é organizado pelo ministro da Defesa, José Múcio, que tem atuado para distensionar a relação entre o governo e os militares.

A reunião deve ocorrer ainda nesta semana, idealmente até sexta-feira, dia 20, segundo o ministro da Casa Civil, Rui Costa. A convite do ministro da Defesa, Costa participou de almoço prévio com os três comandantes nesta terça-feira, dia 17. Ao sair, afirmou que as Forças Armadas não podem permanecer “contaminadas” pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e falou em evitar generalizações.

O ministro da Casa Civil, Rui Costa, disse que precisa terá encontro com comandantes militares ainda esta semana Foto: Wilton Junior / Estadão
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“Não podemos permanecer com nossas instituições contaminadas por esse conceito de governo que se encerrou dia 31″, afirmou Costa. “Não podemos misturar isso com eventuais comportamentos inadequados de um, dois ou dez, pessoas de instituições diferentes, seja Forças Armadas, Ministério Público ou Judiciário, que tiveram comportamentos que não deveriam ter ocorrido ao longo desse último período.”

Segundo ele, Lula defende Forças Armadas que “sejam e pensem como projeto de Estado” e quer discutir com os comandantes a modernização da Defesa, com investimentos alinhados ao desenvolvimento de ciência e tecnologia. Com isso, Lula tenta por em pauta um tema do agrado dos comandantes.

Eles pleiteiam que o investimento do Estado em Defesa seja de ao menos 2% do PIB, uma cifra usada na OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte), a maior aliança militar ocidental. Os projetos atuais (caças Gripen, avião KC 390, blindados Guarani, Sisfron, submarinos e fragatas) foram elaborados nos primeiros governos do petista, o que ele costuma usar como trunfo nas conversas com oficiais-generais.

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Em seguida, Rui Costa defendeu aumento de investimentos em Defesa, com a inovação do formato de Parceria-Público Privada (PPP). O ministro afirmou que os investimentos nos projetos estratégicos “cabem muito bem” no modelo de PPP. Ele afirmou que é preciso buscar novas formas de captar recursos para despesas militares e que os comandantes vão apresentar propostas a Lula, como havia sido encomendado por eles.

Costa disse que o encontro de Lula com os três comandantes-gerais para tratar de verbas da Defesa não será um “afago”, porque já estava previsto antes dos ataques ao Palácio do Planalto, em 8 de janeiro.

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A declaração de Lula, quando explicava ao Estadão por que decidira excluir militares da função de ajudantes de ordens, algo inédito, ocorreu após o presidente relatar atos de indisciplina de militares, como praças que defendiam sua morte e que fosse impedido de assumir o Palácio do Planalto. Num café da manhã com jornalistas, Lula reclamou do Exército seguidas vezes.

Ele cobrou que havia sido prometido que bolsonaristas das caravanas não poderiam acessar o acampamento no Quartel-General do Exército, o que ocorreu; que o Exército colocou blindados para “proteger” o acampamento, o que impediu prisões e facilitou fugas na madrugada; que a porta principal do Palácio do Planalto parecia ter sido deixada aberta de propósito - a segurança é feita por militares sob chefia do Gabinete de Segurança Institucional, entre eles o Batalhão de Guarda Presidencial do Exército.

“Tinha dois tanques lá. Aqueles tanques, pela imagem que vi, estavam mais protegendo o acampamento do que protegendo Brasília. Aí o general me ligou dizendo ‘presidente, é muito perigoso entrar de noite no acampamento, tem muita gente, pode acontecer uma desgraça’. Eu falei ‘tudo bem, não estou pedindo para deixar entrar, estou pedindo para não deixar ninguém sair’, disse Lula, em relato sobre conversa com o comandante do Exército, general Julio Cesar de Arruda.

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Costa não quis comentar sobre reuniões de Arruda e do comandante militar do Planalto, general Dutra de Menezes, com autoridades do governo, nas quais discutiram a entrada da Polícia Militar no Setor Militar Urbano, área sob controle do Exército, para efetuar prisões e acabar com o acampamento de extremistas.

“Averiguação dos erros cometidos serão feitas pelas instituições competentes e isso não atrapalhará o funcionamento do governo”, disse Costa.

A iniciativa do almoço teve como objetivo aproximar alguns dos ministros mais influentes do governo Lula dos três comandantes e fortalecer Múcio. Na semana passada, Múcio levou o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, à mesa na sede da Defesa.

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O ministro da Defesa virou alvo de fogo amigo - aliados publicaram nas redes sociais que ele renunciaria ao cargo após os ataques golpistas, o que foi negado pelo próprio. Lula descartou a substituição de Múcio, embora tenha reconhecido erros.

BRASÍLIA – Cinco dias depois de afirmar que “perdeu a confiança” em militares da ativa das Forças Armadas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva prepara um encontro com os comandantes-gerais de Exército, Marinha e Aeronáutica. Na reunião, Lula deve abordar a postura de militares na invasão do Palácio do Planalto, da qual queixou-se por ver “conivência” de alguns soldados, e falar sobre um assunto de interesse das Forças, os investimentos em projetos estratégicos que demandam recursos bilionários. O encontro com o presidente é organizado pelo ministro da Defesa, José Múcio, que tem atuado para distensionar a relação entre o governo e os militares.

A reunião deve ocorrer ainda nesta semana, idealmente até sexta-feira, dia 20, segundo o ministro da Casa Civil, Rui Costa. A convite do ministro da Defesa, Costa participou de almoço prévio com os três comandantes nesta terça-feira, dia 17. Ao sair, afirmou que as Forças Armadas não podem permanecer “contaminadas” pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e falou em evitar generalizações.

O ministro da Casa Civil, Rui Costa, disse que precisa terá encontro com comandantes militares ainda esta semana Foto: Wilton Junior / Estadão

“Não podemos permanecer com nossas instituições contaminadas por esse conceito de governo que se encerrou dia 31″, afirmou Costa. “Não podemos misturar isso com eventuais comportamentos inadequados de um, dois ou dez, pessoas de instituições diferentes, seja Forças Armadas, Ministério Público ou Judiciário, que tiveram comportamentos que não deveriam ter ocorrido ao longo desse último período.”

Segundo ele, Lula defende Forças Armadas que “sejam e pensem como projeto de Estado” e quer discutir com os comandantes a modernização da Defesa, com investimentos alinhados ao desenvolvimento de ciência e tecnologia. Com isso, Lula tenta por em pauta um tema do agrado dos comandantes.

Eles pleiteiam que o investimento do Estado em Defesa seja de ao menos 2% do PIB, uma cifra usada na OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte), a maior aliança militar ocidental. Os projetos atuais (caças Gripen, avião KC 390, blindados Guarani, Sisfron, submarinos e fragatas) foram elaborados nos primeiros governos do petista, o que ele costuma usar como trunfo nas conversas com oficiais-generais.

Em seguida, Rui Costa defendeu aumento de investimentos em Defesa, com a inovação do formato de Parceria-Público Privada (PPP). O ministro afirmou que os investimentos nos projetos estratégicos “cabem muito bem” no modelo de PPP. Ele afirmou que é preciso buscar novas formas de captar recursos para despesas militares e que os comandantes vão apresentar propostas a Lula, como havia sido encomendado por eles.

Costa disse que o encontro de Lula com os três comandantes-gerais para tratar de verbas da Defesa não será um “afago”, porque já estava previsto antes dos ataques ao Palácio do Planalto, em 8 de janeiro.

A declaração de Lula, quando explicava ao Estadão por que decidira excluir militares da função de ajudantes de ordens, algo inédito, ocorreu após o presidente relatar atos de indisciplina de militares, como praças que defendiam sua morte e que fosse impedido de assumir o Palácio do Planalto. Num café da manhã com jornalistas, Lula reclamou do Exército seguidas vezes.

Ele cobrou que havia sido prometido que bolsonaristas das caravanas não poderiam acessar o acampamento no Quartel-General do Exército, o que ocorreu; que o Exército colocou blindados para “proteger” o acampamento, o que impediu prisões e facilitou fugas na madrugada; que a porta principal do Palácio do Planalto parecia ter sido deixada aberta de propósito - a segurança é feita por militares sob chefia do Gabinete de Segurança Institucional, entre eles o Batalhão de Guarda Presidencial do Exército.

“Tinha dois tanques lá. Aqueles tanques, pela imagem que vi, estavam mais protegendo o acampamento do que protegendo Brasília. Aí o general me ligou dizendo ‘presidente, é muito perigoso entrar de noite no acampamento, tem muita gente, pode acontecer uma desgraça’. Eu falei ‘tudo bem, não estou pedindo para deixar entrar, estou pedindo para não deixar ninguém sair’, disse Lula, em relato sobre conversa com o comandante do Exército, general Julio Cesar de Arruda.

Costa não quis comentar sobre reuniões de Arruda e do comandante militar do Planalto, general Dutra de Menezes, com autoridades do governo, nas quais discutiram a entrada da Polícia Militar no Setor Militar Urbano, área sob controle do Exército, para efetuar prisões e acabar com o acampamento de extremistas.

“Averiguação dos erros cometidos serão feitas pelas instituições competentes e isso não atrapalhará o funcionamento do governo”, disse Costa.

A iniciativa do almoço teve como objetivo aproximar alguns dos ministros mais influentes do governo Lula dos três comandantes e fortalecer Múcio. Na semana passada, Múcio levou o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, à mesa na sede da Defesa.

O ministro da Defesa virou alvo de fogo amigo - aliados publicaram nas redes sociais que ele renunciaria ao cargo após os ataques golpistas, o que foi negado pelo próprio. Lula descartou a substituição de Múcio, embora tenha reconhecido erros.

BRASÍLIA – Cinco dias depois de afirmar que “perdeu a confiança” em militares da ativa das Forças Armadas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva prepara um encontro com os comandantes-gerais de Exército, Marinha e Aeronáutica. Na reunião, Lula deve abordar a postura de militares na invasão do Palácio do Planalto, da qual queixou-se por ver “conivência” de alguns soldados, e falar sobre um assunto de interesse das Forças, os investimentos em projetos estratégicos que demandam recursos bilionários. O encontro com o presidente é organizado pelo ministro da Defesa, José Múcio, que tem atuado para distensionar a relação entre o governo e os militares.

A reunião deve ocorrer ainda nesta semana, idealmente até sexta-feira, dia 20, segundo o ministro da Casa Civil, Rui Costa. A convite do ministro da Defesa, Costa participou de almoço prévio com os três comandantes nesta terça-feira, dia 17. Ao sair, afirmou que as Forças Armadas não podem permanecer “contaminadas” pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e falou em evitar generalizações.

O ministro da Casa Civil, Rui Costa, disse que precisa terá encontro com comandantes militares ainda esta semana Foto: Wilton Junior / Estadão

“Não podemos permanecer com nossas instituições contaminadas por esse conceito de governo que se encerrou dia 31″, afirmou Costa. “Não podemos misturar isso com eventuais comportamentos inadequados de um, dois ou dez, pessoas de instituições diferentes, seja Forças Armadas, Ministério Público ou Judiciário, que tiveram comportamentos que não deveriam ter ocorrido ao longo desse último período.”

Segundo ele, Lula defende Forças Armadas que “sejam e pensem como projeto de Estado” e quer discutir com os comandantes a modernização da Defesa, com investimentos alinhados ao desenvolvimento de ciência e tecnologia. Com isso, Lula tenta por em pauta um tema do agrado dos comandantes.

Eles pleiteiam que o investimento do Estado em Defesa seja de ao menos 2% do PIB, uma cifra usada na OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte), a maior aliança militar ocidental. Os projetos atuais (caças Gripen, avião KC 390, blindados Guarani, Sisfron, submarinos e fragatas) foram elaborados nos primeiros governos do petista, o que ele costuma usar como trunfo nas conversas com oficiais-generais.

Em seguida, Rui Costa defendeu aumento de investimentos em Defesa, com a inovação do formato de Parceria-Público Privada (PPP). O ministro afirmou que os investimentos nos projetos estratégicos “cabem muito bem” no modelo de PPP. Ele afirmou que é preciso buscar novas formas de captar recursos para despesas militares e que os comandantes vão apresentar propostas a Lula, como havia sido encomendado por eles.

Costa disse que o encontro de Lula com os três comandantes-gerais para tratar de verbas da Defesa não será um “afago”, porque já estava previsto antes dos ataques ao Palácio do Planalto, em 8 de janeiro.

A declaração de Lula, quando explicava ao Estadão por que decidira excluir militares da função de ajudantes de ordens, algo inédito, ocorreu após o presidente relatar atos de indisciplina de militares, como praças que defendiam sua morte e que fosse impedido de assumir o Palácio do Planalto. Num café da manhã com jornalistas, Lula reclamou do Exército seguidas vezes.

Ele cobrou que havia sido prometido que bolsonaristas das caravanas não poderiam acessar o acampamento no Quartel-General do Exército, o que ocorreu; que o Exército colocou blindados para “proteger” o acampamento, o que impediu prisões e facilitou fugas na madrugada; que a porta principal do Palácio do Planalto parecia ter sido deixada aberta de propósito - a segurança é feita por militares sob chefia do Gabinete de Segurança Institucional, entre eles o Batalhão de Guarda Presidencial do Exército.

“Tinha dois tanques lá. Aqueles tanques, pela imagem que vi, estavam mais protegendo o acampamento do que protegendo Brasília. Aí o general me ligou dizendo ‘presidente, é muito perigoso entrar de noite no acampamento, tem muita gente, pode acontecer uma desgraça’. Eu falei ‘tudo bem, não estou pedindo para deixar entrar, estou pedindo para não deixar ninguém sair’, disse Lula, em relato sobre conversa com o comandante do Exército, general Julio Cesar de Arruda.

Costa não quis comentar sobre reuniões de Arruda e do comandante militar do Planalto, general Dutra de Menezes, com autoridades do governo, nas quais discutiram a entrada da Polícia Militar no Setor Militar Urbano, área sob controle do Exército, para efetuar prisões e acabar com o acampamento de extremistas.

“Averiguação dos erros cometidos serão feitas pelas instituições competentes e isso não atrapalhará o funcionamento do governo”, disse Costa.

A iniciativa do almoço teve como objetivo aproximar alguns dos ministros mais influentes do governo Lula dos três comandantes e fortalecer Múcio. Na semana passada, Múcio levou o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, à mesa na sede da Defesa.

O ministro da Defesa virou alvo de fogo amigo - aliados publicaram nas redes sociais que ele renunciaria ao cargo após os ataques golpistas, o que foi negado pelo próprio. Lula descartou a substituição de Múcio, embora tenha reconhecido erros.

BRASÍLIA – Cinco dias depois de afirmar que “perdeu a confiança” em militares da ativa das Forças Armadas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva prepara um encontro com os comandantes-gerais de Exército, Marinha e Aeronáutica. Na reunião, Lula deve abordar a postura de militares na invasão do Palácio do Planalto, da qual queixou-se por ver “conivência” de alguns soldados, e falar sobre um assunto de interesse das Forças, os investimentos em projetos estratégicos que demandam recursos bilionários. O encontro com o presidente é organizado pelo ministro da Defesa, José Múcio, que tem atuado para distensionar a relação entre o governo e os militares.

A reunião deve ocorrer ainda nesta semana, idealmente até sexta-feira, dia 20, segundo o ministro da Casa Civil, Rui Costa. A convite do ministro da Defesa, Costa participou de almoço prévio com os três comandantes nesta terça-feira, dia 17. Ao sair, afirmou que as Forças Armadas não podem permanecer “contaminadas” pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e falou em evitar generalizações.

O ministro da Casa Civil, Rui Costa, disse que precisa terá encontro com comandantes militares ainda esta semana Foto: Wilton Junior / Estadão

“Não podemos permanecer com nossas instituições contaminadas por esse conceito de governo que se encerrou dia 31″, afirmou Costa. “Não podemos misturar isso com eventuais comportamentos inadequados de um, dois ou dez, pessoas de instituições diferentes, seja Forças Armadas, Ministério Público ou Judiciário, que tiveram comportamentos que não deveriam ter ocorrido ao longo desse último período.”

Segundo ele, Lula defende Forças Armadas que “sejam e pensem como projeto de Estado” e quer discutir com os comandantes a modernização da Defesa, com investimentos alinhados ao desenvolvimento de ciência e tecnologia. Com isso, Lula tenta por em pauta um tema do agrado dos comandantes.

Eles pleiteiam que o investimento do Estado em Defesa seja de ao menos 2% do PIB, uma cifra usada na OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte), a maior aliança militar ocidental. Os projetos atuais (caças Gripen, avião KC 390, blindados Guarani, Sisfron, submarinos e fragatas) foram elaborados nos primeiros governos do petista, o que ele costuma usar como trunfo nas conversas com oficiais-generais.

Em seguida, Rui Costa defendeu aumento de investimentos em Defesa, com a inovação do formato de Parceria-Público Privada (PPP). O ministro afirmou que os investimentos nos projetos estratégicos “cabem muito bem” no modelo de PPP. Ele afirmou que é preciso buscar novas formas de captar recursos para despesas militares e que os comandantes vão apresentar propostas a Lula, como havia sido encomendado por eles.

Costa disse que o encontro de Lula com os três comandantes-gerais para tratar de verbas da Defesa não será um “afago”, porque já estava previsto antes dos ataques ao Palácio do Planalto, em 8 de janeiro.

A declaração de Lula, quando explicava ao Estadão por que decidira excluir militares da função de ajudantes de ordens, algo inédito, ocorreu após o presidente relatar atos de indisciplina de militares, como praças que defendiam sua morte e que fosse impedido de assumir o Palácio do Planalto. Num café da manhã com jornalistas, Lula reclamou do Exército seguidas vezes.

Ele cobrou que havia sido prometido que bolsonaristas das caravanas não poderiam acessar o acampamento no Quartel-General do Exército, o que ocorreu; que o Exército colocou blindados para “proteger” o acampamento, o que impediu prisões e facilitou fugas na madrugada; que a porta principal do Palácio do Planalto parecia ter sido deixada aberta de propósito - a segurança é feita por militares sob chefia do Gabinete de Segurança Institucional, entre eles o Batalhão de Guarda Presidencial do Exército.

“Tinha dois tanques lá. Aqueles tanques, pela imagem que vi, estavam mais protegendo o acampamento do que protegendo Brasília. Aí o general me ligou dizendo ‘presidente, é muito perigoso entrar de noite no acampamento, tem muita gente, pode acontecer uma desgraça’. Eu falei ‘tudo bem, não estou pedindo para deixar entrar, estou pedindo para não deixar ninguém sair’, disse Lula, em relato sobre conversa com o comandante do Exército, general Julio Cesar de Arruda.

Costa não quis comentar sobre reuniões de Arruda e do comandante militar do Planalto, general Dutra de Menezes, com autoridades do governo, nas quais discutiram a entrada da Polícia Militar no Setor Militar Urbano, área sob controle do Exército, para efetuar prisões e acabar com o acampamento de extremistas.

“Averiguação dos erros cometidos serão feitas pelas instituições competentes e isso não atrapalhará o funcionamento do governo”, disse Costa.

A iniciativa do almoço teve como objetivo aproximar alguns dos ministros mais influentes do governo Lula dos três comandantes e fortalecer Múcio. Na semana passada, Múcio levou o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, à mesa na sede da Defesa.

O ministro da Defesa virou alvo de fogo amigo - aliados publicaram nas redes sociais que ele renunciaria ao cargo após os ataques golpistas, o que foi negado pelo próprio. Lula descartou a substituição de Múcio, embora tenha reconhecido erros.

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